História de Brasília

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As bancadas do PSD na Câmara e no Senado divulgaram nota na qual asseguram sua “irreversível posição de fidelidade à Constituição, e seu propósito inarredável de assegurar a posse legítima do sr. João Goulart”. Na mesma nota, o PSD usou dois termos do sr. Jânio Quadros na sua primeira renúncia: irreversível e inarredável.  (Publicado em 29/8/1961)

Saúde na sala de espera

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Na saúde de uma única pessoa, como de uma população inteira, o mais importante e urgente é o diagnóstico correto — o primeiro e mais eficaz remédio. Na gestão pública, não é diferente. Estratégias e planejamentos racionalizados seguem o caminho apontado pela análise dos problemas, as causas e possíveis medidas profiláticas.
No caso da saúde pública no Distrito Federal, que ao longo dos anos vem acumulando sequência ininterrupta de falhas de toda ordem, chama a atenção a ausência de mecanismos de profilaxia, ações preventivas. A dinâmica das mudanças de governo não deve nem pode servir de pretexto para interrupções desse serviço essencial ao cidadão. Na verdade, a saúde da população começa ainda bem longe dos hospitais, com serviços básicos de ações preventivas, equipes em campos avançados, trabalhando junto das comunidades com o propósito de esclarecer, orientar e instruir o cidadão.
Da reunião entre o governador Rodrigo Rollemberg e os diretores dos 16 hospitais da rede pública do DF, um primeiro diagnóstico dos problemas da área aponta a questão do fator humano como principal e grande causa da situação de caos vivida pelo setor: desorganização das escalas dos profissionais (médicos, enfermeiros e pessoal técnico de apoio), além da má distribuição e da falta de medicamentos, equipamentos e acessórios em geral.
Assim como a comunidade carece de serviços de saúde preventiva, o sistema público de saúde necessita, com urgência, de processo permanente de formação e fiscalização de recursos humanos. A capital do país é a unidade federativa que conta com o maior número de médicos atendendo na rede pública de saúde. São 4,28 profissionais para cada grupo de mil pessoas. São 10.173 médicos, entre especialistas e generalistas, listados na folha de pagamento da Secretaria de Saúde e, teoricamente, à disposição diuturna dos brasilienses.
Apesar do número satisfatório, têm sido frequentes os casos de não atendimento ao cidadão por falta de profissionais ao trabalho. Salta aos olhos da população que, mais do que a escala mal administrada, a presença dos médicos no local de trabalho não é obrigatória. Quem buscou hospitais e postos de saúde durante os feriados de Natal e ano-novo sentiu o problema mais de perto. Mesmo a parcela que tem a sorte de ser atendida reclama da superficialidade no atendimento, que, na maioria das vezes, é feita em minutos, de forma rasa, não raro com desdém e muitas vezes com arrogância.
É comum ver mães com os filhos ardendo em febre aguardando por várias horas pelo atendimento, sem sucesso. Algumas se descontrolam em meio ao desespero. Soube de uma paciente que fez um discurso no Hospital do Gama. Dizia que ninguém que atendia ali estava fazendo favor. Falava em voz alta que trabalhava 14 horas por dia e pagava todos os impostos. O mesmo teria que ocorrer com os profissionais da saúde. Trabalhar e honrar o salário. Todos pensavam o mesmo e mostravam a insatisfação com o desprezo do governo.
O atendimento de má qualidade resulta em diagnóstico errado, com sérios riscos para o paciente. Por qualquer lado que se encare o problema da saúde pública no DF, o diagnóstico aponta a mesma causa: deficiência na gestão dos recursos humanos. A questão aqui não é a escassez de recursos e de espaços físicos adequados, mas de gestão de pessoas.
É bom que se diga que muitos hospitais não fecharam as portas porque a enfermagem e o corpo administrativo fazem de tudo para mantê-los. Há médicos também que se sacrificam com pesadas jornadas mesmo com a falta de respaldo material para cumprir o dever. Nobre o gesto do governador Rodrigo Rollemberg, mas, mais do que gestos, a saúde precisa de gestão.

No fim

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Está terminando o prazo para apreciar a exposição Iberê Camargo: um trágico nos trópicos. Em comemoração ao centenário do pintor, o Centro Cultural Banco do Brasil organizou a mostra, que vai até segunda-feira. A entrada é franca.

Correndo atrás da sombra

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Mau agouro antigo vaticinava que alguns países estariam condenados a passar direto do estágio evolutivo da barbárie à decadência, sem contudo, experimentar os frutos intermediários e saborosos da civilização. Tal parece ser o destino do Brasil. Depois de adiar sine die momento em que finalmente integraria o seleto grupo de países desenvolvidos — eis que o Cristo, redentor de nossas eternas mazelas, arremete violentamente contra o solo.
O “Brazil’s fall”, retratado na capa da primeira edição de 2016 da prestigiosa revista britânica The Economist, mostra que o país, sede das Olimpíadas, terá desastroso ano pela frente. Como o magazine é fonte de consulta obrigatória para investidores de todas os matizes, a internacionalização das nossas agruras internas ganha o mundo em manchetes, expondo a nu um governo que é a cara dos efeitos que desencadeou.
Analisada de forma sucinta, a crise é o governo em si, com nome e sobrenome e não qualquer outro fator exógeno relevante, como certamente usarão para culpar a China. O desmonte, na undécima hora, de experimentos como o Programa de Sustentação de Investimentos (PSI), contidos na cartilha bolivariana da nova matriz macroeconômica, deixa claro que despejar R$ 362 bilhões do BNDES para os campeões de produtividade não foi bom negócio para o país. O que restou da chamada bolsa empresário foi passivo de R$ 214 bilhões, que entrará no livro de contabilidade da União como dívida pública a ser paga, obviamente, pelo contribuinte.
Dentro da peculiar lógica petista de lidar com as teses do capitalismo, a retroalimentação da crise, com mais e mais endividamento, terá desdobramentos tão inusitados, que não será surpresa se o país regredir décadas. Exemplo desse modelo em que quase 600 mil investidores remuneram suas aplicações à custa do endividamento público é o Tesouro Direto.
Na prática, o que ocorre é aposta na crise. O indicador de rentabilidade desse papel é dado pelo nível de endividamento do governo. Quanto maior a dívida, maior o lucro dos investidores. Com matemática desse nível, não é por acaso que adornamos, pelos motivos errados, as capas dos principais noticiários do planeta.
Correndo atrás da sombra que se alonga à medida que o ocaso de nossa economia se evidencia, o governo, em vez prestigiar os ajustes e correções apontadas por um Levy bem avaliado mundo afora, opta por um Barbosa, que tem no currículo a paternidade da crise. Governos e chefes medíocres querem gente competente bem longe.
Buscando minorar os efeitos da crise pelo lado errado, o governo aumentou de R$ 6,7 bilhões para R$ 7,2 bilhões as verbas destinadas a emendas partidárias, no melhor estilo molhando as mãos de seus pretensos avalistas. No mesmo sentido, Dilma Rousseff aumentou de R$ 289 milhões para R$ 867,5 milhões o valor destinado ao Fundo Partidário. O mensalinho oficial tem finalidade que, se não atende ao reclame republicano, ao menos abre perspectiva de remissão dos pecados do governo, no mesmo molde das antigas indulgências concedidas pela igreja.
De qualquer forma, o fogo do impeachment, que há a meses vem fritando o governo pelas beiradas, já deixou sinais indeléveis, marcando-o com a cicatriz do pior da história, por qualquer lado que se analise. Isso não é pouco. Nem tudo. Vem muito mais por aí.

 

Gol contra

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Em plena temporada de viagens, consumidor desesperado para comprar passagens pelo portal da Gol vê seu dinheiro saindo da conta do cartão e sendo estornado várias vezes. Com o cartão estava tudo bem. Com o portal da Gol havia “inconsistência sistêmica”, ou seja, a incompetência recorrente.

Está lá

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Na lei do SAC: “No primeiro menu eletrônico devem estar disponibilizadas as opções do contato direto com o atendente, de reclamação e de cancelamento dos contratos de serviços”.
No caso do Banco do Brasil, essa alternativa não existe.