Hora da limpeza

Publicado em ÍNTEGRA

DESDE 1960

aricunha@dabr.com.br

com Circe Cunha e MAMFIL

Nestes tempos bizarros, a multiplicação de gravações secretas, envolvendo personagens do mundo político nacional e local, tem apresentado aos ilustres eleitores de todo o país e de Brasília, em particular, uma sequência ininterrupta das mais indiscretas e explosivas inconfidências. Gravações e delações têm o condão de trazer para o grande público a verdadeira face oculta de nossos representantes. Hoje, é sabido que a busca desesperada por cargos eletivos, obedece, em parte, a um raciocínio simplista. Por um lado, permite ao postulante adentrar para o seleto clube das raposas que vão controlar o galinheiro e os ovos de ouro. De outro, permite ainda que o eleito, caso apanhado em flagrante depenando a penosa, não seja importunado pelos homens da lei, graças à carapaça obtida com a odiosa prerrogativa de foro privilegiado.

A kriptonita para esses super homens do crime tem sido justamente a revelação de seus pecados ou a deduragem pura e simples de seus pares em busca de atenuantes. Aliás, a própria expressão dedo duro, ganhou uma nova vestimenta eufemizada, sendo conhecida, hoje, como delação premiada. Pelas parlapatices de Luiz Estevão, captadas pelo gravador indiscreto da futura ex-deputada distrital Liliane Roriz (PTB), os brasilienses vão tomando ciência de como opera e se distribui a maquinaria política praticada aqui na capital. De acordo com que revelou o ex-senador nas gravações, existem indícios de que dentro da Câmara Legislativa, entre outros ilícitos, há uma bancada da fatura, integrada pelos deputados Cristiano Araújo (PSD), Robério Negreiros (PSDB) e Rafael Prudente (PMDB). Juntos, esses dublês de parlamentares, mas que, na realidade, são donos de empresas de segurança e de conservação, faturaram, desde 2009, quase R$ 2 bilhões dos cofres do GDF.

No rastro do que revelou Estevão, surgem ainda sinais de que a atividade política dessa bancada bilionária, que também poderia ser denominada da fartura, rende lucros para as empresas. Somente no caso do distrital Robério Negreiros, dono da Brasfort, os lucros de sua empresa foram multiplicados 52 vezes depois de ser eleito, passando de R$ 4,1 milhões, em 2010, para R$ 210,6 milhões em 2015. Além desses nomes, Estevão cita a ex-deputada Eliana Pedrosa cuja família, proprietária da empresa Dinâmica, já lucrou com o GDF o equivalente a R$ 332 milhões desde 2009. Ilude-se quem acredita que esses nobres deputados ocupam assentos na Câmara local preocupados com as condições de vida e bem-estar dos brasilienses. Na verdade, e os lucros fabulosos dessas empresas assim revelam, a CL é usada como biombo para a prosperidade dos negócios da família. Que por sinal, vão muito bem, obrigado.

A frase que não foi pronunciada

“ Nunca mais o Estado brasileiro vai entrar no vermelho”

Presidente Michel Temer, sonhando com um jardim verde e amarelo no Alvorada

Fim de linha

É preciso ser muito sórdido para se aproveitar da angústia de um desempregado para plantar um golpe que rendia R$70 mil por mês. Depois de aliciar o trabalhador, os criminosos cobravam R$180 de um curso e preparo da documentação. A Polícia Civil do DF acabou com a farra pela Operação Fake Job e o juiz Luís Eduardo Yatsuda Arima, da 2ª Vara Criminal de Brasília, aceitou denúncia do Ministério Público do Distrito Federal. Doze mandados de prisão e 2 de busca e apreensão foram só o começo do fim da gangue.

Solução

Como é parte do jeitão de Brescianini, depois de esperar a resposta que não veio, ele mesmo deu a solução. Uma parceria com o metrô para a emissão das passagens e de cartões de integração ônibus-metrô seria o fim do problema fiscal.

Pelo DF

“Mandando foto já ajuda”. Trata-se de um aplicativo para celular e tablet que funciona para denúncias de invasões em área pública. O aplicativo foi desenvolvido pela Agefis em parceria com a Casa Civil. O protetor das terras públicas da cidade pode enviar uma foto ou localização com a imagem de satélite.

CDH

Durante a reunião da Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa do Senado, na quinta-feira, Carlos Penna Brescianini, representante do Blog Ambiente e Transporte e ex-coordenador do Metrô/DF, fez uma pergunta que ninguém conseguiu responder, ou não teve coragem. Ele quis saber a razão de não se receber uma nota fiscal pelas passagens de ônibus compradas.

Realidade

Renata Cunha Santarém, estudante, quando indagada sobre a falta de nota fiscal para a compra das passagens no transporte público do DF rebateu com outro questionamento: “Nota fiscal? Nem o troco eles dão! Imagine o recibo.”

História de Brasília

Nós, entretanto, recomendamos aos inimigos do cerrado: o fósforo dado pela Campanha não serve para queimar matas. É para acender cigarros. (Publicado em 14/9/1961)

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