Categoria: Íntegra
Surgido no alvorecer do século 21, o Brics, formado pela união de Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, foi pensado, desde o começo, para ser alternativa aos mercados globais dos países ricos e predominantemente capitalistas. A desigualdade entre os membros do bloco só não é menor do que a distância geográfica entre eles.
Para se ter uma ideia, em 2015, as economias da China e da Índia foram as únicas que apresentaram crescimento positivo — respectivamente 7% e 7,5%. África do Sul, cujo governo hoje está mergulhado em sérias denúncias de corrupção, apresentou zero de crescimento. Rússia, também envolvida em guerras e denúncias de corrupção generalizada, encolheu -3%. O Brasil também apresentou resultado negativo de -4%, decorrente de assustador ciclo que mistura incompetência administrativa com corrupção sistêmica.
Não é por outra razão que o país entra no terceiro ano consecutivo de recessão, fato nunca antes experimentado ao longo de toda a história brasileira. Nesse clube desigual, pensado para ter certo peso econômico, capaz de influenciar geopoliticamente o planeta, somente a China reúne características de potência econômica. O restante, com exceção da Índia, anda a reboque da China dentro da organização, como vagões ligados à locomotiva principal.
Outrora, os promissores emergentes, Brasil e Rússia representam, hoje, a maior decepção dentro do bloco. Mesmo aos trancos e barrancos, o Brics vem pavimentando caminho capaz de abocanhar fatia significativa da economia mundial, por meio da construção de mecanismos e instituições, como o banco de desenvolvimento do bloco, com sede em Xangai, na China, capaz de, em alguns casos, socorrer seus integrantes em caso de emergências pontuais.
Os financiamentos desse banco aos países-membros necessitados devem começar a ocorrer a partir de abril. Para países caracterizados como emergentes e que têm a base econômica montada sobre a exportação de commodities, como é o caso do Brasil e da Índia, a queda nos preços internacionais desses produtos tem efeito muito danoso em suas economias e, por extensão na economia do bloco como todo. Ainda assim, o Brics vem conseguindo aumentar o volume de comércio entre eles. Um dado que mostra isso claramente é o fato de o comércio entre Brasil e China ter saltado de US$ 2 bilhões, em 2001, para US$ 70 bilhões em 2014.
A agenda comum do Brics está umbilicalmente ligada à performance de cada um dos membros. Nesse caso, seguindo a lei da dinâmica e que vale para tudo que é vivo e se move, um dia o Brasil seguirá pelo mesmo caminho aberto pela Argentina no continente e se libertará das amarras e do atraso do chamado bolivarianismo, ou socialismo do século 21, e deixará para trás um governo e um modo de pensar o Brasil, que demonstrou ser claramente fracassado e obsoleto.
É preciso notar ainda que a Índia vem fazendo o dever de casa e há quem diga que, em breve, rivalizará em pé de igualdade como a economia da China. O fato é que, sanados os problemas internos de cada um dos membros, o Brics formará mercado comum com imenso peso mundial ao longo deste século que se inicia.
A frase que foi pronunciada
“Se o direito não socorre aos que dormem, quem vai acordar o gigante deitado eternamente em berço esplêndido?”
Perguntinha filosófica
Muda já
“O contribuinte que não cumpre os deveres com o Estado é rigorosamente punido. Já para o Estado, quando não cumpre os deveres constitucionais, não há punição. Vamos mudar isso?” O convite é de Fernando Gomide e foi feito na Comissão de Direitos Humanos do Senado, presidida pelo senador Paulo Paim. A senadora Ana Amélia também está atuante em projetos e iniciativas que reforçam os direitos das pessoas com deficiência física e mental.
De pedra
Escolas de enfermagem pecam na formação de técnicos. Apesar de saberem a terminologia científica para remédios e doenças, conhecerem o corpo humano, administrarem medicamentos, aferirem pressão, esquecem-se de um detalhe. O paciente tem sentimento, é gente, e não um produto. Por falta de orientação, ou mesmo de educação, alguns técnicos de enfermagem são absolutamente frios. Não existe contato humano. Já cuidadores são mais carinhosos.
Por gentileza
Uma estranha estrutura de ferro se encontra na área verde entre os conjuntos 7 e 8, da QL 2 do Lago Norte. Pode ser um guindaste, o que é temerário. Já pedimos informações à Ouvidoria da Administração do Lago Norte. Cláudio nos atendeu.
Desequilíbrio das partes
É um absurdo sem medida. Então, o governo perde o controle da ferrovia Transnordestina, que, há pouco menos de 10 anos, se arrasta em obras e nada é feito? Só 55% das obras estão sofridamente prontas com o custo três vezes maior. A Samarco acabou com um rio do Brasil. O que foi feito até agora? Futebol, samba e política são sinônimos de corrupção. Será que o remédio jurídico, social e econômico é bater em panelas?
História de Brasília
A exploração na cidade, em torno dos preços, provocou enorme afluência nos supermercados. No Ipase, o sr. Amaury Almeida tomou a providência de racionar os gêneros.(Publicado em 1º/9/1961)
Joseph Blatter, ao comemorar a escolha do suíço Gianni Infantino para sucedê-lo, declarou o seguinte: “Infantino tem todas as qualidades para continuar meu trabalho”. Por si só, o apoio público dado por Blatter ao novo presidente da entidade já serviria como fato desabonador a Infantino, abrindo espaço inclusive para suspeitas de que a malversação do dinheiro seguiria o mesmo caminho de sempre.
Banido do mundo do futebol por seis anos, acusado de diversos casos de corrupção, Blatter e o ex-secretário-geral do órgão Jérôme Valcke — o mesmo que recomendou um chute no traseiro do Brasil — são os grandes vitoriosos com a nova escolha. O motivo é simples e foi logo detectado por quem mais entende de Fifa, o jornalista britânico Andrew Jennings. Na sua opinião, “a velha guarda segue no poder”.
O jogador Zico, que não obteve apoio para lançar sua candidatura à Presidência da Fifa, considerou a escolha óbvia. “A Fifa caiu no colo de Infantino”, diz. Para os críticos do órgão máximo do futebol, a entidade sofre falta de credibilidade e transparência. Do mesmo mal sofre a CBF, entregue a cartolas, frequentemente acusados de corrupção e, não raro, caçados e presos pelo FBI americano.
Para quem entende de futebol, como o comentarista Juca Kfouri, o suíço Infantino está diante de missão quase impossível: devolver credibilidade à Fifa e, por extensão, à própria CBF. Também a Transparência Internacional, por meio do Relatório Global de Corrupção: Esporte, divulgado agora, observou que o mundo do futebol, do tênis e do atletismo estão literalmente mergulhados na corrupção e que os milhões de fãs dessas modalidades se sentem traídos pela forma como, hoje, os resultados dos jogos são manipulados.
“O desporto deve ser uma força para o bem no mundo, mas os últimos escândalos não só no futebol, mas no atletismo e no tênis, expuseram o quão vulnerável é a corrupção nesse setor”, avaliou a entidade, ao destacar que a confiança do público na Fifa e outras entidades do desporto só seráo restaurada por meio de reformas, em grande escala, visando a transparência em seus negócios. Para um órgão que, com as diversas federações espalhadas pelo planeta, movimenta bilhões anualmente, é chegado o momento de passar a limpo.
A oportunidade se abre também à questão simples: para que manter, nos padrões atuais, a Fifa, a CBF e congêneres? O mundo do futebol no século 21 requer nova entidade, livre dos velhos vícios e de gente desonesta. Talvez tenha chegado o momento de banir, de vez, esses velhacos e voltar a cabeça para conceitos próximos aos defendidos atualmente por movimentos tipo Bom Senso Futebol Clube, fundado em 2013. A corrupção, nossa velha conhecida, cuidou de derrotar a entidade máxima do futebol e, por tabela, a CBF, reduto de cartolas incluídos na lista da Interpol. Quem sabe faz a hora.
A frase que não foi pronunciada
“Nada como a arte para amortecer a dor.”
Dom Giovanni, provavelmente pensou
Abuso
Quem atrasa o boleto do MEI (Microempreendedor Individual) não consegue imprimir a segunda via. O sistema acusa erro. O número do erro é comentado por vários internautas, que não se conformam com esse golpe do Estado.
Arte
Luisa Francesconi estreia Dom Quixote, no próximo dia 9, no Theatro São Pedro, às 20h, em São Paulo. “A dramaturgia musical de Massenet é extraordinária”, diz Jorge Takla, diretor cênico da ópera. Superprodução. Amigos de Brasília preparam pequena caravana para apreciar a obra.
Ponto, já
Atenção, organismos humanos da capital federal. Procurem adoecer durante a semana. No sábado e no domingo, os hospitais públicos estão sem médicos. Interessante é que os famosos marajás do Congresso Nacional ou do Executivo federal foram sendo substituídos pelas instâncias menores. Parece que ninguém percebe. O certo é que até hoje não apareceu governo com firmeza suficiente para cortar o salário de quem não trabalha. Se até o Senado, que era vorazmente criticado, hoje tem registro de ponto, qual a razão para os hospitais não terem?
História de Brasília
O interessante do projeto é que, onde deveria estar a justificação, há apenas isto: “Oportunamente”. Como sempre, as leis não têm efeito retroativo. (Publicado em 1º/9/1961)
Não deve ser nada fácil para os estrategistas do Planalto, o chamado núcleo duro do governo, jogar ao mesmo tempo em duas frentes antagônicas. Eles fazem o papel de defensor e paladino dos ideais republicanos em público, para, em seguida, dentro das quatro paredes do aparelho do PT, buscarem saídas para os muitos companheiros envolvidos em corrupção.
Enquanto assiste ao despencar dos índices de aprovação do atual governo e de seu antecessor, a presidente vive situação bipolar. É cobrada pelo partido que a alçou ao poder e, ao mesmo tempo, tem atrás de si toda uma população a exigir ética e governança. Como a ninguém é dado servir a dois senhores, fica o jogo de faz de conta.
À mídia, diz que respeita as decisões da Justiça. Aos companheiros, promete agir para barrar os efeitos das investigações da Operação Lava-Jato e congêneres. Enquanto as investidas do Ministério Público e da Polícia Federal prosseguem, nos bastidores do Planalto, segue a confecção de medidas que buscam minorar o purgatório das empreiteiras amigas, responsáveis por irrigar os cofres do partido com centenas de milhões de reais.
Os acordos de leniência, costurados pelo Executivo, prevendo o restabelecimento de idoneidade das empresas envolvidas nos escândalos anda a passos largos e os primeiros acertos devem ser fechados na próxima semana. O mais sensato e republicano seria esperar pelo término das investigações, mas em se tratando desse governo…
Adiantadas estão também as medidas que visam conceder o perdão, com base no decreto presidencial do indulto de Natal, aos oito condenados do mensalão, processo que cabe ao novo ministro do STF, Roberto Barroso, identificado como simpático ao Planalto. Enquanto hesita entre os seus e o Estado, Dilma começa a perceber que quem quer agradar a todos não agrada a ninguém, nem a si próprio.
Ao impasse de seu governo se contrapõem os fatos e a realidade crua que vão empurrando o Brasil para a vala comum, onde estão países como Venezuela e Argentina, que também desperdiçaram toda uma década, envoltos no quixotesco sonho de um continente dominado pelo bolivarianismo ou socialismo do século 21, ou coisa que o valha.
A frase que foi pronunciada
“O riso é o melhor remédio, mas é mais do que isso. É um conjunto inteiro de antibióticos e esteroides. O riso diminui o inchaço do estado psicológico da nossa nação e, depois, lhe aplica um creme antibiótico… Obviamente, é um desafio fazer uma situação séria leviana, mas antes isso que chorar.”
Stephen Colbert
Cidade Luz
Em 14 de março, o mestre em filosofia do direito Renan Flumian fará um bate-papo na reunião do Comitê de Cultura, Ciência, Educação e Mídia, em Paris. Depois do lançamento do livro Dr. Corrupção ele foi convidado para o encontro.
Missiva
Mosquitel — Não é moscatel, nome criado pelo bom humor de Eliezer Batista, uma das nossas reservas morais (criou a Vale, foi ministro das Minas e Energia e de Assuntos Estratégicos fala sete línguas). Designa as caçambas enormes que são deixadas em frente às casas para recolher lixo. São mosquito hotel: permanecem ali dias e semanas estocando a água da chuva nos plásticos com o agravante de só serem retiradas quando a prestadora do serviço encontra outro cliente para ser depositário do trambolho, já que eles não têm lugar para depositar…São o paraíso da zika. Ninguém vê isto?, pergunta o amigo Kleber Farias Pinto.
História
Por falar no Kleber, registro que quando chegamos em Brasília, foi ele quem nos deu carona do aeroporto para o Correio Braziliense. Como o prédio do jornal ainda não existia, instalamos no cerrado a placa que identificava o futuro jornal da capital.
Moderno
Já está ampliado o atendimento na área de radioterapia do Centro de Oncologia do Hospital Sírio-Libanês, em Brasília. O coordenador do serviço, dr. Rafael Gadia, explica que entre os benefícios estão a redução no tempo e no número de sessões de radioterapia, tornando o tratamento mais rápido e conveniente e a diminuição dos efeitos colaterais.
Curiosidade
Muito mais que qualquer executivo brasileiro, Fernandinho Beira-Mar, com 400 anos de condenação, é o passageiro brasileiro com mais horas de voo em helicóptero.
História de Brasília
O deputado Luiz Bronzeado apresentou projeto exigindo exame de sanidade mental para os candidatos à presidência e vice-presidência da República, e para governador e vice-governador dos Estados.
(Publicado em 1º/9/1961)
Do ponto de vista das três principais agências internacionais de classificação de risco, os títulos emitidos pelo governo brasileiro não são confiáveis e valem tanto quanto lixo, ou, como eles chamam, junk bonds. Na prática, a avaliação serve para alertar e, por tabela, afugentar os possíveis investidores de todo o mundo que porventura queiram aplicar seus dólares no Brasil. As chances de calote são reais e iminentes.
O governo e seu partido, diante desse fato inexorável e extremamente negativo, fingem desdém a esses pareceres técnicos para não despertarem mais danos internos, como pânico generalizado que levaria a corrida sem precedentes aos bancos. Vivemos prenúncio de crise semelhante ao experimentado pelos argentinos anos atrás, quando a população passou a perceber que o melhor banco para depositar o dinheiro minguado era debaixo do colchão, e a melhor moeda nacional era o dólar.
Se isso ainda não ocorreu por aqui, foi por obra e graça do Programa de Estímulo à Reestruturação e ao Fortalecimento do Sistema Financeiro Nacional (Proer), implementado em 2001 pelo governo de Fernando Henrique Cardoso e duramente combatido pelo Partido dos Trabalhadores. Naquela época o Proer evitou não só o colapso do sistema financeiro nacional, como também barrou a fuga em cadeia de capitais dos bancos.
A realidade hoje é diferente, com o sistema bancário nacional ainda fortalecido e disciplinado. Mas a intensidade da crise, somadas as intervenções amadoras do governo no mercado, o rombo nas contas públicas, o descrédito do Executivo, a alta taxa de juros, a baixa arrecadação, a alta dívida interna e outros indicadores altamente negativos da economia, como a acelerada alta nas taxas de desemprego, ameaça o estouro da boiada.Uma vez desencadeado o pânico, a desordem segue processo autônomo e, por inércia, contamina todo o mercado.
Diz o filósofo de Mondubim que, se uma pessoa chamar você de cachorro, não ligue. Se duas pessoas chamarem você de cachorro, fique atento. Se três pessoas chamarem você de cachorro, arrume logo uma coleira. No plano externo, três agências de avaliação de risco dizem, em uníssono, que somos caloteiros. Houvesse agências internas de avaliação de risco, Lula, o governo Dilma e o Partido dos Trabalhadores seriam imediatamente identificados como os três principais fatores de ordem política que estão na origem e na intensificação da crise brasileira.
A frase que não foi pronunciada
“Minhas cóleras compensavam a arbitrariedade das leis que me escravizavam.”
Simone de Beauvoir
Última hora
» Gerson Camarotti dá em primeira mão que a presidente Dilma foi convidada pela colega do Chile, Bachelet, para um jantar no mesmo dia da reunião do PT. Para quem relutava em encarar aquela turma, pode até ser desculpa convincente.
SMLN
» Depois de rasgar o asfalto da rua do trecho 8 para instalação de nova rede, a Caesb largou a obra sem finalizar. Metade da rua é barro e poeira; a outra metade, asfalto.
Manutenção
» Por essas e outras é que os moradores têm se recusado em trocar os hidrômetros. A justificativa é manutenção, mas, se o hidrômetro funciona com perfeição, não há necessidade de troca. Há moradores que tiveram problemas
com o novo hidrômetro. A conta passou de R$ 200 para R$ 600. Um problema que não foi criado pelo consumidor, mas só ele pode resolver.
Consome dor
» No Lago Sul, são milhares de moradores prejudicados pelo rompimento de um duto. A primeira providência da Caesb foi pedir que os moradores racionassem a água. Certamente a conta não será racionada.
Portal
» Bom seria que o GDF disponibilizasse um portal da transparência para prestar contas à população sobre a gestão dos recursos.
História de Brasília
Os tripulantes presos são Adauti Sanches e José da Costa,
e ocuparam os apartamentos 108 e 110.
(Publicado em 1º/9/1961)
Fotos por si só revelam detalhes e histórias escondidas por baixo dos fatos, indo muito além da palavra escrita, expondo o contexto na sua crueza, comme il faut. Na foto em que aparecem os mais recentes hóspedes à disposição do juiz Sérgio Moro, em Curitiba — a saber, o marqueteiro João Santana e sua sócia, Mônica Moura —, um detalhe foge ao lugar-comum de outras imagens do gênero que têm sido divulgadas pela mídia nos últimos tempos, envolvendo os presos da Operação Lava-Jato.
Na imagem distribuída agora, em que aparece o publicitário em segundo plano, algemado com as mãos para trás, chama a atenção a figura de sua companheira, em primeiro plano. Também algemada e parcialmente escondida por trás de chamativo óculos de grife, surge a figura rotunda de Mônica, expondo a cabeça exageradamente erguida, na qual esboça o que parece ser um sorriso misterioso, misto de nervosismo e deboche. Entre o sorriso alvar, mascar chicletes enquanto é presa faz pensar que não há o menor problema nisso.
Ao contrário de fotos já mostradas até agora, em que os detidos famosos apresentam certo ar de desconforto e, por isso mesmo, procuram abaixar a cabeça e esconder o rosto, o ar de desafio da mais nova detenta chamou a atenção do público, gerando milhares de comentários na internet.
Para muitos internautas, trata-se de arrogância pura de quem se sente acima dos demais e, por isso mesmo, imune aos rigores da Justiça comum. Para um pequeno grupo de pessoas ligadas ao que acontece nos bastidores do governo, por trás do sorriso enigmático de Mônica percebe-se recado cifrado aos figurões da República nos moldes: tratem logo de me tirar daqui, caso contrário, digo o que sei, vi e ouvi.
A figura dos marqueteiros ganhou destaque singular nos governos e escândalos petistas, não só pela importância e fascínio que os meios de comunicação exercem sobre os políticos vaidosos, mas, sobretudo, por um fato prosaico e comum aos mortais: o mundo multimilionário que as campanhas políticas no Brasil inauguraran com a retomada da democracia, tem exalado, por demais, o cheiro afrodisíaco do dinheiro. É ele que atrai e junta essa gente toda. Antes, nos palácios e, agora, na prisão.
A frase que foi pronunciada
“Tanto o entorno de Lula quanto o do Planalto mostraram-se alvoroçados. Dilma Rousseff, ecoando a recente carta aberta dos advogados, viu ares de Idade Média nas investigações. São reações a um mesmo sentimento: o de que a Justiça e as instituições estão marchando fortes para punir quem transformou o Brasil num cofre a ser arrombado.”
Carta de formulação e mobilização política, do Instituto Teotônio Vilela
Release
O violonista Fabiano Borges escolheu o Ecai para lançar seu CD Latinoamérica, neste domingo (28/2), em dois shows: às 16h e às 18h. Fabiano é mestre em violão pela Universidade de Brasília. O espetáculo conta ainda com Ted Falcon (violino), Fernando Machado (clarineta e clarone), Pablo Fagundes (gaita) e Luiz Duarte (segundo violão). O Ecai fica na CLN 116, Bloco A.
OAB & Ajufe
Interpretação em questão. De um lado a OAB, contrária ao entendimento do STF. A Ordem defende que não é prudente a execução provisória da pena, já que erros acontecem, como em decisão que venha a ser reformada. Os danos seriam irreparáveis aos encarcerados injustamente. Já a Associação dos Juízes Federais do Brasil entende que a decisão do Supremo é um marco na evolução do processo penal brasileiro. É a forma de acabar de vez com os recursos protelatórios que favorecem a impunidade.
Sensacional
Airbnb é forma de hospedagem muito barata. É preciso buscar o site na internet e fazer a reserva em casas de famílias que recebem os turistas. Você pode, inclusive, hospedar também e ganhar uns bons trocados.
Vale conhecer.
Caixinha
Johnson Ceras, Reckitt Benckiser, Osler, Johnson& Johnson e Weleda são as empresas que tiveram a venda de repelentes incrementada pelo pernilongo Aedes.
Achado
O herbicida glifosato estava presente em várias marcas de cerveja alemã.
Perdido
Se o fato ocorreu na Alemanha, onde a segurança alimentar é rigorosa, imaginem se os laboratórios brasileiros se arvorarem na mesma pesquisa. Aqui no Brasil, o consumidor de produtos naturais fica entre o coliforme fecal e os agrotóxicos.
História de Brasília
O avião, liberado de madrugada, só saiu às 7h, sem passageiros, levando a bordo apenas um capitão da Força Aérea, com destino ao Rio. Os prejuízos da Varig vão a vários milhões de cruzeiros. (Publicado em 1º/9/1961)
Com a promulgação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) nº 182/2007, no último dia 18, a chamada janela partidária foi escancarada de les a les por 30 dias, permitindo que os candidatos às eleições deste ano e que exercem mandato no Legislativo mudem de legenda sem o risco de cassação. O que, a princípio, serviria como bálsamo para a falta de personalidade e identidade dos partidos, depuração daqueles filiados poucos ajustados dentro das legendas, na verdade, esconde modelo que se molda, com muita precisão, ao perfil dos próprios políticos brasileiros, na sua grande maioria, distanciados anos-luz das bases eleitorais.
Na realidade, o que faz dos partidos siglas insípidas e amorfas é justamente o fato de dar acolhimento a indivíduos que não conseguem olhar além do próprio umbigo. Fechadas as urnas, o caminho natural da maioria das legendas é o da composição com o novo governo empossado. É na coalizão com a maioria vencedora que está a boa vida das agremiações partidárias.
Mesmo as generosas verbas públicas que ajudam a sustentar os partidos não são capazes de garantir a independência de cada um. Somente a partir apoio dado aos detentores da chave dos cofres é que os partidos pavimentam o caminho para aquilo que mais almejam além do poder: dinheiro. Muito dinheiro.
No troca-troca das legendas, que deve durar até 19 março, entre 10% e 15% dos políticos com assento no Congresso deverão migrar para outros partidos, num processo de acomodação que nada tem de ideológico ou programático. Aliás é sabido que grande parte dos políticos filiada às legendas sequer conhece o estatuto do partido a que pertence.
No geral, essa situação decorre principalmente do adiamento sine die de verdadeira reforma política que, entre outras medidas, deveria pôr fim ao grande número de legendas. O ideal, para aqueles eleitores mais bem informados, é que houvesse, no máximo quatro partidos, sendo um a direita, um a esquerda e dois de centro, contrabalançando os demais.
É preciso atentar que no atual modelo político reside grande parte das causas que levaram o país à maior crise da sua história. No atual modelo partidário, está não só a raiz da crise atual, como o adubo dessa e de outras futuras que virão. Diante do caos a que assistimos, melhor do que escancarar as janelas partidárias, seria abrir as comportas e deixar sangrar, até a última gota, o modelo que já não serve ao cidadão e ao eleitor há muito tempo.
A frase que não foi pronunciada
“Chegamos à bolacha com água. Do jeito que vai, em pouco tempo, a companhia aérea Gol vai distribuir só goma de mascar.”
Alguém da turma da terceira idade em excursão
Acompanhamento
O senador Ricardo Ferraço vai entregar relatório, em abril, com o resultado do estudo de um grupo de senadores que investigará a situação das barragens no Brasil. A Comissão Temporária da Política Nacional de Segurança de Barragens quer saber se a Samarco respeitava a lei na gestão da Barragem do Fundão.
Publicado
Dezessete milhões de pessoas não têm acesso à coleta regular de lixo no Brasil. A maior parte da população sem atendimento está no meio rural. Apenas 23% das cidades brasileiras contam com serviço de reciclagem.
Faleceu
Dewey M. Mulholland. Por onde passou em 40 anos de Brasil deixou um rastro de perfume. Fundou a Faculdade Teológica Batista de Brasília onde era diretor e professor.
Release
Depois de Porto Alegre sediar o evento, essa é a primeira edição regional do Centro-Oeste: uma bela oportunidade para os Coffee Lovers e os Coffee Geeks aproveitarem a experiência: estandes, palestras e harmonizações fazem parte da programação. O jovem empresário Luiz Gustavo Manso marca presença, com a sua Belini Café – The Coffee Experience, no Jamboree Brasil Café/Centro-Oeste, que acontece em 19 de março, em Brasília.
Zika Zero
Escolas particulares do DF resolveram arregaçar as mangas para o ataque ao mosquito Aedes aegypti na área do colégio. As parcerias começaram.
História de Brasília
Em vista do que tem ocorrido ultimamente, a Varig resolveu suspender a escala, em Brasília, do seu voo internacional. Assim, o Boeing, que deverá estar aqui domingo, voará diretamente de Nova York para o Rio (Publicado em 1º/9/1961)
Em decisão considerada por muitos como revolucionária, o Supremo Tribunal Federal vedou uma das principais brechas que favoreciam a impunidade, ao decidir que réus condenados em segunda instância devem começar a cumprir imediatamente a pena em regime fechado, enquanto aguardam recursos em tribunais superiores. O novo entendimento do STF teve repercussão imediata no mundo jurídico, provocando sérias rachaduras nesse edifício.
As opiniões estão divididas e o assunto ainda deve render muito debate. Para os advogados de defesa, muitos deles especializados em recursos em instâncias superiores, o STF tomou essa decisão com base na forte pressão que vem sendo feita pela opinião pública, principalmente a partir dos escândalos de corrupção envolvendo políticos e membros do atual governo. Na extremidade oposta, estão aqueles que acreditam que com a nova redação do texto, o sentimento geral de impunidade, decorrente da morosidade da Justiça, cessará quase completamente.
Na avaliação daqueles que apoiam a medida, o novo entendimento fecha não só uma janela para a impunidade, mas sobretudo acaba com a indústria de ações recursais e, por tabela, prejudica o mercado milionário da maioria dos escritórios de advocacia, especializados nesses processos ao STF.
Vale lembrar que o ex-ministro Joaquim Barbosa, nas muitas frentes de desavenças por questões éticas que protagonizou com seus pares, criticava, com toda a razão, o trânsito livre e mesmo o lobby acintoso que muitos advogados de defesa faziam dentro do próprio STF em favor de suas ações recursais.
Essa proximidade de certos advogados com os magistrados da Alta Corte causava, inclusive, mal-estar entre os próprios juízes, que, de modo sarcástico, diziam ser mais precioso e eficaz ao bom advogado conhecer antes os magistrados do que a própria lei.
A opinião pública, por muitos e apontada como fator decisivo na mudança da lei, de forma geral, aprovou a medida, assim como os procuradores e juízes envolvidos na apuração dos escândalos do petrolão. Para muitos, os processos que seguem o caminho do Supremo têm interessados de alta renda e que, portanto, podem bancar os altos custos de suas defesas. Outros ainda argumentam que muitas ações, há anos se arrastando nas cortes maiores, ganharão maior celeridade.
A frase que foi pronunciada
“Como é que um homem pode se tornar senhor de outro homem e por que espécie de incompreensível magia pôde esse homem se tornar senhor de muitos outros homens?”
Voltaire
Regra básica
Governadores começam as renegociações da dívida dos estados. Ideal nesse momento seria que os governadores comprovassem até o último centavo o que foi feito com o dinheiro recebido. Se as contas baterem, aí sim. Uma possível conversa sobre renegociação de dívida. É assim que funciona com quem paga os impostos. Gente para monitorar não falta nos quadros do Executivo.
Uma pena
Nelson Barbosa, ministro da Fazenda, bate na tecla da CPMF. “Não trabalhamos com a não aprovação da CPMF”, disse ele. O grande problema é o exemplo que o governo vem dando em todos esses anos. O cidadão nunca viu o retorno desse empenho. Nem na era FHC.
Aconteceu
Enquanto as notícias dão conta de sonegações de impostos, Carlos Higino Alencar, da CGU, está na mira do deputado federal Raul Jungmann. Partiu dele o pedido ao ministro Bruno Dantas, do TCU, para enquadrá-lo por sonegação de informação.
História de Brasília
Os passageiros que se destinavam ao Rio no voo de volta, permaneceram duas horas dentro do avião, que não podia levantar voo. Foram, então, embarcados noutra aeronave.(Publicado em 1º/9/1961)
Em tempos de crise, o governo federal deveria deixar de lado as fórmulas matemáticas com cálculos sofisticados e herméticos e seguir os mesmos métodos simples usados pela maioria das donas de casa brasileiras diante do encurtamento dos rendimentos e do aumento generalizado de preços. A começar pelo corte de despesas não emergenciais e, em alguns casos, supérfluas.
Alguns brasileiros mais radicais chegam a sugerir a substituição do ministro da Fazenda por um chefe de família típica, acostumado aos rigores do dia a dia. Notícias recentes dão conta de que, apenas com a extinção dos chamados supersalários, o governo poderia economizar algo como R$ 10 bilhões ao ano, ou seja, valor equivalente ao que o Executivo pretende arrecadar com o retorno da cobrança da CPMF.
Pelo Projeto de Lei nº 3.123/2015, o governo federal vem tentando, dentro das medidas anunciadas de ajuste fiscal, regulamentar o que diz a Constituição. A intenção é pôr fim aos altos salários, principalmente no Legislativo e no Judiciário, onde eles ocorrem com mais frequência. Essas tentativas esbarram sempre no corporativismo desses poderes e dificilmente vão adiante.
Num país de dimensões continentais e com máquina pública gigantesca e perdulária, falar em cortes de salários e de outros benefícios e mordomias não prospera. Por trás dos supersalários, estão embutidos vantagens adquiridas e penduricalhos de toda ordem, que, por força de lei, não são atingidos pela legislação e, por não serem considerados como remuneração permanente, são isentos de descontos de imposto de renda e de contribuição previdenciária.
Ironicamente, os maiores salários estão concentrados nos Poderes da República onde, justamente, deveriam sofrer ação de cancelamento imediato, como exemplo. E é no Legislativo e, principalmente, no Judiciário onde eles mais aparecem. Nesses poderes, há inúmeros casos de salários que vão de R$ 40 mil a mais de R$ 100 mil mensais, numa afronta ao que diz a própria lei, que estabelece como teto o salário de ministro do STF de pouco mais de R$ 30 mil. Se o fator altos salários, por um lado, dificulta o ajuste das contas públicas, de outro acelera ainda mais o processo de falência do sistema previdenciário, já em estado critico.
Apenas no serviço público federal, mais de 4 mil funcionários recebem salários acima do teto constitucional. Incrível é que nesses tempos de vacas magras para o cidadão e contribuinte, há parlamentares que chegam ao ponto de apresentar projetos de lei legalizando os supersalários, como forma de tirar do foco da opinião pública mais esse descalabro. Consciente das próprias debilidades políticas para negociar acordos pondo fim os privilégios remuneratórios, o Executivo busca a saída mais difícil e, portando, menos racional, de aumento de impostos em cima de uma sociedade e de uma economia absolutamente exauridas.
A frase que não foi pronunciada
“O lar é a sociedade em miniatura.”
Minha vó pensando no tempo em que existiam lares.
Agenda
» Haruo Mikami, Kazuo Okubo, Marcelo Feijó, Márcio Borsoi, Vitor Schietti e Zuleika de Souza exibem hoje às 17h, na Referência Galeria de Arte, a próxima edição do projeto Conversa, que fica aberto ao público até 12 de março.
Novidade
» Dokter é uma espécie de Uber médico. Chega de passar mais de uma hora esperando atendimento nos consultórios. A espera é em casa. Ao acessar o aplicativo, o atendimento médico é domiciliar, por preço mais justo do que o cobrado atualmente e com a mesma qualidade de consulta. No mínimo, é um estímulo para frear os aumentos abusivos.
Lembrete
» Esqueceram-se de contar, na matéria da Paróquia da Ressurreição, em Ceilândia, que o padre estranho que puxa o cabelo da meninada e tem um jeito estúpido de expressar carinho é muito querido dos pais e das crianças. Quando o Estado falha, é ele quem recebe as crianças em situação de vulnerabilidade.
Sem condições
» Reportagem na tevê mostrou pais que deixaram crianças presas em casa enquanto iam para a galdéria. Há pais que trabalham sol a sol que também, durante as férias, deixam filhos e filhas trancados em casa por absoluta falta de opção. Os conselhos tutelares ficariam horrorizados se houvesse estatística sobre o assunto.
Sabor
» Brasília Show Gastronomia. O maior prêmio gastronômico do Rio de Janeiro ganha versão brasiliense. Comandado pelo empresário Felipe Rodrigues, os participantes são reconhecidos internacionalmente: Universal Diner, Rubaiyat, El Negro, El Paso Texas, Ancho Bistrô de Fogo, BSB Grill, Dolce Far Niente, Manati, L’Affair, Jambu, entre outros. Para quem quiser concorrer em uma das mais de 30 categorias, as inscrições estão abertas até 15 de março. A avaliação será feita por chefs e críticos que se destacam no cenário nacional, assegurando a idoneidade do projeto.
História de Brasília
O segundo capítulo da “Operação Caravelle” foi muito mais movimentado, e é difícil se encontrar explicação, mesmo em estado de exceção. Os comandantes do aparelho foram presos na Base Aérea, lá permanecendo até 1h, quando foram transportados para o Palace Hotel, ficando sob guarda, controlados pelo telefone. (Publicado em 1º/9/1961)
Com o agravamento e a generalização da crise, estão dados os principais elementos para o colapso do Estado. O rompimento da barragem, pressionada pela avalanche de fatos negativos, ameaça levar de roldão todos os cidadãos indistintamente, lançando a nação de volta ao beco sem saída do atraso e do subdesenvolvimento.
O quadro atual é, antes de tudo, espelho a refletir as muitas deformações que nossa estrutura política provoca quando lhe é franqueada a gestão da máquina pública. Confiar a direção do Estado a grupo de indivíduos que, rigorosamente, desconhece até o sentido da expressão república, nunca deu certo, nem aqui nem em lugar algum.
O modelo de gestão baseado na coalizão política tem se revelado um desastre desde a primeira tentativa e foi agravado nos últimos 10 anos, depois que sucessivos escândalos mostraram que essa tal governança era atingida apenas com o pagamento de grandes somas de dinheiro para pacificar a base.
Não bastasse o fato dessas disfunções políticas agravarem severamente a condução da economia, seus efeitos deletérios são repassados também à sociedade. Ao atingir o corpo social do Estado, os danos se apresentam como desemprego, aumento de preços, inflação, queda na renda e outros que vão muito além da agonia provocada pela escassez de bens materiais. A situação induz no cidadão um misto de descrença e repúdio por tudo que se relaciona a governo e política.
O desencanto com o modelo de Estado que construímos ao longo das últimas décadas talvez seja o mais delicado dos efeitos da atual crise cuja a solução difícil necessitará de longo tempo. Ferida a alma da nação com a flecha da descrença eivada pela traição aos eleitores, restará, como opção, reiniciar a caminhada a partir do ponto de partida, retrocedendo, quem sabe ao ano de 1988, com a elaboração da Carta Magna.
A frase que não foi pronunciada
“Enquanto a depressão afeta alguns homens, tudo bem. Mas quando a depressão chega à economia, aí vai atingir todos os homens.”
Reflexão de um microempresário
Social
Aos poucos, os papelões voltam a tomar conta da cidade. Barracos improvisados no Eixão, perto do BNDES, atrás do Congresso, na UnB, e por aí vai.
Novidades
Plano Brasília, nova revista da capital, Blog do Chiquinho Dornas, Blog do Chico Sant’Anna, Fato Online também sucesso. Brasília continua com bons profissionais da comunicação, desta vez com o desafio trazido pela Internet.
História de amor
Turzo Sándor, húngaro, está novamente no Brasil. Conheceu Eliana Siqueira na apresentação da ópera Aída, no Ginásio de Esportes, na década de 1990. Ela cantava no coro e ele tocava viola clássica. De lá para cá, tem divulgado a música brasileira pela Europa e pela Ásia. Aí está um belo material para uma grande matéria. O amor por uma brasileira o fez levar na bagagem a nossa música pelo mundo.
Concerto
Por falar nisso, quem quiser conhecer o Sándor pessoalmente terá oportunidade neste sábado, em um belo concerto de Liszt, no Colégio Maristão na 615 Sul, às 20h. Imperdível.
Caesb
Trocar o relógio da Caesb parece um mau negócio para os consumidores. Algumas reclamações registradas dão conta de aumentos abusivos no valor da conta depois que o aparelho novo começou a funcionar.
NPJ
Vale o registro do Núcleo de Práticas Jurídicas, coordenado por professores do UniCeub. O intensivão para os alunos de direito não só é laboratório real da profissão como serviço, hoje, indispensável ao sistema jurídico da capital.
O filho é teu
Mara Gabrilli é uma deputada corajosa. Não tem papas na língua. Enquanto a presidente Dilma contava que conversou com o presidente Obama sobre parceria para o combate ao zika vírus, a deputada interrompeu o discurso sem microfone e perguntou como a presidente agiria em relação às crianças brasileiras com microcefalia. Sabendo da dimensão e origem do problema, a presidente pediu socorro à deputada.
História de Brasília
Há muitas casas, muitas quitandas, que não estão explorando. Recomende às suas amigas, e faça a senhora mesma a filtragem, para punir, depois, com a ausência em seus estabelecimentos, os comerciantes desonestos. (Publicado em 31/8/1961)
Se tudo ocorrer conforme o planejado, a PEC nº 113/2015, já aprovada pelo Congresso Nacional em dezembro passado, será promulgada hoje, em sessão conjunta. A partir daí será aberta janela de 30 dias para que os políticos filiados às dezenas de legendas existentes, possam mudar de partido.
Pela redação do texto da emenda, “é facultado ao detentor de mandato eletivo desligar-se do partido pelo qual foi eleito nos 30 dias seguintes à promulgação desta Emenda Constitucional, sem prejuízo do mandato, não sendo essa desfiliação considerada para fins de distribuição dos recursos do Fundo Partidário e de acesso gratuito ao tempo de rádio e televisão”.
O que os analistas políticos antecipavam, os eleitores sempre souberam: eleições, exercício de cidadania por meio do voto, seriedade e propósitos dos partidos, programas e perfil ideológico das legendas, promessas e outras características ligadas ao mundo político, nada valem no Brasil. Na verdade, não existe nenhum partido político sério no país. O que existe, e os eleitores há muito suspeitam, são agremiações que reúnem pessoas com ambições parecidas, de olho, sempre, nas inúmeras oportunidades materiais oferecidas pela atividade político-partidária, principalmente para os membros da cúpula.
No liberou geral propiciado pela dança das cadeiras e que, obviamente, contou com a aprovação da maioria dos parlamentares, os partidos perderão ainda mais, se é possível, o pouco de identidade que tinham. O eleitor é também, nesse caso, detalhe incômodo, chatice que deve ser obrigatoriamente lembrada apenas nos dias indicados pelo calendário eleitoral.
Essa situação vexaminosa com nossa estrutura política só persiste ainda porque os parlamentares impedem, a todo custo, uma verdadeira reforma política que ponha fim ao número excessivo de legendas, à filiação de candidatos enrolados com a Justiça, à imunidade parlamentar, ao lançamento de candidaturas avulsas e fora da órbita partidária. É necessária a obrigação do cumprimento do estatuto e do programa partidário, o recall de políticos reprovados, o fim das mordomias, entre diversas outras mudanças do agrado geral da população.
Por enquanto, na queda de braço entre a sociedade que anseia por políticos que possam verdadeiramente representá-la e o Executivo que deseja partidos subservientes, a balança ainda é favorável a esse último. Até quando?
A frase que foi pronunciada
“Não tenha medo de enfrentar um galho difícil. É lá que se encontra o fruto.”
- Brown
Revolta geral
Empresas de clipping chamam a atenção dos contratantes públicos. Ao entrar em uma licitação, a empresa que oferece o menor preço ganha, apesar de não pagar os direitos autorais aos jornais para poder vender o produto.
Desastre
Cada vez mais preocupante o índice de violência nas regiões de assentamentos. Sem políticas de educação, o futuro é certo.
Dica
Capitólio, em Minas Gerais, na Serra da Canastra. Um paraíso. Precisamos explorar o que é nosso. Dica de Christina Guedes.
Mistérios
Pensando bem H1N1 e zyka são vírus que alavancaram a venda de álcool gel e de repelentes. Interessante é que do jeito que chegam, somem.
Coletivo
É um absurdo o estado dos ônibus em Brasília. Pessoas mal-educadas sujam e a empresa não limpa. Além disso,o barulho continua insuportável. A solução adotada pelos motoristas é o uso de tapa-ouvido, o que é temerário para quem está guiando. O mínimo necessário são respeito e o retorno pelo alto custo da passagem.
História de Brasília
Faça você mesmo, dona de casa, a sua lista negra. Pague o que eles cobrarem, desde que a senhora precise. Mas assinale a casa que lhe explorou. Grave, e quando tudo terminar, será sua vez. Denuncie para a nossa redação, somente com suas amigas, e só assim poderá ser moralizado novamente o comércio. (Publicado em 31/8/1961)