A agonia sobre rodas

Publicado em ÍNTEGRA

ARI CUNHA

Visto, lido e ouvido

Desde 1960

com Circe Cunha e Mamfil

colunadoaricunha@gmail.com;

Foto: radarnacional.com.br
Foto: radarnacional.com.br

        Ao lado da precariedade na fiscalização dos transportes públicos existe ainda o problema decorrente do alto volume de gratuidades, que são bancados unicamente pelos usuários. São problemas que acabam gerando um grande número de queixas e reclamações a cada ano. Em 2017, mais de 150 mil reclamações foram protocoladas junto aos órgãos fiscalizadores do transporte público, com pouquíssimas soluções. Há ainda que se registrar os seguidos casos de corrupção detectados, que vão desde a bilhetagem até a concorrência e licitações de bacias.

        Recentemente, a Promotoria de Justiça de Defesa do Patrimônio Público e Social (Prodep) ajuizou denúncia contra cinco dirigentes responsáveis por fraudes no Sistema de Bilhetagem Automática (SBA) do Transporte Urbano do Distrito Federal (DFTrans). Foram acusados por formação de quadrilha e inserção de dados falsos em sistemas de informações. Segundo investigações, o grupo chegava a desviar R$ 500 mil por semana, somente com esse esquema.

         A situação na precariedade dos transportes públicos é uma realidade nacional. Tanto que empresários de todo o país estiveram, há alguns dias, reunidos em Brasília para discutir o tema e buscar soluções. Na ocasião, chegaram a redigir um documento intitulado Carta de Brasília, onde expõem os principais problemas do setor, bem como as medidas necessárias para saná-los. Na Carta, os empresários alertam para os riscos à própria sobrevivência das empresas. Segundo eles, as promessas por um Pacto Nacional pela Mobilidade Urbana, prometido pelo governo Dilma logo após as gigantescas manifestações de rua de 2013, ficaram apenas nos discursos.

        Entre 2014 e 2016 10% das empresas de transporte público foram à falência. Mesmo as empresas que resistiram, cerca de 30% desse segmento passaram a operar com alto grau de endividamento. Com a crise econômica que se seguiu nesse setor, as demissões em massa começaram a acontecer. O quadro foi agravado ainda, na maioria das cidades, com o ressurgimento dos transportes ilegais e pelo advento do transporte por aplicativos, que, aproveitando a falta de regras claras, passou a explorar esse mercado de forma agressiva.

     De acordo com os empresários, as propostas para recuperação do setor se resumem basicamente em: cumprimento rigoroso dos contratos de concessão ou permissão, respeitando os direitos e deveres das duas partes; financiamento de parte dos custos operacionais do transporte coletivo pelo transporte individual, de forma a reparar seus efeitos negativos para a sociedade; a retomada dos investimentos na infraestrutura urbana e priorização do espaço urbano destinados ao transporte coletivo.

         A apropriação clara e transparente dos custos envolvidos na atividade e sua divulgação para toda a sociedade, cobertura dos custos das gratuidades e benefícios tarifários no transporte público por toda a sociedade, por meio dos orçamentos públicos e não apenas pelos passageiros pagantes, são o mínimo esperado, além de mais transparência em todo o processo. Outros pontos importantes e emergenciais são a proteção das redes de transporte público coletivo contra a concorrência predatória do transporte ilegal e do transporte sob demanda por aplicativos, bem como contra a insegurança pública que assusta os usuários.

A frase que foi pronunciada:

“ Eu quero voltar a ser modelo no trânsito.”

Brasília pedindo um presente de aniversário.

Fonte de pesquisa

No portal www.politicos.org.br, a senadora Ana Amélia conquistou o 7º lugar geral e o 2º do estado. Assídua nas sessões e com a alta nota na qualidade legislativa, o único zero no quadro da senadora é que há zero processo judicial.

Foto: rduirapuru.com.br
Foto: rduirapuru.com.br

Tecnologia

Pesquisando o Porto de Itajaí – Seabin, projeto apresentado pelo consultor do Instituto Ecosurf, João Malavolta, e pelo oceanógrafo do Projeto Somos do Mar, Rafael Langella. Uma prancha com um cesto submerso e uma espécie de aspirador. Os resíduos vão sendo sugados aos poucos durante dia e noite até que o cesto esteja cheio. Muito interessante e adaptável ao lago Paranoá.

Agenda positiva

Enquanto a UnB amarga o calor desértico da política, um oásis. Desconto de até 50% nos livros da Editora UnB. A promoção já começou e só vai até o dia 20 de abril.

Dada a largada

Em reunião no Fonacate (Fórum Nacional das Carreiras de Estado), o presidente do Sindilegis, Petrus Elesbão, e o deputado federal Rogério Rosso discutem perda de validade da Medida Provisória 805, que aumentaria a contribuição previdenciária dos servidores de 11% para 14%.

Verdade

Não basta educar, mas não há saída sem educar. Sem o resto, a educação não fertiliza o país. O Brasil não será um País rico, um País desenvolvido, um País justo, um País civilizado, e até mesmo um País seguro, porque sem polícia não se tem segurança, mas, sem educação, a violência cresce rapidamente. Sem educação mais cadeias, mais polícia, mais armas, até intervenção do Exército, como a gente vê no Rio. E vai ter que fazer nas outras cidades, e não vai adiantar. Disse o senador Cristovam Buarque em discurso no plenário.

Reclamação

Concertos espetaculares com os mais renomados músicos da cidade são precariamente divulgados. A Escola de Música de Brasília precisa reconhecer o trabalho dos profissionais da casa convidando a cidade com antecedência. Para que se tenha uma ideia, a página da EMB estampa até hoje a chamada para o Curso de Verão, que aconteceu entre 17 de fevereiro e 2 de março. Além disso, não há destaque algum no portal para os concertos lá realizados.

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

E agora, o que vão dizer os acionistas da Vale do Rio Doce. O prédio foi construído para ser alugado para escritórios. Ninguém quer, e o Ministério diz que lhe “foi cedido”. É justo, para uma companhia de capital misto, “ceder” um prédio? (Publicado em 18.10.1961)

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