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Interina: Circe Cunha     
Colaboração Mamfil    

Mãos à obra
 
Dados oficiais devem ser vistos com forte lupa, principalmente quando cuidam de apresentar índices e outros indicadores que favorecem e inflam a atuação de determinados governos. O Distrito Federal, com uma população de 2,5 milhões de habitantes é, dentre todas as unidades da Federação, aquele que possui a maior renda nominal domiciliar do país, com quase o dobro do valor da renda média do brasileiro. Segundo dados do IBGE, a renda média dos brasilienses é de R$ 2.055, enquanto dos brasileiros gira em torno de R$ 1.052.
Com uma posição relativa dessa renda, muito acima do restante do país, as diferenças entre ricos e pobres dentro da própria  capital  tornam-se mais visíveis e dramáticas do que nas demais regiões do país.  Estudo elaborado pela Companhia de Planejamento do Distrito Federal (Codeplan) referente ao índice de pobreza no DF aponta que existem atualmente na Capital Federal 5.862 famílias vivendo em situação crítica de pobreza. A análise, feita com base no chamado Cadastro Único do DF, mostrou que de acordo com as condições de habitação, acesso ao ensino médio e fundamental, existência de dependência infantil na família, vulnerabilidade financeira e outras 16 variáveis socioeconômicas, existem níveis críticos de pobreza dessa parcela da população, que precisam ser resolvidos o quanto antes. O estudo adverte que, devido ao caráter inter-relacionado da pobreza, é preciso esforços articulados e urgentes, de planejamento de diferentes pastas governamentais na busca da redução da pobreza no DF. 
De posse desses dados, o atual governador e sua equipe tem pela frente o amplo e duro desafio na redução da pobreza na Capital do país, sobretudo agora em que a crise econômica ameaça o emprego e a renda da maioria das famílias  brasileiras. Com dados dessa magnitude apresentados agora pela Codeplan , as ações do novo governo local ,  tem um marco de saída que serão confrontados mais tarde e que irão dizer, ao certo, se medidas adequadas foram adotadas no tempo correto.
 
A frase que não foi pronunciada:
“Quero ver alguém conseguir delimitar o fio entre a verdade e mentira nos discursos.”
Ulisses Guimarães, de onde está
 

Débitos
Agora é a vez de enquadrar as empresas devedoras. A Secretaria da Fazenda do DF, com base no cruzamento de dados começa a distribuir as notificações aos empresários devedores ao fisco distrital.
 
Transporta
Com a troca das empresas de transporte que servem a capital foi necessário ampliar o percurso para buscar passageiros. As reclamações são constantes e ainda faltam ônibus em muitos locais e horários.
 

Outros tempos
Por falar em transporte, quando foi que isso mudou? Em Brasília a educação, saúde e transporte eram usados por todos, de todas as classes sociais. E funcionavam a contento.
 
Inesquecível
 
Dra. Tereza Mariz articulou uma apresentação do Coral do Senado no Grupo Escolar Berilo Wanderley, em Natal, entre outros eventos. Adolescentes conheceram com uma atividade de 50 minutos, breve pincelada em várias notas sobre a construção de uma música cantada. Sob a regência de Glicínia Mendes, foram conduzidos ao comando da interpretação ao cantar. O sucesso foi estrondoso. Os jovens que interagiram o tempo todo com o coral. Tinham fome de arte.
 
Números
Depois de enfrentar a redução da carga horária do corpo de funcionários dos hospitais públicos aparece a notícia de que o TCDF constatou que o gasto com pessoal no GDF circulou os 48%. Assim fica difícil governar.
É real
Parece outro país. Reinando por anos no mais completo corporativismo os taxistas vão precisar se acostumar com a UBER. Não há como comparar a presteza, agilidade, educação, conservação dos veículos, seriedade no trato com o passageiro, pagamento prévio sem manuseio de notas. Além disso, há como compartilhar a viagem por gps com alguém da família que acompanha o percurso. Se a democracia é para o povo, com o povo e pelo povo,   Uber vence.

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Dá para acreditar agora?
 
Com o aparelhamento dos órgãos públicos, responsáveis pela fiscalização da boa aplicação do dinheiro dos contribuintes, com o sistema atual de indicação dos ministros da mais alta corte e com um sistema eleitoral no qual as empresas financiam diretamente seus representantes, ninguém duvida mais de que o Estado está dominado por um misto de caciques políticos e empresários astutos.
  Nossa crise tem sua origem justamente nessa montagem peculiar do Estado. A boa nova é uma lufada de ar fresco começa a soprar a partir de Curitiba, com o enquadramento de alguns figurões desse  clube exclusivista e que até a pouco tempo se considerava acima do alcance da justiça.
Até quando isso irá durar, ninguém sabe. A verdade é que na confecção desse modelo de Estado, o cidadão  é penas um detalhe, lembrado em época de eleição  para dar um caráter institucional ao grande esquema que se perpetua. Não é por outra razão que os ditos representantes da população se recusam a deflagrar uma verdadeira reforma política. Não é por outra razão que os empresários orientam seus eleitos a não prosseguir com reformas fiscais e tributárias. Afinal é preciso manter o fluxo contínuo de recursos vindos a partir dos contribuintes. Não é por outra razão que o sistema de fiscalização da Receita trabalha nos moldes de países de primeiro mundo.
Quem financia um Estado com esse tipo de estrutura são , obviamente, todos aqueles que devem ser deixados o mais distante possível da realidade da máquina. Ao cidadão comum, como se ao menos pudesse ser assim chamado, resta bancar um festim no qual jamais será convidado. A grande maioria dos brasileiros desconhece a cozinha e os bastidores onde são preparados os pratos que são postos à mesa.
 Falam-se em condenações futuras, em Agenda Brasil, em ajustes e em cortar na própria carne. São, na maioria quase total, promessas vindas à luz pela tensão do momento, para acalmar o trovão da turba, mas que tem como fiadores, os mesmos que sempre jogaram suas pás  de terra  sobre o buraco que cavaram para enterrar a população.
 
A frase que foi pronunciada:
“Será mesmo que Collor trocou o apoio de um país inteiro por três carros de luxo?”
Dona Marlene Dalva que votou no senador para a Presidência da República.
 
 

Prevenção
 Nem barreiras eletrônicas, nem redutores de velocidade têm evitado acidentes sérios na descida do Colorado. O policiamento efetivo com vistorias constantes, principalmente nos veículos de grande porte é fundamental.
 
Pesquisa
Codeplan realizou pesquisa onde 5.862 famílias foram identificadas como pobres em situação crítica. Na foto divulgada pela Agência Brasília, em um dos barracos um carro na garagem.
 

Foco
 Essa mesma pesquisa identificou que quase três mil famílias que teriam direito ao programa Bolsa Família não recebem do governo.
 

Urbanidade
 Defesa civil começa trabalho intensivo vistoriando os bueiros da cidade. O trabalho preventivo mostra que a própria população é a maior responsável pelos estragos durante as chuvas.
 
Era sério? 
Quem acompanhou o vídeo que está se alastrando pelo whatsapp quase acreditou. Maior e mais imponente do que todos os que estavam no recinto, o senador Ronaldo Caiado fez um brilhante discurso em nome do Congresso Nacional garantindo o impedimento da presidente Dilma Rousseff. O que deixou os internautas com a pulga atrás da orelha foi o sorriso dele ao se misturar com os presentes.
 
Operação Tira à Jato
 
Chega em nossas mãos um email do assessor Jossie Medcalf dando conta de que em menos de três horas e meia no ar, o site com as assinaturas a favor do impeachment da presidente alcançou mais de cem mil assinaturas. Pauderney Avelino espera chegar a um milhão. Interessante notar é que a força do PT para tirar Collor foi bem maior que a da oposição para tirar Dilma. Basta dizer que, independentemente de qualquer coisa, Collor não teve garantido nem o direito de defesa.

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Onde enxugar
 
Qualquer dona de casa, principalmente nas camadas de baixa renda, sabe exatamente o que fazer para esticar por 30 dias os escassos rendimentos da família. 
Na verdade, nenhum economista, por mais graduado que seja, consegue armar uma contabilidade  tão criativa e ao mesmo tempo eficaz, para manter os gastos dentro da realidade do dia a dia. Imagine essa mesma dona de casa, em virtude da redução forçada nos ganhos da família, impor a cada um dos membros um aumento de participação no bolo total. 
 Consciente da importância de manter o grupo em harmonia total e para a própria sobrevivência de cada um individualmente, sua decisão será, com certeza, cortar, ainda mais, qualquer outro gasto, por menor que seja. 
Resguardadas as proporções e complexidades, essa parece ser a receita básica para o estado sobreviver em tempos de crise. E é isto exatamente o que fazem países sérios mundo afora. Um exemplo típico foi dado pela Suécia, um pais escandinavo com excelentes indicadores de welfare state, ao rejeitar sua candidatura para sediar as Olímpíadas em 2022. A recusa foi feita  devido a eventuais prejuízos com a organização do torneio e devido a prioridades maiores, como a construção de moradias para a população. Medida racional, mas impensável por aqui. O exemplo contrário foi dado com a realização da Copa do Mundo de 2014 no Brasil, com a construção de inúmeros elefantes brancos (Mané Garrincha), quando o governo já  tinha conhecimento interno, muito claro, das debilidades da economia do país. 
Como dona de casa (do Brasil) Dilma Rousseff , seu governo e, sobretudo seu partido, se mostraram muito aquém da missão de administrar o orçamento da União. Em nome da perpetuação no poder e no afã de controlar o próprio Congresso, com a compra de parlamentares, conseguiu quebrar a oitava economia do planeta. Um feito e tanto.
 Com tanta incapacidade demonstrada, ao longo de mais de uma década, agravado ainda com o desvio descarado dos recursos públicos, não chega a ser surpresa o rebaixamento da nota do Brasil pelas agências de risco, colocando o país entre os caloteiros do globo. 
Diante de uma situação como a atual, melhor convocar uma junta de donas de casa comuns para rearrumar as finanças do país. Não tenham dúvidas do sucesso do resultado.
A frase que foi pronunciada
“Eu sempre escuto os prefeitos. Por que é que eu escuto os prefeitos? Porque é lá que está a população do país, ninguém mora na União, ninguém mora… “Onde você mora?” “Ah, eu moro no Federal”.
Presidente Dilma Rousseff
Silencioso
 
Bancos anunciam os lucros sem citar os funcionários que muitas vezes sofrem para alcançar as metas impostas. Os tribunais estão abarrotados de causas trabalhistas. Muitas vezes as metas são alcançadas pelo assédio moral.
 
Alguém contesta?
 
Por falar em bancos, a cobrança de juros sobre juros é proibida por lei e permitida na prática.
 
Via crucis
 
         Desgastados pelo estresse mutuários enfrentam  dificuldades para o financiamento imobiliário. Os casos ultrapassam a linha da sanidade. A burocracia é descabida. A falta de comunicação entre banco e construtora é teste de paciência. O que resolve é copiar todos os e-mails sempre para todos os envolvidos no assunto.
 
Consequencia
 
Enquanto os bancos postergam as respostas, o IGPM cresce com mais 1% para o pagamento feito pelo mutuário.
 
Solução
 
Uma coisa é certa. Nenhum gerente de banco se agrada quando alguma reclamação é feita na ouvidoria. E essa é justamente parte da solução.

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Qual é o Plano?   “A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para a promoção, proteção e recuperação”. Constituição Federal de 1988, artigo 196.    Ninguém duvida hoje no Brasil de que os planos de saúde e o sistema , como um todo, necessitam urgente de um check-up completo. O assunto é complexo e não dá para alinhavar diagnósticos superficiais que resultem na rápida melhora do sistema. De todo o modo, o que se apresenta logo na linha de frente é uma batalha declarada envolvendo todos os sujeitos desse conjunto. Médicos, pacientes e planos de saúde não se entendem. Os médicos se dizem explorados pelos planos. Os pacientes idem e, para isto recorrem à justiça sempre que os planos se negam a cobrir determinados exames. Os planos reclamam que os médicos pedem exames demais para justificar a superficialidade nos atendimentos. Na ponta desses confrontos, quem acaba ganhando são os laboratórios, que nunca lucraram tanto como agora e os fabricantes de remédios, que vendem como água. Com um sistema desestruturado dessa forma, não é surpresa para ninguém, que mesmo , operando com grande soma de recursos, as operadoras de planos, volta e meia, pedem concordata e se declaram falidas,  como ocorreu a pouco com a Unimed de São Paulo, deixando mais de 740 mil clientes sem cobertura. Pairando sobre esse cenário caótico a Anvisa e principalmente a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), aparelhadas, como de resto todas as agências reguladoras, são sempre as últimas a reconhecer o caos e a adotar , a tempo, medidas saneadoras. ­As operadoras de saúde são responsáveis hoje pelo atendimento de mais de 50 milhões de brasileiros. Trata-se de um número considerável de clientes/pacientes, capaz de fazer brilhar os olhos de qualquer  grande empresa do setor, mesmo as multinacionais.  Noutra ponta, o sistema público de saúde absorve hoje cerca de 3,6% do Produto Interno Bruto, menos que europeus e canadenses que gastam até 6% do  PIB com o setor. Criado em 1988 o Sistema Único de Saúde (SUS), apesar do brilhantismo revolucionário de sua formulação e das suas potencialidades, ainda não surtiu plenamente os efeitos esperados. O problema ainda é o baixo nível de investimentos. De acordo com especialistas do setor, é necessário ainda um acréscimo de mais de 60% para deslanchar uma melhora efetiva na saúde pública. Ocorre que o problema não é só de recursos, a má gestão da gigantesca estrutura contribui com parte significativa para o emperramento da estrutura, incluídos aí também , os desvios e a corrupção generalizada. Somados os investimentos públicos e privados, o país gasta em torno de 8,4% do PIB em saúde, valor abaixo  da média dos países da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) que aplicam 9% e muito abaixo dos 16% que investem os Estados Unidos. Para muitos especialistas, o nível de investimentos no setor saúde no Brasil , tem uma defasagem de mais de 30 anos em comparação com países mais desenvolvidos. Quando essa comparação é feita com base no PIB per capta , essa defasagem pula para mais de meio século. Pior é quando se compara indicadores de saúde, como mortalidade infantil, expectativa de vida  e outros, nosso sistema possui hoje um nível de desenvolvimento igual ou inferior aos que os países desenvolvidos tinham lá na década de 60. De toda a forma, o consenso geral é de que não é possível ser um país de primeiro mundo sem qualidade em saúde pública. Somos a oitava economia do mundo, mas o 78º em mortalidade infantil. Na Inglaterra, respeitadas todas as demais características, talvez esteja aquele modelo de saúde mais passível de ser tomado como exemplo, caso se busque também copiar um sistema de saúde considerado realista, bem estruturado e com longa data de funcionamento. O National Health Service (NHS) como é conhecido o sistema de saúde pública naquele país, possui características que se assemelham ao nosso SUS.  Integra mais de 1,3 milhões de pessoas, atendendo a cerca de 1 milhão de usuários a cada 36 horas. È por isso, considerado o maior sistema de saúde pública do planeta e uma quase unanimidade entre os britânicos. A universalidade de seu atendimento, a turistas, refugiados (legalizados ou não), estudantes e outros, é reconhecida e saudada  pela excelência dos serviços que presta. Naquele país é comum que o cidadão , mesmo o de elevada renda, com um bom pano de saúde, recorra aos NHS para ser  atendido,  apenas por um detalhe fundamental .. a confiança e o nível de excelência e profissionalismo dos médicos.  Num diagnóstico ligeiro, mas nem por isso certeiro, fica patente que faltam coragem cívica as lideranças do país para por fim a indústria de saúde e sucateamento dos hospitais públicos. A solução, a curto prazo, passa pela convergência de todo sistema  a universalidade de atendimento ou seja, nenhum brasileiro pode ficar sem o devido atendimento, em qualquer hospital, por qualquer motivo, conforme prevê o art.6º da Constituição. No  guiadedireitos.org, , no item referente  à saúde, estão relacionados todos os direitos   assegurados pela Constituição e que deveriam estar e não estão, afixados nos hospitais e centros de saúde pública. 

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Fundado a partir do Tratado de Assunção em 1991, o mercado  do Sul ou Mercosul, está prestes a completar um quarto de século de existência, tempo mais do que suficiente para a formação de opinião sobre a viabilidade prática dessa união. Nestes vinte e cinco anos, o quadro político na região teve uma reviravolta geral, principalmente com a ascensão de governos populistas nos principais estados membros. Mais do que um retrocesso, a chegada das autoproclamadas esquerdas ao poder, trouxe consigo uma cartilha de procedimentos ideológicos (reunidas à ermo, mas que resultaram num sarapatel que misturavam ideários do Foro de S. Paulo , bolivarianismo e outros exotismos)  que foram estendidos à Aliança comercial.  Essa “ nova integração da América Latina”,  que passou a vigorar desde então, mudou os rumos do Mercosul, agregando o elemento ideológico aos tratados de comércio comum, o que , obviamente, resultaria numa estagnação do mercado, quando não de sua própria decadência. Os episódios envolvendo Paraguai e Venezuela , resumem um pouco dessa história. O fato é que para o Brasil , o Mercosul se tornou num elemento a mais de preocupação, justamente pelos entraves que coloca para o deslanche de acordos comerciais com outros parceiros fora do bloco.  Hoje o Mercosul representa apenas 8,6 % do intercambio total de comércio do Brasil, recuando quase à metade dos 16% alcançados oito atrás. A crise econômica elevou ainda as restrições ao comércio de bens entre o Brasil e seus parceiros, fator agravado também com o aumento do protecionismo generalizado, o que tem levado o nosso país à uma posição de isolamento diante do Mercosul e das cadeias globais de comércio que se apresentam. Esse isolamento afetam também as negociações do próprio Mercosul . Destaque que três países firmaram acordos conjuntos com o Brasil e o Mercosul: Israel, Egito e Palestina, todos envoltos em conflitos internos de longa duração. A União Européia aguarda a anos que o Mercosul “redesenhe” seu modelo negociador para que possa estabelecer relações mais realistas. A liberalização tarifária proposta nas discussões sobre comércio entre os continentes ainda não despertaram o interesse dos parceiros. Também as chamadas convergências normativas regulatórias que poderiam deslanchar o comércio entre ambos ainda não saíram do papel. O principal produto das negociações comerciais do Mercosul com parceiros externos é a agricultura, que é ao mesmo tempo seu ponto forte e seu tendão de Aquiles. Neste setor os acordos e tratados são movidos, em grande parte pelo elemento “concessões agrícolas”, o que emperram as negociações e reduzem os debates a temas como incentivos e protecionismos. A questão do engessamento do Mercosul, por contradições internas já ganhou dimensão tal , que se fala inclusive, na saída do Brasil do bloco, solução negada, por enquanto pelas autoridades. A grave  situação na Venezuela, arrastando a Colômbia para seu centro de conflito, representa ainda mais um elemento complicador para um bloco já cambaleante das pernas. Por seu tamanho e complexidade e, pelo muito que já foi construído até aqui, um recuo do Brasil seria muito mais prejudicial para todos sem exceção.  Da mesma forma  a manutenção de  um mercado comum do continente nos moldes atuais, significa o emperramento do importante setor de comércio, ou , pelo menos sua manutenção em ritmo insatisfatório , dado o potencial do Brasil e de alguns de seus parceiros isoladamente. A questão que se coloca agora é se a manutenção do Mercosul vale ou não a pena para o Brasil. Na avaliação de um dos seus fundadores , o embaixador José Botafogo, presidente do Centro Brasileiro de Relações Internacionais (Cebri), o Mercosul ainda vale a pena, sobretudo quando se tem em mente que nas negociações comerciais internacionais, ainda vale o lema: “a união faz a força”. Para o economista Roberto Gianetti da Fonseca, a alta volatilidade das economias dos países membros, e mesmo a instabilidade política regional propiciam um elemento desagregador do bloco. “Do ponto de vista jurídico e institucional, diz, as recorrentes violações tarifárias e regulatórias dos acordos do Mercosul geram descrédito para o bloco. Fica assim difícil, se não impossível, negociar acordos comerciais com outros parceiros como a União Europeia ou mesmo com os países vizinhos da Aliança do Pacífico. E quem se aproveita disso é a China, que oferece financiamentos de longo prazo à Argentina e à Venezuela em troca de acesso privilegiado a seus mercados e concessões tarifárias unilaterais.” Aliás, a entrada da China nestas relações propiciou um elemento a mais de desagregação do bloco, na medida em que aquele país fez aumentar os conflitos e as rivalidades entre os países membros ao forçar a transformação do Mercosul em área de livre comércio. A formação dos Brics , mesmo ainda em fase embrionária veio trazer um novo complicador ao bloco sulamericano, mais pelo poder dispersivo do que por outra razão de fundo prático.  O fato inconteste é que a participação do Mercosul em nossa pauta exportadora encolhe a cada ano o que é agravado pelas amarras que são impostas ao Brasil nos acordos  com outros países e blocos. Contaminado agora pelas utopias bolivarianas e distante do pragmatismo que se exige no mundo das relações comerciais o Mercosul  transformou-se hoje no nosso “abraço de afogado”. Com ele , pelo menos vamos conhecer de perto o fundo do oceano,  de onde poderemos apreciar melhor as paisagens fantásticas das fossas abissais.

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Lição de moral é tudo que o eleitor e contribuinte não precisa.      “Entre o meu legado, eu acho que tem valores, inclusive morais, dos quais eu nunca abrirei mão. Eu diria que entre esses valores, eu, desde criança, quando lá em casa, as minhas meninas tinham discussão e tinha uma briga, eu dizia: ‘olha quem fez isso?’. Eu diria o seguinte: eu talvez brigasse mais com quem dedurou do que com aquele que fez o fato”. A lição,  de fundo moral, foi feita por Marcelo Odebrecht,  aos membros da CPI da  Petrobrás  , em audiência feita em Curitiba, na última semana.  A pequena história de virtudes caseiras  foi possível graças ao ambiente amistoso  estabelecido entre os deputados e Marcelo Odebrecht. A sessão transcorreu num curioso clima de” rasga seda”, inclusive  com elogios calorosos  feitos pela maioria dos  deputados  à essa empresa, conhecida pelo volume significativo de recursos que destina as campanhas políticas. O presidente da CPI, Luiz Sérgio reconheceu de público  que a Odebrecht além de ser uma “tocadora de obras”, fez doações a todos os candidatos a governadores, inclusive para as candidaturas a presidente da República. Com um ambiente  tão amistoso assim, não é de se admirar que o propósito central da oitiva e que levaram os membros da CPI à Curitiba, às custas do contribuinte , foi deixado em segundo plano e o que passou a vigorar foi um bate papo entre confrades.  Observada sob o ponto de vista do cidadão que acompanha  o desenrolar dessa longa  novela policial, a cena serviu para confirmar o poder  e o prestígio secular de alguns magnatas da  República, sobretudo daqueles que patrocinam as atividades políticas de vários partidos. A situação serve para confirmar o que sempre dizia o filósofo de Mondubim: “ quem aluga o traseiro, não escolhe onde sentar.”  Faltou, talvez, a presença efetiva de um parlamentar comprometido com o país, que lembrasse  àquele senhor que ele estava ali,  na condição de preso sob suspeita de graves crimes contra o erário público, acusado, dentre outros delitos de formação de quadrilha, corrupção e outras contravenções  penais.  A plácida desfaçatez  com que o dono da Odebrecht depôs aos membros da  CPI,  demonstra , de modo claro para todos,  a fé cega desse empresário no seu exército de defensores , na lentidão da justiça e na gratidão da classe política que saberá reconhecer  os favores  prestados por esse “benfeitor” da República.  A invocação de familiares e outros relacionamentos íntimos, num ambiente tão conturbado como o da Lava Jato , além de estratégia de advogados sagazes, serve para passar para a opinião pública o lado humano e cordial dos envolvidos no caso. Há duvidas do amor desse senhor por suas filhas. Educar é exemplo. A única certeza é sobre as intenções e estratégias quando resolve financiar a atividade política.   

A frase que não foi pronunciada: “ César declarou que amava as traições mas odiava os traidores.” Plutarco  

Farsa Não há como negar: os  partidos e os próprios políticos estão em baixa perante a opinião pública. O descrédito com o modelo de representação atual , aqui e em outras partes do mundo, é visível e preocupante. O motivo desse desprestígio geral se deve a uma peculiar característica humana e que é exacerbada entre os políticos: o vício da mentira.

Farsa II Mentem tão verdadeiramente e com tanta ênfase que, até a verdade se vê constrangida em aparecer em cena. O fato que comprova e reforça esta tese é dado pelo número crescente de candidatos ligados as artes cênicas entrando para o mundo político, principalmente de comediantes. Aqui, como em outras partes do mundo, os atores descobriram um novo e promissor nicho profissional.

Drama Respeitadas as proporções, a América Latina também vive seu drama particular por conta das migrações desordenadas. No Brasil, a entrada de pessoas fugidas da miséria em seus países de origem, (caso do Haiti) conta  muito mais com eficiência profissional dos chamado coyotes do que com a ajuda oficial e institucionalizada.

Drama II Para piorar a situação, o governo fantoche da Venezuela, resolveu fabricar sua diáspora particular, atribuindo aos pobres colombianos que vivem na fronteira, as mazelas que assolam internamente  a pátria do bolivarianismo.

Desfile Por conta das hostilidades crescentes contra o governo Dilma, o desfile deste ano na Esplanada dos Ministérios foi feito sob rigoroso aparato de segurança. A ordem foi blindar a presidente das manifestações. O que poderia ser uma festa de cívica de  congraçamento e cidadania, se transformou numa  festa de uma mandatária amuada e com cara de poucos amigos.  

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HISTÓRIA DE BRASÍLIA É preciso que se saiba que o Brasil não é satélite dos Estados Unidos, nem deverá ser da Rússia. É o que é. Um país em progresso, em ascensão, em desenvolvimento, ao qual não interessam as divergências ligadas a outros interesses. (Publicado em 23/08/1961)

HISTÓRIA DE BRASÍLIA E para finalizar: é bom que o sr. Jânio Quadros faça o que está fazendo, para que não seja substituído por um Fidel Castro brasileiro, inflamado pelas necessidades com que lutam os homens do campo e das cidades. (Publicado em 23/08/1961)

HISTÓRIA DE BRASÍLIA O ensino em Brasília está assim: ontem foi inaugurado o Jardim da Infância da Superquadra 108, e matricularam alunos de todas as superquadras, sem que nenhum aviso fosse feito. Agora, os alunos daquela Quadra não dispõem de Jardim da Infância, porque a capacidade para cada sala é de 25 alunos, e já há 30. (Publicado em 23/08/1961)

HISTÓRIA DE BRASÍLIA Pelo plano educacional, o déficit de Jardim da Infância é tremendo. A fila aguardando desistências, na Quadra 108, é de mais de quarenta crianças. (Publicado em 23/08/1961)

HISTÓRIA DE BRASÍLIA Há alguma coisa errada nisto. Um aluno não poder se matricular em sua superquadra, é simplesmente lamentável. (Publicado em 23/08/1961)

HISTÓRIA DE BRASÍLIA Os governadores do Ceará e do Piauí estão em Brasília. Mas o encontro não será para tratar de assuntos ligados aos seus Estados. Tratarão da barganha eleitoral para o próximo pleito, onde um elegerá o outro, no outro Estado, com eleitores comprados, naturalmente. (Publicado em 23/08/1961)

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                                               Salve-se quem puder         Quem quer agradar a todos, não agrada ninguém e de quebra, desagrada a si próprio. Esse parece ser , respeitadas as proporções, o problema central com democracias que tem como base, uma coalizão imensa e frágil de partidos das mais diversas orientações, com desejos diversos e até antagônicos.          Nosso país  não conseguiu se libertar desse modelo arcaico, que tem nos cofres do Estado o principal fiador dessa aliança interesseira. A sustentação política do Executivo é amarrada a acordos feitos à portas fechadas, transformando o país numa espécie de fazenda grande onde tudo esta a venda.          É nessa “porteira fechada” que é negociado não só o futuro de cada governo que se sucede, mas sobretudo o presente de cada brasileiro. Como a solução , através de uma profunda reforma política, não é posta sobre a mesa, seguem-se , sine die, a agrura do cidadão chamado a honrar a conta.          A seriedade da crise atual impõe o cessar urgente desse modelo, sob pena da ruptura da própria democracia através da cisão da sociedade e da abertura de espaço para a entrada de aventureiros e salvadores de todo o tipo.          Alheia ao mundo ao  redor, a classe política perdeu a interlocução com as ruas. Nos acordos,  costurados por inércia devido a forte pressão do momento, não há lugar para o interesse da coletividade. O que se discute, nesses diálogos de surdos,  é como livrar o pescoço de cada dos envolvidos diretamente na crise. Sobram raposas, faltam estadistas. O fato é que não existe agenda nenhuma sendo discutida e pensada. O que temos são arremedos de medidas emergenciais, cuja extensão abrange apenas o salvamento das aparências e dos interlocutores.          A nação segue às margens. Não é por outra razão que vem crescendo no seio da população a ideia interromper o recolhimento de impostos. Todos eles. Depositados numa espécie de fundo judicial, até que cessem os desmandos, a incúria perdulária, a corrupção e o banquete feito às custas do suor dos contribuintes.

A frase que não foi pronunciada:“A banalização e massificação da violência torna a sociedade inerte e insensível. Resta saber a quem isso interessa.”Pergunta insistente.

Aí sim         Foi-se o tempo em que os políticos saíam livres pelas cidades e eram rodeados pelos eleitores que disputavam um espaço com alegria. Atualmente o medo de encontrar um cidadão revoltado com a corrupção é tanto que os restaurantes mais frequentados são os que têm salas privadas. E mais. Aplausos em discurso só com ônibus fretado, almoço garantido e até camiseta de brinde.

Distrital         Como todo aniversariante, o hospital de Base tem muito a comemorar. A dedicação de seus funcionários, o alto nível de capacitação dos médicos e o esforço comum em dar um atendimento digno à população. Esse é o momento de o governador Rollemberg voltar as lentes de aumento para o primeiro hospital do Plano Piloto. Investimento em hospitais é a melhor marca que um governo pode deixar. É a saúde de seu povo.

ÁguaPor falar em saúde era só o que faltava. Em um monitoramento de rotina foi detectada na água de uma estação da Caesb na Asa Norte, uma bactéria importante. Basta ver na própria conta que o nível de coliforme fecal está sempre no limite do permitido.

Trabalho escravoUm passeio pela Praça dos Três Poderes, depois do almoço é o melhor horário para verificar com os próprios olhos o descaso das empresas terceirizadas com o pessoal dos serviços gerais. Sem lugar apropriado para tirar um cochilo ficam espalhados pelo gramado ou cimento. Quando o encarregado reclama, amontoam-se pelos cantos na parte interna do Senado, Câmara, Tribunais e ministérios. É preciso dar dignidade a essas pessoas.

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Interina: Circe Cunha   
Colaboração Mamfil     

Estamos humanos desumanizados  “Meus filhos escorregaram-me das mãos.” Com esse depoimento  pungente,  Abdullah, pai de Aylan de três anos e Galip de cinco, desabafou para a multidão de repórteres que se aglomeravam à porta do hospital na Turquia, onde jazia também o corpo  de sua mulher Rihan de 35 anos.Destroçada, a família Kurdi ousou cruzar o “grande cemitério” em que se transfomou na atualidade o Mar Mediterrâneo , para fugir  dos escombros de uma Síria ,mergulhada numa guerra civil insana e sem fim.A foto de Nilüfer Demi,  fotógrafa  da agência Dogan, mostrando o corpo frágil e inerte do pequeno Aylan, com a rosto parcialmente afundado na areia da praia, diz muito de um flagelo intercontinental que o mundo insiste em não enxergar, particularmente o continente europeu, para onde acorrem essa multidão de desesperados.Trata-se, como já foi observado, do maior flagelo humano desde a segunda grande guerra. A Europa, recém saída de uma crise de identidade, que quase lhe custou o futuro da união, com exceção de alguns países como a Itália, ainda não foi capaz de dar uma resposta à altura dessa tragédia humana.Na formulação longa e metódica que resultou no plano de unificação dos países europeus,  ficaram  de fora as estratégias para enfrentar possíveis situações como as que ocorrem agora.Diante da chegada de grandes massas humanas ao território europeu, o bloco não conseguiu esconder seu despreparo e, pior, mostrou pela face de algumas de suas liderança e de movimentos fascistas nas ruas, sua  xenofobia histórica e seu preconceito contra os povos além fronteiras.Foi preciso a morte de um anjo, parecido com os filhos de qualquer um, para que parte os europeus e o mundo se dessem conta de que esses migrantes são exatamente como nós, em busca de dias melhores. Riem e se emocionam como nós. Sonham e choram como nós. Só, Abdullah voltou a Kobani, sua terra natal, para enterrar sua família, morta numa guerra que é travada agora bem longe das ruínas, que em vão, tentaram escapar. 

A frase que não foi pronunciada:“Roberto Jefferson, o homem que abriu as cortinas dos bastidores do teatro político brasileiro.”No livro imaginário “Era uma vez”

Adultos e criançasNeste sábado e domingo o Teatro Garagem do Sesc na 913 Sul receberá a Cia Jorge Crespo de Teatro de Bonecos com o espetáculo   “Tem Gente que Acredita”.Destaque para o boneco “Zé Canhoto” além de trechos da obra de Graciliano Ramos. Em duas sessões às 16h e 18h, com ingressos a preços populares R$ 20,00 e R$ 10,00 e censura Livre.

E maisAntes dos espetáculos do fim-de-semana, o bonequeiro e pedagogo Jorge Crespo vai oferecer gratuitamente, oficinas  de manipulação de bonecos, das 13h30 às 16h. Crespo se dedica à prática da confecção e animação de objetos de espuma há mais de vinte anos, no teatro, na TV, no cinema, em shows musicais e eventos de Arte-Educação. Ele desenvolveu seu trabalho na TV em programas como Canta Conto com Bia Bedran e dirigiu vários shows musicais de artistas como Clementina de Jesus e Lenine.

FuturoUBER é um sistema mundial. Não há como espernear contra.

RouboKevin Halpern afirma que Travis Kalanick, CEO da UBER, roubou dele a ideia de criar um serviço de ‘caronas’ com motoristas particulares. A questão da briga é só financeira. Porque quem cria uma ideia cria infinitas!

JustiçaSenadores estão unidos com diferentes propostas que impedirão o contingenciamento do Fundo Nacional Penitenciário. Com as condições atuais das penitenciárias brasileiras chega a ser hilária a proposta de celas especiais para devedor de alimentos. Se o Estado tem que preservar a vida de todos os presos, não haveria necessidade de privilégios.

ProtestoAnamatra, Ajufe e AMB elevaram a voz contra a PEC dos cartórios que autoriza a outorga de titularidade da atividade notarial e de registro sem concurso público. O documento foi assinado pelo Presidente da AMB, João Ricardo dos Santos Costa, Germano Silveira Siqueira Presidente da Anamatra  e Antônio César Bochenek presidente da Ajufe.

VISTO, LIDO E OUVIDO

Publicado em Íntegra

circecunha@gmail.com; arigcunha@ig.com.br   

Interina: Circe Cunha   
Colaboração Mamfil

É dentro do labirinto da burocracia excessiva, que inventamos para nosso próprio suplício, que alimentamos o monstro do custo Brasil, o mesmo que pouco a pouco vai nos consumindo como nação viável. Considerar esse vício em papéis como herança cultural e histórica, apenas alivia parte de nossa culpa, ao lançar sobre o passado cartorial as mazelas que nos inferniza no presente e, por tabela compromete alguma chance de futuro. Nesse País de despachantes e cartórios milionários, a população é entregue aos oportunistas que, agindo sob a benção do Estado, reduz a chance do indivíduo experimentar a plena cidadania e o submete à um rococó de regras inúteis e preços inexplicáveis. Em sua acepção geral a burocracia se coloca como um degrau a mais na escada que leva ao Olimpo, morada dos deuses da atualidade, e que , em última instância, nada mais é do que uma forma de dominação e sujeição do indivíduo aos ditames daqueles que estão no alto da pirâmide. Ao humilhar o cidadão, obrigando-o a apresentar um sem-número de documentos parece querer provar que não há Estado sem Burocracia e vice-versa. A “ máquina administrativa” opera , subliminarmente em cada um, o sentimento de hierarquia e poder. No livro A Metamorfose, de Franz Kafka , o sentido surrealista dessa engrenagem e sua importância como ferramenta de controle social, é exposta de modo grotesco na transformação do personagem em uma barata, desumanizado e massacrado a pelo moedor de carne humano, representado pela burocracia. No Brasil, esses mecanismos que asfixiam o indivíduo num oceano de papeis irrelevantes, foram levados ao paroxismo, impondo a cada um, martírio personalizado. Ao espremer o cidadão comum no paredão de exigências descabidas o que o Estado produziu de fato foi o alargamento do pântano em que se vê atolado, obrigado agora a provar do próprio vinho envenenado que servia a todos. Não é por outra razão que o Brasil inaugurou nos anos oitenta o mais sui generis ministério de todos os tempos: o da Desburocratização, concedendo ao economista Hélio Beltrão o posto de “desfazedor“ geral da União do papelório. Envolto em contradições criadas para sua existência e diante de uma realidade muito maior do que as forças que reunia, o ministério veio a baixo, soterrado entre desculpas e sufocado pelo interesse da permanência de uma burocracia avassaladora e cara.

A frase que não foi pronunciada: Acórdão, acordam, acorda, a corda, acordão. Palavrinhas brincando com o futuro.

Com visita Senador Aécio e senadora Fátima Bezerra travaram uma discussão desagradável durante a sabatina do jurista Marcelo Navarro. O assunto era a delação premiada. A senadora interrompeu a pergunta do senador fazendo apologia ao governo Lula. Ela informou no momento inadequado que a lista tríplice começou a ser válida durante os doze anos da gestão do PT.

Melhor preço Um passeio em busca do melhor preço nas farmácias assusta. Em uma o mesmo produto custa R$6. A vinte passos, o valor triplica. A explicação do atendente é que na passagem de mês a remarcação dos preços é normal.

Pesquisa Entre 17 e 20 de agosto, o Procon pesquisou mais de 30 medicamentos em 11 farmácias. O resultado é estarrecedor. O butilbrometo de escopolamina tem o preço que oscila etre R$2,50 e R$11,59.

3,11% Pedro Taques, agora do PSDB, garantiu aos servidores do Mato Grosso garantiu reposição salarial até o fim do ano. O percentual não é muito atrativo, mas pelo menos não mentiu.

Uber Um motorista furioso bradou. “Se é assim, então vou virar Uber!” O passageiro português perguntou: “E o que te impedes?” O taxista não respondeu, mas dá para imaginar que prefere continuar com a proteção conquistada.