Calcanhar de Aquiles do Brasil: a falta de educação

Publicado em ÍNTEGRA

DESDE 1960

aricunha@dabr.com.br

com Circe Cunha e MAMFIL

Pode não parecer para muitos , mas o processo de erradicação completa do analfabetismo é uma condição sine qua non para o desenvolvimento material de um país. Esse fato explica por que não existe, dentro do seleto grupo de países desenvolvidos, nação alguma que tenha alcançado a prosperidade econômica, política e social sem que tenha resolvido, a priori, a superação do problema do analfabetismo.

Essa tese explica também por que o Brasil, em pleno século 21, ainda não conseguiu se inserir entre as potências globais, limitando-se ao voo de galinha dentro do que é chamado países em desenvolvimento. Temos sistematicamente desperdiçado o bem mais precioso para os seres humanos, que é o tempo, prejudicando o acesso de muitas gerações a educação de qualidade. A verdade é que nunca faltou dinheiro para o Brasil investir em educação.

O que falta mesmo é vontade política. Mas convenhamos. Com representantes da estirpe que estamos conhecendo por meio das ações do Ministério Público e Polícia Federal, o que é possível esperar? Como uma pátria pode ser educadora se suas autoridades não receberam educação em casa? A falta de consciência desses criminosos em relação ao ilícito cometido parece a simples falta de um pai ou de uma mãe por perto para colocá-los nos eixos.

Educação é exemplo. Só isso. Simples para quem preza pelas próximas gerações e por um mundo mais justo, solidário e humano. Já o caráter, a índole de um homem, nada mais é do que o seu destino. Nosso descaso secular com a educação é o responsável não apenas pelo ciclo perverso da miséria e do subdesenvolvimento que nos acorrenta, mas, principalmente, pela proliferação contínua de lideranças políticas medíocres para quem a falta de educação da população facilita e eterniza o processo de exploração.

Manter a população na escuridão da ignorância, cria a falsa necessidade de luminares e salvadores da pátria, pretensos portadores da lanterna de Diógenes, mas que são, de fato, postes sem vida e luz própria. Às vésperas em que se comemora o Dia Mundial da Alfabetização (8 de setembro) instituído em 1967 pela ONU, o Brasil tem pouco a festejar.

Segundo Relatório de Monitoramento Global da Educação 2016, divulgado agora pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), o Brasil tem 13 milhões de pessoas , com 15 anos ou mais que não sabem ler, nem escrever (analfabetas), sendo que mesmo dentre as pessoas com escolaridade básica, apenas 15 % conseguem realizar, com sucesso, operações simples de aritmética.

Nosso país ocupa a oitava posição, entre as nações do mundo com maior número de adultos analfabetos. Se a situação é ruim no ensino básico, nas séries seguintes, mais avançadas, o problema da má qualidade da educação se repete de maneira monótona. De acordo com o ranking QS World University deste ano, a Universidade de Brasília (UNB) caiu mais de cem posições dentre os centros de ensino superior do mundo, despencando entre as 500 melhores do planeta para posições entre 601 e 650, numa lista com 916 instituições universitárias do globo.

Também em comparação com outras universidades da América Latina, a UnB caiu da 22ª posição, em 2015, para o 32ª lugar este ano. Mesmo diante dos índices e avaliações negativas em educação, o governo parece decidido, dentro do esforço de melhorar as contas públicas, a cortar cerca de R$ 1 bilhão no orçamento do Pronatec, reduzindo o número de vagas e os investimentos no programa em 45%. É o Brasil, deitado eternamente em um berço que parece esplêndido, mas, chegando mais perto, vê-se a ignorância cravada por todos os lados.

A frase que não foi pronunciada

Até criança fala a verdade. Por que esses marmanjos não criam vergonha na cara?

Dona Dita, aborrecida com tantos homens poderosos presos

Bomba

Brasília está em polvorosa com a possibilidade do impeachment ao presidente do STF, Ricardo Lewandowski. Tudo vai depender do presidente do Senado, Renan Calheiros, se aceitará o documento do Movimento Brasil Livre.

Átrio

Começa a ser pulverizada a iniciativa do Ministério Público Federal em conclamar todas as unidades a dar um basta na corrupção. O Ministério Público do Distrito Federal apresentou um processo contra os ex-administradores regionais de Taguatinga, Carlos Alberto Jales, e de Águas Claras, Carlos Sidney de Oliveira. Há provas de improbidade administrativa.

História de Brasília

Para os que gostam de caça e pesca, vejam esse resultado de fim de semana no nosso Dick Shaw, do Informador: 5 pacas, uma capivara e 80 quilos de tucunaré. Superou o recorde de “conversa de pescador”, que pertencia, até então, ao Auristelio Ponte. (Publicado em 12/9/1961)

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