Autor: Circe Cunha
Imprensa tradicional: modo de usar segundo o Partido dos Trabalhadores
ARI CUNHA
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colunadoaricunha@gmail.com;
com Circe Cunha e Mamfil

Na novilíngua, ou mais precisamente no dialeto companheiro criado pelo Partido dos Trabalhadores, principalmente depois dos desdobramentos de operações policiais como a Lava Jato, que esmiuçaram os subterrâneos da legenda, a expressão “Imprensa tradicional” passou a ser todo aquele veículo de comunicação que ouse investigar e divulgar quaisquer fatos desabonadores para a sigla.
Nesse rol, que inclui uma grande quantidade de veículos de comunicação, a maioria de circulação nacional, estão os principais jornais, revistas, rádios e televisões do país. Encurralado por uma tropa ansiosa de repórteres, as principais lideranças desse partido não têm tido vida fácil. A todo instante e em todo o lugar, deputados, senadores, governadores, dirigentes do partido e outras autoridades petistas são cercados pela imprensa com perguntas e questionamentos considerados incômodos e inconvenientes.
A imprensa, é preciso dizer, faz o seu trabalho que consiste em ir atrás dos fatos. Nesses tempos, particularmente conturbados para a legenda, colocada sob a lupa fina da Polícia Federal, do Ministério Público e por boa parte dos brasileiros indignados com as revelações que vão vindo à tona, qualquer declaração mal colocada ou mal interpretada causa não só estragos de monta, mas obriga seus dirigentes a reavivar fatos que, na maioria das vezes, são extremamente negativos.

Neste caso, entendem os petistas, a melhor defesa passa a ser atacar, por todos os meios, a imprensa bisbilhoteira, com classificações que vão de imprensa tradicional, golpista ou imprensa burguesa. Para um partido que preferiu partir em sentido oposto ao da refundação, como recomendavam alguns dirigentes mais realistas depois dos escândalos do mensalão em 2002, restou ao PT seguir a senda torta dos desmentidos e da negação reiterada, obviamente imposta pelo grupo que, desde sempre, comanda o partido com mão de ferro.
O mea-culpa, que poderia dar uma reorientação mais racional ao partido, foi deixado de lado em favor de um personalismo, típico de partidos com essa orientação, que alçou o chamado lulismo bem acima dos valores da legenda. O preço por escolhas equivocadas e individualistas tem suas consequências. Dessa vez, são espinhosas.
O abraço de afogado, dado por Lula e sua turma em torno do PT, tem contribuído para atolar, ainda mais, o partido no lodaçal de denúncias. A saída para um impasse desse tamanho, obviamente maquinado pelos controladores da legenda, em que a turma é encostada contra parede pela imprensa séria do país, não podia ser pior. Segundo o portal Os Antagonistas, na quinta-feira, talibãs do Movimento dos Sem-Terra, a maioria mulheres, invadiram o parque gráfico do jornal O Globo.
São esses os estrategistas que têm levado a legenda a pique, com orientações e dicas de como tratar a imprensa tradicional. Em uma cartilha sobre as regras para o tratamento da imprensa, publicada anos atrás pelo PT, o texto recomendava, entre outras pérolas de táticas mambembes, que o deputado do partido falasse pouco, deixando nas entrelinhas que a pauta que traz o repórter, na verdade é uma armadilha ou uma “tese” que esse tipo de imprensa quer ver comprovada de qualquer forma. “A pauta, diz o manual, vale mais do que a realidade. Mesmo que o fato não corresponda a ela, acaba prevalecendo no noticiário de determinados veículos a versão previamente preparada pela chefia ou mesmo uma fonte com interesse específico em distorcer a realidade.
O manual chamado “Guia de Funcionamento da Câmara dos Deputados e da Liderança do PT” lembra que o repórter escreve a notícia a partir de uma pré-pauta elaborada por pessoas que pretendem distorcer os fatos. Para situações mais embaraçosas, o manual dessa legenda recomenda, ao parlamentar neófito, não conceder entrevista ou tentar derrubar a matéria com argumentos. A dinâmica faz lembrar cada dia mais com um aparelho subversivo, como designavam os militares nos anos sessenta, os núcleos de resistência ao regime,
O desespero com a situação a que chegou o partido, explica, por si só, a existência de seguir até hoje uma cartilha desse nível.
A frase que foi pronunciada:
“Nenhum político pode falar do PT. Ele foi o único partido que não teve oposição. Caiu em desgraça graças a ele mesmo.”
Ulisses Guimarães, de onde estiver.

Release
Após aprovação em Assembleia Geral Ordinária, a 4ª Seção Regional do IBRACON – Instituto dos Auditores Independentes do Brasil reelegeu Paulo Cézar Santana como presidente para a gestão 2018-2020. O executivo é contador e apresenta mais de 36 anos de experiência na área da auditoria independente.
Posição
“A principal frente de trabalho será a Educação Profissional Continuada, tanto para os auditores independentes quanto para os contadores responsáveis técnicos pela elaboração de demonstrações contábeis”, afirma Paulo Cézar Santana, que continuará desenvolvendo o trabalho como presidente da regional que compreende Minas Gerais, Distrito Federal, Tocantins e Goiás.
HISTÓRIA DE BRASÍLIA
É o caso também da represa. Não há um restaurante, não há um bar, e os visitantes são obrigados a não descerem do automóvel. (Publicado em 17.10.1961)
ARI CUNHA
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Nada varre, com mais eficácia, os restos do passado, do que os ventos fortes e incontidos da modernidade. Com a introdução da reforma trabalhista, vão caindo por terra, um a um, velhos privilégios e vícios cartoriais que opunham, até de forma insana, trabalhadores contra patrões, lançando-os em rinhas desgastantes e inúteis nos ringues da justiça trabalhista. Esse era o lugar onde normalmente o juiz da contenda se apressava em sagrar vitorioso, até para cumprir o cânone da Corte, o pobre do empregado, visto aqui sempre sob um ângulo paternalista.
Em nenhuma parte do mundo o empreendedor foi tão perseguido pelo Estado como no Brasil. E a razão estava justamente na estratégia de empurrar para as costas do empresário parte significativa dos deveres que cabiam primordialmente ao próprio Estado. É por esse motivo que, ao longo dos vários governos, ficou mais confortável apontar os empreendedores privados como os únicos responsáveis pelas mazelas que emperravam as relações de trabalho e por conseguinte de produção, do que reconhecer os fatos da inoperância do Estado.
Com a chegada da esquerda, essa falácia ganhou maior vulto ainda com o aparato de toda a máquina pública sendo usado para reforçar os sindicatos e encurralar a livre iniciativa, vista já aqui como uma ameaça burguesa e, portanto, merecedora de toda a repressão estatal.
Obviamente que esses discursos eram feitos apenas da boca para fora para plateias crédulas, quando, na verdade, o que ocorriam eram altas negociatas envolvendo o governo e os grandes empresários, chamados a financiar uma tal de nova matriz econômica, que nada mais era do que um modelo de Estado feito sob medida para permitir a perpetuação desses grupos no poder, às custas, é claro do capital privado.
Com o impeachment de Dilma e a descoberta de que a economia há muito nadava sem calças, veio, não só a derrocada dessa estratégia de poder, mas com ela, todas as relações trabalhistas que a séculos emperravam o desenvolvimento do país. Sabe-se que essa ainda não é uma reforma ideal. Nenhuma outra será.
Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades, e com elas alteram-se e aperfeiçoam-se também as legislações. Essa, pelo menos, tem o condão de ser a derradeira legislação que põe um fim à um longo ciclo em que os empreendedores, apontados como bode expiatório de um Estado cartorialista, ficavam com os ônus e o governo com os bônus. A esse respeito, Hélio Jaguaribe, já em 1950, assinalava em sua obra Política Ideológica e Política de Clientela: “Estado cartorial é, basicamente, um Estado caracterizado pelo fato de que as funções públicas, embora se apresentando como atividades orientadas para a prestação de determinados serviços à coletividade, ou seja, determinados “serviços públicos” são, na verdade, utilizadas, se não mesmo concebidas, para assegurar empregos e vantagens específicas a determinadas pessoas e grupos. O Estado cartorial é o resultado típico da “política de clientela” quando esta atinge amplas proporções e permeia o Estado em seu conjunto”.
Para esse cientista político, o Estado cartorial se opõe ao estado funcional. Nesse sentido, é possível comparar a atividade dos cartórios com a atual atividade exercida por uma miríade de sindicatos apenas pela verificação de uma baixíssima, ou mesmo nula, utilidade funcional, frente à nova legislação.
Mesmo a Justiça Trabalhista, frente à modernidade que vai se impondo, vai perdendo parte da razão de existir. Mas entre os maiores perdedores, deixados para trás por um novo Brasil que insiste em nascer, estão, além dos sindicatos do tipo puramente ideológico, que operam na base do peleguismo, e nada mais são do que filiais de partidos, centenas de políticos, com assento nos Legislativos, que tinham nessas relações do passado, sua existência e razão de ser. Já vão tarde.
A frase que foi pronunciada:
“O estado proíbe ao indivíduo a prática de atos infratores, não porque deseje aboli-los, mas sim porque quer monopolizá-los.”
Sigmund Freud
Início
Um gerente do Banco do Brasil recebeu uma correspondência cheia de argumentos. Ao realizar os pagamentos do mês, um aviso sobreveio na tela do computador. Havia saldo suficiente, mas o limite para pagamentos foi extrapolado.

Meio
Revoltado com o abuso do Banco, de dispor do dinheiro alheio dessa forma, a resposta do gerente não convenceu. Disse que era por questão de segurança. 1º Que ladrão invadiria uma conta para efetuar pagamentos? 2º Se o cliente tem dinheiro, que direito tem o Banco do Brasil de impedir que o use com liberdade? 3º O BB faturou R$11,1 bilhões em 2017, porque não protege seus clientes investindo em segurança no lugar de impedir o dono do dinheiro de movimentá-lo? Por que os próprios clientes não optam pelos limites de segurança?
Fim
Quem dá golpes em hospitais ou telefonemas sobre falsos sequestros sempre indica uma conta bancária para as vítimas depositarem para os estelionatários. Nesses casos, o que os bancos fazem?
HISTÓRIA DE BRASÍLIA
Já que estamos para o lado da Prefeitura, é preciso lembrar o abandono em que se encontra a Ermida D. Bosco. O lugar é pitoresco, todos os turistas vão visitar, e não há estradas, não há conservação, não há nada que faça o turista gostar ou se entreter. (Publicado em 17.10.1961)
ARI CUNHA
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Caso não venha a compor o já extenso rol de propostas consideradas inconstitucionais, produzidas pela Câmara Legislativa nos últimos anos, o que não seria necessariamente uma surpresa, a chamada Lei do Silêncio (PL 445/2015), de autoria do deputado pelo PT, Ricardo Vale, ainda estará muito longe dos anseios da maioria dos brasilienses, acuados, cada vez mais, com a invasão de bares e boates e casas de show e pelo barulho perturbador produzido por música em alto volume e pelas badernas e algazarras que normalmente acompanham essas atividades.
A explicação física para o decibel é que trata-se de uma unidade logarítmica e não linear. Isso parece um detalhe, mas na verdade desarma o cálculo instintivamente feito pelo leigo. Ora, qual a razão da reclamação? Afinal, a lei autorizou um pequeno aumento do ruído noturno de 55dB para 75dB. Na verdade, isso significa 166% a mais de barulho. Quando disseram “Durmam com essa!”, os favoráveis à famigerada lei queriam dizer para que os incomodados desembolsem R$ 5.000,00 para cada janela dupla que viesse a interromper o som de chegar à paz do lar.
Muitos anos antes dessa invasão bárbara passar a acontecer, o urbanista, idealizador da capital, já havia pensado muito sobre esse assunto. Aliás, o que diferencia um urbanista de verdade dos demais é justamente essa capacidade de antever problemas futuros e propor soluções simples e magistrais para os mesmos. Foi assim que Lúcio Costa, em sua proposta para Brasília, há meio século, separou e ordenou a capital em diversos setores, de acordo com o tipo de atividade humana desempenhada nessas áreas, estabelecendo critérios claros de ocupação para cada um deles.
O problema com improvisos apressados e puxadinhos improvisados, que passaram a acontecer em ritmo louco, após a emancipação política, é que a maioria criou dificuldades de toda a ordem e agora tenta empurrar, goela abaixo na população, soluções canhestras e marotas.
A Câmara Legislativa, que até hoje parece não ter acertado seus ponteiros em sintonia com os da sociedade, logicamente tomou para si, de forma sempre eleitoreira, um problema que ela mesma não poderá resolver de forma pacífica, sem ter que respeitar, plenamente, a vontade dos moradores dessas áreas, que querem o silêncio quando a noite cai. Direito garantido pela Constituição Federal. Infelizmente, as áreas residenciais, pensadas para serem lugares seguros e tranquilos para o descanso das famílias, foram sendo transformadas, nas últimas décadas, em verdadeiros parques de diversões, onde todo o tipo de manifestação é permitido.

É difícil encontrar uma quadra residencial no Distrito Federal onde a proliferação de estabelecimentos de venda de bebidas alcoólicas não exista. Não se vê, na maioria desses locais, centros culturais, bibliotecas, pequenos teatros, galerias e outros pontos de cultura.
O que a juventude tem nas proximidades e ao alcance dos olhos e das mãos são bares de toda a espécie. O problema do sossego vem ganhando outro inimigo, representado pela proliferação desenfreada dos chamados food trucks, que invadem os espaços verdes, sobre as calçadas, instalam seus equipamentos de som e seja o que Deus quiser.
Aos poucos a antiga qualidade de vida, que desfrutavam os brasilienses, vai sendo diminuída por uma modernidade que enxerga no desenho da cidade, na paz e no silêncio, inimigos a serem combatidos. No rastro dessas biroscas, que vão tomando conta da cidade, seguem os piores tipos de comportamento humano, o total desrespeito às regras da civilidade.
O que, de fato, o PL 445/2015, ironicamente, chamado nova Lei do Silêncio, está procurando estabelecer é a nova Lei do barulho e do abuso.
A frase que foi pronunciada:
“Por que exterminaram as cigarras de Brasília?”
Pergunta da Gabriela quando ouvia a explicação sobre a Lei do Barulho.
Votos
Leia no blog do Ari Cunha a nota da abertura intitulada: Decisão do TSE ameaça liberdade de expressão.
Inacontecível
Só de verbalizar a questão, já desperta a desconfiança do eleitorado. O Tribunal Superior Eleitoral quer saber: “Se houver discrepância entre o resultado eletrônico e o obtido a partir da contagem dos votos, qual deverá prevalecer? Considerando que cada voto eletrônico corresponde a um voto impresso, a resposta é simples. Se isso acontecer, a fraude está configurada.

Lado bom
Com a juventude engajada na política, foi um grande avanço o TSE adotar um aplicativo com os dados do eleitor. Assim, basta o celular com o app na hora de se apresentar aos mesários. Depois da identificação biométrica, o processo é seguro.
HISTÓRIA DE BRASÍLIA
Exemplo excelente de disciplina tem dado o Banco do Brasil, onde, na 303, por ser provisória até os diretores do Banco residem em casas de madeira. (Publicado em 17.10.1961)
O crime organizado já opera abertamente como grupo guerrilheiro
ARI CUNHA
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Vai ficando cada vez mais difícil, para as autoridades do país, esconder da opinião pública que o crime organizado já adquiriu status de real ameaça à segurança nacional, não podendo mais ser tratado como simples ações dispersas de bandos criminosos, mas como verdadeiros grupos guerrilheiros, que, a partir das extensas fronteiras internacionais, já possuem, de fato, o controle de muitas áreas dentro do país.
Especialistas no assunto admitem que o Brasil se transformou, nas últimas duas décadas, em o principal corredor do tráfico internacional de drogas, figurando já como o segundo maior consumidor do planeta de cocaína e seus derivados, sendo ainda o paraíso para a lavagem de dinheiro de origem criminosa, tráfico de armas e outros ilícitos extremamente lucrativos.
A facilidade com que essas organizações vêm agindo dentro do país é assegurada pela montanha de recursos que esses grupos têm à disposição para arregimentar pessoas e subornar autoridades em todos os níveis do Estado. Surpreende que esses grupos, mesmo com a intervenção militar na área de segurança do Rio de Janeiro, não tenham diminuído suas ações naquele estado e nem no restante do país. Pelo contrário. Quem acompanha o noticiário tem se surpreendido com as últimas ações desses grupos bem ao modo das guerrilhas. O assalto ao carro-forte na BR 040, com armamento de guerra, seguido do roubo cinematográfico no aeroporto de Viracopos em São Paulo, uma área que deveria ser de segurança máxima, demonstra que essas ações criminosas, há muito, ultrapassaram o poder das polícias militar e civil, se constituindo agora em ameaças que somente as Forças Armadas, com suporte da inteligência do Estado, podem deter.

O monstro cresceu, ganhou rabo e presas envenenadas, exigindo agora a atuação de uma força maior, com maior poder de fogo e preparo. De fato, enquanto o Estado era corroído por dentro por uma série de casos de corrupção, com as principais lideranças do país envolvidas nos mais escandalosos flagrantes de desvio de dinheiro público, o crime organizado ia encontrando brechas para crescer e se prosperar. Há inclusive aqueles que enxergam conexões entre esses grupos e membros destacados de diversos governos, à exemplo do acontecia na Colômbia e Peru. O próprio ministro da justiça, em recente entrevista, admitiu essa hipótese e apontou que o elo entre o Estado e o crime é estabelecido não só pela banda pobre que comanda as polícias no Rio de Janeiro, mas conta ainda com o apoio de muitos deputados estaduais e outras autoridades locais. Atentos às infinitas possibilidades desse elo entre o crime e o Estado, grupos criminosos não escondem a intenção de apoiar eleitoralmente muitos candidatos ao pleito de 2018, para adentrar o Estado pela porta larga das eleições.
Dinheiro e expertise eles possuem de sobra. Infelizmente, para qualquer direção que a população olhe, as possibilidades para que esses grupos de guerrilha urbana se expandam ainda mais, em conluio com políticos e outras autoridades inescrupulosas, são crescentes, reais e iminentes.
A frase que foi pronunciada:
“É necessário que todo guerrilheiro urbano mantenha em mente que só poderá sobreviver se estiver disposto a matar os policiais e todos aqueles dedicados à repressão. E se está verdadeiramente dedicado a expropriar a riqueza dos grandes capitalistas, os latifundiários e os imperialistas.”
Carlos Marighella

Comitiva
Thiago Jarjour, Secretário Adjunto de Ciência, Tecnologia e Inovação, embarca rumo aos Estados Unidos neste sábado, acompanhado do Secretário de Desenvolvimento Econômico, Valdir Oliveira, e de Jamal Bittar, presidente da Federação das Indústrias do Distrito Federal (Fibra), que financia a missão. Entre os pontos altos da viagem estão as visitas aos parques tecnológicos e às renomadas universidades norte americanas de Stanford e Cornell Tech. O objetivo é firmar parceria com o Biotic Brasília. Thiago retoma seus compromissos na capital dia 19/03.
Biotic
Biotic é um projeto que toma novo impulso em três pilares: learn (aprender), attend (comparecer) e business (negócios). É um espaço destinado a startups baseado em coworking, modelo de trabalho que favorece troca de ideias e colaboração entre diferentes profissionais com o apoio do Sebrae. Tantas palavras em inglês nos releases são perfeitamente justificáveis no mundo tecnológico globalizado.
HISTÓRIA DE BRASÍLIA
Levando-se em conta, que, as obras do Iapfesp estão paradas há mais de um ano, dá para se ver que há o propósito deliberado de infringir, de contrariar ordens, de enganar. (Publicado em 17.10.1961)
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Modelos de estratégias políticas para angariar apoio nas próximas eleições se repetem, em todo país, com vistas as próximas eleições. No vale tudo para cooptar adesões de outros candidatos e partidos para formação de palanques e acréscimo de tempo em rádios e televisões, a única coisa que tem ficado de fora dessas tratativas, feitas à meia luz, é o anseio e as expectativas dos próprios eleitores.
Nessa equação oportunista dos políticos brasileiros, o desejo, ou mesmo os receios e o mal humor dos eleitores parece dar soma zero. Na visão desses expertises em táticas políticas, o eleitor é um detalhe a ser considerado apenas durante alguns momentos da campanha. Autossuficientes, e do alto de uma arrogância que lhes são próprias, alguns políticos parecem não se dar conta de que os bons ventos não estão mais soprando a seu favor. Pelo contrário, diversas pesquisas de opinião têm apontado que o sentimento predominante entre os eleitores é o de decepção e mesmo de revolta contra a classe política em geral.
O pior é que essas pesquisas indicam ainda que o legislativo federal e local estão entre as instituições com o menor grau de confiabilidade, é que os eleitores estão descontentes, e mesmo raivosos, com o atual modelo político que vem sendo perpetuado e, principalmente, com seus protagonistas. Às vésperas das eleições há um divórcio político e litigioso entre eleitores e candidatos. Não é para menos. As seguidas denúncias de corrupção que vão vindo à tona a cada instante, deixam à mostra sinais evidentes de traição da classe política. Indiferentes à esses sinais claros, os candidatos para 2018 prosseguem na mesma toada, entabulando acordos e planos que, creem, renderão frutos futuros. Aqui, no Distrito Federal, não é diferente. Quem assiste a dança das cadeiras, em torno dos cargos para o Legislativo e Executivo local, verifica que mesmo depois de tantas denúncias, inclusive com prisões de alguns desses figurões, a maioria dos candidatos insiste ainda em buscar apoios junto a políticos não só enroladíssimos com a justiça, mas que perderam qualquer respeito junto ao eleitorado.
O que o eleitor informado quer é que políticos com débito com a justiça fiquem de fora não só do pleito em si, mas que permaneçam longe das tratativas para formação de chapas e outras estratégias para 2018. É preciso ficar bem atento às manobras dessas cobras criadas que buscam nas próximas eleições apenas o abrigo da prerrogativa de foro para fugir às agruras da primeira instância, principalmente, se colocando com suplentes em algumas chapas, com pré-acordo, para vir a assumir a titularidade do mandato, tão logo o oficial de justiça bata à porta.
São estratégias malandras, mas que tem livrado meliantes da lei. Ao insistir em fazer ouvidos de mercador aos reclames dos eleitores, o máximo que esses políticos espertalhões vão obter é o aumento no fosso, separando o cidadão de seus representantes, com prejuízos óbvios para a democracia.
De fato, aos olhos do eleitor informado, tecer acordos com denunciados pela justiça, visando possíveis vantagens políticas e eleitorais para o futuro, equivale, isso sim, a receber, como selo firmado, o beijo. O beijo da morte.
A frase que foi pronunciada:
“Por um voto em branco, você está dizendo que você tem uma consciência política, mas você não concorda com qualquer um dos partidos existentes.”
José Saramago

Caesb
José Rabelo concorda com a coluna. A Caesb não pode cobrar consumo mínimo em época de crise hídrica.
Vira volta
Vendo o alvoroço em torno da aula na UnB com a disciplina criada para ensinar sobre impeachment como “O golpe contra Dilma Rousseff”, lembramos de um detalhe: até agora, ao contrário de outros registros, no túnel do tempo do Senado, não há o impeachment da Dilma exibido na linha presidencial.
Nada legal
Dona Dita contava como são os olhos dos seres humanos. Trancados em um quarto escuro, logo se acostumam e a percepção ressurge. A comparação foi feita com quem recebe auxílio moradia. Donos dos maiores salários, que têm condições de bancar a morada, recebem o auxílio moradia. Acostumaram com o escuro. Quanta utopia pensar que partiria deles mesmos acabar com esse absurdo. É o dinheiro público que sustenta a mordomia. Isso é justo? É ético? É moral?
Imperdível
Atenção interessados no pioneirismo de Brasília. Nessa sexta-feira, dia 09/03, às 19h, Tania Fontenele fará uma palestra sobre as mulheres e a história de Brasília. Em seguida, o histórico filme Poeira e Batom. Será no Instituto Cervantes, SEPS 707/907.

HISTÓRIA DE BRASÍLIA
Aberta uma exceção, todos os acampamentos se transformarão em casas de alvenaria, e está visto que bagunça redundará de tudo isto. (Publicado em 17.10.1961)
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Marilena Chauí, a musa intelectual das esquerdas, a mesma que afirma odiar a classe pelo seu viés terrorista e conservador, avalia, a seu modo, que a crise nas universidades públicas é resultado do avanço neoliberal e da entrada da iniciativa privada internacional no mercado brasileiro.
Trata-se aqui de uma visão muito particular da crise que assola as universidades do país, mas que, observada de perto, com vagar, está muito longe da realidade. Afirmar que o papel das universidades é ser parte da luta de classes coloca apenas uma pedra sobre o problema e lança essas instituições na rinha de galo dos partidos, como se elas fossem extensão das disputas de legenda por nacos do poder.
O problema fica maior ainda quando a elite do pensamento dentro das próprias universidades, ao se recusar enxergar o óbvio, lança mais gasolina na fogueira, querendo, a todo o custo, reerguer o Muro de Berlim, ou retornar mais longe ainda, a maio de 1968, época em que os estudantes franceses, ao protestarem contra a reforma de ensino proposta pelo governo Charles De Gaulle, conseguiram paralisar todo o país e parte da Europa, numa greve geral que reuniu mais de 9 milhões de pessoas. A questão, como muitos tentam justificar, não é a falta de recursos.
O Brasil é o país que mais gasta com ensino superior público. Estudos mostram que o custo do estudante da faculdade pública brasileira está entre os mais altos do mundo. O problema maior é justamente com a gestão desses recursos. Nessas instituições de ensino, os recursos públicos são absorvidos integralmente pela folha salarial, restando absolutamente nada para outras áreas. O rombo nas contas das universidades tem sido uma constante.
Em 2016, a universidade de Brasília (UnB) apresentava um déficit de mais de R$ 100 milhões. O rombo nas maiores universidades do país ultrapassa hoje os R$ 400 milhões e sem perspectivas de solução. Na Universidade de São Paulo (USP), por muito tempo a melhor em todos os quesitos, a folha de pagamentos ultrapassa os 105% dos recursos. Todo o dinheiro é gasto com pagamento de pessoal da ativa e de aposentados. O orçamento furado das universidades, contudo, não é o maior problema dessas instituições.
A universalização do ensino superior é uma falácia. De fato, as universidades públicas do país têm perpetuado o modelo excludente presente em outras esferas do Estado. Em seus quadros, com as exceções de regra, estão as elites, quer ensinando ou aprendendo e que, das agruras de lutas de classes, conhecem apenas o que está escrito em livros de história ou sociologia. Se voltam contra o Estado opressor e em favor dos oprimidos, mas se indignam quando têm que se abaixar para apanhar um papel no chão ou dar o lugar para um idoso dentro do ônibus.
Não possuem, de fato, uma “vida acadêmica”, permanecendo na academia apenas o tempo necessário para cumprir tarefas. Não participam de atividades extraclasses e não prestam serviços gratuitos à comunidade, o que seria o mínimo como contrapartida pelos estudos sem ônus, bancados pela sociedade.
Alunos e professores se sentem no Olimpo, dotados de uma áurea especial e, portanto, se sentem desobrigados a meter a mão na massa e construir um ambiente de harmonia dentro e fora das universidades. A partir dos anos 2000, essa situação passou a adquirir um aspecto mais sinistro ainda.
A frase que foi pronunciada:
“ Hoje em dia, a universidade é o local onde a ignorância é levada às últimas consequências.”
Millôr Fernandes

Alta tensão
Novamente a Câmara Legislativa pode prestar um desserviço à comunidade. Terça–feira, o Projeto da Lei do Silêncio, do deputado Ricardo Vale, terá algumas alterações discutidas. De um lado, moradores em busca de sossego. De outro, poluição sonora que rouba a paz.
HISTÓRIA DE BRASÍLIA
O lamentável disto é que seja uma repartição pública, a infratora, e não é possível que o Delegado do Iapfesp em Brasília alegue ignorância deste fato. (Publicado em 17.10.1961)
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Com a ascensão das esquerdas, principalmente aquelas de matiz praticista, na qual o Estado é transformado numa grande vaca leiteira, as universidades públicas acabaram se transmutando em filiais dessas siglas, lançando uns contra os outros, contaminando o ambiente. Uma vista recente, captada no interior do prédio da UFRJ, dá uma mostra desse ambiente que tomou conta das universidades públicas brasileiras. Na foto aparecem as instalações internas de um amplo saguão, completamente pichado, com cadeiras e portas quebradas e lançadas ao chão, com cartazes e sujeira por toda a parte, como se um furacão houvesse revirado o ambiente.
Neste ambiente “acadêmico”, alunos de short, alguns sem camiseta, todos invariavelmente maltrapilhos, parecem ensaiar uma das milhares de manifestações, alheios ao mundo em redor. Apenas pela comparação dessa imagem com outras mostrando os principais recintos de universidades como Oxford, Cambridge ou o Instituto de Tecnologia da Califórnia, Harvard, Princeton e outras do primeiro time, dá para perceber quantos anos luz nos separam dessas instituições.
Não é por outro motivo que, no ranking da Times Higher Education, das 200 mais prestigiosas universidades do planeta, nenhuma instituição brasileira é sequer mencionada. Sobra política do tipo partidária e ideológica e faltam pesquisas e outras realizações próprias à essas instituições.
Sobra agitação e falta concentração. Dispersada e sem fôlego, nossas universidades se esmeram em debates e fecham os olhos à realidade do país. Médicos e outros doutores, formados graças ao empenho de muitos brasileiros que sequer sabem ler, não se dão ao trabalho de colocar seus conhecimentos, adquiridos de forma gratuita, à serviço da população. O razoável, num país razoável, seria exigir dos formandos trabalhos comunitários e gratuitos pelo mesmo tempo de formação. Seria muito mais útil ao país. Nem mesmo o Estado subsidiador possui vontade própria para cobrar esta dívida. O que se vê são doutores recém-formados instalarem seus gabinetes e consultórios privados, cobrando consultas que a maioria da população simplesmente não pode pagar.
Dentro das instituições, a vida não é fácil também para quem não se alinha, de primeira hora, a chamada do establishment, principalmente nas áreas ditas “humanas”. O que se verificam são disputas intestinas pelo controle das universidades por parte do pessoal ligado às esquerdas.
A animosidade e mesmo as disputas físicas tornam-se normais dentro dessas academias. Reproduzem-se no ambiente interno das faculdades o mesmo irracionalismo burro que antepõe partido contra partido. Para as minorias, que não se deixam enganar pelo canto de sereias dessa turma, que saúda a Venezuela e Cuba como modelos de democracia, restam o alijamento, as ameaças, o bullying e o assédio psicológico e físico.
Houvesse antes uma verdadeira agitação cultural nesses ambientes, a história seria outra. Da forma como se encontram na atualidade, nossas universidades vão ficar cada vez mais desprestigiadas e sucateadas. Para alguns, inclusive, essa parece ser a tática embutida nesses movimentos que agitam as universidades e que buscam, na verdade, a destruição da instituição, tomada por esses grupos, como uma invenção da burguesia e que tem como função secreta, perpetuar o controle dos trabalhadores pelo monopólio do saber.
A matriz socialista de aspecto tropical, parece dominar nossas universidades públicas. Dentro de um ambiente com esse índice de sectarismo, professores, de fato, que têm no mister de educar seu objetivo principal, são alijados da vida acadêmica, não participam das discussões internas, levando uma vida de pária dentro dessas instituições. Incrivelmente são esses agitadores catedráticos os primeiros a desejar complementar suas graduações em instituições estrangeiras de boa reputação.
O estrago que essa geração de professores e alunos, ditos engajados, vem perpetrando contra as universidades públicas brasileiras ainda está por ser descrita com minúcias. O fato é que pelo desprestígio interno e externo, pelo sucateamento dessas instituições, sua pouca produção científica e outros parâmetros correlacionados, torna-se óbvio que esse não é caminho correto a seguir. Talvez, mais importante do que seguir por um caminho acertado seja pensar melhor que rotas haveremos de traçar para o futuro, se o futuro for mesmo uma preocupação daqueles que pensam.
A frase que foi pronunciada:
“É porque eu odeio a classe média. A classe média é um atraso de vida. A classe média é a estupidez. É o que tem de reacionário, conservador, ignorante, petulante, arrogante, terrorista… A classe média é uma abominação política, porque ela é fascista. Ela é uma abominação ética porque ela é violenta. Ela é uma abominação cognitiva porque ela é ignorante…”
Marilena Chauí

Resposta
Esta nuvem de desinformação favorece preconceitos contra a mineração e suas contribuições ao ser humano. Exemplo mais claro dessas contribuições é que as Nações Unidas reconhecem publicamente que a mineração empresarial é decisiva para o cumprimento dos ODS – Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, ainda mais em países como o Brasil. O setor trabalha, no momento, para aperfeiçoar indicadores nesse sentido, o que será fundamental para atuar em conjunto com o PNUD (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento) na implantação de programas voltados ao cumprimento dos ODS. (Leia no Blog do Ari Cunha a íntegra dos esclarecimentos de Walter Alvarenga, presidente do Instituto Brasileiro de Mineração, sobre o título publicado nesta coluna: Mineração: o lucro que traz prejuízos irremediáveis
HISTÓRIA DE BRASÍLIA
A fiscalização da Prefeitura precisa saber que na superquadra 304, do Iapfesp, estão sendo levantadas construções de alvenaria no canteiro de trabalho. Várias já estão prontas, e outras, em conclusão. (Publicado em 17.10.1961)
O OUTRO LADO – IBRAM- Mineração: o lucro que traz prejuízos irremediáveis
Recebemos um e-mail esclarecendo pontos abordados na coluna do Ari Cunha publicada no dia 27 de fevereiro sob o titulo
Mineração: o lucro que traz prejuízos irremediáveis.
Segue aos leitores, a missiva do amigo Walter Alvarenga em posições contrárias à coluna.
Esclarecimento
Mineração rudimentar X mineração moderna e sustentável
A mineração rudimentar que era praticada no período colonial não pode ser comparada à moderna indústria da mineração, que ocorre sob rígidos padrões internacionais tanto ambientais quanto governança corporativa. São atividades distintas.
A mineração pode apresentar polêmicas, muito em fruto do desconhecimento desta atividade e suas características pela maior parte da população. Nos livros escolares, a mineração que geralmente é ensinada é basicamente a rudimentar praticada nos séculos anteriores ao século XX. A evolução do setor mineral ao longo dos séculos é praticamente ignorada nos livros escolares.
Apenas uma pequena parcela dos brasileiros tem verdadeiro contato íntimo com a mineração empresarial. De outro lado, muitos acreditam que a mineração empresarial é semelhante ao garimpo (atividade mais rudimentar e precária), o que está bem longe da realidade. Isso é retratado até em novelas da atualidade, o que é um desserviço educacional.
Nações Unidas reconhecem mineração como fundamental para ODS
Esta nuvem de desinformação favorece preconceitos contra a mineração e suas contribuições ao ser humano. Exemplo mais claro dessas contribuições é que as Nações Unidas reconhecem publicamente que a mineração empresarial é decisiva para o cumprimento dos ODS – Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, ainda mais em países como o Brasil. O setor trabalha, no momento, para aperfeiçoar indicadores nesse sentido, o que será fundamental para atuar em conjunto com o PNUD (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento) na implantação de programas voltados ao cumprimento dos ODS.
O “Atlas: Mapeando os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável na Mineração” foi lançado pelo Ministério de Minas e Energia (MME), em 2017. Apresenta a agenda da sustentabilidade na mineração. O documento traz as contribuições de iniciativas brasileiras e destaca a atuação do setor na Agenda 2030, com informações sobre como as atividades de mineração podem contribuir para cada um dos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável.
O Atlas foi produzido em parceria com o Fórum Econômico Mundial, o Centro de Investimento Sustentável da Universidade de Columbia, a Rede de Soluções para o Desenvolvimento Sustentável e o PNUD, com apoio da Agência Alemã de Cooperação Internacional (GIZ).
Mineração no Brasil: apenas 2% de grandes empresas
No Brasil a mineração empresarial está representada majoritariamente por micro, pequenas e médias empresas (98%) e não por “conglomerados poderosíssimos” – imagem a seguir.
Mineração é a ‘indústria das indústrias’
Negar a importância da mineração é como se contrapor a setores importantes como o agronegócio. Sem alimentos não sobrevivemos; sem minérios, a vida seria muito cara e difícil para todos. A mineração é considerada “a indústria das indústrias”, pois fornece matérias-primas para todas elas. Os minérios estão em quase tudo o que nos cerca. Sem os minérios em larga escala não haveria pavimentação, construção de moradias, medicamentos, automóveis, celulares, computadores, fertilizantes, aviões etc.
A coluna menciona o estudo da CETEM, mas não especifica qual. O CETEM possui mais de 2,5 mil estudos sobre o setor e para comentar, o IBRAM precisaria de mais informações.
FGV mapeou importância da mineração
Mas há outros estudos de entidades renomadas, como FGV, que produziu o “Panorama da Mineração em Minas Gerais”. Ali está reunido um conjunto de informações e indicadores que mostram que a mineração tem sido decisiva para a evolução socioeconômica daquele estado, o principal produtor de minérios do País.
Sobre a mineração do ouro, que a Coluna afirma ser explorado até a exaustão, a FGV lista a produção corrente de ouro em 29 municípios mineiros. O IBRAM dispõe de muitos estudos técnicos, sérios, que podem ser comentados posteriormente.
O texto da Coluna também trata a exploração mineral de ouro, ferro e outros minerais – tão necessária para obter os minérios que a indústria da transformação precisa para produzir os bens que nos dão conforto, acesso a novas tecnologias e, portanto, ao desenvolvimento – como se fosse algo negativo. É, na verdade algo necessário, fundamental para o ser humano evoluir. E para isso é preciso intensificar a pesquisa geológica para localizar novas jazidas e assegurar o suprimento de minérios.
Mineração é atividade de altíssimos custo e risco
São necessários 1000 sondagens para ter um “potencial” caso de sucesso que venha a se transformar em um projeto mineral. Para chegar a isso é preciso investir recursos humanos, tecnológicos e financeiros de grande monta. O ciclo de maturação de um projeto de mineração é de no mínimo 10 anos. É um setor de altíssimo risco para quem investe e se dedica a ele (imagem a seguir).
Minerador não controla preços dos minérios e, portanto, seu lucro
Os preços das commodities minerais são regulados pelo mercado internacional e não pelo minerador. O poder público detém alto controle sobre o setor mineral privado. Os custos são altíssimos, como a carga tributária – estudo da Ernst&Young (EY) comprova que o Brasil está entre as nações que cobram os maiores tributos das mineradoras entre 20 países concorrentes.
Brasil ‘desaba’ em termos de atração de investimentos para a mineração
O ambiente para negócios no setor mineral deteriorou nos últimos anos acentuadamente. A intenção de investir na mineração brasileira em 2012 era de US$ 75 bilhões para o período de 5 anos; o mais recente levantamento demonstra que este valor baixou para US$ 18 bilhões (imagem a seguir).
A mineração não tem incentivos para operar, como outros setores industriais. A legislação brasileira é altamente inibidora da atividade minerária legalizada. As empresas sérias sempre concordaram que a legislação ambiental, por exemplo, precisa ser rígida, porém, as regras para licenciamento ambiental têm afugentado novos negócios aos montes. E não só no setor mineral.
O texto da Coluna, no entanto, faz afirmações contestáveis que “os incentivos são generosos e a legislação, regulando todo o processo, é leniente, permissiva e branda. Sempre foi assim”. O IBRAM discorda frontalmente dessas informações. Caberia aqui ouvir o Ministério de Minas e Energia e suas autarquias, que certamente têm elementos para contestar tais afirmações.
Heranças negativas da mineração: lições aprendidas para melhorar sempre
O IBRAM reconhece – e sempre reconheceu – que há heranças negativas de algumas operações minerais (nem todas legalizadas) em pontos do território e que geraram impactos negativos nas comunidades ao longo das décadas. O setor não fecha os olhos para estas marcas do passado – pelo contrário, aprende as lições para evitar que se repitam.
Este é um fato que passou a ser enfaticamente combatido pelas indústrias sérias, realmente comprometidas com a sustentabilidade empresarial.
O compromisso da moderna indústria de mineração é mitigar seus riscos, planejar cada etapa de sua operação até o fechamento da mina e preservar e conservar o meio ambiente dentro das possibilidades e do que for acordado previamente com autoridades e sociedade. A atividade mineral é a única mencionada na Constituição Federal como aquela obrigada a fazer a recuperação das áreas onde atua (art. 225, §2º).
O rompimento da barragem de Fundão, em Mariana (MG), foi um episódio lamentável e que apesar dos danos causados, tem gerado oportunidades diversas para o setor mineral e o poder público aperfeiçoarem seus sistemas de atuação em prol de maior segurança nas operações. Há resultados concretos que podem ser detalhados à parte, como a melhoria da legislação sobre barragens.
É possível fazer um paralelo com o setor aéreo de passageiros: a cada queda de um avião, não se deixa de autorizar o voo de aeronaves, mas há compromisso das empresas, profissionais e das autoridades em criar condições para minimizar os riscos de novas quedas.
Em termos de reparação dos danos causados pelo rompimento, as mineradoras envolvidas se dedicam, como nunca visto no Brasil inclusive em outros setores, para cumprir os acordos que foram e vêm sendo fechados com a sociedade. A burocracia estatal, no entanto, tem prejudicado uma maior velocidade na implantação das soluções acordadas. O Rio Doce, mencionado, deverá estar recuperado em alguns anos, de acordo com o cronograma divulgado pela Fundação Renova, que está alià frente dos trabalhos.
Caso Hydro, em Barcarena, não ocorreu em uma planta de mineração
O alegado (ainda está sendo investigado) vazamento de rejeitos em Barcarena (PA) não ocorreu em uma planta de mineração, mas sim em uma indústria de alumina – é equivocado atribuir este fato ao setor mineral.
Esclarecimentos adicionais
A mineração é um elo fundamental da cadeia produtiva brasileira para que o desenvolvimento nacional ocorra. O desenvolvimento de uma nação e o bem-estar de sua população não existem sem o uso de bens minerais.
Da mesma forma que contribui para o progresso dos centros urbanos por meio do fornecimento de insumos, a mineração leva melhorias para locais remotos. Ao se estabelecer em uma cidade, a atividade estimula o surgimento de polos de investimento regionais, investe em infraestrutura e equipamentos públicos e capacita comunidades locais. A atividade mineral é uma das principais geradoras de empregos diretos e indiretos do Brasil. Há cerca de 2 milhões de trabalhadores envolvidos direta e indiretamente com a mineração nacional.
Respeito ao meio ambiente e o desenvolvimento sustentável são princípios que norteiam o setor empresarial mineral no Brasil. A indústria da mineração é líder em reuso de água na atividade produtiva, que também se caracteriza por ser de baixa emissão de Gases de Efeito Estufa (GEE), e está sempre em busca das melhores práticas para atuar de maneira cada vez mais sustentável.
A indústria mineral se destaca, ainda, por contribuir decisivamente para gerar superávits à balança comercial brasileira. A indústria extrativa também tem participação fundamental no Produto Interno Bruto (PIB) e representa 4,2% de todo o PIB Brasil e 16,7% do PIB Industrial brasileiro, de acordo com dados IBGE 2017.
ARI CUNHA
Visto, lido e ouvido
Desde 1960
colunadoaricunha@gmail.com;
com Circe Cunha e Mamfil

Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades, dizia o poeta português Luís de Camões, no século XVI. Mais do que as vontades, mudam-se até os referenciais de riqueza de uma Nação. Se no passado era o acúmulo de metais preciosos, como o ouro, que indicava o nível de riqueza de um país, com o passar do tempo esse critério foi cedendo lugar aos outros indicativos mais ajustados à evolução da economia. Com o aperfeiçoamento e emprego, em larga escala, da máquina à vapor no século XVIII, a aceleração da produção e o encurtamento no tempo de viagem acabaram por revolucionar a economia, transformando e tornando ricos aqueles países que introduziram as novas máquinas no processo de produção.
Dando um salto para o presente, o que se verifica hoje é que a alta tecnologia, empregada em todos os setores da economia, transformou-se no grande referencial de riqueza de um país. Mas para que uma nação atinja esse ponto de excelência é preciso antes um longo trabalho de educação da população. O consenso atual entre os economistas é que um país rico não é aquele que apenas resolveu, de modo satisfatório, o problema da pobreza e da miséria, mas, sobretudo, é aquele em que os níveis de educação oferecidos à população são considerados avançados e de ótima qualidade. Desse modo o indicativo de riqueza deixou de ser um bem material e passou a ser representado por algo aparentemente abstrato, mas cujos efeitos são palpáveis, concretos e duradouros.
Rico é um país educado. No ranking dos dez países mais ricos do mundo, absolutamente todos apresentam excelentes níveis de educação oferecidos a população. Neste sentido, causa grande preocupação que, repetidamente, o Brasil venha aparecendo nas derradeiras posições sempre que são apresentados os resultados da avaliação de estudantes em qualquer área do conhecimento.
Pelos dados que agora chegam do Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa), uma prova coordenada pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), aplicado ainda em 2015, entre os 35 membros desta entidade, mais 35 países parceiros, o desempenho dos estudantes brasileiros em ciências, leitura e matemática mostrou uma queda acentuada, colocando o país na 63ª posição em ciência, 59ª em leitura e na 66ª posição em matemática. Praticamente os últimos lugares. É um vexame e uma vergonha, para todos nós, que nossos alunos apareçam colocados nessa posição, o que demonstra que temos muito o que fazer se quisermos, algum dia, retirar o país da condição de subdesenvolvido e fornecedor de matérias-primas baratas.
Relatório apresentado pelo Banco Mundial demonstra que o Brasil, a continuar nesse passo lento em educação, necessitará de, ao menos, 260 anos para atingir o nível educacional de países desenvolvidos em leitura e 75 anos em Matemática. Para os especialistas, existe uma crise de aprendizagem que afeta grande parte do Ocidente, mas no Brasil esse problema assume contornos de um verdadeiro flagelo, capaz de tolher o futuro de milhões de jovens. Análises desse Relatório mostram ainda que cidadãos mais bem educados tendem a valorizar mais a democracia.
A frase que foi pronunciada:
“O homem não é nada além daquilo que a educação faz dele.”
Immanuel Kant
Leitores
Nossa leitora, Regina Ivete, lendo sobre a notícia da Biblioteca de Portas Abertas, lembrou que até hoje a Biblioteca Demonstrativa de Brasília está inativa. Então nem vamos tocar no assunto Teatro Nacional.
Sem cultura
Gerida pela Secretaria de Educação, a Escola de Música de Brasília paga pela ignorância administrativa. Para ensaiar uma ópera, por exemplo, é preciso de um pianista, do regente e do cenógrafo. A pergunta dos burocratas. Mas três professores para 30 alunos? Sim. Um pianista não rege e um cenógrafo não toca piano.

Atualização
Uma resolução da Adasa, daquelas que ninguém entende para quê e para quem, vige em salas comerciais da seguinte forma. Há um valor mínimo a pagar pela água. Consumida ou não, o comerciante deve desembolsar o equivalente a 10 metros cúbicos de água, por volta de R$ 70, o que traz dois problemas. O primeiro é pagar pelo que não consumiu (o que é um abuso inquestionável) e o segundo é gastar a água abundantemente, já que está pagando por ela (é direito, mas estamos em crise hídrica). Por isso, está na hora de repensar esse lucro pelo desperdício e o consumidor pagar apenas o que gasta.
Leitor
Estilo inconfundível, Vicente Limongi Netto nos pede para registrar o aniversário da grande figura humana e profissional, Laércio Gomes Gonçalves. Médico dos mais conceituados em São Paulo, Brasília, Rio de Janeiro e Goiás, Laércio tem clínica no Lago Sul, onde recebe amigos e pacientes com competência, fidalguia e carinho.
História de Brasília
As informações acima, foram ouvidas de um deputado, uma das vozes tradicionais do parlamento. Agora, a nossa opinião: é uma vergonha, um deputado fazer a chantagem da apresentação de um voto de censura condicionado a imposições políticas, dependendo de nomeações de apadrinhados. (Publicado em 14/10/1961)
ARI CUNHA
Visto, lido e ouvido
Desde 1960
colunadoaricunha@gmail.com;
com Circe Cunha e Mamfil

Na visão do filósofo grego Aristóteles, o homem seria um animal político por natureza. Em outras palavras, o que esse pensador parecia considerar como fundamental era o fato de que a administração da sociedade e do Estado deveria ficar à cargo daqueles cidadãos que, por sua aptidão intelectual, acima da média, favorecida ainda pelos atributos de uma razão esclarecida, demonstravam capacidade real e prática de organizar a vida em sociedade, estabelecendo não apenas limites nessa convivência em conjunto, mas sobretudo buscando a harmonia e o equilíbrio entre todos, com o propósito único: o bem comum. Analisando sob esse ponto de vista dá para entender a razão pela qual persistimos tateando, depois de cinco séculos, em busca de uma política de Estado que, ao menos, atenda às necessidades básicas dos cidadãos. É fato que a ausência de verdadeiras lideranças políticas, comprometidas diretamente com os destinos e o futuro da nação, tem sido uma constante ao longo de toda a nossa história. Temos visto, isso sim, ao longo de todo esse tempo, líderes de facções políticas e ideológicas, com vínculos estreitos apenas entre si e seus grupos políticos, distantes e indiferentes à realidade da população.
A bem da verdade, não se tem nem como falar ou diferenciar esses grupos por suas matizes ideológicas, sendo impossível classificar esse ou aquele agrupamento como de “esquerda’ ou de “direita”. Infelizmente nossa formação histórica e política, com as características que nos são próprias, nos aproxima muito mais da definição de Estado de Max Weber, na qual o Estado é visto como uma “empresa institucional de caráter político”, onde o aparelho administrativo, incluindo aí as empresas nacionais, são controlados diretamente pelos partidos, com vistas a manutenção e o domínio do poder.
Para esse intento, tudo vale, inclusive fomentar falsos antagonismos no seio da sociedade, de modo a dispersar hegemonias e enfraquecer grupos de oposição. Nesse sentido a coerção física, com vistas ao cumprimento das leis, também não está descartado, seja qual for o partido com assento no poder. Por detrás das bandeiras agitadas dos partidos, o que se desenha e se almeja é tão somente um Estado repleto de oportunidades materiais, capaz de tornar ainda mais poderosas, pessoas e grupos políticos, que reunidos no afã da riqueza fácil, garimpada sem o esforço ético do trabalho, amealham o que não lhes pertence. De posse dos recursos abundantes, o que os partidos políticos passam a exercitar é tão somente o uso da força, tanto no sentido físico como sob o aspecto da propaganda excessiva, neste caso, buscando o doutrinamento das massas – das ruas e até dentro das escolas.
Entre nós, tem sido apenas na forma como exercitam o poder e a coerção física que os espectros políticos, formados por uma esquerda e uma direita, de fundo falso, expõem suas diferenças fundamentais, embora, nem uma e nem outra abra mão de agir ferozmente quando ameaçada. A duras penas a sociedade brasileira vai despertando para fatos como esses e começa a ver que o monopólio da política não está centrado nos partidos e muito menos nas lideranças que se apresentam como tal, mas, tão somente na mobilização e independência dos cidadãos, contra a vontade hegemônica e corporativa desses grupos que, em épocas de eleição, se juntam afoitos para, através do passe livre do voto, pilharem os brasileiros.
A frase que foi pronunciada:
“Ninguém é suficientemente competente para governar outra pessoa sem o seu consentimento”.
Abraham Lincol, ex-presidente americano
Release
Neste fim de semana, será a vez da família se divertir com palhaços, mágicos, pernas de pau, malabaristas, música e, de quebra, um pouco de futebol. O projeto que leva o show circense “Palhaço Peteleco – A Mala Véia Novinha” aos parques públicos do DF começa no domingo, na Asa Norte, no Parque Olhos D’Água, às 16h. Tudo de graça. Até maio, o projeto vai passar pelo parque “Saburo Onoyama”, em Taguatinga Sul, e “Parque Três Meninas”, em Samambaia.

Boa nova
Dr. Sidney Klajner, presidente da Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Albert Einstein, recebe Medalha de Mérito Oswaldo Cruz como reconhecimento pelos serviços prestados à saúde pública brasileira. A solenidade foi no Palácio do Planalto.
Haja segurança
Divulgadas pela agência Reuters as imagens das cópias dos passaportes brasileiros emitidos para o então ditador da Coreia do Norte, Kim Jong-il, e seu filho – o atual ditador, Kim Jong-un. O de Kim Jong-un foi expedido pela Embaixada do Brasil em Praga, com o nome de “Josef Pwag”, nascido em São Paulo em 1º de fevereiro de 1983.

HISTÓRIA DE BRASÍLIA
Assim é o parlamentarismo. Todos falam contra, mas todos votam a favor. (Publicado em 14.10.1961)




