Autor: Circe Cunha
Desde 1960 »
Com Mamfil e Circe Cunha
Cabral, na visão tardia dos índios, foi o primeiro invasor oficial de Pindorama. Com ele vieram as virtudes e os vícios da civilização portuguesa, que logo foram enfiadas goela a baixo dos silvícolas. A opção de fazer das terras achadas uma colônia, exclusivamente, de exploração, como era corrente no período do mercantilismo, deu o rumo que viria a marcar todo o futuro desse lado da América.
Obviamente, os primeiros a sentir os efeitos da corrupção foram os próprios índios, enganados, roubados e posteriormente escravizados por tentativa infrutífera. Das intrincadas filigranas da burocracia lusa, praticadas, aqui, a partir de 1530, herdamos, por questões até de sobrevivência, o que de pior o capitalismo comercial da era moderna podia legar. Daqui tudo se extraía, da forma mais bruta e sem remorsos, inclusive, a dignidade de muitos. O nepotismo, o clientelismo e o oligarquismo foram introduzidos e enquistados no modus operandi do Estado, de tal forma e por tanto tempo que ainda hoje nos vemos envoltos sob o manto difuso de um modo de proceder que, ao fim e ao cabo, nos mantém acorrentados a um eterno subdesenvolvimento.
Se a corrupção é um fenômeno histórico, difícil, depois de cinco séculos, se desvencilhar porque, ao longo do tempo, prosseguimos, por conta própria, alimentando e chocando os ovos dessa serpente, e prologando a razão de nossa própria ruína. Uma das fórmulas mais eficazes de interromper esse ciclo vicioso, sem abarrotar as cadeias com meliantes é conhecida, há tempos, e só não foi posta em prática porque nunca interessou aos que detinham poder para fazer essas transformações. Ao que a sociedade brasileira assiste, em pleno século 21, com os escândalos revelados pela Polícia Federal e pelo Ministério Público, nada mais é do que prosseguimento natural do girar de uma roda iniciada em 1500.
Ao longo dos anos, a cada geração em formação, temos a oportunidade única de pôr fim a esse ciclo malsão. É, portanto, na educação de base que estão colocadas as oportunidades de se iniciar novo e redentor ciclo. Dessa forma, soa sempre como uma esperança de que esses vícios podem ser interrompidos quando assistimos a iniciativas como a realizada agora pelo Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) que, até o dia 12, percorrerá as escolas públicas da capital com palestras sobre o combate à corrupção.
Ensinar aos pequeninos ações do dia a dia, como não furar fila, não colar nas provas e a proceder de modo a não levar vantagens em tudo e a qualquer preço, é como plantar uma boa semente para o futuro. Palestras com tema “O que você tem a ver com a corrupção” para os estudantes dos ensinos fundamental e médio é, segundo os idealizadores, uma oportunidade de levar a eles a “reflexão de que a própria criança, o próprio jovem, enfim, todos nós, temos um papel extremamente ativo na mudança da realidade da corrupção que nos atinge, seja no compromisso com atos de honestidade do dia a dia, seja no controle social do nosso país”, afirma a coordenadora e promotora de Justiça Luciana Asper. No ano passado, foram realizadas 163 palestras, com o envolvimento de 27 mil alunos. É um bom e promissor caminho para o redescobrimento do Brasil.
A frase que não foi pronunciada
“O sol é nascente, mas o homem é morrente.”
Dona Dita, pensando ao lado de um corpo tombado na cidade Sol Nascente.
Release
» Sustentabilidade — Promovido pela Câmara de Comércio Brasil-Portugal Centro-Oeste em parceria com a Federação das Câmaras de Comércio Exterior, o Congresso Internacional de Energias Renováveis e Sustentabilidade (Ciers) objetiva estimular atitudes capazes de contribuir com um mundo mais sustentável. O Ciers será realizado em Brasília, no Centro de Convenções Ulysses Guimarães, no período de 16 a 18 deste mês. As inscrições são gratuitas. Informações no site www.ciers.org.br.
Depois
» Professores da rede pública precisam criar meios mais inteligentes de protesto. Depois da greve, os alunos são penalizados, precisando abrir mão do sábado para que os professores possam receber o salário pelos dias parados. São sempre os mais prejudicados.
Avanço
» Projeto impecável que ajuda estudantes a alçar voo é o Centro Interescolar de Línguas (CIL). A unidade de Taguatinga passa a ser credenciada como associada à Unesco. A partir daí, o mundo abrirá as portas para os projetos internacionais da organização.
História de Brasília
Mudando-se para a Asa Norte, o Ministério das Minas poderia mandar vir do Rio todas as suas seções, mas, agora, vem a pergunta para se saber onde seriam localizados os funcionários e suas famílias. (Publicado em 27/9/1961)
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Com Mamfil e Circe Cunha
Numa época em que se assiste ao esgotamento progressivo dos recursos naturais, como a água, as questões fundiárias passam a requerer, com mais urgência, um tratamento racional e especializado, de modo a não comprometer, ainda mais, esse que é um dos grandes problemas que a humanidade terá de resolver neste século, caso ainda tenha planos de permanecer neste planeta. Dessa forma, é no mínimo temerário que problema dessa magnitude seja totalmente delegado ao arbítrio da classe política cujo horizonte, todos sabemos, se estende somente até as próximas eleições. Essa situação, já por si muito delicada, ganha contornos mais preocupantes quando se verifica que decisões sobre a ocupação do solo emanadas do Legislativo quase sempre se revestem de aspectos nitidamente fisiológicos, já que buscam soluções imediatas para problemas complexos, cujos resultados são sempre de longuíssima duração.
Esse parece ser o caso da Medida Provisória nº 759/16, aprovada agora, com 16 votos favoráveis e 4 contrários, pela comissão mista criada no Congresso Nacional. A MP trará mudanças significativas na legislação que trata da regularização de terrenos urbanos, sobretudo condomínios fechados, favorecendo quem já construiu e quem ainda não iniciou obras nesses espaços.
A despeito de beneficiar cerca de 1 milhão de brasilienses que vivem em imóveis sem escritura, como Jardim Botânico, Vicente Pires e Sol Nascente, o que na prática a adoção dessa medida passa ao cidadão é que as invasões de terras públicas, uma vez se tornando fato consumado, vale a pena serem realizadas. Um dia, dada a natureza elástica da política, principalmente às vésperas das eleições, toda invasão acabará por ser legalizada.
Primeiro os órgãos públicos tratam de ligar água e luz. Os grileiros, que nunca ganharam tanto dinheiro como nestas últimas décadas aqui em Brasília, obviamente agradecem e hão de reconhecer e retribuir o favor político. Por essa medida, fica proibida a derrubada de guaritas e do cercamento desses condomínios, como determinava a legislação passada. Também os moradores dessas regiões saberão retribuir o esforço da bancada de Brasília que votou a favor do projeto.
Quem não aceitou com tanta facilidade a questão foi a Justiça, que, por meio do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT), pediu que a matéria fosse discutida por outros mecanismos que não medida provisória. A regularização de assentamentos urbanos consolidados, diz a nota do Ministério Público, havia sido inteiramente disciplinada pela Lei Federal n° 11.977, de 7 de julho de 2009. A norma em questão promoveu sensíveis alterações com o intuito de viabilizar a regularização desses assentamentos, tendo como principais inovações os institutos da legitimação de posse e da demarcação urbanística. Para os urbanistas, o novo entendimento legal é um complicador a mais nos já tão delicados problemas de infraestrutura da capital.
A frase que foi pronunciada
“Ninguém morre. As pessoas só despertam do sonho da vida.”
Raul Seixas
Release
» Enquanto na França o país se divide entre fechar as fronteiras ou abri-las para o mundo, no Brasil, os refugiados em São Paulo participam do maior festival de inovação da América Latina. É a 5ª edição do Festival Path que será neste fim de semana, promovendo encontros entre inovadores e pessoas refugiadas. O evento será a partir das 9h, no Instituto Tomie Ohtake, em São Paulo.
Opinião
» Quem foi contundente nesta semana, ao microfone no Senado, foi o senador Acir Gurgacz. Criticou a política econômica do governo, que, segundo ele, só aprofundou a tendência de favorecer o mercado financeiro em detrimento do setor produtivo, da indústria, do comércio, dos serviços, que fazem a economia real do país. O senador ainda criticou com veemência a atuação do BNDES, que nem irriga a economia, nem estimula investimentos.
Pode Arnaldo?
» Parlamentares legislam em causa própria para terem perdoadas as próprias dívidas com a União. A denúncia é de Achilles Frias, presidente do Sindicato Nacional dos Procuradores da Fazenda Nacional (Sinprofaz). E fechou o discurso sobre a relatoria. “No Brasil, um deputado, que é grande devedor, que deve mais de R$ 67 milhões à União e é da base do governo, foi designado para relatar a MP 766, que prestigia o mau pagador em detrimento do bom.”
Mais essa
» Agricultores do DF começam a mudar de ramo. Falta água.
História de Brasília
Se todas as repartições que estão mal acomodadas em Brasília tiverem que se mudar, deveríamos ver, antes, o número de funcionários residindo em locais impróprios, e providenciar melhores acomodações para asd suas famílias (Publicado em 27/9/1961)
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Com Mamfil e Circe Cunha
Dos muitos instrumentos legais de que dispõem as casas legislativas para fiscalizar a correta aplicação, pelo Executivo, do dinheiro do contribuinte na máquina pública, a comissão parlamentar de inquérito (CPI) é a mais eficaz e imprescindível. Regulamentada no art. 58, § 3º da Constituição de 1988, a CPI possui os mesmos poderes de investigação de uma autoridade judicial.
Ocorre que, por vezes, sua duração e complexidade acabam custando mais caro para o contribuinte do que o montante alvo da comissão. Dessa forma, uma CPI que estenda os trabalhos por um ano inteiro terá consumido volume considerável do dinheiro do contribuinte. Nada é feito de graça, muito menos em nossos legislativos. Se os cidadãos soubessem, de fato, quanto custa o funcionamento de uma CPI, cobrariam cada centavo gasto nos resultados efetivos desses trabalhos.
Criada originalmente com o objetivo de enquadrar o governador Rodrigo Rollemberg e colocá-lo à mercê dos interesses de parte da Câmara Legislativa do Distrito Federal. A CPI da Saúde nasceu anencéfala. Depois de um ano de múltiplas audiências, diligências, convocações, depoimentos, requisições, discussões e outras pantomimas, o relator, deputado Lira (PHS), apresentou, num calhamaço de 600 páginas, o resultado das investigações. O relatório final reflete bem o que pensa o cidadão sobre a importância dessa instituição para a vida da capital.
Ao investigar um período de seis anos, entre 2011 e 2016, nos governos Agnelo e Rollemberg, o deputado distrital simplesmente não encontrou nenhuma irregularidade de monta, digna de nota.
Descontado o conhecido corporativismo, em que os deputados fazem de tudo para não indiciar os colegas de ofício, surpreende que o relatório não tenha enxergado a megainvestigação levada a cabo pelo Ministério Público e pela polícia — Operação Drácon —, em que, os membros da Mesa Diretora da Câmara Legislativa foram transformados em réus pelo Tribunal de Justiça do DF.
Para o relator, seu trabalho se ateve a “detectar erros e apontar soluções” para a área. Além da Operação Drácon, o relatório passou longe de investigar e esclarecer desvios das verbas do Fundo Constitucional de Saúde, no descredenciamento de serviços básicos, na apuração das empresas fornecedoras de medicamentos, próteses, órteses e equipamentos para os serviços de saúde pública do DF e outras maracutaias denunciadas e tornadas públicas pela imprensa.
Para produzir relatório muito mais consistente e útil, bastaria à CPI uma visita in loco às unidades de saúde e aos hospitais da capital para comprovar o que toda a população já sabe e sente na pele há muitos anos. O que é inadmissível é torrar o dinheiro do contribuinte para produzir um documento inútil e fantasioso.
A frase que foi pronunciada
“O código de competência é o único sistema moral baseado no padrão ouro.”
Ayn Randt
Quem se lembra?
» Gilmar Mendes afirma que saiu “perplexo” da conversa com Lula. Tudo aconteceu no escritório de Nelson Jobim. Mas isso foi no dia 28 de maio de 2012. Ali as coisas começaram a esquentar.
Impressionante
» Documentário A morte inventada, de Alan Minas, é cru, sem nada para amenizar a dor, em vários momentos até amargo, profundamente triste. Traz o assunto alienação parental sem rodeios. Mostra a crueldade do parente que cria um personagem que não existe para separar a família. Vale ver. No YouTube é fácil de achar.
Parece piada
» E a população parece inerte. Nunca a conta d’água chegou tão cara. Observe que você paga mais para receber menos. Não admitem o redutor de ar no encanamento. Sendo assim, o ar é cobrado também. Depois do corte, a água que chega vem marrom. É contabilizada do mesmo jeito. Só os brasileiros aguentam ser tripudiados dessa forma.
Nada muda
» Volta e meia o governo anuncia liberação de verbas a instituições federais de ensino. Dessa vez o Ministério da Educação repassou mais de R$ 200 milhões. É pena que não haja um portal da transparência que mostre à população quando, quem assinou, onde foi aplicada a verba, quanto e em quê. Isso porque sempre que se anuncia repasse de verba para a educação, absolutamente nada, nem uma agulha se move.
História de Brasília
Se todas as repartições que estão mal-acomodadas em Brasília tiverem que se mudar, deveríamos ver, antes, o número de funcionários residindo em locais impróprios e providenciar melhores acomodações para as suas famílias. (Publicado em 27/9/1961)
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Com Mamfil e Circe Cunha
Usando de um argumento, no mínimo, duvidoso, o governador Rodrigo Rollemberg regulamentou a chamada Lei dos Puxadinhos, que estabelecerá as normas para a ocupação dos espaços junto ao comércio das quadras 100, 200, 300 e 400 da Asa Norte. Na prática, a LP sacramentará uma realidade que foi se formando ao longo do tempo, com os bares e outros estabelecimentos comerciais, avançando sobre os espaços públicos, no vácuo das fiscalizações.
O que se tem aqui, e a própria lei explicita, é a descaracterização legal do projeto urbanístico da cidade, ameaçado e vilipendiado, desde a primeira hora, a partir da criação da Câmara Legislativa. Leis com esse viés revisionista passaram a ser confeccionadas para atender prioritariamente os dois lados do balcão. Da associação de políticos astutos com empresários gananciosos, Brasília e suas áreas no entorno passaram a sofrer um intenso e caótico processo de mercantilização, em que os princípios científicos do planejamento urbano foram postos totalmente de lado, em nome de lucros rápidos. Com isso, a população, principalmente aquela que ocupa as áreas centrais da capital, vai perdendo aos poucos a qualidade de vida que distinguia Brasília das demais cidades brasileiras.
Não é segredo para ninguém que os moradores das quadras limítrofes ao comércio local vivem hoje em guerra declarada contra a poluição sonora, os casos de violência e a sujeira produzidas pelos milhares de bares que foram brotando nesses locais. Os estacionamentos dos moradores estão sempre lotados. Brigas e arruaças têm sido constantes. Chamar a polícia para restabelecer a paz é inútil. O antigo clima bucólico que circundava as quadras residenciais desapareceu por completo.
Aos poucos os estabelecimentos especializados em bebidas alcoólicas foram se alargando, invadindo gramados, calçadas e outros espaços públicos, transformando a cidade, patrimônio cultural da humanidade, num gigantesco mercado a céu aberto, onde se encontra de tudo, menos sossego.
Puxadinho em arquitetura é um termo usado, com sentido pejorativo, para identificar projetos mal resolvidos, em que os remendos e outras reformas são providenciadas a toque de caixa para atenuar erros de concepção e esconder defeitos.
No caso da Lei dos Puxadinhos, o que se tem é justamente isso: a confecção de remendos, feitos às pressas, para atender todo mundo, menos os moradores locais que não invadiram.
A frase que não foi pronunciada
“Qualquer povo defende sempre mais os costumes do que as leis. É mais fácil vencer um mau hábito hoje do que amanhã.”
Confúcio, conversando com o Barão de Montesquieu
Juntos
Alexandre Innecco ensaiou, ontem, pela primeira vez, a orquestra permanente do Espaço Cultural que leva seu nome. Como tudo o que se começa, as expectativas são enormes e a torcida para que tudo dê certo, também.
Nascido
Por falar em Alexandre, vale repetir a história do Ribondi contada no FB. O pai queria registrá-lo como Victor Hugo, mas o padre não gostou porque o escritor era maçom. O pai resolveu o problema na hora. Então, Alexandre Dumas Valadares Ribondi. E assim o artista que já é candango chegou ao mundo.
Terror
Foi um deus nos acuda no plenário das Comissões da Câmara dos Deputados na votação da reforma da Previdência. Os parlamentares foram atingidos pelos efeitos de bombas de gás lacrimogêneo e outros arsenais em posse de agentes públicos.
Release
A tradicional feira de produtos autorais, Enova, traz para a quarta edição de 2017 um especial para o Dia das Mães. O evento será realizado amanhã, na pracinha da 201 Norte, das 10h às 18h. Além de preços convidativos, variedades em artesanato, acessórios, semijoias, entre outros, esta edição terá uma oficina gratuita de difusores aromáticos, com óleos essenciais, que será realizada pela loja Potira, com produtos da TerraFlor. Interessados em participar devem se inscrever pelo facebook: https://www.facebook.com/enovafeiraderua.
E agora, São Pedro?
Por essa não esperavam. No centro de uma gestão passada e presente que não foram capazes de evitar o racionamento d’água na capital do país, em um ano a mesma capital sediará o Fórum Mundial da Água, ou da seca.
História de Brasília
A notícia da transferência do Ministério para a Asa Norte deixou o sr. Oscar Niemeyer tremendamente aborrecido, e, como construtor de Brasília, deverá achar um absurdo, antes de uma solução, não o terem ouvido a respeito, para que ele indicasse uma solução. (Publicado em 27/9/1961)
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Com Mamfil e Circe Cunha
Fosse analisado apenas à luz da psicanálise, o parecer apresentado agora pelo ministro do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes, para deferir, num voto de minerva, o pedido de habeas corpus, apresentado por José Dirceu, revelaria, por trás das falsas filigranas jurídicas, um juiz , cujo narcisismo e o ego gigante, o faz crer estar no mais alto das colinas, de onde contempla a humanidade que vaga no escuro da ignorância.
Ninguém deve se atrever a desprezar o impecável currículo do magistrado. Mas há algo no meio jurídico onde os responsáveis não são os mestres.
Ao se referir ao trabalho dos Procuradores da República como “brincadeira juvenil”, feita por “jovens que não tiveram a vivência institucional” ,Gilmar Mendes criticou, num discurso de fundo moralista, a insistência a com que o procurador Deltan Dallangnol vem atuando para manter no cárcere criminosos contumazes . “Se cedêssemos a esse tipo de pressão, deixaríamos de ser o STF”, disse o ministro, para quem “ o Supremo deu uma lição ao Brasil”.
A pressão ao qual o ministro se refere é, no mínimo, a mais legítima e legal das pressões, já que emana também de um braço da Justiça. Justamente aquele que mais a fundo , conhece por dever de ofício investigativo , as atividades criminosas e as ardilesas de José Dirceu, o verdadeiro cérebro por trás do lulopetismo.
Causa estranheza para muitos que às vésperas de fechar as negociações para um possível acordo de deleção premiada, o ex-homem forte do governo Lula, tenha conseguido um relaxamento de sua prisão. O que não causa surpresa alguma é a atitude adotada pelos ministros Ricardo Lewandowski e Dias Toffoli a não se declararem impedidos de votarem no processo por suas ligações históricas e mesmo subalternas ao Partido dos Trabalhadores.
O que fica evidenciado neste julgamento, mesmo para os mais leigos dos cidadãos, é que já não é mais possível aceitar pacificamente que os membros do STF sejam escolhidos diretamente pelo Presidente da República. Este modelo, pelo que se tem visto desde os julgamentos do mensalão, e pelo que vai se anunciando nos escândalos em curso do petrolão, tem, insistentemente, se mostrado parciais e tendenciosos. Justificativas jurídicas para este ou outras decisões e comportamentos polêmicos, sempre se acharão no oceano das leis. O que nunca haverá de se achar é a sintonia do que pensa e acreditam os cidadãos e as discutíveis decisões de muitos juízes, aprisionados entre o que desejam os brasileiros que lhes garante os proventos e aqueles políticos que lhes franquearam o alto cargo.
A frase que não foi pronunciada:
“ Caráter é adquirido com experiência no STF?
Pergunta da senhora Democracia
Cuidados
O que alguns síndicos não sabem é que reformas na fachada faixa deve ser comunicada ao arquiteto autor da obra. Se em Brasília alguém se interessar por esse tema, terá material farto. O Código Civil dita no artigo 1336: “São deveres do condômino: III – não alterar a forma e a cor da fachada, das partes e esquadrias externas”
Alfinetada
Novamente denúncia de assédio sexual no metrô. Lembro da Júlia ensinando a filha Rosana a espetar com alfinete de fralda qualquer tarado que se atrevesse a encostar nela. Deu certo. O intento era bruscamente interrompido com uma literal alfinetada.
Registros
Brotam a todo momento comentários na Internet sobre o STF . Homer Itaquy observa: Realmente os “meninos”de Curitiba não têm a experiência que um membro do STF tem.
Em boa hora
Empresas em débito tributário terão chance de regularização. Uma Medida Provisória foi aprovada no Senado criando o Programa de Regularização Tributária para empresas em débito.
HISTÓRIA DE BRASÍLIA
Ademais, o edifício para onde se mudaria o Ministério, é de propriedade da Comissão do Vale do Rio Doce, que é subordinada ao Ministério das Minas e Energia. Não tem água, luz, esgotos nem telefones. Como está, a própria Prefeitura não poderá dar o “habite-se”. (Publicado em 27/09/1961)
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jornalista_aricunha@outlook.com
MAMFIL com Circe Cunha
Para os brasileiros que têm a oportunidade de conhecer os países do Primeiro Mundo, a primeira boa impressão, que logo desperta a curiosidade do estrangeiro, é como as instituições públicas funcionam com tanta precisão e prestam serviços da mais alta qualidade para os cidadãos? E como é possível ainda que, nesses países, a iniciativa privada e o setor público consigam trabalhar de forma complementar e harmônica, sem choques e principalmente sem a ocorrência de escândalos de corrupção, tão comuns por aqui quando os dois personagens se cruzam?Chega a causar espanto que hospitais públicos e privados atendam com o mesmo nível de excelência. O mesmo ocorre com escolas, teatros, museus, transporte, segurança e uma diversidade de outras atividades, todas trabalhando de forma exemplar. Por aqui, a realidade é totalmente oposta. As instituições públicas, na sua grande maioria, não prestam bons serviços à população.Em nosso caso e de forma resumida, essa questão encontra como explicações o fato de que nos faltam fiscalizações rigorosas e sobram burocracias do tipo kafkaniana, que acabam por favorecer os setores públicos e privados a negociarem com vistas a atender primeiro os interesses de cada um e não os da coletividade.
As parcerias público-privadas (PPPs) e, mais recentemente, a eleição das empresas tidas como campeãs nacionais demonstram que, na prática, os benefícios advindos dessas reuniões em nosso país acabaram por favorecer apenas os agentes participantes das negociações, sobretudo os partidos políticos e as empresas privadas.Operações policiais como a Lava-Jato provam que ainda estamos muito longe de garantir que os recursos públicos tenham gestão eficiente e de plena confiança. Qualquer licitação parece fadada a favorecer grupos determinados e sempre em prejuízo dos contribuintes. De certa forma, vamos ficando acostumados com essa situação.Quando ocorre de alguma instituição chamar a atenção pela excelência na prestação de serviços, logo a desconfiança é geral. Como ela consegue e as outras não? Mesmo em casos como esse, o natural seria tomar esses minguados exemplos como modelos a seguir. Mas, em nosso caso, os bons exemplos passam a ser imediatamente sabotados para não contaminar os costumes vigentes e prejudicar futuras negociatas.
O Hospital da Criança José Alencar é um dos raros exemplos de atendimento de qualidade que, por isso mesmo, parece atrair sobre si todo tipo de sabotagem. Criado há cinco anos pela Abrace e por um grupo de profissionais da saúde, o HCB vem sendo, como denunciam agora seus dirigentes, alvo de conluio que envolve, além do Ministério Público, os sindicatos dos Médicos e de Servidores, o Conselho de Saúde, uma comissão parlamentar de inquérito (CPI) formada na Câmara Legislativa com esse intuito — a mesma Câmara envolvida na nebulosa e ainda inexplicável Operação Drácon.Surpreende que um hospital tão novo já tenha realizado mais de um milhão de atendimentos médicos, quase 8 mil por mês. Questões políticas e outras suspeitas vêm minando a resistência da diretoria da instituição, que já pensa em jogar a toalha e se render à pressão da nossa realidade. Caso isso venha se concretizar, o prejuízo será de todos; os ganhos, obviamente de poucos.
A frase que não foi pronunciada
“Há esperanças, só não para nós.”
Franz Kafka
Carta
Recebemos a missiva de Roldão Simas com o seguinte teor: o 1º de Maio tem origem em greve havida nos EUA contra a exploração da mão de obra operária. Lá, o dia comemorativo, para que não lembrasse o evento original, foi transferido para setembro. A denominação adequada é, portanto, Dia do Trabalhador, não Dia do Trabalho como é de hábito aqui no Brasil. Este ano deveria ser comemorado como Dia do Desemprego, com os Correios em greve desde 28 de abril sem notícia dela nos jornais convencionais.
Piano imperdível
Amanhã, dia 3, recital dos alunos de Gisele Pires e Daniel Tarquínio no auditório do Departamento de Música da UnB, às 12h30.
Laureados
Por falar em música, a equipe MPC – Música para crianças/UnB — recebeu o 1º lugar na categoria Educativo, no Prêmio Profissionais da Música 2017. Marina Ferraz, Ivana Bontempo, Sergio Fonseca, Zeze Rezende e Paulo Henrique Gaspar. Ricardo Dourado é a estrela que trouxe o projeto de musicalização para bebês em gestação.
Na real
Frouxidão nacional dos nossos líderes não impediu ações de vândalos que se diziam trabalhadores. Há que reprimir ferozmente esse tipo de ação. Que se contenham a violência e depredação em respeito aos trabalhadores que pagam impostos e obedecem às leis.
História de Brasília
Quanto à segurança do prédio, a informação do engenheiro da Ecisa é de que o problema já está resolvido com a correção das fundações, que apresentavam defeito. (Publicado em 27/9/1961)
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MAMFIL com Circe Cunha
Depois da Operação Drácon, que desbaratou verdadeiro formigueiro de saúvas do dinheiro público instalados na Mesa diretora da Câmara Legislativa, chega agora a vez da Operação Hemera (deusa da mentira na mitologia grega), que tem como alvos a dublê de deputada e pastora da igreja Ministério da Fé, Sandra Faraj, seu irmão Fadi Faraj, também pastor, espécie de papa daquela instituição. Há muito se sabe que misturar religião e política vai não só contra o preceito original que manda dar a Deus e a César o que pertence distintamente a cada um, mas na contramão do bom senso e da práxis da própria política.A sequência de casos mal explicados envolvendo líderes religiosos com cargos eletivos só não é maior do que a crença cega de fiéis e de eleitores que acreditam neles para a redenção de suas vidas. Sandra e o irmão são acusados pela polícia e pelo MP de crimes de corrupção, falsidade ideológica, uso de documentos falsos, ameaças e constrangimento de testemunhas, todos crimes muito comuns e já tornados típicos entre deputados da fé e pastores legislativos.Segundo as autoridades, caso esses crimes sejam confirmados, poderão render até 20 anos para essa dupla de espertalhões. A proliferação acelerada de seitas religiosas, de partidos políticos, de sindicatos e de ONGs nos últimos anos e a interpenetração deles na vida dos cidadãos comprova que ainda estamos anos-luz de atingir um grau de maturidade democrática ideal.
A frase que foi pronunciada
“Parar o Brasil é fácil! Até agora ninguém conseguiu fazê-lo andar!”
Lea Pia Justi, pedagoga paranaense
Enquadrar
» Alexandre Fortes, profissional da imagem, faz uma observação sobre os indígenas que merece registro: imagine como deve ser exigir demarcação de terra para um povo que nunca precisou de fronteiras.
Marco
» Desburocratizar o governo pode virar realidade com a criação do Selo de Desburocratização e Simplificação. A ideia está no projeto de lei do Senado, já aprovado na Comissão de Educação. A articulação para a aprovação dessa medida está sendo feita pelos senadores Antonio Anastasia, Ana Amélia, Ronaldo Caiado e a presidente da Comissão, senadora Lúcia Vânia.
História
» Parece que a senadora Gleisi Hoffmann não acompanhou o histórico dos políticos que usaram cocar na tribuna. Juarez Távora, que disputou a Presidência em 1955, posou com um cocar ao visitar Goiás e perdeu a eleição para Juscelino Kubitschek. Mário Andreazza recebeu um cocar do cacique Crumari, perdeu a convenção do PDS. Em 1984, Tancredo Neves pousou de cocar. Ganhou a eleição, mas morreu sem assumir o mandato. Ulysses Guimarães, Lula e Dilma também usaram. Na última quarta-feira, foi a vez da senadora Gleisi.
E mais
» A explicação é única. Se o pássaro morreu para que suas penas servissem de enfeite ao homem branco, o descendente dos europeus se arrependeria de ter se enfeitado às custas do sacrifício.
Identidade
» A Medida Provisória 776, que acabou de ser editada, trata do registro público obrigatório, desde o nascimento. Todos os dados das testemunhas devem constar na certidão de nascimento quando não houver assistência médica para o parto. Nascida, a criança receberá um número que a identificará para o resto da vida. Assinada por Michel Temer e Osmar Serraglio, a medida passou a vigorar a partir de 26 de abril.
Boa iniciativa
» Se existe um projeto que angaria a simpatia do povo, é o que implementou os restaurantes comunitários. A comida é farta, com preço justo e muito apreciada. Em algumas RAs mais de mil refeições são servidas diariamente. Em tempos de crise, alimentar a população, dando-lhe dignidade, é o melhor que o governo deve fazer. Gutemberg Gomes, secretário do Trabalho, Desenvolvimento Social, Mulheres, Igualdade Racial e Direitos Humanos, está revigorando os restaurantes.
Lei ao léu
» Câmara dos Deputados envia ao Senado projeto que aumenta de 7 para 11 anos a idade permitida para crianças serem transportadas por moto. Óbvio que a lei só servirá para os grandes centros. A moto, que substituiu o jegue em todo o interior do país, leva até recém-nascido ao posto de saúde. Isso quando não vão os 4 da família na mesma moto. Detalhe: ninguém usa capacete.
História de Brasília
Estavam quase paralisadas as obras, por falta de dinheiro, e, da noite para o dia, apareceu o dinheiro, e as obras estão em ritmo bastante acelerado. Nenhum funcionário informa com precisão o que está acontecendo, dando a ideia de que tudo está sendo feito às escondidas, o que não é normal. (Publicado em 27/9/1961)
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MAMFIL com Circe Cunha
Na sequência ininterrupta de escândalos protagonizada por integrantes da Câmara Legislativa (CLDF), desde sua criação, vão se tornando rotina também as operações de busca e apreensão feitas pela polícia e por membros do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) nas dependências daquela Casa.
A população já nem se surpreende mais com essas batidas. Desmoralizada e sem a credibilidade da população informada e atenta, a CLDF prossegue, a cada ano e por conta própria, cavando e ampliando a fossa que a separa dos brasilienses. Com isso, aumenta a certeza de muitos de que essa instituição representa, além de enorme e dispendioso estorvo para gestão pública, uma instância que cuida, sobretudo, dos interesses dos próprios deputados.
Escudados na ideia de que é impossível exercer a democracia sem a participação de personagens desse quilate e de seus núcleos políticos, o que eles têm conseguido de fato é constranger os cidadãos ao perpetuar seus desmandos e cometer crimes continuados de toda ordem. Servindo-se ainda do famigerado instituto de foro privilegiado, Suas Excelências têm abusado, além da conta, da paciência da sociedade. Essa mesma sociedade que lhes garantiu o voto, é bom lembrar.
A frase que foi pronunciada
“O Brasil é a república do cinismo!”
Reginaldo Marinho, cientista
Muito triste
» Dia do Perdão foi sancionado pela Presidência. Keiko Ota perdoou o sequestrador e assassino do filho de 8 anos. A senadora Simone Tebet declarou que a lei incentiva a solidariedade e a irmandade. Parece mais fácil para as autoridades contar com o perdão das vítimas do que instituir política pública efetiva e eficiente que resgate essa população vulnerável que não encontra alternativa oferecida pelo Estado, senão o crime.
O preço
» Se a greve fosse realmente para protestar contra o governo, teria sido organizada para o Dia do Trabalhador. O fato é que instituíram um dia a menos de trabalho, já que ninguém de livre e espontânea vontade sairia de casa para servir de massa de manobra. Passagem e alimentação de graça foram um estímulo a mais.
Outro lado
» Chegar a ponto de impedir passageiros de embarcar nos aeroportos despertou diferentes reações. Ao lado dos revoltados estavam as agrônomas Sandra Ferrer e Sirlene Morais. Elas aguardavam calmamente o desenrolar dos fatos e afirmaram que os grevistas agiam para defender os interesses da população, por isso, se precisassem passar mais um dia no aeroporto, ficariam de bom grado.
Humor
Meu irmão, já sobrevivemos a Garotinho, Rosinha, Cesar Maia, Conde, Dudu Paes. Se rolar um apocalipse nuclear, só sobra barata e carioca! De Raphael Pavan.
Sem vencimentos
» Por falar nisso, 200 mil servidores,entre ativos, aposentados e pensionistas, estão sem salário no Rio de Janeiro e 5 mil bolsistas da Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (Faperj) estão sem receber desde fevereiro.
Interatividade
» Senado cumpre importante papel perante a sociedade com a criação do portal de Educação Legislativa. Os cursos são gratuitos, on-line e disponíveis aos cidadãos. A coordenadora de Capacitação, Treinamento e Ensino do Instituto Legislativo Brasileiro, Simone Dourado, diz que é preciso aproximar cada vez mais o público dos serviços oferecidos pela Casa.
História de Brasília
Para o público, temos a informar isto: o prédio para onde se mudaria o Ministério é de propriedade da Comissão do Vale do Rio Doce, que é subordinada ao Ministério das Minas e Energia. (Publicado em 27/9/1961)
Desde 1960 »
jornalista_aricunha@outlook.com
MAMFIL com Circe Cunha
Em tempo de confissões inconfessáveis, a estratégia mais eficaz, que tem sido adotada por todos os arrolados nas denúncias de crimes, é a de acusar outras pessoas ao redor, criando, além de uma confusão generalizada, a falsa ideia de que todos são igualmente culpados e, portanto, passíveis de indulgência. A ideia central é fazer crer que, naturalmente, se formou, entre os poderes Legislativo e Executivo, uma espécie de Torre de Babel, onde ninguém mais se entendia e cada um acabou por induzir o outro ao erro, levando todos a cometerem falhas e deslizes primários.Empresários foram seduzidos por políticos, que, por sua vez, foram seduzidos por empresários, num desarranjo que acabou, acidentalmente, por drenar bilhões de reais dos cofres públicos, depois, displicentemente, distribuídos entre eles e branqueados pelos tribunais eleitorais. De dedos em riste, miram todos uns aos outros e, não raro, até ao juiz.A aprovação, pelos políticos enrolados, da Lei de Abuso de Autoridade é, de longe e até agora, a mais cristalina confissão dos crimes cometidos. Antigamente, era costume dizer que quem tem que se explicar está errado na saída. Dessa forma, quem tem muito que explicar muito implicado está. Lula fez seu pronunciamento, em forma de entrevista ao SBT, para explicar o inexplicável.
Chega a ser dolorido ter que assistir a um ex-presidente, a quem milhões confiaram cegamente e a quem o destino entregou a gigantesca missão de redimir o país, ter que esclarecer que não é dono do tríplex nem do sítio que mandou as empreiteiras reformarem, a peso de ouro, para si e sua família. Para não fugir à tática comum a todos, acusou o Ministério Público de ter mentido. “Se eles mentiram e não têm como sair da mentira, o problema é deles, e não meu”, afirmou Lula.Pelo que se conhece, essa é primeira vez na história republicana que um presidente tem que vir a público para dar explicações constrangedoras sobre sua conduta ética. Para quem conhece o ex-presidente de perto, esse é apenas o desdobramento natural de um comportamento persistente desde os tempos de sindicalista. “Lula, dizem, sempre levou vantagem em tudo, até nas pequenas negociações feitas entre patrões e empregados no ABC.”Esperto como sempre, Lula usou o alcance da emissora de Sílvio Santos para, no melhor estilo palanqueiro, reforçar a tese de que as acusações do Ministério Público fazem parte de um grande complô para tirá-lo da disputa em 2018. “Eu vou ter condições jurídicas de ser candidato, porque não há nenhuma razão jurídica para evitar que eu seja candidato.” Aí seria melhor eles terem coragem de dizer o seguinte: “Olha, vamos dar o segundo golpe nesse país e não haverá eleições em 2018”, afirmou o prestidigitador político de Garanhuns.
A frase que foi pronunciada
“Aqui se paga, aqui se faz!”
Conversa entre político e empreiteiro
Instigante
Quem estava perto dos índios no Congresso viu cenas pitorescas. Barbados de punho fechado defendendo os silvícolas e índios com celular assistindo tudo de uma Hylux. Há muitas entrelinhas nessas cenas.
Aprova já!
Um projeto que o governador e a população de Brasília aguarda ser votado trata da definição de critérios de medição do desempenho funcional do servidor público. O que se pretende é estabelecer regras claras para atender o que a Lei Orgânica determina e estimular o melhor desempenho do serviço público e, consequentemente, a melhoria da qualidade do atendimento prestado à população. Pergunta que não quer calar: O serviço público é composto por agente público e servidor, certo?
Bravo!
Nossa Luisa Francesconi continua brilhando. Dessa vez, na Argentina. “Inciranazione di Poppea”, no Teatro Coliseo. Sucesso de sempre.
Arrepios
Por falar em música, um estudo da Universidade de Harvard examina o cérebro de pessoas que se arrepiam com música. Só a metade da população tem essa capacidade. O trabalho científico de Matthew Sachs foi publicado em entrevista no The Guardian dada ao repórter Ian Sample.
História de Brasília
O ministro Gabriel Passos precisa ser esclarecido quanto ao que está acontecendo no seu ministério. A mudança para a Asa Norte do Ministério das Minas e Energia não deve se realizar, porque seria o desvirtuamento do Plano Piloto.(Publicado em 27/09/1961)