Categoria: Íntegra
Um funcionário fazendo a encomenda de encadernação do Diário do Congresso teria feito esta recomendação: “Aqui na lombada, o senhor põe: Obras Completas de Aurélio Viana”. (Publicado em 27/8/1961)
Texto
Desde 1960
aricunha@dabr.com.br
com Circe Cunha // circecunha.df@dabr.com.br
PPP é só o princípio
Por trás da publicação no Diário Oficial do DF do “chamamento de interesse”, para que a iniciativa privada venha gerir determinados espaços públicos como o Centro de Convenções; as torres de TV e Digital; o Parque da Cidade; e o Zoológico, está um governo, com menos de um ano à frente do Buriti, que passa pela experiência dramática de quem herda uma administração cupinizada pelos petistas.
O que aconteceu na capital federal foi um exemplo, em escala, do que ocorreu com o restante do país nesses últimos anos: sequência de governos irresponsáveis que ironizaram como coisa de neoliberal e conservador os princípios, contidos em lei, da responsabilidade fiscal. A gastança desenfreada em obras faraônicas e em outros itens assistencialistas de cunho populista e eleitoreiro trouxe-nos ao porto da recessão, da inflação de dois dígitos e do desemprego generalizado.
Visto no contexto mais amplo, o país está em liquidação. Curioso é que, mesmo sendo vendidos ou disponibilizados a preço de banana, tanto os ativos do GDF quanto os da União são encarados com muito ceticismo por parte da iniciativa privada nacional, que antevê no chamamento armadilha cujos efeitos maiores serão os de empurrar para os investidores particulares anos e anos de administração perdulária.
A desconfiança se dá, em última análise, pela vacuidade e volatilidade de regras confeccionadas ao sabor do momento. Tirando o Centro de Convenções, transformado pela última reforma de obra icônica da segunda fase do modernismo em espécie de tatersal que ainda consegue se manter autossuficiente em recursos, todo o restante parece ter um fim bem sombrio.
O problema com a construção de elefantes brancos, tipo Estádio Mané Garrincha, que ainda não foi posto em liquidação, é que, pelo seu tamanho e custo de manutenção, se tornam praticamente inviáveis economicamente, principalmente em época de vacas magras. A bem da verdade, muitos países estão simplesmente abolindo a existência de zoológicos, acabando com esse hábito antigo de enjaular animais para o deleite dos seres humanos. As torres de TV e Digital deveriam, na lógica, ficar sob a administração das redes e emissoras de TV que se utilizam de suas estruturas.
Nesta primeira leva de itens a serem disponibilizados à iniciativa privada, talvez o Parque da Cidade seja o que apresenta maior potencial de retorno de investimentos, numa época em que o culto ao corpo e à saúde tem levado milhares de pessoas a praticarem todo tipo de esportes e exercícios físicos, além do negócio representado pela grande proliferação de academias de ginástica.
Fica ainda uma indagação sobre o destino previsto para o novo Centro Administrativo Buritinga, construído quando ainda se acreditava que os recursos dos contribuintes eram inesgotáveis e eternos. As Parcerias Públicos Privadas, chamadas pelo GDF a socorrer as finanças da capital, sinalizam a necessidade de retomar ao princípio da responsabilidade fiscal, início e fim de qualquer governante sério.
A frase que não foi pronunciada
“Dê-me políticos honestos e eu te darei uma oposição livre e ativa.”
Eleitor, esperando o impeachment
Replante
Mais de 50 pessoas começaram a colocar as mãos na terra para replantar Brasília. Uma oficina promovida pela Secretaria de Meio Ambiente orienta sobre as melhores opções para o cerrado. Cláudia Sachetto, da Subsecretaria de Educação e Mobilização Socioambiental da Sema, disse que as pessoas aprenderam na prática do plantio a abrir os berços, preparar e manter o solo.
Release
Aprovada na Câmara dos Deputados, a Medida Provisória nº 688/15, que transfere ao consumidor o risco hidrológico (pela falta de chuvas) na geração hidrelétrica de energia e prorroga contratos das usinas ou suas concessões para compensar os prejuízos de 2015 com a geração menor. A matéria precisa ser votada pelo Senado. “A energia foi uma das bandeiras do PT para conquistar o eleitorado. A promessa era de redução da tarifa. E, em relação a essa medida aprovada, ainda tem sido esse o argumento: aumentar para depois diminuir, nós não vamos compactuar com isso”, disse o líder da oposição no Congresso, deputado Pauderney Avelino (Democratas/AM).
História de Brasília
Os telefones do Palácio Planalto foram cortados, e os da Câmara também, durante alguns minutos, seguidas vezes. As informações, quando podiam ser transmitidas, eram feitas com reserva, sob a possibilidade de censura, o que não aconteceu. (Publicado em 26/8/1961)
Texto
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com Circe Cunha // circecunha.df@dabr.com.br
Crise agrava o que era ruim
Não é segredo para ninguém que os serviços públicos prestados por escolas, hospitais, delegacias, transportes e outros, são muito ruins para a população. Qualquer pesquisa de opinião pode aferir que o cidadão não está, minimamente, satisfeito com os órgãos públicos.
Mesmo sabendo que paga caro por eles, por meio de carga de impostos desumana, o que recebe em troca é precário, pela metade, demorado, feito por gente que não sente a menor satisfação em servir ao público. Ao contrário. O público é um estorvo, pede, reclama e exige.
No país, a máquina pública é inchada, ineficiente, morosa e cara, a capital federal apenas repete o modus operandi Brasil afora. Há cerca de um mês, várias categorias profissionais entraram em greve, infernizando a vida dos brasilienses. O sentimento geral da população que necessita dos serviços públicos é retratada por um misto de abandono e resignação.
Acostumada aos maus-tratos, a população reconhece que a crise provocada pela escalada, sem precedentes, de greves, apenas torna pior o que, por natureza, é ruim. A sociedade pode perceber, ao longo de muitas greves, que os movimentos paredistas se estruturam de forma a causar o maior dano possível ao contribuinte, principalmente o de baixa renda.
A estratégia de greve que os sindicatos adotam desde o século 19 ainda tem na alça de mira o cidadão desvalido, e não o patrão, acusado de explorador. Por essas e por outras, as categorias em greve perdem, cada vez mais, o apoio do cidadão. Para muita gente, grevista passou a ser sinônimo de desocupado e desordeiro. Não à toa, muita gente afirma, sem medo, que não deu pela falta de muitos grevistas. Greve? Que greve?
A frase que não foi pronunciada
“Regras para evitar aborrecimentos: não pense, não fale, não seja.”
Rabisco na porta de um banheiro de um serviço público.
Papo descontraído
Comentavam no cafezinho da Câmara sobre um participante numa comissão do Senado quando falava sobre a boa fé objetiva. Na Alemanha, se esquecerem de retirar a placa avisando para não pisar porque o cimento é fresco, mesmo que esteja firme, ninguém pisa. No Brasil, a ineficácia da plaquinha vai do coração, nome desenhado ou mesmo pisadas e mãos como em Hollywood. Uma pena que o interlocutor não saiba o nome do autor do comentário.
Feras
É preciso informar sobre o que é positivo. Diante do vexame do governo federal na implantação do eSocial, vale enaltecer o trabalho dos desenvolvedores de Tecnologia da Informação do Senado Federal. Diversos sistemas utilizados pela Comunicação Social da Casa e o Cview merecem prêmios pela competência e qualidade.
Novidade
Em breve, o trabalho de designers de interiores será considerado obra intelectual com direito autoral garantido. Uma nova dinâmica será adotada com mais transparência em relação ao contratante. Há previsão nas novas regras para que o profissional atue com ética, respeito pela sustentabilidade, responsabilidade social e segurança para os usuários.
Gravando
Pedro Paulo Lazzarini contou sobre o retrato do cinema no Brasil. Eram Glauber Rocha, Caca Diegues, e Joaquim P. de Andrade. Glauber dizia: “Queremos uma câmera na mão e uma ideia na cabeça”. Os produtores argentinos respondiam: “E uma merda na tela?”
Matrículas abertas
Quando dava aula de piano para a criançada, Circe comentava sobre a diferença das crianças do Indi. Eram criativas, não tinham medo de responder às perguntas, arriscavam, riam, eram soltas e prontas para enfrentar a vida. Uma escola construtivista como o Indi conta muito para o futuro.
De graça
Dois programas imperdíveis. Alexandre Dias, hoje, às 20h, na Thomas Jefferson (Entrequadra 706/ 906). E Danielle Baggio, sexta-feira, às 19h30, no Maristão, na 615 Sul.
História de Brasília
Na rapidez do episódio da renúncia, os funcionários graduados do Palácio do Planalto, de confiança do Presidente Jânio Quadros, não tiveram tempo de esvaziar as gavetas, e diversos fichários foram rasgados ou queimados, conforme a importância.(Publicado em 26/8/1961)
VISTO, LIDO E OUVIDO – ARI CUNHA com Circe Cunha colabora MAMFIL
ARI CUNHA – Visto, Lido e Ouvido Data de publicação 10/11/2015 Desde 1960 aricunha@dabr.com.br com Circe Cunha // circecunha.df@dabr.com.br
Ovo não fecundado
Com a forte rejeição ao nome e ao partido, divulgada por recente pesquisa, o lulismo caminha trôpego para o colapso final. O símbolo da sigla partidária, representada pela estrela vermelha solitária, numa referência a seu único nome de peso, amarga um entardecer melancólico.
Aquele tempo do agitar as bandeiras sem pensar em pagamento se foi. Até artistas se envergonham de ter bradado por um Brasil que seria diferente. Irene Ravache declara que o PT foi a maior decepção da vida dela, e Regina Duarte permanece na elegância de quem sempre soube das coisas.
Com a saída de Lula, dono da bola e do campo petista, o jogo para a legenda murchou. A ideia de refundação do partido, levantada em outras ocasiões, permanece de pé. O brasileiro já sabe que isso não vai resolver. Quantos nomes teve a LBA? O rótulo nunca muda o conteúdo.
Refundado ou não, resta ao PT colher os frutos de sua lavoura nesses 13 anos. À medida que as investigações vão cavando e revelando os cadáveres escondidos, aumenta também, na mesma proporção, o fosso que separa o partido e seu dirigente da sociedade brasileira. Se vencer a tese da refundação, o único caminho razoável será extirpar da sigla toda a antiga direção, inclusive o próprio Lula.
Aliás, qualquer refundação pra valer terá de que ser feita com gente nova. O estatuto do partido, que até aqui tem dado total proteção para acusados e condenados pela Justiça, terá que ser reescrito. Dada a pouca chance desses fatos ocorrerem, fica a impressão de que ou não haverá refundação ou a sigla rachará, a exemplo do que ocorreu com o brizolismo e a sigla do PTB, ocasionando o nascimento do PDT.
Desacreditado e com discurso esvaziado, restará ao PT se conformar com a nova estatura de anão político. A outra saída será se unir ao PSol e ao PCdoB, formando esquerda tipo maionese, onde ideários copiados do bolivarismo venezuelano, vãose misturar à nostalgia cubana dos anos 1960, com pitadas do Foro de São Paulo, num sarapatel requentado e até mesmo hilário. A foice deixou de eliminar a corrupção, o martelo bateu no dedo, a estrela é lixo celestial e o picareta, em alusão ao dono da bola, serão fundidos. Dessa amálgama nascerá um ovo. Um ovo choco.
A frase que não foi pronunciada “Uma democracia sem corrupção é reconhecida pela coragem da oposição.” Livro imaginário Antes do inteiro 13 e depois do partido 13 No tribunal
Em um caso em que a lei deixou escapar a previsão, o advogado perguntou ao juiz de onde ele tirou a ideia, onde estava escrita. Sabiamente, fazendo o papel que lhe cabe, o juiz respondeu: “No bom senso”.
Segurança
Um cargo na diretoria de sindicatos rende 72 meses de emprego garantido. Ninguém vai demitir sem justa causa e ressarcir essa enormidade de tempo.
Trabalho
Fiscais do Trabalho precisam sair no horário de almoço para dar uma volta no Senado, na Câmara e nos ministérios. Os terceirizados que cuidam da limpeza não têm onde descansar. Almoçam sentados no meio-fio, deitam-se na grama ou em calçadas. As condições de descanso nos intervalos precisam melhorar. Memorável
Quem comentou sobre o encontro com Claudio Coletti foi Helival Rios. Estava realmente emocionado quando voltou ao túnel do tempo e viu como foi a participação de toda a turma para a imprensa brasileira.
Legis
Pegando carona nas leis, a Editora Saraiva está legislando. O Vade Mecum volta e meia apresenta algumas correções incabíveis ou omissões inadmissíveis.
Saída
Para o governo Rollemberg, a situação é insustentável. A saída foi inteligente. Para espaços públicos como a Torre de TV, parques e zoológicos, entre outros, a solução será a parceria com empresas privadas.
De graça
Inspirada na tragédia Otelo, de Shakespeare, a Cia. Face e Carretos Alegre (RS) traz a temática do ciúme manipulado pela inveja e, com ela, constrói drama fantástico, em tom surrealista na peça O monstro dos olhos verdes, ou por quem morrem as pombas? Amanhã e quinta-feira, às 20h, no Teatro Plínio Marcos.
História de Brasília Observância ao Plano Piloto. Na W3 há diversas oficinas, principalmente de automóveis (Folks, DKW, Willys) tudo isso irregular. No Setor Escolar há uma estação de rádio. Em frente à Novacap, residências são transformadas em casas de comércio, e os cartórios dão mau exemplo. No SCL, a área de trânsito público é ocupada por bares, com mesas ao ar livre. (Publicado em 17/9/1961)
ARI CUNHA – Visto, Lido e Ouvido Data de publicação
08/11/2015 Desde 1960 aricunha@dabr.com.br com Circe Cunha // circecunha.df@dabr.com.br
Asas da liberdade
Com a reabertura democrática,os movimentos sociais sufocados por duas décadas de opressão vieram à tona com toda a força, deflagrando pelo país as mais variadas reivindicações. Primeiro pela liberdade de organização e de sindicalização.
Realizada esta etapa, seguiram-se agitações por reposições salariais, planos de carreiras e outros auxílios diversos. Desse tempo ficou a esperança de que, para o funcionalismo público, se abririam dias de bonança. Passada esta fase “juvenil” de nossa democracia, depois de igual período experimentando o regime de liberdades plenas, outras e novas questões surgiram no rol reivindicações da categoria.
Para os professores, em especial, a realização de uma ou duas greves anualmente, deixou claro que algo errado persistia com a classe. A almejada liberdade, onde tudo seria conquistado pela pressão desses profissionais, não trouxe as melhorias sonhadas. As escolas continuaram no seu lento processo de sucateamento, os ganhos salariais obtidos numa ponta, foram facilmente corroídos no outro extremo pelos efeitos da inflação em cadeia. As vitórias do dia anterior eram facilmente ultrapassadas pela realidade do dia seguinte.
A mesmice das greves, entronizadas no cotidiano de alunos e pais, só fez crescer o processo de decadência acentuada do setor educacional. Desmotivação e professores cada vez menos preparados para a função foi o que restou de anos de paralisações.
Sem outra razão para existir do que fomentar greves relâmpagos, restou aos sindicatos o papel de piromaníaco das relações trabalhistas. Rapidamente alguns professores mais lúcidos começaram a perceber que neste labirinto não havia saída nem solução possíveis .
O problema da educação pública de qualidade é muito superior às questiúnculas sindicais imediatistas e de cunho ideológico partidário.
Definitivamente não há solução possível via greves e interrupções sistemáticas de aulas. Passou da hora de o governo Rollemberg tomar a dianteira em relação ao restante do país e buscar conjuntamente a solução definitiva ou de longo prazo para os muitos problemas do ensino público.
Propostas, como a mudança no método de custeio do ensino, através da adoção do financiamento do sistema com base em valores per capita de cada aluno efetivamente matriculado e frequente, poderiam ser discutidas. Em outras palavras, os recursos para bancar escolas e professores viriam de cada aluno financiado pelo governo. Os recursos ficariam sob a administração de cada regional que aplicaria diretamente em suas escolas.
A Secretaria de Educação precisa cortar as gorduras, assim como o restante da burocracia perdulária e inoperante. A autonomia das escolas daria sentido ao sistema da meritocracia, premiando as boas escolas e reorientando aqueles estabelecimentos menos capazes. Enfim, livrando as escolas da intromissão política dos governos e de quebra libertando os professores da opressão dos sindicatos. A frase que não foi pronunciada “A gratidão tem memória curta.”
Benjamin Constant
Posse
Com 37 anos, o oncologista Gustavo Fernandes vai dividir a tarefa de dirigir o Centro de Oncologia do Hospital Sírio-Libanês(Unidade Brasília), e a presidência da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica. No discurso da posse na SBOC, o especialista em tumores gastrointestinais declarou que está pronto para trabalhar para que a entidade seja um modelo para o país.
Verdade
Quem sempre teve ojeriza de imitar americanos agora compra a briga pela legalização do aborto agradando a multinacionais que gargalham frente às facilidades da corrupção no Brasil. O juiz que autorizou o primeiro aborto nos EUA, no caso Roe contra Wade, carrega o arrependimento por toda a vida. Ele disse que, se naquela época os aparelhos de imagem fossem tão avançados como os de hoje, jamais permitiria o assassinato intrauterino. Não faltam vídeos no YouTube mostrando o esforço dos bebês para sobreviver aos ataques patrocinados pela própria mãe.
Em nada
Com a timidez de sempre, os tucanos criticam a pizzada da CPI do BNDES. Deputados do PSDB comentaram sobre a falta de acesso aos documentos e ingerências políticas no processo. De acordo com o Coaf, as operações suspeitas somam R$ 500 milhões.
Memória
Foi só chegar às empresas telefônicas, pagar R$ 600 pelo extrato de ligações de quem quer que seja. Senadores já compraram o próprio sigilo telefônico. O senador Álvaro Dias conferiu a lista das próprias ligações. Estava certa. O deputado Gustavo Fruet também checou. Só o então senador Aloisio Mercadante disse que as informações eram falsas. O fato ocorreu em 2008.
Perigo
Que rigor é esse? 520 mil toneladas de agrotóxicos consumidos em 2014 no Brasil. Enquanto o mundo inteiro proíbe vários tipos desse do produto, o nosso país recebe sem burocracia. Os rios vão sentindo o impacto. História de Brasília
O Ministro Pedroso Horta foi o primeiro a tomar conhecimento da decisão do sr. Jânio Quadros, mantendo, entretanto, segredo absoluto. (Publicado em 26/8/1961) ARI CUNHA – Visto, lido e ouvido Data de publicação
07/11/2015 Desde 1960 aricunha@dabr.com.br com Circe Cunha // circecunha.df@dabr.com.br
Conversa de comadres
Feita sob medida para buscar frestas de luz e ar fresco depois de soterrado e acuado por um mar de lama de denúncias de corrupção que envolve diretamente sua pessoa, seu governo, o governo da sucessora, seu partido e, de quebra, membros da própria família, o ex-presidente Lula usou da conhecida verborragia para dizer o que bem quis numa entrevista em que o interlocutor se limitou a abrir portas para o chefe do Partido dos Trabalhadores passar com o discurso ilusionista.
Nos bastidores, o que se comenta é que Lula teria ligado pessoalmente para Silvio Santos, dono da emissora, pedindo espaço para o “pronunciamento”, disfarçado em forma de entrevista, a fim de dar sua versão para o que já é chamado de década perdida. A imprensa séria, escaldada por esse tipo de fala ensaiada, preferiu ignorar o assunto. Ao contrário de blogs e do próprio Instituto Lula, que deram grande destaque ao fato. Entretanto, uma observação mais atenta, feita sob a lupa de um psicanalista interessado, pode revelar, nas entrelinhas, no omitido, muito sobre esse personagem controverso da política nacional.O cenário gigante, ao fundo, repleto de imagens do entrevistado em vários momentos de sua trajetória, até com a foto oficial ostentando a faixa da República, já denunciava o caráter propagandístico da conversa coloquial. A pré-pauta, com as perguntas conhecidas de antemão, eram recebidas pelo ex-presidente sem surpresas e com um sintomático sorriso no canto dos lábios que insinuava, além de falsa segurança no que dizia, tentativa de desqualificar, pelo deboche, o grande número de denúncias que lhe pesam sobre os ombros.
Entre um afago e outro na barba rala, afiando a ponta do bigode, Lula concorda com a deixa do entrevistador de que a bandeira de uma possível candidatura sua é pequena e se resume em apenas evitar a volta da oposição. “Não tenho vontade de ser candidato, sou candidato para defender o pobre”, disse. O problema maior em buscar sentido prático em entrevistas ensaiadas é que cada gesto, cada fala passa a se incorporar intimamente ao gestual, ficando todo o enredo prisioneiro apenas da performance do ator.
No caso da entrevista em foco, quem estava sentado ao lado do jornalista do SBT era muito mais do que um político típico brasileiro. Na verdade, era alguém cuja grande proeza se resume na sobrevivência em meio ao grande sertão inóspito que provocou e deixou para trás.
A frase que não foi pronunciada
“Não sei como será o Brasil de 2050, mas o de 2017 vai continuar no vermelho. Em todos os sentidos.” Mente coletiva
Lado bom
Governador Rollemberg acertou quando convidou um professor da UnB para tomar corpo na Secretaria de Segurança. Arthur Trindade deixou sua marca nesse breve tempo. O corpo docente das universidades brasileiras precisa ser consultado mais vezes por todas as esferas do governo. Ganha a comunidade. Os ponteiros políticos vão se ajeitando com o tempo.
Preços
Novamente mostramos a forma de as indústrias venderem iludindo os consumidores. A falta de padrão de peso da mercadoria é utilizada sem ética por muitas indústrias para ludibriar o comprador no varejo. Paga-se mais caro e ainda se leva menos quantidade. A observação chegou pela missiva de Roldão Simas.
Pesos
A pipoca para micro-ondas foi lançada pela Yoki em embalagens de 100 gramas e é comercializada no Supermercado Wal-Mart por R$ 1,48. Na mesma gôndola encontramos pipocas de outras marcas em embalagens do mesmo tamanho e formato, mas com pesos (e preços diferentes). A Elma Chips, com 80 gramas, vendida por R$ 1,68 (equivalente a R$ 2,10 por 100 gramas) e a ACT II, da Cargill, com 85 gramas, a R$1,88, (ou seja, R$ 2,21 por 100 gramas).
Leitor
Cabe uma pergunta sobre a administração dos fundos de pensão: como acreditar na seriedade da administração desses recursos se, como fez o governador do Distrito Federal, no primeiro aperto que se apresenta simplesmente mete a mão nos recursos do trabalhador?
História de Brasília
Hoje cedo, era intenso o movimento no aeroporto, com todos os aviões lotados. O ministro da Educação conversava alegremente com todos os presentes, sem, entretanto, demonstrar o mínimo conhecimento dos acontecimentos. (Publicado em 26/8/1961)
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Ovo não fecundado
Com a forte rejeição ao nome e ao partido, divulgada por recente pesquisa, o lulismo caminha trôpego para o colapso final. O símbolo da sigla partidária, representada pela estrela vermelha solitária, numa referência a seu único nome de peso, amarga um entardecer melancólico.
Aquele tempo do agitar as bandeiras sem pensar em pagamento se foi. Até artistas se envergonham de ter bradado por um Brasil que seria diferente. Irene Ravache declara que o PT foi a maior decepção da vida dela, e Regina Duarte permanece na elegância de quem sempre soube das coisas.
Com a saída de Lula, dono da bola e do campo petista, o jogo para a legenda murchou. A ideia de refundação do partido, levantada em outras ocasiões, permanece de pé. O brasileiro já sabe que isso não vai resolver. Quantos nomes teve a LBA? O rótulo nunca muda o conteúdo.
Refundado ou não, resta ao PT colher os frutos de sua lavoura nesses 13 anos. À medida que as investigações vão cavando e revelando os cadáveres escondidos, aumenta também, na mesma proporção, o fosso que separa o partido e seu dirigente da sociedade brasileira. Se vencer a tese da refundação, o único caminho razoável será extirpar da sigla toda a antiga direção, inclusive o próprio Lula.
Aliás, qualquer refundação pra valer terá de que ser feita com gente nova. O estatuto do partido, que até aqui tem dado total proteção para acusados e condenados pela Justiça, terá que ser reescrito. Dada a pouca chance desses fatos ocorrerem, fica a impressão de que ou não haverá refundação ou a sigla rachará, a exemplo do que ocorreu com o brizolismo e a sigla do PTB, ocasionando o nascimento do PDT.
Desacreditado e com discurso esvaziado, restará ao PT se conformar com a nova estatura de anão político. A outra saída será se unir ao PSol e ao PCdoB, formando esquerda tipo maionese, onde ideários copiados do bolivarismo venezuelano, vãose misturar à nostalgia cubana dos anos 1960, com pitadas do Foro de São Paulo, num sarapatel requentado e até mesmo hilário. A foice deixou de eliminar a corrupção, o martelo bateu no dedo, a estrela é lixo celestial e o picareta, em alusão ao dono da bola, serão fundidos. Dessa amálgama nascerá um ovo. Um ovo choco.
A frase que não foi pronunciada
“Uma democracia sem corrupção é reconhecida pela coragem da oposição.”
Livro imaginário Antes do inteiro 13 e depois do partido 13
No tribunal
Em um caso em que a lei deixou escapar a previsão, o advogado perguntou ao juiz de onde ele tirou a ideia, onde estava escrita. Sabiamente, fazendo o papel que lhe cabe, o juiz respondeu: “No bom senso”.
Segurança
Um cargo na diretoria de sindicatos rende 72 meses de emprego garantido. Ninguém vai demitir sem justa causa e ressarcir essa enormidade de tempo.
Trabalho
Fiscais do Trabalho precisam sair no horário de almoço para dar uma volta no Senado, na Câmara e nos ministérios. Os terceirizados que cuidam da limpeza não têm onde descansar. Almoçam sentados no meio-fio, deitam-se na grama ou em calçadas. As condições de descanso nos intervalos precisam melhorar.
Memorável
Quem comentou sobre o encontro com Claudio Coletti foi Helival Rios. Estava realmente emocionado quando voltou ao túnel do tempo e viu como foi a participação de toda a turma para a imprensa brasileira.
Legis
Pegando carona nas leis, a Editora Saraiva está legislando. O Vade Mecum volta e meia apresenta algumas correções incabíveis ou omissões inadmissíveis.
Saída
Para o governo Rollemberg, a situação é insustentável. A saída foi inteligente. Para espaços públicos como a Torre de TV, parques e zoológicos, entre outros, a solução será a parceria com empresas privadas.
De graça
Inspirada na tragédia Otelo, de Shakespeare, a Cia. Face e Carretos Alegre (RS) traz a temática do ciúme manipulado pela inveja e, com ela, constrói drama fantástico, em tom surrealista na peça O monstro dos olhos verdes, ou por quem morrem as pombas? Amanhã e quinta-feira, às 20h, no Teatro Plínio Marcos.
História de Brasília
Observância ao Plano Piloto. Na W3 há diversas oficinas, principalmente de automóveis (Folks, DKW, Willys) tudo isso irregular. No Setor Escolar há uma estação de rádio. Em frente à Novacap, residências são transformadas em casas de comércio, e os cartórios dão mau exemplo. No SCL, a área de trânsito público é ocupada por bares, com mesas ao ar livre. (Publicado em 17/9/1961)
Desde 1960
aricunha@dabr.com.br
com Circe Cunha // circecunha.df@dabr.com.br
Asas da liberdade
Com a reabertura democrática,os movimentos sociais sufocados por duas décadas de opressão vieram à tona com toda a força, deflagrando pelo país as mais variadas reivindicações. Primeiro pela liberdade de organização e de sindicalização.
Realizada esta etapa, seguiram-se agitações por reposições salariais, planos de carreiras e outros auxílios diversos. Desse tempo ficou a esperança de que, para o funcionalismo público, se abririam dias de bonança. Passada esta fase “juvenil” de nossa democracia, depois de igual período experimentando o regime de liberdades plenas, outras e novas questões surgiram no rol reivindicações da categoria.
Para os professores, em especial, a realização de uma ou duas greves anualmente, deixou claro que algo errado persistia com a classe. A almejada liberdade, onde tudo seria conquistado pela pressão desses profissionais, não trouxe as melhorias sonhadas. As escolas continuaram no seu lento processo de sucateamento, os ganhos salariais obtidos numa ponta, foram facilmente corroídos no outro extremo pelos efeitos da inflação em cadeia. As vitórias do dia anterior eram facilmente ultrapassadas pela realidade do dia seguinte.
A mesmice das greves, entronizadas no cotidiano de alunos e pais, só fez crescer o processo de decadência acentuada do setor educacional.
Desmotivação e professores cada vez menos preparados para a função foi o que restou de anos de paralisações.
Sem outra razão para existir do que fomentar greves relâmpagos, restou aos sindicatos o papel de piromaníaco das relações trabalhistas.
Rapidamente alguns professores mais lúcidos começaram a perceber que neste labirinto não havia saída nem solução possíveis .
O problema da educação pública de qualidade é muito superior às questiúnculas sindicais imediatistas e de cunho ideológico partidário.
Definitivamente não há solução possível via greves e interrupções sistemáticas de aulas. Passou da hora de o governo Rollemberg tomar a dianteira em relação ao restante do país e buscar conjuntamente a solução definitiva ou de longo prazo para os muitos problemas do ensino público.
Propostas, como a mudança no método de custeio do ensino, através da adoção do financiamento do sistema com base em valores per capita de cada aluno efetivamente matriculado e frequente, poderiam ser discutidas. Em outras palavras, os recursos para bancar escolas e professores viriam de cada aluno financiado pelo governo. Os recursos ficariam sob a administração de cada regional que aplicaria diretamente em suas escolas.
A Secretaria de Educação precisa cortar as gorduras, assim como o restante da burocracia perdulária e inoperante. A autonomia das escolas daria sentido ao sistema da meritocracia, premiando as boas escolas e reorientando aqueles estabelecimentos menos capazes. Enfim, livrando as escolas da intromissão política dos governos e de quebra libertando os professores da opressão dos sindicatos.
A frase que não foi pronunciada
“A gratidão tem memória curta.”
Benjamin Constant
Posse
Com 37 anos, o oncologista Gustavo Fernandes vai dividir a tarefa de dirigir o Centro de Oncologia do Hospital Sírio-Libanês(Unidade Brasília), e a presidência da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica. No discurso da posse na SBOC, o especialista em tumores gastrointestinais declarou que está pronto para trabalhar para que a entidade seja um modelo para o país.
Verdade
Quem sempre teve ojeriza de imitar americanos agora compra a briga pela legalização do aborto agradando a multinacionais que gargalham frente às facilidades da corrupção no Brasil. O juiz que autorizou o primeiro aborto nos EUA, no caso Roe contra Wade, carrega o arrependimento por toda a vida. Ele disse que, se naquela época os aparelhos de imagem fossem tão avançados como os de hoje, jamais permitiria o assassinato intrauterino. Não faltam vídeos no YouTube mostrando o esforço dos bebês para sobreviver aos ataques patrocinados pela própria mãe.
Em nada
Com a timidez de sempre, os tucanos criticam a pizzada da CPI do BNDES. Deputados do PSDB comentaram sobre a falta de acesso aos documentos e ingerências políticas no processo. De acordo com o Coaf, as operações suspeitas somam R$ 500 milhões.
Memória
Foi só chegar às empresas telefônicas, pagar R$ 600 pelo extrato de ligações de quem quer que seja. Senadores já compraram o próprio sigilo telefônico. O senador Álvaro Dias conferiu a lista das próprias ligações. Estava certa. O deputado Gustavo Fruet também checou. Só o então senador Aloisio Mercadante disse que as informações eram falsas. O fato ocorreu em 2008.
Perigo
Que rigor é esse? 520 mil toneladas de agrotóxicos consumidos em 2014 no Brasil. Enquanto o mundo inteiro proíbe vários tipos desse do produto, o nosso país recebe sem burocracia. Os rios vão sentindo o impacto.
História de Brasília
O Ministro Pedroso Horta foi o primeiro a tomar conhecimento da decisão do sr. Jânio Quadros, mantendo, entretanto, segredo absoluto. (Publicado em 26/8/1961)
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com Circe Cunha // circecunha.df@dabr.com.br
Conversa de comadres
Feita sob medida para buscar frestas de luz e ar fresco depois de soterrado e acuado por um mar de lama de denúncias de corrupção que envolve diretamente sua pessoa, seu governo, o governo da sucessora, seu partido e, de quebra, membros da própria família, o ex-presidente Lula usou da conhecida verborragia para dizer o que bem quis numa entrevista em que o interlocutor se limitou a abrir portas para o chefe do Partido dos Trabalhadores passar com o discurso ilusionista.
Nos bastidores, o que se comenta é que Lula teria ligado pessoalmente para Silvio Santos, dono da emissora, pedindo espaço para o “pronunciamento”, disfarçado em forma de entrevista, a fim de dar sua versão para o que já é chamado de década perdida. A imprensa séria, escaldada por esse tipo de fala ensaiada, preferiu ignorar o assunto. Ao contrário de blogs e do próprio Instituto Lula, que deram grande destaque ao fato. Entretanto, uma observação mais atenta, feita sob a lupa de um psicanalista interessado, pode revelar, nas entrelinhas, no omitido, muito sobre esse personagem controverso da política nacional.O cenário gigante, ao fundo, repleto de imagens do entrevistado em vários momentos de sua trajetória, até com a foto oficial ostentando a faixa da República, já denunciava o caráter propagandístico da conversa coloquial. A pré-pauta, com as perguntas conhecidas de antemão, eram recebidas pelo ex-presidente sem surpresas e com um sintomático sorriso no canto dos lábios que insinuava, além de falsa segurança no que dizia, tentativa de desqualificar, pelo deboche, o grande número de denúncias que lhe pesam sobre os ombros.
Entre um afago e outro na barba rala, afiando a ponta do bigode, Lula concorda com a deixa do entrevistador de que a bandeira de uma possível candidatura sua é pequena e se resume em apenas evitar a volta da oposição. “Não tenho vontade de ser candidato, sou candidato para defender o pobre”, disse. O problema maior em buscar sentido prático em entrevistas ensaiadas é que cada gesto, cada fala passa a se incorporar intimamente ao gestual, ficando todo o enredo prisioneiro apenas da performance do ator.
No caso da entrevista em foco, quem estava sentado ao lado do jornalista do SBT era muito mais do que um político típico brasileiro. Na verdade, era alguém cuja grande proeza se resume na sobrevivência em meio ao grande sertão inóspito que provocou e deixou para trás.
A frase que não foi pronunciada
“Não sei como será o Brasil de 2050, mas o de 2017 vai continuar no vermelho. Em todos os sentidos.”
Mente coletiva
Lado bom
Governador Rollemberg acertou quando convidou um professor da UnB para tomar corpo na Secretaria de Segurança. Arthur Trindade deixou sua marca nesse breve tempo. O corpo docente das universidades brasileiras precisa ser consultado mais vezes por todas as esferas do governo. Ganha a comunidade. Os ponteiros políticos vão se ajeitando com o tempo.
Preços
Novamente mostramos a forma de as indústrias venderem iludindo os consumidores. A falta de padrão de peso da mercadoria é utilizada sem ética por muitas indústrias para ludibriar o comprador no varejo. Paga-se mais caro e ainda se leva menos quantidade. A observação chegou pela missiva de Roldão Simas.
Pesos
A pipoca para micro-ondas foi lançada pela Yoki em embalagens de 100 gramas e é comercializada no Supermercado Wal-Mart por R$ 1,48. Na mesma gôndola encontramos pipocas de outras marcas em embalagens do mesmo tamanho e formato, mas com pesos (e preços diferentes). A Elma Chips, com 80 gramas, vendida por R$ 1,68 (equivalente a R$ 2,10 por 100 gramas) e a ACT II, da Cargill, com 85 gramas, a R$1,88, (ou seja, R$ 2,21 por 100 gramas).
Leitor
Cabe uma pergunta sobre a administração dos fundos de pensão: como acreditar na seriedade da administração desses recursos se, como fez o governador do Distrito Federal, no primeiro aperto que se apresenta simplesmente mete a mão nos recursos do trabalhador?
História de Brasília
Hoje cedo, era intenso o movimento no aeroporto, com todos os aviões lotados. O ministro da Educação conversava alegremente com todos os presentes, sem, entretanto, demonstrar o mínimo conhecimento dos acontecimentos. (Publicado em 26/8/1961)
Lux Animae eVox Animae em
THE ARMED MAN
uma missa para a paz
– de Karl Jenkins –
sáb 21 nov 2015 – 20h
dom 22 nov 2015 -16h
Solistas:
Alma Thomas
Indiana Nomma
W3 Filarmônica
Regência: Maestro Alexandre Innecco
Auditório do Colégio Carmen Sallés
Av. L2 Norte, Q 604
THE ARMED MAN é uma peça única, escrita no começo do século XXI pelo galês Karl Jenkins. A obra, com pouco mais de uma hora de
duração, é um convite à reflexão sobre a guerra. A música é emocionante da primeira à ultima nota, e tem arrebatado plateias onde é apresentada.
O ECAI tem orgulho de produzir a première brasileira deste trabalho.
INGRESSOS: ATENÇÃO ANTES DE COMPRAR! NÃO SERÁ PERMITIDA A ENTRADA DE ESPECTADORES APÓS O INÍCIO DO
ESPETÁCULO, E O DINHEIRO NÃO SERÁ DEVOLVIDO. NÃO COMPRE O INGRESSO SE NÃO CONCORDAR COM ESSA REGRA!
CLASSIFICAÇÃO INDICATIVA: 14 ANOS
MEIA ENTRADA (R$60) PARA: Estudantes, maiores de 60, professores; Músicos, atores, artistas; Doadores de 1kg de alimento não perecível.
(A dinheiro ou Cartão – débito ou crédito);
VISTO, LIDO E OUVIDO – ARI CUNHA com Circe Cunha colabora MAMFIL
Desde 1960aricunha@dabr.com.brcom Circe Cunha // circecunha.df@dabr.com.br
As leis prêt-à-porter“Leis são como salsichas. É melhor não ver como elas são feitas.” A frase atribuída ao chanceler prussiano Otto Von Bismarck (1815-1898) diz muito sobre a atividade legislativa da atualidade. Não bastassem as denúncias de venda de medidas provisórias, investigadas pela Operação Zelotes, que desmoralizam gravemente esse instituto, vemos que, pelo imperativo da urgência ditada pela crise, a fábrica de leis, instalada no Congresso para atender aos afoitos do governo, vem elaborando um conjunto de leis, no mínimo, discutível.O que a base aliada faz em benefício das estratégias do Executivo ocasiona, no mesmo sentido, crescente sentimento de frustração na sociedade que almeja, há muito tempo, reformas estruturais profundas, e não remendos feitos para atender a situações específicas de momento. É dessa forma que vão sendo sancionadas pela presidente, a toque de caixa, leis que resolvem o problema dela a curto prazo, mas apenas empurram para o futuro problemas graves. Ao sancionar o projeto de lei, criando alternativa ao fator previdenciário para os aposentados (vetando o dispositivo legítimo da desaposentação), a presidente deixa para as calêndulas o que realmente interessa, que é a reforma da previdência, cujo deficit anual beira os R$ 58 bilhões.Da mesma forma, no intuito de fazer caixa para o Tesouro, esvaziado pela incúria demagógica e populista da última década, o governo busca a repatriação de capitais escondidos no exterior, abrindo brechas para anistiar corruptos e sonegadores, alguns bem conhecidos, tudo em nome do Estado.Nesse tiroteio caboclo, em que as balas cruzam de lado a lado, medidas como essa fazem crescer a desconfiança na população de que o perdão presidencial tem endereço certo. O problema com as leis extraídas a fórceps é que, por falta de legitimidade e consenso popular, murcham ainda na primeira estação, deixando mais problemas para trás do que soluções à frente. Já aconteceu com a falta de discussão do novo usucapião familiar. O mesmo ocorre agora, com a aprovação da lei do direito de resposta, a Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert), cuidou logo de lamentar o resultado da votação, que, no seu entender, poderá inviabilizar o trabalho dos veículos de comunicação, blindando, sobretudo, políticos enrolados com a Justiça. Feitas sob medida, essas leis seguem a tendência da estação atual no quesito prêt-à-porter petista. A frase que foi pronunciada“Onde reina a força, o direito não tem lugar.”Provérbio português AmigoNeste sábado, festa garantida no Cota Mil Iate Clube. São esperadas centenas de jornalistas que trabalharam na Sucursal da Folha de São Paulo, de 1960 a 1980, e os amigos que fez no clube quando era comodoro. Claudio Coletti será o homenageado. São 85 anos de vida bem vivida. IncompetênciaBrasileiro é um povo interessante. Mesmo sem ser empresa, a dona de casa é obrigada a pagar pelo empregado doméstico como se fosse chefe, e não patroa. A nova lei não prima pelo princípio da realidade. Mesmo assim, os brasileiros querem acessar o eSocial para atender às obrigações impostas pelo estado. Daí a surpresa. O estado não estava pronto para cobrar. GuiaSensacional o portal na internet Quonde.com.br. Apesar do nome estranho, a página é amigável. Para as pessoas que precisam localizar alguma loja no comércio do Plano Piloto, ou pelo nome, produto, ou ainda pelo serviço, vale a busca. Outros mecanismos também estão facilitando a vida do consumidor brasiliense, como: o querocomer.com.br, zomato.com e o apontador.com.br. PercepçãoLucas Cesar Dias Barreto Ambrósio é um apaixonado pelo Tribunal do Júri. O graduando começa a perceber que a legislação no Brasil precisa mudar a forma protetora que adota em relação aos réus. Lucas comenta sobre a vedação à pena de caráter perpétuo comparando o réu com a família da vítima assassinada. ContinuaNas palavras de Lucas, a Constituição Federal, a mesma que diz que são os senhores os competentes para julgar a causa, determina a vedação das penas de caráter perpétuo. Com relação ao autor, isso de fato funciona, ele tem pena certa e determinada, com expectativa de retorno à sociedade. Mas, com relação à família da vítima, isso não passa de falácia — o réu os sentenciou a uma pena que deverá ser cumprida por toda a eternidade. Quanto a essa, não cabe remição, detração, progressão de regime, indulto ou sequer recurso. A família sofre as consequências do ato pelo resto da vida. EntendaAuxílio-reclusão não é verba para o preso e, sim, para a família que dependia dele. O valor máximo é de R$ 975. O INSS calcula 80% da média dos salários que o preso já teve. Só recebe se o interno estiver em regime fechado ou semiaberto e já tiver contribuído para a Previdência antes de ser preso. História de BrasíliaO Batalhão da Guarda Presidencial entrou, imediatamente, em prontidão, tomando todas as medidas para a segurança da Cidade, que, entretanto, nada presenciou de maior movimentação, a não ser nos círculos políticos.
(Publicado em 26/8/1961)
FERIADOS VÁLIDOS
Mais da metade dos atuais feriados perderam quase toda a significação comemorativa; constituem-se, na verdade, apenas folgas no trabalho. Nem por isso deixam de ter importância social, tanto pelo descanso extra, indispensável na agitada vida moderna, como pela movimentação de outras atividades econômicas, como as da chamada “indústria” do turismo interno. Entretanto, como os feriados são, em geral, datas fixas, caem em diferentes dias da semana a cada ano.
Quando isso ocorre no meio da semana acaba causando o “enforcamento” dos dias úteis imprensados entre o feriado e o fim de semana, alongando, desta forma, demasiadamente os dias não trabalhados, onerando com a improdutividade as empresas e a economia nacional.
Os países capitalistas do primeiro mundo equacionaram o problema. Transformaram alguns feriados em datas móveis, transferindo-os para a 2ª feira anterior à data alusiva. Essa solução foi experimentada aqui no Brasil por um curto período, por volta de 1985, e acabou sendo revogada porque a Igreja não admitia comemorar o Corpus Christi a não ser na própria 5ª feira do calendário litúrgico.
Aconteceu assim haver dois feriados de Corpus Christi na mesma semana, um na 2ª feira antecipada e outro na 5ª feira da liturgia católica.
Será que daria certo insistir na mesma proposta ou valeria a pena analisar o assunto em busca de uma nova saída?
Vejamos. A revogada lei de antecipação dos feriados fazia uma distinção entre eles. Uns deveriam ser comemorados em suas datas, outros seriam antecipados. Ou seja, havia uma divisão hierárquica: feriados mais importantes e feriados menos importantes. Havia cinco não antecipáveis: 1º de janeiro (feriado social); sexta-feira santa (religioso); 1º de maio (político-social) – incluído posteriormente como não-antecipável; 7 de setembro (cívico) e 25 de dezembro (social/religioso) Havia outros seis antecipáveis: Três nacionais: Tiradentes (em abril); N.S.
Aparecida (em outubro) e a proclamação da república (em novembro), e três municipais, que deveriam levar em conta a tradição religiosa local. Boa parte dos municípios decretou como feriados: o dia da cidade ou o do seu padroeiro, o dia de Corpus Christi (em junho) e o dia de Finados (em novembro). Hoje são estes os onze feriados legais no Brasil. Há quem diga que existem feriados demais no Brasil. Na verdade são só onze dias por ano, portanto menos de um por mês. Não parece demasiado se comparado com os países do primeiro mundo. Na realidade, entretanto, há ainda outros dias sem expediente de trabalho normal além dos previstos em lei: os dias de carnaval, a quarta-feira de cinzas, a quinta-feira santa, a véspera de Natal, o 31 de dezembro, apoiados todos pelo endosso federal, do “ponto facultativo”, e, ainda os setoriais: dia do professor, dia do comerciário, do servidor público. São, no mínimo, para uma boa parte dos brasileiros mais uns cinco dias parados. (É bom lembrar que a lei deve ser igual para todos.) Vamos agora então analisar a significação de cada data a fim de ajustar os feriados à atual realidade nacional, mantendo o conveniente limite atual de onze por ano e eliminando ao mesmo tempo as situações abusivas e privilegiadas ora existentes. Enfim, tornando o País sério e moderno, pelo menos quanto aos feriados.
* Ano Novo: É um feriado tradicional em todo o mundo. É a comemoração da esperança renovada na vida. A passagem do ano é comemorada com bailes e festas. Proposta: Feriado mantido.
* Carnaval: O famoso “tríduo de Momo”, pela lei, não é feriado. Não há, entretanto, como não considerar feriados a segunda e a terça feira de carnaval, pois, no carnaval, há de fato a mais longa paralisação do trabalho no ano. Isso não é absurdo; é bom lembrar que o turismo, ao contrario das demais atividades econômicas, depende diretamente dos feriados para faturar. Proposta: Criar dois dias feriados nacionais, a 2ª e a 3ª feira de carnaval.
* Semana Santa: Além da 6ª feira santa – que já é feriado em todo o território nacional – a 5ª feira santa deve ser incluída, conciliando-se assim os desejos e os hábitos das pessoas que viajam – é bom lembrar que muitas famílias só se reúnem quando há feriados prolongados com os fins de semana – com as festividades religiosas oficiais e paralelas, como as representações da vida de Cristo que se realizam nas quintas-feiras santas em muitas cidades do país. Vale, por outro lado, lembrar que no Uruguai, onde se leva à risca a separação entre o Estado e a Igreja, esta semana é chamada de Semana do Turismo. Proposta: Criar o feriado da 5ª feira santa e manter o feriado da 6ª feira santa.
* Tiradentes: É um dos feriados incluídos entre os que eram antecipados. Apesar de Tiradentes ter sido guindado à posição de patrono cívico do Brasil, trata-se de uma comemoração que pode e deve ser feita até mais facilmente com as escolas e empresas em atividade. Proposta: Feriado a cancelar.
* Dia do Trabalhador x Abolição da Escravatura: (O 1º de maio, dia do Trabalho, foi inicialmente um dos feriados móveis, antecipados). O 13 de maio, Abolição da Escravatura, já foi feriado nacional quando o 1º de maio ainda não o era. O 13 de maio representa o fim do trabalho não remunerado. É, portanto, data na qual pode ser comemorado o dia do trabalhador brasileiro, em vez o 1º de maio, data com origem na Internacional Socialista. Cabe lembrar que nos EUA e na Grã-Bretanha o feriado do dia do trabalho é comemorado na primeira 2º feira de setembro. Proposta: Transferir o feriado para a segunda 2ª feira de maio, comemorando-a como dia do Trabalhador e como dia da Abolição da Escravatura.
* Corpus Christi: É um feriado religioso católico, considerado da alçada municipal, incluído originalmente como antecipável. Embora possa ser data importante para os católicos praticantes, é de comemoração limitada que não justifica o feriado. Proposta: Feriado a ser cancelado.
* Dia da Independência: Data nacional do País, festa cívica da maior relevância e que deve concentrar todas as comemorações de cunho especificamente patriótico. Proposta: Conservar o feriado e estimular mais sua comemoração.
* Nossa Senhora Aparecida: Este é o mais novo feriado brasileiro. Foi decretado pelo presidente Figueiredo em homenagem à visita do Papa ao Brasil em 1980. Não tem nenhuma tradição que o justifique e é fortemente questionado pelos evangélicos. Como curiosidade vale a pena citar que o 12 de outubro é feriado em grande parte dos países das Américas pois é a data da chegada de Colombo ao Novo Mundo. Aqui, se fosse o caso, a data a lembrar seria o 22 de abril, a chegada de Cabral. Proposta: Feriado a ser cancelado.
* Finados: É feriado municipal. Dia da veneração aos mortos queridos, especialmente os antepassados. Proposta: Transformar em feriado nacional, a ser mantido no dia 2 de novembro.
* Proclamação da República: Era um dos feriados nacionais móveis. Nunca foi uma data muito comemorada. As comemorações cívicas devem ficar concentradas no dia da Independência. Proposta: Feriado a ser cancelado.
* Natal: Época por excelência da confraternização da família, comemorado em 25 de dezembro até em países não cristãos, como o Japão. A reunião da família para a Consoada na noite de 24 de dezembro implica em que também a véspera de Natal deva ser feriado nacional. Na Inglaterra e em muitos outros países o dia 26 de dezembro também é feriado, para permitir a viagem de volta dos que foram passar o Natal com os parentes. Proposta: Criar o feriado no dia 24 de dezembro, véspera de Natal, e manter o do Natal em 25 de dezembro.
* Feriado Municipal: Haveria um único feriado municipal para comemoração local. Os municípios escolheriam a data de preferência: dia do padroeiro, da fundação da cidade, da emancipação do município, etc. Seria um feriado móvel, antecipado para a 2ª feira respectiva.
Resumo: Seriam mantidos onze dias feriados no Brasil: os nacionais, em número de dez, a saber: Ano Novo (1º de janeiro), Carnaval (2ª e 3ª feira); Semana Santa (5ª e 6ª feira); dia do Trabalhador / Abolição da Escravatura (segunda 2ª feira de maio); dia da Independência (7 de setembro); Finados (2 de novembro); Natal (24 e 25 de dezembro) e mais o municipal de cada burgo (antecipado para a 2ª feira respectiva). Além disso, seriam proibidos os “pontos facultativos” federais, estaduais e municipais, bem como os “feriados escolares” e proibidas as paralisações do trabalho a título de comemoração de qualquer dia particular, como dia do professor, dia do comerciário, dia do servidor público etc.