Eleição na França mostra uma saída possível

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com Circe Cunha e MAMFIL

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Eleição na Franca mostra uma saída possível

Não é por acaso que a França permanece como referência cultural e política para grande parte do mundo Ocidental. Ainda hoje o país tem sido um farol a iluminar os caminhos de outras nações, indicando que sempre pode haver veredas possíveis que conduzam ao fim das crises. Com a Revolução 1789, os franceses mostraram ao mundo que existia uma forma de governo alternativa, mais segura e justa para substituir a monarquia absolutista de direito divino e os privilégios odiosos de uma nobreza parasitária.

Com a eleição, agora, de Emmanuel Macron e seu República em Marcha!, a França volta a surpreender o mundo e, principalmente, a União Europeia, que ensaiava um movimento de fechamento à direita, elegendo, de modo incontestável, um jovem, com boa formação universitária e experiência na área financeira.

Para conseguir esse feito, Macron apresentou, em sua plataforma de campanha, propostas que deixavam claro que o impasse político, econômico e social em que a França havia se enveredado nos últimos anos era fruto direto do velho jeito de fazer política. Foi dessa forma que o eleitorado francês enxergou a eleição de Macron e deu a ele a maioria na Assembleia para mudar, mesmo apresentando propostas de reforma que pairavam no ar daquele país. Obviamente, ele ainda é uma incógnita, mas, sem dúvida, algo que merece ser testado em meio ao caos para onde caminhava a França e a Europa rachada.

Engana-se porém quem acredita que Macron é um simples salvador da pátria. O jovem presidente francês tem conteúdo e formação consistentes. Ao se lançar fora das órbitas dos partidos tradicionais, apesar de ter exercido o cargo de ministro da Economia do governo Hollande, Macron provou a tese de que é possível caminhar para novo modelo de fazer política fora dos meios habituais do populismo e do clientelismo.

A questão francesa pode parecer estranha à nossa realidade, mas tem muito a nos ensinar, principalmente neste momento de grave crise política que atravessamos desde 2002 e que, agora, atingiu seu nível mais crítico com o governo Temer. As investigações do Ministério Público e da Polícia Federal têm revelado aos brasileiros, de forma inconteste, que não podemos mais prosseguir com esses partidos políticos que aí estão, muito menos com a atual classe de políticos.

Descontados os devidos exageros, o que os brasileiros ora experimentam com esse modelo de república é justamente o que os franceses viveram pouco antes da Revolução de 1789: uma casta de privilegiados, instalados no poder, blindados pela Justiça e ungidos por um direito quase divino de governar, em nome do qual cometem todo o tipo de pecado, sem punição e sem remorsos.

 

A frase que foi pronunciada

“É de causar indignação ver representantes da burocracia oficial declamando que pagar impostos é ‘cidadania’. Cidadania é exatamente o contrário: é 550 controlarem os gastos do governo.”

Roberto Campos, economista brasileiro

 

Release

Café e leitura: uma dupla imbatível. Pensando nisso, a 33ª Feira do Livro de Brasília realiza, às 15h de hoje, no Pátio Brasil, a oficina O café nosso de cada dia, com a barista e advogada Andrea Lemke. A oficina oferecerá dicas práticas para o preparo do bom café, com inscrições gratuitas para 20 vagas aos primeiros que enviarem E-mail para feiradolivrodebrasilia2017@gmail.com

 

Infração

Cresce o número de infração gravíssima. Carros de polícia ou do Detran bem posicionados flagram, cada vez mais, motoristas usando o celular enquanto dirigem. Nem na parada do sinal é permitido o uso do aparelho. A multa é de quase R$ 300 e sete pontos na carteira.

 

Tudo ou nada

Governador Rollemberg está com a faca e o queijo na mão. Exatamente como Lula esteve. Se acertar e transformar o Hospital de Base em modelo de gestão, deixará sua marca positiva até para voos mais altos. O que Brasília precisa fazer é se unir pelo melhor. E o melhor é o que vai melhorar o atendimento à população.

 

Mais uma

Eduardo Cunha surpreende mais uma vez. Indica o presidente Michel Temer como testemunha em casos da Caixa que tratam de  ações penais sobre operações que investigam suspeitas de irregularidades.

 

Observador.pt

Roldão Simas nos envia sugestão para navegar. No sítio que intitula esta nota, os leitores podem se deliciar com o texto Coisas que o mundo inteiro deveria aprender com Portugal, assinado por Ruth Manus. “O mundo não deveria deixar o passado escoar tão rapidamente por entre os dedos.” E, depois, sai da tradição e adverte: “O deputado Jair Bolsonaro, que defende ideias piores que as de Donald Trump, emergiu como piada e, hoje, se fortalece como descuido no nosso cenário político. Nem Bolsonaro nem Trump passariam em Portugal. Os portugueses — de direita ou de esquerda — não riem desse tipo de figura, nem permitem que elas floresçam.”

 

História de Brasília

O Banco do Nordeste, com a influência que tem em toda a região, merece ser entregue a quem valha como honestidade e trabalho, evitando-se os favoritismos políticos. (Publicada em 29/9/2017)

Carência de projetos causa prejuízos

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 Se existe uma área no governo brasileiro que nunca funcionou a contento, sem dúvida, é a de planejamento e projetos. Pior: a deficiência é histórica e tem acarretado prejuízos incontáveis aos contribuintes. Falar em projeto executivo em todas as etapas de uma obra exigiria, no mínimo, prever todos os custos até o último parafuso. Mas isso é coisa de outro mundo para nossos governantes. Planejamento com esse nível de detalhe nunca foi realizado. O resultado é que o custo final da obra seria suficiente para erguer duas ou mais construções. Vale lembrar que às obras abandonadas não faltaram recursos públicos para as empresas responsáveis.

De certa forma, isso denota também um tipo muito peculiar de corrupção e que, obviamente, acaba debitado na conta dos pagadores de impostos. Não se conhecem ainda estudos que mostram a correlação entre a falta de projetos detalhados e os prejuízos decorrentes para os brasileiros. Todavia, à guisa de exemplo, tome-se duas situações bem atuais ocorridas aqui na capital que demonstram o quão carente ainda somos quando o assunto é planejamento.

Apenas nos últimos anos, o Distrito Federal deixou de receber do Fundo Constitucional (FCDF) R$ 480 milhões justamente por não ter realizado os projetos destinados à segurança da capital. Dessa forma, o dinheiro, que poderia ser utilizado para atender demandas do Corpo de Bombeiros, da Polícia Militar e da Polícia Civil, não pôde ser empregado nessas áreas, embora sejam mais do que conhecidas as carências em segurança.

O pior é que a falta de projetos e de transparência na utilização de recursos obrigou o Tribunal de Contas da União (TCU) a retirar do GDF a gestão desse Fundo. Noutro caso, o GDF deixou de receber R$ 415 milhões, que seriam destinados à compra de 10 trens para a Linha 1 do Metrô-DF, mais 10 veículos leves sobre trilhos (VLTs), além de finalizar as obras das estações 104, 106 e 110 Sul.

Os dois valores somam R$ 1 bilhão, desperdiçado pela falta de projetos e de documentação necessária. Trata-se de uma incompetência difícil de ser aceita para uma cidade carente de segurança, de transporte de massa e, sobretudo, de recursos.  Não tem explicação.

 

A frase que foi pronunciada

“É bom temer os profetas e aqueles que estão dispostos a morrer pela verdade, pois farão morrer muitos outros juntos com eles, ou no lugar deles.”

Umberto Eco, escritor italiano

 

Prêmio

» A Vale recebeu neste mês um prêmio na Indonésia por Gestão Ambiental em Mineração em 2016. O Prêmio Adhitama (Ouro) foi dado pelo Ministério de Energia e Recursos Minerais (ESDM) da Indonésia. A Vale foi considerada a única empresa com a melhor prática de gestão ambiental. Quem recebeu o prêmio foi o diretor-presidente da Vale na Indonésia, Nico Kanter.

 

Declaração

» “Os prêmios são um reconhecimento do nosso desempenho ambiental e, ao mesmo tempo, indicadores para melhorarmos o nosso trabalho. Para nós, uma boa gestão ambiental não é uma opinião, mas uma responsabilidade”, disse Nico Kanter.

 

Na realidade

» Por falar em Vale, o rio Doce continua, depois de um ano, mergulhado na lama. A situação dos atingidos permanece dramática. A Samarco, empresa controlada pela Vale e pela multinacional BHP, foi capaz de destruir um rio brasileiro, cuja ressurreição está longe de acontecer.

 

Lava-Jato

» Daniel de Saboia Xavier, coordenador geral de Estratégias de Recuperação de Créditos da PGFN, deu uma entrevista ao Estadão com uma visão sensata do que está ocorrendo. Bandidos maus e bandidos bons são diferentes dos contribuintes que cumprem o dever como cidadãos. Por isso, se alguém merece benefício, com certeza, não são os bandidos.

 

Sinalizar

» Homens de preto que estacionam os carros de clientes do comércio nas entrequadras precisam de coletes refletores. Inúmeras vezes motoristas são surpreendidos com a correria dos profissionais por uma vaga. Passam por trás dos automóveis, atravessam a rua repentinamente e correm sério perigo.

 

Muda já

» Quem vê as festas mais caras da cidade não imagina como funciona a parte que cabe aos empregados. Muitas noivas pagam para os empregados também fazerem refeições, mas os bufês não alimentam a equipe que trabalha. Os próprios garçons se sentem diminuídos tendo que servir os trabalhadores. É uma questão cultural de corrupção e preconceito à vista de todos, mas poucos enxergam.

 

História de Brasília

Ainda não foi escolhido o novo presidente do Banco do Nordeste. O presidente já teria recebido uma lista de candidatos, mas, pelo que se sabe, há muitos nomes que não suportariam o menor exame. (Publicado em 21/9/1961)

No caminho certo

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Em virtude do progressivo processo de degeneração sofrido pelas entidades representativas de classes ao longo dos últimos anos, principalmente pelo fato de que a maioria foi totalmente abduzida pelos partidos políticos, se transformando em pontas avançadas das agremiações, o que era seu mister original acabou diluído, perdendo a importância e razão de ser. Acrescente-se ainda que grande parte dos sindicatos encontraram no Estado um meio de subsistir, com folga, graças às generosas transferências de rendas compulsórias.

Libertas de seu patrão original (os trabalhadores), muitas dessas instituições não sabem mais a quem servem, seduzidas e abiloladas que estão pelo poder do dinheiro farto. Dessa forma, vai tornando cada vez mais patente que os embates entre os sindicatos e o governo, que outrora ajudaram a garantir melhorias para os trabalhadores, perderam sua força original e não empolgam as plateias, desconfiadas que, por trás das mobilizações frequentes, escondem-se estratégias que não dizem respeito ao direto dos representados.

Esse parece ser, precisamente, o caso dos embates entre os sindicatos da saúde (SindSaúde e Sindicato dos Médicos) em relação ao Projeto de Lei nº 1.486/2017, que institui o Instituto Hospital de Base do Distrito Federal (HBDF). A princípio é bom ressaltar que revoluções e mudanças na rotina e no status quo vigente, seja do que for, sempre encontraram resistências, simplesmente, por retirar da zona de conforto todos aqueles que, durante longos períodos, vêm colhendo frutos, mesmo em situações em que a lavoura está arrasada há anos.

Não é por outro motivo que encontramos hoje diretores sindicais prosperando financeiramente às custas da deterioração dos serviços públicos que dizem representar. Dessa forma, torna-se alvissareira a possibilidade de mudança no modelo de gestão do Hospital de Base, primeiro devido às constantes notícias de que a instituição carece de gestão profissional competente, tendo se transformado, ao longo do tempo, num buraco sem fundo de recursos públicos, que se esvai , ano após ano, e ainda assim faltam equipamentos, medicamentos e pessoal.

A pressão que os sindicatos prometem fazer pela não aprovação do referido PL tem como pano de fundo possível esvaziamento dessas entidades, que têm no HBDF, especificamente, e nos demais da rede, todos visivelmente sucateados, a própria razão de existir. Caso o projeto seja aprovado, a administração do Hospital de Base será feita por um conselho de oito membros. Quatro nomeados pelo secretário de Saúde — que assume função de presidente do colegiado — e quatro da sociedade civil, indicados em lista tríplice pelo Conselho Regional de Medicina, pelo Conselho de Saúde do DF, por uma entidade social, que represente os direitos dos usuários do SUS, e pelos funcionários do próprio instituto.

É preciso observar ainda que nenhum dos membros será remunerado pela função ou poderá ser político, filiado a partido ou parente de político em até terceiro grau. Haverá também uma diretoria executiva, com diretor-presidente, vice-presidente e três diretores escolhidos pelo conselho administrativo. O conselho fiscal será composto por três membros indicados pelo governador. O projeto prevê que o quadro de funcionários do hospital será alterado. Os trabalhadores vinculados ao instituto serão celetistas, em vez de concursados. Os cerca de 3,4 mil servidores do Hospital de Base poderão ainda optar por permanecer sob o novo formato ou ir para outras unidades de saúde do DF. O importante nesse caso, e os sindicatos não apontam, é que a população do DF e do Entorno seja atendida com qualidade e presteza.

 

A frase que foi pronunciada

“Há dois tipos de pessoas: as que fazem o trabalho e as que reivindicam o mérito. Procure estar no primeiro grupo. Há menos concorrência”

Indira Gandhi, ex-primeira ministra Indiana

 

História real

Tânia Fontenelli, com apoio da primeira-dama, Marcia Rollemberg, ofereceu um chá na residência oficial, em Águas Claras, para as mulheres pioneiras de Brasília. Tarde de Chá da Memória Viva com direito a conversar com as pioneiras, debater sobre conquistas e acompanhar trechos do filme Poeira e Batom.

 

Lei seca

Consumidor conseguiu apoio para parar de pagar pela água de carne congelada comprada em supermercado. Agora é lei. Só 12% de água e o percentual deve ser descontado do peso líquido e o consumidor deve ter acesso a essa informação.

 

Prefeitos perfeitos?

Depois do clássico Fla-Flu, outra surpresa para os moradores do Rio e de São Paulo principais cidades do Brasil mostram que estão mudando. Menos carnaval e mais creche no Rio e em São Paulo, dinheiro público não será mais usado em parada Gay. A iniciativa privada deve estimular o evento no ano que vem. Crivella e Doria são os prefeitos que querem deixar a marca da boa gestão.

 

Melhor proposta

Hoje é dia de investir em imóveis. São 24 apartamentos e uma casa no DF à disposição colocados à venda pela Secretaria do Patrimônio da União (SPU) e serão vendidos em concorrência pública. É preciso ter entre R$ 506 mil a R$ 6,6 milhões.

 

Olho vivo

Todo cuidado é pouco. Na compra de imóveis releia o contrato. Que fique claro o dia de entrega. Há no Procon estatísticas em que as maiores reclamações de quem compra imóveis são o prazo de entrega descumprido e problemas estruturais nas unidades.

 

Compartilhar

Há estabelecimentos que se recusam a entregar mais um copo ou mais um prato e talheres para o alimento comprado para uma pessoa que queira compartilhar essa quantidade com outra pessoa. No Rio de Janeiro, a Comissão de Desenvolvimento Econômico, Indústria, Comércio e Serviços aprovou essa proposta. Fica proibido também cobrar taxa extra pelo empréstimo dos utensílios.

 

Tem que ser

Gisele Pires Mota, uma das pianistas mais brilhantes da Escola de Música de Brasília, foi para um concerto em Goiânia, onde Nelson Freire se apresentaria. Depois da apresentação, nada de autógrafos ou fotos. Mas no café da manhã do hotel lá estava o discreto astro. Simpático posou com Gisele.

 

História de Brasília

O sr. Jânio Quadros baixou um decreto absurdo regulando a profissão de jornalista, e com isso, mesmo os profissionais que preencham todas as condições não podem se registrar, porque em todo o Brasil está paralisado o Serviço de Identificação Profissional, quando para jornalistas. (Publicada em 29/9/1961)

 

 

Proposta pede concurso público para ministros do STF e TCU

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“Tudo estaria perdido se o mesmo homem ou o mesmo corpo dos principais ou dos nobres, ou do povo, exercesse esses três poderes: o de fazer leis, o de executar as resoluções públicas e o de julgar os crimes ou as divergências dos indivíduos.” (Montesquieu)

Manda a prudência que decisão judicial não deve ser discutida, apenas cumprida. Mas, não obstante a validade da teoria tripartite dos Poderes da República para a consolidação do Estado de Direito, o fato é que as seguidas crises políticas experimentadas nesses últimos anos pela democracia em nosso país têm suscitado a discussão sobre os fenômenos da “politização da justiça” versus a “justicialização da política”.

Para os especialistas no assunto, as interpenetrações de decisões têm provocado constantes ruídos entre os poderes, facilitando e dando mais combustível para o desequilíbrio e a desarmonia entre essas instituições, com prejuízos claros ao funcionamento do governo e a toda a sociedade. Com as recentes decisões adotadas pelas cortes superiores, o nível de ruído entre os poderes foi elevado ao máximo, com troca de acusações e farpas para todos os lados.

Preocupado com a possibilidade dessas rusgas descambarem para o esvaziamento dos poderes, alguns parlamentares e mesmo juristas de renome têm apresentado propostas para deixar patentes as fronteiras institucionais entre os atores de modo a aperfeiçoar todo o sistema, em nome, obviamente, da almejada estabilidade política. Para ter ideia do grau de desentendimentos a que chegamos, opondo até membros de um mesmo poder, o ex-procurador-geral da República Cláudio Fonteles protocolou, com o constitucionalista Marcelo Neves, novo pedido de impeachment no Senado contra o ministro do Supremo Tribunal Federal Gilmar Mendes, a quem acusam de crime de responsabilidade em diferentes ocasiões.

Também corre contra esse ministro um abaixo-assinado com quase 700 mil assinaturas com as mesmas acusações: “atitudes suspeitas no exercício do cargo de ministro do STF”. Anteriormente, o ex-presidente do Senado Renan Calheiros já havia arquivado dois pedidos de impeachment contra Gilmar por “ofender os princípios de impessoalidade e celeridade processual em julgamentos no STF”. Naquela ocasião, Renan teria afirmado: “Não cabe ao Senado, como já fizemos em outras oportunidades, processar e julgar o ministro por condutas atinentes exclusivamente ao cargo que ocupa e nos exatos limites de seus poderes”.

Atento a essas situações, o senador Reguffe (sem partido) apresentou projeto de emenda à Constituição estabelecendo que os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), bem como do Superior Tribunal de Justiça (STJ) e do Tribunal de Contas da União (TCU), além dos conselheiros desses tribunais nos estados, sejam selecionados mediante concurso público de provas e títulos e nomeados para mandato de cinco anos.

Na justificativa, o senador por Brasília lembrou que a PEC tem como objetivo homenagear o princípio de independência dos poderes. Para o senador, “urge que preservemos esses órgãos extremamente relevantes e sensíveis de influências político-partidárias”.

 

A frase que não foi pronunciada

“Quando não se quer resolver um problema, basta montar uma comissão para estudá-lo.”

Tancredo Neves, político brasileiro

 

Na pista

» Muita gente já sabia que algo ia mal com Guido Mantega. Chegou-se a acreditar que ele mudaria para o prédio onde trabalhava o acupunturista que lhe servia. Aliás, servia e serve muita gente do Executivo. Um quiroprata famoso na cidade também atendia um juiz. E, na ficha em cima da mesa, aparecia: pescoço. Jean Leloup descreve que problemas acontecem quando o elo entre a cabeça e o coração se rompe e vem a angústia. Fica tudo cerrado, fechado na garganta.

 

Coerência?

» Ao mesmo tempo em que é contra a reforma trabalhista, o Partido dos Trabalhadores recruta jornalistas. Mas só como PJ ou terceirizado. Nada de assinar carteira.

 

História de Brasília

Com esse desastre, confirma-se a excelência do desenho que os franceses deram para seus aparelhos a jato, destacando-se o fato de as turbinas serem localizadas a ré. (Publicado em 29.9.1961)

Violência nas escolas é igualmente culpa de todos

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Com mais um episódio de extrema violência ocorrida em uma escola pública do DF, fica a questão: quantas mortes mais serão necessárias para que a sociedade, em conjunto com as autoridades, comece a tomar providências urgentes, antes que esses fenômenos brutais acabem por transformar nossas escolas em zonas abertas de conflitos armados?

Desta vez, a morte visitou o Centro de Ensino Fundamental Zilda Arns, no Itapoã, quando roubou a vida do estudante Gidenilton Lacerda, de 26 anos. Amanhã, poderá ser a vida de qualquer outro, de um professor ou outra pessoa que põe em risco a segurança pessoal ao se atrever a frequentar uma dessas pobres escolas públicas, perdidas e esquecidas em algum canto da periferia de Brasília.

No Plano Piloto, o fenômeno da violência também é recorrente. Levantamento feito pela Secretaria de Segurança do DF mostrou que, em 2016, 20 escolas públicas concentraram 22% dos crimes ocorridos no ambiente escolar. Gama, Guará, Taguatinga, Samambaia, Plano Piloto, Planaltina e Ceilândia apresentaram os maiores índices de violência. Boa parte dessas ocorrências tem como autores pessoas que circundam as escolas, tanto de dia quanto de noite. Brigas ao término das aulas são marcadas com frequência. Facas e outras armas brancas aparecem cada vez mais nas confusões.

Espaços comunitários, como bibliotecas, são depredados e incendiados. Professores são cada vez mais ameaçados diretamente, inclusive diretores desses estabelecimentos. Muitos docentes, diante da violência frequente, têm abandonado a carreira ou entrado para as estatísticas de profissionais afastados por problemas nervosos.

O consumo de todo tipo de drogas também tem sido comuns. De alguma forma, nossas escolas estão reproduzindo os episódios de violência detectados a todo instante no país. É patente ainda que os programas postos em prática pelos responsáveis diretos pela educação pública não tem obtido os efeitos projetados, limitando-se a repetir erros e falhas do passado, sem que os problemas tenham, ao menos, diminuído.

Enquanto a sociedade não entender que esses fenômenos são da responsabilidade de todos coletivamente e de cada um, individualmente, não haverá solução à vista. Lições e exemplos de sucesso na melhoria da qualidade do ensino público vêm de diversas parte do mundo. No Japão, os alunos e responsáveis cuidam das escolas como se fosse a própria casa, limpando, pintando, consertando, refazendo e decorando os recintos que, afinal, é onde os jovens passam a maior parte do tempo da vida.

O sentimento de pertencer àquele lugar específico, àquela comunidade onde está a sua escola dá, a todos, um sentido de responsabilidade e carinho pelo lugar. Em tudo o que diz respeito à escola, a comunidade deve participar, se integrar, até de forma obrigatória, já que ali está investido parte de seus impostos.

Quando as mazelas que atingem a sociedade adentram as escolas, é sinal de que a situação chegou a seu ponto de limite. Ou agimos agora com energia, dentro das normas da melhor pedagogia e didática, ou correremos o risco de transformar nossas escolas em reprodutórios de indivíduos violentos e sem limites. Nesse sentido, é importante destacar também o papel fundamental que as artes, tão deixadas de lado em nossas reformas do ensino, exercem na humanização e no reflorescimento dos jovens cidadãos.

 

A frase que não foi pronunciada

“Experimente explicar para um estrangeiro a briga dos petistas contra o vice-presidente escolhido pelos petistas. É meio sinistro.”

Cicerone adolescente

 

Às claras

»Cabe ao Estado brasileiro ter coragem e firmeza para instalar bloqueadores de celulares nas unidades prisionais. Não o faz porque quem manda nas cadeias são as organizações criminosas. Enquanto isso, a sociedade paga pelos crimes.

 

História de Brasília

A versão de que o avião já vinha com incêndio na turbina não é verdadeira. Estava mecanicamente perfeito, e o fogo surgiu depois do atrito dos metais no concreto da cabeceira da pista. (Publicado em 29.9.61)

Brasília, modelo de sustentabilidade

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Brasília, mas precisamente o chamado Plano Piloto, por seu desenho urbano racional e revolucionário, poderia, com maior facilidade do que qualquer outra cidade brasileira, se transformar na capital modelo de sustentabilidade, não só do país, mas do mundo.  Para isso, bastaria empenho firme e planejado dos futuros governos locais e da população para, em uma década ou um pouco mais,  substituir a frota de veículos, que circula no Plano Piloto, movida a combustível fóssil, por energia solar ou outra fonte de tecnologia não poluidora. Poderia também, com empenho e planejamento, instituir o transporte público em todas as áreas da cidade, eliminando os engarrafamentos e os seguidos acidentes de trânsito.

Poderia, por sua configuração urbana, eleger a energia solar como principal fonte de energia da capital, começando pelos prédios públicos. Poderia, com maior facilidade, incentivar a captação de águas das chuvas em cada quadra residencial, estocando e distribuindo essas reservas nos meses de estiagem.

Como anteriormente pensado, pelo próprio Lucio Costa, cada unidade residencial deveria caminhar para a autossuficiência na produção de hortaliças e frutas, transformando e adaptando as áreas verdes para receber hortas comunitárias e pomares de diversas culturas. Mais do que o modernismo nas linhas arquitetônicas, Brasília necessita agora nestes tempos de mudanças climáticas e de crise hídrica, revolucionar o modo de vida dos habitantes da cidade, dando exemplos de que é perfeitamente possível transformar a cidade em um lugar moderno e adaptado aos novos tempos.

Vista e admirada do espaço pelos astronautas que orbitam a Terra a bordo da Estação Espacial, o Plano Piloto tem todas as condições para alçar o voo sonhado pelos idealizadores e se tornar a capital da ecologia, abolindo velhos vícios e adotando modelos exemplares nos processos de reciclagem, reaproveitamento de matérias-primas, eliminando os lixões e os desperdícios, e preservando toda e qualquer fonte de água. Poderia valorizar, incentivar e premiar ideias que ajudem na preservação do meio ambiente e na adaptação dos habitantes da capital a um mundo que passa por mudanças rápidas. Ideias, como as defendidas pela economia do compartilhamento de bens, também podem ser incentivadas a partir das escolas. Aliás, é nas escolas que todo esse movimento transformador tem de ser semeado o quanto antes, porque os frutos dessa revolução só serão colhidos de fato daqui a muitos anos.

 

A frase que foi pronunciada

“Não concordo com uma só palavra do que dizeis. Mas lutarei, até o fim, pelo vosso direito de dizê-las.”

Voltaire, escritor e filósofo francês

 

Retorno

» Para quem tenta chegar à Rodoviária Interestadual da parte norte da cidade, precisa andar quilômetros para retornar. Isso porque a engenharia não quis fazer um retorno com recuo. Mal calculado.

 

Benesses

» Tramita, no Senado, projeto de lei, de autoria do senador Roberto Rocha, estabelecendo regime jurídico próprio para Áreas Especiais para Desenvolvimento Turístico. O PLS foi aprovado na Comissão de Meio Ambiente. Facilidade de acesso a portos e aeroportos internacionais e autorização para prestadores de serviços terem isenção de impostos vários e contribuições. A proposta segue para a Comissão de Assuntos Econômicos.

 

Todos os lados

» Aumenta a pressão. De um lado, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso dizendo que do jeito que está não dá para ficar, e arremata: “Se a pinguela continuar quebrando é melhor atravessar o rio a nado”.

De outro, Tasso Jereissati, presidente interino do PSDB, afirma que o presidente Temer precisa provar inocência o mais rápido possível.

 

Talento

» Gustavo Rocha, acompanhado de Raquel Marques ao piano, apresentará o Concerto de Formatura na categoria Canto Lírico. Renata Dourado e Francisco Bento Júnior são os cantores convidados. Amanhã, às 20h, no Teatro da Escola de Música de Brasília, na 602 Sul.

 

Posse

» Limongi registra que foi empossado o novo superintendente da Suframa, o engenheiro e advogado Appio da Silva Tolentino.  Substitui a economista Rebecca Garcia.

 

História de Brasília

Não há informação oficial, mas foi erro de cálculo do piloto. Há a alegar a névoa seca, desta época do ano, que forma bolsas de vácuo a baixa altitude, mas os passageiros não sentiram nenhum vácuo. O avião ia para um pouso normal, quando sofreu o acidente. (Publicado em 29/9/1961)

Universalizar a produção de energia elétrica é a saída

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Pelo disposto na Lei nº 9.991, de julho de 2000, “as concessionárias e permissionárias de serviços públicos de distribuição de energia elétrica ficam obrigadas a aplicar, anualmente, o montante de, no mínimo, setenta e cinco centésimos por cento de sua receita operacional líquida em pesquisa e desenvolvimento do setor elétrico e, no mínimo, vinte e cinco centésimos por cento em programas de eficiência energética no uso final”.

Por esse critério, investimentos em outras formas de produção de energia ainda demandarão muitos anos para apresentarem resultados minimamente satisfatórios. Embora a Resolução Normativa nº 482, da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), permitindo a instalação do sistema solar fotovoltaico e a utilização dessa energia pelas concessionárias, esteja em vigor há cinco anos, ainda é extremamente tímida a utilização dessa forma modalidade de geração de energia elétrica no Distrito Federal.

As razões vão desde o alto custo ainda cobrados por esses equipamentos individuais até, e principalmente, o desinteresse que tem demonstrado o Governo do DF e do restante do país, com o desenvolvimento e universalização dessa nova forma de geração de energia. Não se compreende que, numa época em que boa parte das usinas hidroelétricas do país se queixa dos baixos volumes de água em suas represas, ainda não existam incentivos significativos para a expansão e a popularização dos painéis solares a exemplo do que vem sendo realizado em larga escala em outras partes do mundo.

Para alguns entendidos no assunto, o motivo estaria no receio de que as empresas que operam na geração e distribuição de energia tradicionais estariam receosas de perderem mercado e, portanto, renda, com a popularização dos painéis solares individuais. Para se ter uma ideia o primeiro gerador fotovoltaico do DF foi instalado, conforme reconhece a própria CEB, apenas em 2011, na Embaixada da Itália. À época, houve insistência do governo daquele país, que estava interessado em reduzir gastos no consumo de energia de sua representação.

Além de não interessar ao GDF e muito menos aos representantes da população com assento na Câmara Distrital, a CEB cuida para que a instalação desses equipamentos nas residências se submetam a processo burocrático que obriga o consumidor a exportar a energia gerada excedente à rede, cobrando uma Taxa de Disponibilidade, acrescida ainda da Taxa de Iluminação Pública (TLP).

Não se compreende ainda a razão de o GDF postergar o estímulo a todos os prédios públicos da capital para que sejam alimentados exclusivamente por energia solar. De preferência vislumbrando o princípio da economia, não odo lucro. A prioridade agora deveria ser a produção de energia abundante, barata e limpa e não a lucratividade e os altos salários dos burocratas dessa empresa.

 

A frase que foi pronunciada

“Meu silêncio não está à venda”

Eduardo Cunha, em depoimento à PF

 

Falta de concorrência

Ao comprar uma passagem aérea, o consumidor brasileiro paga pelo assento(se for internacional), paga pelo despacho da bagagem e paga para se alimentar(se for Latan)

 

Ação e reação

Fazia tempo que uma quadrilha atuava nos clubes da cidade furtando objetos náuticos e de academias. O delegado Fernando César Costa estudou o caso e percebeu que os meliantes agiam onde havia brecha na segurança. Pouco tempo depois, a Polícia Civil conseguiu surpreender os criminosos e prendê-los.

 

Coincidência macabra

“Sua terrorista” são as palavras umbilicais que ligam o PT aos militares que a torturaram. A conclusão foi constatada com o ataque contra Míriam Leitão em um voo doméstico, em que delegados do Partido dos Trabalhadores a molestaram verbalmente.

 

História de Brasília

Com a abertura do paraquedas, o aparelho sofreu o impacto, saindo da pista. O comandante ainda o manteve sob meio controle, enquanto o engenheiro de vôo desligava os contatos e a bateria, para evitar faíscas que provocariam explosões. (Publicado em 29/9/1961)

 

Dispersão do dado em torno da média amostral

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ARI CUNHA

Visto, lido e ouvido

 

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com Circe Cunha e MAMFIL

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Sem dúvida nenhuma, o julgamento da chapa Dilma-Temer pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) ficará marcado na história recente do Judiciário brasileiro como o episódio que, nesses dias, deixou nua quão delicada é a fronteira que separa as filosofias do direito e da política. Nesse sentido, quando a busca pelo equilíbrio legal das partes e a ideologia, fundada nas simpatias partidárias, se defronta numa Corte, o que se tem são decisões que buscam adaptar a letra da lei a um momento político específico, de modo a não contrariar nem um nem outro.

De toda forma, o que fica patente é que o modelo atual de indicação dos magistrados, por políticos ocupantes do Poder Executivo, para as altas cortes, é extremamente prejudicial à própria Justiça porque retira dela sua peça fundamental que é a credibilidade ética de cada magistrado. O mesmo se pode dizer da feitura de leis casuísticas por parlamentares alvos de ações no próprio Judiciário. Que qualidade de lei universal pode ter uma norma que contraria a igualdade de todos ante a Justiça e que é feita sob medida para atender determinada classe de políticos em instante específico?

São questões que têm como origem a independência dos Poderes e terão reflexos sobre o cidadão comum, constantemente contrariado com as decisões das cortes superiores. Tem-se, assim, nos julgamentos de casos polêmicos, o embate entre juízes que acaba se dando entre aqueles alçados a essa condição pelos políticos de ocasião, para atuarem nessa esfera como advogados de defesa de seus benfeitores e dos demais.

A contaminação política presenciada em outras esferas do poder e mesmo fora dele, como é o caso do empresariado, encontra no Judiciário seu ponto de ebulição, destruindo e esvaziando essa instituição de sua função precípua. A exemplo da obra de Gabriel García Márquez, guardada a devida distância entre o brilho desse romance e a nossa realidade desanimadora, o que se viu no julgamento do TSE foi o presidente da sessão pressionado pelas seguidas aspas abertas e fechadas, a todo o momento, pelo relator do processo.

 

A frase que foi pronunciada

“Não basta ensinar ao homem uma especialidade, porque se tornará assim uma máquina utilizável e não uma personalidade. É necessário que adquira um sentimento, um senso prático daquilo que vale a pena ser empreendido, daquilo que é belo, do que é moralmente correto.” Albert Einstein

 

Curiosidade

»Prédio da administração de Pedrinhas fica do lado de fora do presídio. Crime organizado versus Estado desorganizado. A ação de criminosos invade os espaços deixados pelas autoridades brasileiras por todo o país. Marcola, com 2 mil livros lidos, deu aula sobre o sistema paralelo e até sobre a necessidade que o sistema principal tem em se prender nas vísceras do crime.

 

Vagas

»Fica uma sugestão para o uso do estacionamento do anexo da Presidência da República. Enquanto faltam vagas para o Senado, a dica seria, preferencialmente, o uso pelos funcionários da Presidência. Há dezenas de vagas ociosas principalmente pela manhã que poderiam, sem prejuízo, ser compartilhadas com o Senado.

 

História de Brasília

Isso porque a faísca do primeiro contato do alumínio com o solo já havia atingido as turbinas, e o incêndio começara. Sem trem de pouso, o aparelho foi se arrastando até que o comandante abriu o paraquedas, responsável pela paralisação rápida do avião. (Publicado em 29/9/1961)

 

 

  Tapando rombos

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ARI CUNHA

Visto, lido e ouvido

 Desde 1960

com Circe Cunha e MAMFIL

colunadoaricunha@gmail.com

 

Empresas públicas no Brasil não conhecem o regime de falência por um detalhe simples: por mais que suas dívidas e passivos sejam astronômicos e por mais que tenha cometido desatinos financeiros e mesmo trapaças contábeis, sempre haverá o aporte de recursos necessários para socorrer os caixas arrombados. Esses recursos extras e salvadores, obviamente, serão extraídos compulsoriamente dos contribuintes, via aumento de impostos, taxas e outras modalidades arrecadatórias impostas pelo governo de plantão. Esse parece ser o caso da Terracap, a empresa imobiliária do governo.

Dessa vez, o tombo financeiro é de R$ 1,5 bilhão. O tremendo assédio político sobre a empresa, utilizada para todos os fins, sobretudo para render lucros aos mandatários do alto escalão, retirou completamente o sentido e a importância originária para a capital, transformando-a, isso sim, em mais um elemento do custo Brasília, ao lado da Câmara Legislativa e do Tribunal de Contas do Distrito Federal.

A ingerência indevida da classe política sobre as estatais só tem produzido nos últimos anos manchetes e mais manchetes de escândalos, transformando-as de assuntos de interesse da comunidade, em assuntos de páginas policiais. Mas, como a memória da população é escassa e os recursos abundantes, fica fácil para os seguidos governos resolver a questão da insolvência dessas empresas e instituições com a aporte de recursos fáceis retirados, à fórceps, dos pagadores de impostos.

Para tanto o leão da Secretaria da Receita é adestrado para correr atrás apenas da população (classe média), deixando de lado os grandes devedores e aqueles que, do alto de suas funções públicas, usam das prerrogativas da impunidade do cargo para cometer crimes de toda a ordem.

O reajuste do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU) é um bom exemplo desse socorro providencial decretado pelo atual governo para tapar buracos de empresas como a Terracap. Com reajuste que pode chegar a mais de 100%  — isso numa época de crise econômica e de altos índices de desemprego —, o IPTU incidente sobre quase um milhão de imóveis aumentará o caixa do governo, que, assim, poderá contar com mais recursos para tampar rombos, como o verificado na Terracap, envolvida no caso policial relativo à construção do inoperante Estádio Mané Garrincha. Esse aumento, é claro, vem na esteira de outros para socorrer um Estado, que se sabe, falido financeira e moralmente.

 

A frase que foi pronunciada

“O mais radical dos evolucionários vira conservador o dia seguinte à revolução.”

Hannah Arendt, filósofa e escritora alemã

 

Roleta-russa

No Lago Norte, a caminho do Paranoá, onde haverá a captação da água do lago, as placas da obra foram instaladas a poucos metros da pista onde circulam os carros a 80km/h. Não é preciso ser vidente para atestar o perigo durante os meses de julho e agosto, quando o vento é forte no DF. Em outras obras no balão do Paranoá e na Caesb, placas enormes foram arrancadas pelo vento. A diferença agora é que quem dirigir nessa área corre risco de morrer.

 

Sem força

Paulinho da Força teve suspensos os direitos políticos por determinação da desembargadora do Tribunal Regional da 3ª Região Consuelo Yoshida. O deputado foi acusado de improbidade pela má utilização dos recursos do Fundo de Amparo ao Trabalhador.

 

Novidade

Por convenção coletiva de alguns sindicatos, mães que acompanham filhos menores em internações terão esse direito reconhecido. A CLT é extremamente injusta nesse sentido, já que permite à criança a presença da mãe em caso de doença por apenas três dias ao ano.

 

História de Brasília

Quando ele atingiu a pista, propriamente dita, já estava com os pneus rompidos, e o que o comandante fez foi arrear o trem de aterrissagem para que o aparelho não deslizasse durante muito tempo. (Publicado em 29/9/1961)

  Pobre de nós

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Desde 1960

aricunha@dabr.com.br

com Circe Cunha e MAMFIL

 

Pobre de nós que acreditamos no noticiário diário que mostra um país, recém-saído de uma ditadura, e já atolado em uma infinidade de escândalos que se sucedem à um ritmo alucinante. Pobre de nós que continuamos sofrendo e acreditando nas mentiras da mídia golpista que imputa aos treze anos de governo petista, todas as agruras que o país através essa agora. Pobre de nós que acreditamos que operações policiais, como a Lava Jato irá provocar o romper de um novo modelo político para o país. Pobre de todos nós que acreditamos que juízes como Sérgio Moro irão lavar a honra de brasileiros despojados do mínimo de cidadania desde 1500.

Pobre do Lula e do seu partido, execrado tão impiedosamente pela imprensa. Pobre do Partido dos Trabalhadores, tão vilipendiado. Pobre do José Dirceu, do Palocci, do Vacari. Pobre do Joesley e do Wesley, empresários tão empreendedores, massacrados pela população invejosa. Pobre do Congresso, ao qual todos os deslizes são atribuídos. Pobre daqueles que acreditam a democracia como o único meio de se atingir a cidadania plena. Pobre da Polícia Federal e do Ministério Público.

Pobre do ex-deputado Eduardo Cunha, acusado de forma cruel por crimes, que todos sabemos, seria incapaz de cometer. Pobre de sua mulher, impedida de frequentar lojas de grife, por uma população invejosa e sem recursos. Pobre dos traficantes do morro e das cidades, acusados e impedidos de prosseguir em seus rentáveis negócios, por força de uma sociedade mesquinha. Pobre da Oderbrecht, enxovalhada, sem piedade, pelo noticiário diário.

Pobre dos antigos diretores da Petrobrás, escolhidos para serem bodes expiatórios de situações que reconhecemos ilusórias e falsas. Pobre do presidente da república, alvo de insinuações maldosas. Pobre de seu ministério. Pobre da Dilma, tão eficiente e dedicada que acabou despertando a ira de muitos. Pobre do MST e do MTST, tão incompreendidos e difamados. Pobres dos vândalos que queriam incendiar a capital, incompreendidos e reprimidos com tanta firmeza. Pobre do BNDES, um banco tão empenhado em promover com farta distribuição de recursos a campões nacionais e democracias sul americanas e afinal, alvo de críticas injustas. Pobre dos militantes que não conseguem vencer a corrupção e apelam a favor de uma luta sangrenta contra quem trabalha para construir a vida e a sociedade. Pobres dos pobres, que estão nesta condição por vontade própria e preguiça. Pobre das elites, apontadas, falsamente como concentradoras de renda.    Pobre do Brasil, que só está nesta condição, por força de um destino que é só seu. Pobre de nós que somos tão pobres de espírito e não cremos que nossos líderes haverão de salvar a pátria.

A frase que foi pronunciada:

“A atitude das pessoas também ocupa várias dimensões no espaço. Uma dimensão quando ela está frente a frente, outra quando não está mais. Depois como ela interpreta sobre o que ouve e vê e por último, o que ela tem dentro de si e desconhece.”

Dona Dita

Relaxa!
Esse mundo dá voltas. Aquela Marta Suplicy que teve o orçamento do Ministério cortado quando era do PT é agora presidente da Comissão de Assuntos Sociais, onde será votada a Reforma Trabalhista.

Bravíssimo

“Canta que te fa bene” – Ainda repercute o encontro de coros italianos em Brasília. Se depender de apoio do embaixador Antonio Bernardini muitos outros coros virão à capital. Ele cantarolou todas as músicas. Essa é a interação que qualquer coral deseja.

Leitura

“Mata Branca” de autoria de Frederico Flósculo está à venda na mão do autor ou pelos Correios. Pela Internet o autor é localizável.

Plenário

O deputado Augusto Carvalho registrou repúdio às campanhas maciças que tentam denegrir o Hospital da Criança de Brasília José Alencar. Aliás quando alguém se propõe a trabalhar nesse país, é violentamente atacado. A cultura de só fazer o que der vantagens pessoais é o que tem valido.

Elementar

Ficou fácil saber que político tem relação estreita com Joesley Batista. É só pesquisar os dias de churrasco.

Visibilidade

Ostomizados são pessoas que, por cirurgia, têm um caminho alternativo no corpo para a saída de fezes e urina ou também para a respiração e alimentação. Trata-se de uma comunidade invisível que agora levantou a voz na Câmara Legislativa do DF para ser enxergada e respeitada. “Esse é um tema hermético e específico, mas que tem um impacto imenso na vida dessas pessoas. Precisamos conhecer a situação, do que precisam, quanto custa”, elogiou a iniciativa o deputado Wasny de Roure

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

Confirmamos, na íntegra, a versão ontem veiculada nesta coluna. O baque forte que os passageiros do “Caravelle” sentiram, foi quando o avião bateu antes da pista, no cascalho da cabeceira. (Publicado em 29.09.1961)