Autor: Circe Cunha
VISTO, LIDO E OUVIDO, criada por Ari Cunha (In memoriam)
Desde 1960, com Circe Cunha e Mamfil
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É inegável que exista hoje, não só no Brasil, mas em todo mundo Ocidental, uma séria crise sobre o modelo de democracia representativa adotada tradicionalmente nesse lado do planeta, desde o fim dos conflitos da segunda Grande Guerra.
De lá para cá muita coisa mudou. Alguns partidos deixaram de existir, novas forças entraram no ringue das disputas políticas, como é o caso das grandes corporações, que passaram a agir nos bastidores tanto do poder Legislativo, como no Executivo, impondo suas vontades, inclusive na confecção de leis, feitas sob medida, para obter vantagens de todo o tipo. Em nosso país, o alto nível de degradação moral e ética dos poderes, revelados a partir das sucessivas operações investigativas do Ministério Público e da Polícia Federal, mais do que surpreender os brasileiros, deixaram como consequência, uma profunda e duradoura decepção com os rumos tomados por nossa democracia, desde o fim do regime militar.
A perda de confiança e descrédito nos representantes da população, veio num crescendo tal, que hoje já é possível identificar uma certa repulsa dos brasileiros a tudo que diz respeito à administração do Estado. De fato, ficou mais do que comprovado que o atual modelo de representação política parece estar vivendo o que pode ser os últimos de seus dias. É nesse limbo de rejeição ao modelo atual de fazer política que estamos caminhando.
Para complicar, o fluxo contínuo e massivo de notícias veiculadas pelas mídias sociais parece também ter criado uma espécie de cidadão onipresente e permanentemente informado sobre os bastidores da política. O certo é que a população não está gostando do que vê. E com razão. Diante do que têm observado, os brasileiros vão se movendo entre o ativismo midiático, postando e comentado cada fato, ou simplesmente adotando uma profunda apatia por tudo que o que se relaciona ao governo e à política.
No resto do mundo, a mesma decepção com relação aos políticos e seus respectivos partidos também tem sido uma constante. Em toda parte, aumentam, a cada eleição, a quantidade de votos nulos e brancos ou mesmo o comparecimento às urnas, naqueles países onde esse ritual é facultativo.
Durante palestra que proferiu na Câmara Legislativa local no ano passado, a então presidente do Supremo Tribunal Federal, Carmem Lúcia, não se fez de rogada ao afirmar, com todas as letras e do alto da sua autoridade, que era chegada a hora de o país criar partidos políticos programáticos e não pragmáticos, como são atualmente a maioria dessas legendas. Segundo disse, apesar da quantidade de partidos – mais de 30 – os brasileiros não se sentem devidamente representados por nenhum.
É preciso destacar ainda que a grande maioria das leis, tentando disciplinar a vida política do país, dando maior transparência a essa atividade, como é o caso da Lei Nº 9.504/97, lei das eleições e a chamada lei da Ficha Limpa – Lei Complementar 135, foram feitas, exclusivamente, por iniciativa popular, cansada de ser ludibriada por partidos e políticos espertalhões.
No atual confronto, opondo Executivo e Legislativo para a votação das reformas necessárias para que o país não vá direto para o abismo econômico e social, mais uma vez, a população é obrigada inclusive a sair às ruas, para tentar frear as ambições desmedidas dos políticos que ensaiam boicotar as mudanças caso não sejam atendidos em seus pleitos materiais e pessoais.
Para aqueles que acompanham o assunto de perto, existe hoje uma crise na democracia e não uma crise da democracia, decorrente da forma de como o poder público vem sendo exercido.
Não se trata, como alguns apressadinhos tentam fazer crer, de a população desiludida acabar flertando com a extrema direita ou com a volta da ditadura, mas o fato concreto é que os brasileiros já perceberam que a corrupção sistêmica é responsável pelo grande desemprego, pelo mal funcionamento dos serviços públicos e por grande parte das mazelas que afligem hoje a população do país.
A frase que foi pronunciada:
“Nada é tão maravilhoso que a arte de ser livre, mas nada é mais difícil de aprender a usar do que a liberdade.”
Alexis de Tocqueville, pensador político, historiador e escritor francês
Suspeito
O rapaz detido por policiais afirmou que não se tratava de uso de arma branca. Ele só usava várias facas para descascar mangas. O fruto só estará nas árvores daqui a 6 meses.
Como colegiais
É impressionante que representantes da população de Brasília precisem ser monitorados. Não trabalham, não aparecem nas sessões da Câmara Legislativa, mas mesmo assim assinam presença e recebem polpudo salário. O vício passa a ser rotineiro e os próprios parlamentares acham que a prática é a coisa mais natural do mundo. Julgam um absurdo ter a presença controlada por painel ou registro eletrônico de ponto.
Hora de mudar
Por falar nisso, grande parte da deficiência na Saúde da capital é responsabilidade do corporativismo do sindicato da classe. A criação da entidade veio com a necessidade de defender o servidor público da saúde do DF e o Sistema Único de Saúde (SUS), 100% público. Se estivesse cumprindo a finalidade, não haveria gente doente aguardando atendimento em hospitais públicos por um dia inteiro.
HISTÓRIA DE BRASÍLIA
Estão se assustando à toa, os funcionários do Executivo, em torno da “dobradinha”. O presidente já sabe, que há muita injustiça, como a do contínuo que ganha oitenta contos, e a do médico, que ganha 44 mil cruzeiros. Mas saibam, que ele não derrubará a “dobradinha”. Fará, isto sim, o médico chegar ao contínuo, e isto já terá sido uma boa medida. (Publicado em 21.11.1961)
Desperdício de alimentos é recorde num país onde milhões passam fome
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Dados fornecidos pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura de 2018 dão conta de que no Brasil a fome atinge mais de 5,2 milhões de pessoas, o que equivale quase a população total de um país como o Uruguai. Note que esse é um dado colhido de modo protocolar com base em números oficiais, sempre elásticos e, não raro, subestimados. De fato, esse quantitativo se aproxima da casa dos 20 milhões, contando aí aquelas pessoas que fazem apenas uma refeição por dia, sem grande potencial nutritivo. Para um país com 14 milhões de desempregados, segundo também dados oficiais, essa é uma realidade até esperada. Por situações como essas, o Brasil segue em 75º lugar entre os países com menores Índices de Desenvolvimento Humano (IDH). Diante de um quadro desolador como esse, não será exagero se o Brasil vier a integrar o Mapa da ONU, referente a países onde se verificam o fenômeno da fome, já que os indicadores relativos tanto de pobreza, como de desemprego, vêm aumentado de modo contínuo nesses últimos anos.
Essa realidade torna-se ainda mais paradoxal quando se sabe que o Brasil é um dos grandes celeiros de alimentos do mundo, fornecendo grãos e proteínas para diversos países, graças ao chamado agronegócio, gerador de divisas e um dos setores que tem passado ao largo dessas crises. Ocorre que esse é um setor, por excelência, concentrador de renda, beneficiando de imediato apenas uma pequena parcela da população.
A agricultura familiar, que poderia resolver boa parte do problema da fome dos brasileiros, infelizmente não recebe, nem de longe, os mesmos incentivos concedidos aos grandes produtores. Guilherme Scartezini, especialista em negociação durante processos de licenciamento ambiental e projetos de responsabilidade social, é uma excelente fonte sobre o assunto.
Para complicar uma situação que em si própria já é difícil, o Brasil ainda é um dos grandes recordistas em desperdício de muitos produtos, sobretudo de alimentos. O mais incrível é que por detrás dessa situação existe um fator que acaba por impulsionar o desperdício de alimentos e que eles identificam como sendo a “cultura da fartura” que faz com que cada brasileiro chegue a descartar até 40 quilos diretamente no lixo a cada ano. De acordo com esses especialistas no assunto, esse desperdício seria suficiente para alimentar 13 milhões de pessoas.
Pesquisa realizada no início desse ano pela Embrapa e com apoio da Fundação Getúlio Vargas indicou que o lema popular do “melhor sobrar do que faltar” está presente desde a ida ao supermercado até ao preparo dos alimentos, onde tudo é exagerado. Com isso, os alimentos são estocados, preparados em grandes porções e não são reaproveitados com eficiência, indo parar na geladeira para depois serem jogados no lixo.
Essa situação ocorre tanto entre as classes mais abastadas, como entre as famílias de baixa renda. Esse desperdício irracional tem reflexos não apenas nas finanças das famílias, como impactam também o meio ambiente na forma de desperdício de água para produzi-los, adubos, defensivos, alargamentos das fronteiras agrícolas e outros esforços que também são desprezados, gerando prejuízos para todos.
Segundo a FAO, o desperdício de alimentos no mundo tem impacto grave de cerca de 8% na emissão de gases de efeito estufa no planeta. Fossem direcionados de forma sistêmica para as famílias que necessitam de alimentos, não haveria fome no planeta e principalmente no Brasil onde 8,7 milhões de toneladas de alimentos são desperdiçados a cada ano, sendo que esse descarte chega a ser de 353 gramas por domicílio a cada dia.
A frase que foi pronunciada:
“No Brasil, o elevado desperdício de alimentos convive com a insegurança alimentar, uma combinação infeliz para um país onde 22,6% da população enfrenta algum nível de insegurança alimentar e com 54,8 milhões de pessoas vivendo com até US$ 5,5 por dia, linha de pobreza proposta pelo Banco Mundial”.
Gustavo Porpino, analista da Embrapa e líder da pesquisa sobre desperdício, realizada no âmbito dos Diálogos Setoriais União Europeia-Brasil.
Cilada
Último amigo que chegou confirma que no Aeroporto de Brasília não há mais o quiosque que vende revistas. Cuidado! De posse dos seus dados oferecem revistas. Poucos dias depois começam a debitar contas no seu cartão de crédito. Para desfazer a operação é um Deus nos acuda. O banco diz que a responsabilidade é do cartão, a bandeira do cartão afirma não poder fazer nada e a editora da revista desconhece o contrato.
Dica
Depois de tantos protestos de motoristas com a insegurança pela qual passam os ciclistas, veio de Celina Mariano a ideia: liberar o autódromo para treino dos ciclistas. Assim, ficariam livres de qualquer perigo e, com certeza, alcançariam performances fenomenais.
Não percam!
Atenção, ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio, e Vanessa Chaves de Mendonça, Secretária de Estado de Turismo do Distrito Federal. Hoje é dia de Poeira e Batom no Cine Brasília, às 20h. História da cidade pela vivência das mulheres que todos merecem conhecer. Contato com Tânia Fontenele.
HISTÓRIA DE BRASÍLIA
Depois de construir toda Brasília, o sr. Israel Pinheiro está enfrentando, agora, uma situação das piores perante sua obra. É que está organizando uma firma particular, e não encontra um lugar para se instalar, reclamando a todos os seus amigos, os altos preços dos imóveis no Distrito Federal. (Publicado em 21.11.1961)
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Considerado um dos grandes escritores satíricos em língua alemã, Karl Kraus (1874-1936), que também era poeta, dramaturgo e ensaísta, costumava afirmar que o progresso é o avanço da poeira. Com isso, queria dizer que o progresso, conforme o modelo materializado por nós, acrescentaria ainda mais desconforto e problemas aos seres humanos, que melancólicos, sonhariam com a volta ao passado e à natureza, onde a vida era mais simples e confiável. É dele também a afirmação de que “o progresso técnico deixará apenas um problema: a fragilidade da natureza humana. ”
Feitas há quase um século, essas previsões em forma de crítica à ganância humana parecem que vão se confirmando aos poucos na atualidade. O crescimento, simplesmente descomunal das áreas urbanas, nessas últimas décadas, provocado pela explosão populacional, criando verdadeiras megalópoles artificiais e desumanas, provocou reflexos severos no modo de consumo das pessoas, impulsionando a produção de alimentos e de uma infinidade de produtos, de uma forma nunca antes vista. Com isso passamos a extrair, de modo irracional, todos os recursos naturais do planeta, numa voracidade muito superior à capacidade da própria Terra em renová-los. Nesse ritmo alucinado, estamos a caminho do colapso total, com o esgotamento de todos os recursos naturais ao nosso redor, o que pode decretar, obviamente, o fim de nossa própria espécie.
Relatório divulgado agora pelas Nações Unidas, elaborado pela chamada Plataforma Intergovernamental de políticas Científicas sobre Biodiversidade e Serviços Ecossistêmicos (IPBES), apresenta um panorama desolador sobre os estragos provocados por nosso modo de vida no planeta em que habitamos.
O que o relatório diz, em resumo, é que a natureza está morrendo mais depressa do que se imagina. Trata-se de um documento sério a ser levado em conta imediatamente. Para se ter uma ideia do critério desse relatório, basta dizer que ele levou 3 anos para ser elaborado, por uma equipe de mais de 145 cientistas de 50 países, envolvidos diretamente na questão, contando ainda com a participação de 310 especialistas, reunindo também mais de 15 mil referências científicas e fontes governamentais, que mapearam os estragos provocados pela espécie humana nos últimos 50 anos. Pelos estudos, os cientistas apontam que um milhão ou mais de espécies animais e vegetais correm o risco de desaparecerem nas próximas décadas. Além disso, o documento revela ainda que 75% ambiente da Terra e cerca de 66% do ambiente marinho foram significativamente modificados pela ação humana (nas reservas indígenas ou comunidades locais as tendências de modificação são menos severas); Mais de 1/3 da superfície terrestre do mundo e quase 75% dos recursos de água doce são agora para agricultura ou pecuária; valor da produção agrícola aumentou em cerca de 300% desde 1970, a colheita de madeira bruta aumentou em 45% e cerca de 60 bilhões de toneladas de recursos renováveis e não renováveis estão sendo extraídos a cada ano em todo o mundo – uma quantia que quase dobrou desde 1980;
A degradação do solo reduziu a produtividade de toda a superfície terrestre do mundo em 23%; Em 2015, 33% dos estoques de peixes marinhos foram explorados em níveis insustentáveis; 60% estavam no nível máximo de pesca sustentável e apenas 7% em um nível abaixo do estimado como sustentável; as áreas urbanas mais do que dobraram desde 1992; A poluição plástica aumentou 10 vezes desde 1980; cerca de 300-400 milhões de toneladas de metais pesados, solventes, resíduos tóxicos e outros resíduos de instalações industriais são despejados nas águas do mundo todos os anos.
São dados que revelam, de forma clara, um problema criado por nós e que nos cabe resolver, se ainda temos alguma pretensão em que nossos descendentes permaneçam habitando o planeta Terra.
A frase que foi pronunciada:
“Em todas as coisas da natureza há algo do maravilhoso.”
Aristóteles
Tudo em paz
Quem apostou em contrariar o presidente Bolsonaro perdeu. Quem está pensando em desarticular as iniciativas contra a corrupção, perdeu. As ruas mostram que os eleitores seguem por caminhos diferentes. Resta saber se a urna eletrônica permanecerá na próxima eleição. Pensar no futuro do país é pensar em votar em quem quer um futuro para o Brasil.
No alvo
Em conversa amigável com um sempre amigo petista veio a provocação: “Então Bolsonaro reza e libera as armas?” A resposta foi certeira: “Mas não foram com elas que o PT quis fazer uma revolução? A diferença é que agora os donos têm registro e são responsáveis pelo uso.”
Jovens
Tabata Amaral (PDT-SP) e Kim Kataguiri (DEM-SP) dão exemplo do que é política. A todo o momento, os dois debatem, defendem, acusam, provam, pedem provas. Sempre em favor do país, e não deles mesmos. Sempre fazendo política, que traz no termo a palavra servir.
Assista em: Conversa com Bial – Programa de 24/05/2019
HISTÓRIA DE BRASÍLIA
A superquadra do Iapetc, embora quase pronta, continua com entrada e saída pelo Eixo, quando devia ter apenas uma via de acesso, pela W1. Essa exceção é perigosa, principalmente pelo fato de a saída da superquadra ficar em frente a um ponto de ônibus, e ao retorno em “U” da pista do Eixo. (Publicado em 21.11.1961)
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Em comum, o desmatamento assustador e crescente além do aumento, sem precedentes, na liberalização de novos agrotóxicos é que ambos são decorrentes de um tipo de agronegócio predatório que, nos últimos anos, vem se expandindo sem controle, não respeitando vegetação nativa, rios, animais e o próprio homem, incluindo aí, também, as comunidades indígenas e nativas das regiões onde as monoculturas e a pecuária avançam.
Trata-se de uma triste realidade atual, erguida sobre a falácia de que nesse setor específico está centrada a redenção econômica e definitiva do país. Ocorre que nesse ritmo acelerado de desrespeito ao meio ambiente, com derrubada de matas nativas para formar pastos e áreas de plantio para grandes latifúndios de monocultura de milho, soja, algodão e outros produtos, associados a altíssimas aplicações de veneno contra pragas, o Brasil poderá, em pouco tempo, vir a se transformar num imenso deserto, árido e inóspito ao próprio homem.
Alerta nesse sentido vem sendo feito há anos por especialistas renomados, não apenas do Brasil, mas de todo o mundo. Ocorre que o poderoso lobby desse setor, tanto político como econômico, tem impedido que as discussões evoluam para o patamar da racionalidade e com vistas ao futuro das gerações vindouras. O fato é que, fossem colocados numa balança, a médio e longo prazos, benefícios e prejuízos decorrentes desse tipo específico de agroindústria, sem dúvida alguma, o passivo, representado pelo esgotamento e envenenamento do solo e de rios, associado ao desaparecimento de espécies de plantas e de vegetais, que sequer ainda conhecemos cientificamente, seria avassalador.
O problema é convencer as autoridades de uma realidade que ainda está, para muitos, num horizonte futuro, longe da situação atual de bonanças trazidas momentaneamente por esse setor. É preciso ainda notar que esse setor, altamente mecanizado, prescinde de mão-de-obra numerosa, sendo, portanto, realizado por poucos indivíduos e invariavelmente levam à riqueza apenas uma pequena elite, alheia e contrária a tudo o que diz respeito a ecologia, meio ambiente ou preservação da natureza, mudanças climáticas e outros assuntos do gênero.
De fato, os números atuais falam em favor desse tipo de agronegócio. Mais de 24% do Produto Interno Bruto (PIB) atual é gerado pelo agronegócio. Também a área cultivada ultrapassa, em grandeza, a de muitos países da Europa, isso com uma produção média de 3.500 quilo por hectare, o que faz do Brasil um gigante no setor agrícola. De um modo geral, todos os números gerados pelo agronegócio são superlativos, fato do ponto de vista meramente econômico, o que faz desse setor um setor vitorioso.
Poderia sê-lo muito mais se houvesse, por parte das pessoas que exploram essa atividade, uma consciência clara dos impactos ambientais gerados pela busca de lucro a qualquer preço. A Região Amazônica e o Cerrado têm sido, de longe, as áreas que mais têm perdido biodiversidade para o avanço irracional da agricultura e da pecuária. Para se ter uma ideia, entre 2018 e 2019, a Amazônia sofreu o maior percentual de desmatamento de toda a sua história. Nesse período, segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), essa região vem perdendo uma média de 52 hectares por dia, isso num ritmo que vem se acentuando nas semanas, chegando a perder 19 hectares a cada hora.
A frase que foi pronunciada:
“Glifosato é veneno na sua comida, pesticida que acaba com a vida”.
Faixa no protesto do Porto, em Portugal
Golpe
Cuidado com boletos que chegam por email. Quadrilha que rouba dados envia com o valor e dados corretos para cobrança. Meses depois o pagador descobre que o dinheiro enviado foi para outra conta, e continua devendo TV por assinatura ou boleto de escola. Se reclamar, ganha a causa. A responsabilidade de resguardar os próprios dados recai sobre a instituição da cobrança.
Rodas da Paz
Sempre que podemos defendemos os ciclistas da cidade. Os atletas, principalmente, que contam com a evolução educativa da sociedade em reconhecer que, no trânsito, o mais fraco deve ser protegido. Mas ver um ciclista na madrugada treinando na contramão da DF005 sem sinalização alguma, é total falta de bom senso.
Trânsito
Também as motos na cidade estão extrapolando as regras. Estão cada vez mais comuns as ultrapassagens pela direita. Situação de perigo constante!
Fração de segundos
Na W3 Norte, em vários pontos, funcionários atravessam a pista para almoçar. Perto do BRB, uma moça iniciou a travessia com um sorriso nos lábios, passou a primeira pista, parou e uma motocicleta a alcançou em cheio. Foi uma imagem horrenda.
HISTÓRIA DE BRASÍLIA
“A Imperial”, “Galo Vermelho”, “Casas Riachuelo”, “A Pioneira da Borracha” e “Casas de Pneus Itália”, são cinco casas importantes do comércio da Cidade Livre, que este mês se mudaram para o Plano Piloto. (Publicado em 21.11.1961)
Quando o homem se afasta da natureza chega mais perto da morte
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Destruir 19 hectares a cada hora é um dado alarmante e expõe o Brasil à crítica unânime internacional, colocado como um país que, em pleno período de grandes mudanças climáticas, faz vista grossa e orelhas moucas aos alertas mundiais sobre a destruição do planeta.
O pior é que o número de multas por esses crimes ambientais vem caindo sensivelmente no mesmo período, o que reforça as suspeitas do poder de lobby desse setor que, aliado à extração ilegal de madeiras, está abrindo chagas imensas e definitivas na floresta. O problema também é que o atual presidente da República parece reforçar a tese daqueles que fazem pouco caso da preservação ambiental. Em entrevistas onde tem falado sobre o assunto, o presidente tem criticado, insistentemente, o que chama de “indústria das multas”, além de promover um amplo desmonte nos órgãos que combatem e controlam o desmatamento, como é o caso do fechamento do Departamento de Florestas e Combate ao Desmatamento que atuava no Ministério do Meio Ambiente, além de desprestigiar o trabalho do ICMBio e das unidades de conservação por todo o país.
Ao lado desse descaso com a biodiversidade do país, encarada como empecilho ao livre desenvolvimento do agronegócio, paralelamente, o que se tem verificado também é a liberação recorde e sem precedentes de novos agrotóxicos para esse setor, muitos dos quais, definitivamente, banidos da União Europeia e dos Estados Unidos.
O próprio Ministério da Agricultura informa que, num espaço de poucos meses, 197 novos registros de agrotóxicos foram liberados para uso no campo. Desses, mais de um quarto são proibidos nos países desenvolvidos e com legislações mais rigorosas. Para o governo, esse número maior se explica pelo fato de essa nova gestão estar priorizando aspectos mais racionais no trâmite desses produtos, como, por exemplo, o aumento da concorrência desses produtos no mercado e uma queda em seus preços para o consumidor.
Sobre esse ponto, algumas análises feitas nos itens dessa agroindústria do país têm revelado que nossa agricultura e pecuária estão hoje entre os produtos mais contaminados do planeta. Não é por outro motivo que carnes e grãos são, volta e meia, rejeitados pelo teor de veneno que apresentam. Os longos trâmites para a liberação desses venenos foram também encurtados de forma radical, o que não tem impedido que combinação de venenos, alguns, inclusive, de efeitos desconhecidos para o homem, passem a ser apresentados nas prateleiras dos mercados para os agricultores.
Ignorância e ganância. Desse binômio tem surgido, e em tempo célere, um tipo de agronegócio que não se intimida em jogar com a vida e com o futuro do país. Um exemplo claro dessa irresponsabilidade na liberação desses venenos é o glifosato. Considerado pela Organização Mundial de Saúde com um produto altamente cancerígeno, como ficou provado nos casos de Linfona Não-Hodgkin, e que é proibido na União Europeia e nos Estados Unidos, vem sendo largamente utilizado no Brasil, sob o consentimento da Agência de Vigilância Sanitária e outros órgãos do atual governo. Como resultado dessa incúria com relação a esses agrotóxicos, vem aumentando em todo o país os casos de intoxicação e de envenenamento.
De 2009 para cá, segundo o Ministério das Saúde, os casos de intoxicação passaram de 7. 000 para 14.664, ou mais do que o dobro, embora as autoridades estimem que esses casos sejam ainda maiores, já que muitos centros de saúde ou não reconhecem esses efeitos ou não notificam corretamente as autoridades. A situação tem chegado a tal ponto que, em comunicado assinado há pouco por todos os ex-ministros do meio ambiente do país, desde a criação da pasta em 1992, alertam para a política sistemática de desconstrução que vem sendo empreendida pelo atual governo com relação ao meio ambiente, com o desmantelamento dos principais organismos de proteção e fiscalização da nossa biodiversidade.
Para esses ministros, que trabalharam na área e conhecem a fundo a questão, o atual governo não possui, nem de longe, uma agenda ambiental minimamente séria e comprometida com as novas gerações de brasileiros. Essa preocupação também já chegou aos mercados internacionais, principalmente da União Europeia, que já estuda proibir produtos do agronegócio brasileiro que não possuam certificado reconhecido de produto que não afeta o meio ambiente. Medidas como essas poderão, no futuro, prejudicar os produtores nacionais e, quem sabe, obrigarem eles a refazerem seus modos de produção, de olho não apenas no lucro imediato, mas com vistas no amanhã.
A frase que foi pronunciada:
“Glifosato à sorte é perigo de morte”
Faixa no protesto do Porto, em Portugal
Espalhe
Sabe aquela pessoa que fica na frente do banco, no estacionamento do seu trabalho ou no sinal, pedindo dinheiro, comida ou que você compre algo dela? Ela também merece atenção e dignidade. Nesse domingo, a loja de rua será dedicada a ela e outras pessoas que estejam passando por dificuldades. Trata-se de uma loja de rua, montada entre o Planetário e o Clube do Choro, que vai funcionar entre 9h e 13h. Quem nunca teve oportunidade de escolher roupas, sapatos, acessórios, brinquedos, por não ter dinheiro, terá no domingo a oportunidade de escolher o que quer. Quem você indicar também receberá alimento, terá o cabelo cortado. O ambiente é do bem.
HISTÓRIA DE BRASÍLIA
Com a Câmara em recesso, não houve, ontem, o movimento de segunda-feira no aeroporto. As companhias fizeram voos nem sempre lotados, e o movimento na estação de passageiros era dos menores. (Publicado em 21.11.1961)
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Independentemente do que possa vir a ocorrer nesse domingo 26, com as manifestações de rua convocadas por apoiadores do atual governo pelas redes sociais, é certo que essa data marcará um ponto de inflexão no recentíssimo mandato do presidente Jair Bolsonaro. Fazer apostas sobre sucesso ou fracasso dessas manifestações, mostrando a adesão da maioria da população às teses do governo ou, o que é pior, a apatia dos brasileiros frente a uma crise por demais anunciada, pouco importa.
O fato é que dia 26 marcará uma encruzilhada clara para o governo, que terá que optar por qual caminho seguir. Ou endurece de vez seu discurso, de que os Poderes Legislativo e mesmo o Judiciário atrapalham e sabotam seu governo com medidas que visam sempre a manutenção do antigo status quo, também chamada de velha política, ou adere ao modus operandi desse mesmo esquema e segue cambaleante até as próximas eleições.
Na realidade, desde o retorno da democracia plena em 1985, os brasileiros têm experimentado seguidas crises políticas e econômicas que acabaram por contaminar e tornar calamitosas a situação social do país, com desemprego de milhões de trabalhadores, violência altíssima, com mais de 60 mil mortes a cada ano e outras tragédias que têm arrastado nosso país para a rabeira de todos os índices internacionais de desenvolvimento humano. Essa situação permanente de crise foi agravada ainda pelo período em que a esquerda pretendeu transformar ideologicamente as estruturas do país e suas instituições num modelo de socialismo revisitado pós queda do muro de Berlim.
É justamente o resultado dessa aventura recente e das que as antecederam, que levaram o país à situação atual incontornável. Para os que torcem pelo pior, com o país pegando fogo, com olho, obviamente, no retorno do esquema petista nas próximas eleições, quanto mais radicais forem as arruaças, melhor para as oposições. Do alto do muro do oportunismo, o bloco do Centrão, com os representantes do atraso e das prebendas do Estado, miram essas manifestações com receio e apreensão, já que estão na alça de mira dos protestantes.
À semelhança das Comissões Parlamentares de Inquérito (CPI), todos sabem como esses movimentos começam não fazendo a mínima ideia de como podem terminar. O problema com megamanifestações de rua é que elas só são controláveis pelo uso massivo de força, o que pode resultar em mortes. De todo o modo, após esse domingo, os Poderes da República, mais precisamente seus atuais ocupantes, terão que rever seus comportamentos, muitos dos quais claramente reprováveis, se desejam evitar que a crise acabe descambando para uma revolta popular de consequências imprevisíveis, dado o enorme desgaste e o baixo prestígio das instituições do Estado junto à população.
O povo na rua sinaliza, muito além das propaladas benesses da liberdade e da democracia, que algo no ordenamento do Estado não está bem e vai contra a vontade soberana da Nação e que, portanto, precisa ser imediatamente corrigida.
A frase que foi pronunciada:
“Tomara que esse esforço de controlar o déficit nas contas do governo valha à pena. Já pensou se o próximo presidente for eleito por uma urna eletrônica burlável?
Dona Dita, dona de casa enquanto ouve notícias no rádio
Divulgação
Espaço Itaú de Cinemas do CasaPark convida a comunidade para participar neste sábado, 10h, do Cine Debate sobre adoção. Depois da exibição do filme “De repente, uma família,” haverá um bate papo com os presentes sobre o assunto. A programação é coordenada pelo Grupo Aconchego, que trabalha há duas décadas promovendo a convivência familiar e comunitária de crianças e adolescentes em acolhimento institucional. O respaldo vem também da parceria com Associação Nacional dos Grupos de Apoio à Adoção (Angaad) e a Vara da Infância e Juventude do Distrito Federal (VIJ-DF).
Nacional
De acordo com Soraya Pereira, psicóloga e presidente do Grupo Aconchego, várias cidades brasileiras estão realizando, nesta semana, atividades alusivas ao Dia Nacional da Adoção (25 de maio). “A nossa ideia é sensibilizar a sociedade para um tema tão delicado e, ao mesmo tempo, apresentar um pouco do nosso trabalho para quem se interessa pelo assunto”, afirma. Todas as atividades são franqueadas ao público. Os organizadores dão a dica: chegue cedo para poder entrar!
Link para mais informações: aconchegodf.org
Inconcebível
Depois de saber o quanto se paga de impostos, não há nada mais revoltante do que receber um documento da Fazenda do DF informando que, em 65 dias, o contribuinte receberá uma resposta sobre a solicitação feita, apenas pelo sistema. E pede o favor de não responder à mensagem. Pior, em apenas alguns minutos na fila, as narrativas são de desanimar. “Estive aqui na quinta, fui o primeiro da fila. Ao chegar no atendimento a funcionária bem desembaraçada confessou sem corar o rosto: Ah, disso aqui eu não entendo nada… Tem que aguardar a chegada da fulana.”
Segurança
Em Minas Gerais, a Polícia Rodoviária Federal adquiriu, para sete cidades da região, o bafômetro passivo. Apenas por estar próximo do cidadão, já acusa se houve ou não ingestão de álcool. O aparelho que precisa ser soprado pelo motorista é a segunda parte da abordagem. As saídas de festas são os locais de maior apreensão.
HISTÓRIA DE BRASÍLIA
Cogita-se, no seio do funcionalismo federal de Brasília, a fundação de uma Associação que agrupe os funcionários, nos moldes da existente no Estado da Guanabara. O movimento, agora, está muito mais forte, porque anunciaram que o presidente iria cortar a “dobradinha” e depois do novo horário das repartições públicas. (Publicado em 21.11.1961)
VISTO, LIDO E OUVIDO Criada por Ari Cunha (In memoriam)
Desde 1960 Com Circe Cunha e Mamfil
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Como enunciado pelo título acima, o processo educativo, por suas características próprias e por sua natureza intrínseca nas relações humanas, acaba sendo sempre um ato e uma ação política, quer os governos de plantão queiram ou não. Isso não quer dizer, absolutamente, que a educação seja uma ferramenta de doutrinação política, do ponto de vista das ideologias, como erroneamente vem sendo feito no Brasil nesses últimos anos.
A verdade, e muitos podem até discordar, é que desde março de 1964, com a tomada do poder pelos militares no Brasil, rompendo a normalidade constitucional, sobretudo após o falecimento do primeiro presidente da República daquele período, Castelo Branco, as escolas públicas, especialmente as universidades, foram transformadas em espécie de trincheiras ideológicas contra o que chamavam de ditadura militar. Mesmo o grande expurgo ávido de professores e pesquisadores em muitas instituições de ensino superior acusados, na ocasião, de algo vago como “subversão”, serviu apenas para intensificar e aguçar os protestos contra o regime no poder. Mesmo as invasões, promovidas pela polícia política (DOPS) e outras, em campi universitários, como ocorreu aqui mesmo na Universidade de Brasília, ocupada por quatro vezes pela polícia, resultando na prisão de mais de uma centena entre alunos e professores, serviram apenas para acirrar os ânimos do alunado e de parte dos docentes, criando um ambiente propício para a disseminação das ideias e dos ideólogos da esquerda, nacionais e internacionais.
Com isso, o partido comunista e suas vertentes, mesmo na condição de clandestinidade, passaram a ter suas ideias acolhidas, de bom grado, dentro desses estabelecimentos de ensino. Naquela ocasião é correto afirmar que o pensamento e as doutrinações de esquerda dentro dessas universidades eram correntes e não havia movimentos internos capazes de se contrapor a essas tendências. Estudantes e professores eram, majoritariamente, adeptos do pensamento da esquerda. Até mesmo as bibliotecas passaram a abrigar, de forma absoluta, obras de escritores e pensadores da esquerda.
Não é de todo errado afirmar que as universidades pelo país foram empurradas para essa situação, por conta justamente da repressão. Esse processo de dominação das ideologias de esquerda nas universidades públicas é uma realidade que já perdura há mais de meio século, sendo uma tendência que, de certa forma, encontra-se já enraizada e estabelecida em muitos desses centros de ensino superior. Pretender acabar com essa tendência, da noite para o dia, por meio de decreto ou por orientação da burocracia com assento momentâneo no Ministério da Educação, é uma tarefa impossível a curto e médio prazos.
Na realidade, pouco adiantaria banir o pensamento de esquerda da educação brasileira, colocando seus autores, como Paulo Freire, como responsáveis pela decadência evidente da educação nacional, impondo uma nova metodologia mais aceita ou digerível pela direita. O problema, e muitos educadores sabem disso, não está nem a Leste nem a Oeste, ou seja, o nó na educação do país, não é obra dessa ou outra ideologia, mas tão somente decorrente do abandono relegado ao processo educacional, em todos os seus níveis, ao longo dessas últimas décadas, o que torna a questão muito mais complexa e trabalhosa.
A escola sem partido é, portanto, uma fantasia tola. Da mesma forma, professores que agem como doutrinadores políticos, deixando de lado o papel de educador, colaboram, ao seu modo, para formar e transformar legiões de alunos em correligionários desses partidos e não cidadãos cônscios e críticos do mundo em volta.
Doutrinação não é educação; possuem origem e finalidades distintas. Enquanto a primeira se ocupa tão somente em arregimentar massa para um objetivo determinado por uma cartilha específica, a segunda cuida dos princípios básicos e universais que movem as verdadeiras democracias do nosso mundo.
A frase que foi pronunciada:
“Se você quer saber como é um homem, dê uma boa olhada em como ele trata seus inferiores, não seus iguais.”
– JK Rowling, autora da saga Harry Potter
MP 863/18
Participação de até 100% de capital estrangeiro nas companhias aéreas sediadas no Brasil. Duas correntes se sobressaíram. A do deputado federal gaúcho Marcel Van Hatten, que defende a liberdade econômica das empresas para definir quanto cobrar e que serviço oferecer; e, no lado oposto, o deputado federal Celso Russomanno, que afirma que cobrar pela bagagem é uma configuração clara de “venda casada”. Seguem abaixo o e-mail e o telefone dos dois deputados para você atacar ou acatar a ideia sobre cobrança de bagagem em viagens de avião.
E- mail: dep.marcelvanhattem@camara.leg.br
Telefone: (61) 3215-5271
E-mail: dep.celsorussomanno@camara.leg.br
Telefone: (61) 3215-5960
MP 881/19
Em contraponto, a MP 881 assegura empresas na cobrança de preços, reforçando “garantias livres de mercado” intitulada como MP da Liberdade Econômica. O alcance se dá tanto no direito civil como empresarial. Se for aceito o preço dado, deverá ser acatado inclusive judicialmente. É o fim da intervenção.
HISTÓRIA DE BRASÍLIA
O Ministério da Agricultura, sempre o mais pobre do “país essencialmente agrícola”, está dando uma nova demonstração de sua pobreza; é, atualmente, em Brasília, o único órgão federal que não dispõe de ônibus para a condução dos seus funcionários. (Publicado em 21.11.1961)
Temos muito ainda que avançar para sermos um país respeitado e exemplo para o mundo
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Para um país em que a cada dez habitantes cinco são do sexo feminino, fica difícil entender e mais ainda explicar o baixo índice de participação das brasileiras no processo político eleitoral. O normal seria que a metade das cadeiras no parlamento fosse delas. A questão assume caráter ainda mais complicado quando se percebe que essa distorção não é provocada pelo desinteresse das mulheres sobre os destinos políticos do país, como muitos não se cansam de repetir. Existe esse interesse e ele chega, em algumas situações, a ser maior, inclusive, que o demonstrado pela ala masculina dos brasileiros.
O que, de fato, tem ocorrido com essa desproporção na representação por sexos entre mulheres e homens nos partidos é que, infelizmente, a maioria das legendas que participam dos pleitos eleitorais a cada quatro anos são, invariavelmente, comandadas por homens. São esses caciques, que agindo como verdadeiros donos das siglas, determinam as vagas que serão oportunizadas para a participação feminina. O pior é que, como ficaram demonstradas por investigações feitas, ainda de forma preliminar sobre as últimas eleições, muitas mulheres foram simplesmente usadas como laranjas para as movimentações e locações irregulares dos recursos partidários.
Os partidos, que deveriam investir o mínimo de 5% do Fundo Partidário, na promoção política das mulheres entre 2010 e 2018, simplesmente usaram esses recursos para turbinar candidaturas dos homens e daqueles indivíduos, escolhidos a dedo pela direção das legendas, burlando a lei, fraudando a justiça eleitoral e, de quebra, enganando os eleitores de todo o país. Acima de tudo, essa manobra malandra representou uma afronta direta e um desrespeito à toda cidadã brasileira, mostrando até onde esses partidos são capazes de descer para fazer valer seus propósitos.
Apenas por essa manobra sem ética, num país sério, essas legendas seriam exemplarmente punidas, inclusive com a cassação do registro partidário. Mas estamos no Brasil do realismo fantástico, onde uma coisa pode ser avessa, num passe de mágica. Com a perspectiva de virem a ser punidos pela justiça eleitoral, com a chance de terem recusadas suas prestações de contas, os mesmos legisladores que criaram a lei que incentiva um mínimo de 30% de mulheres nos pleitos eleitorais acabam de levar à sanção presidencial uma espécie de contraproposta, que anistia o não cumprimento dessa regra, livrando os partidos e seus dirigentes de punição.
Antigamente, tal atitude era classificada com o ditado: “desfez com os pés, o que foi feito pelas mãos”, querendo significar uma reação bruta contra o que foi construído com trabalho e empenho. A anistia aprovada agora pelo presidente Bolsonaro, depois de negá-la de forma incisiva, demonstra o quanto ainda temos que avançar em civilização e ética até alcançarmos o patamar de país respeitado pelo mundo.
A frase que foi pronunciada:
“A participação efetiva das mulheres na política, ao mesmo tempo em que é uma forma de garantia da própria igualdade de gênero, também se constitui em um alicerce sobre o qual é possível almejar transformações mais profundas nas estruturas da nossa sociedade.”
Nota assinada pela Comissão Nacional da Mulher Advogada, a Comissão Especial de Estudo da Reforma Política e a Comissão Especial de Direito Eleitoral do Conselho Federal da OAB
Encontro
Na Comissão de Direitos Humanos do Senado, audiência sobre violência sexual contra vulneráveis, estava presente a delegada federal, Paula Mary Albuquerque, chefe da Delinst/RJ.
Capacitação
Uma das observações da Dra. Paula Mary é que nem hospitais ou escolas de todo o país estão prontos para tomar a atitude certa em casos suspeitos de abuso sexual. A capacitação de profissionais da área de saúde e educação é um passo importante.
De volta
Outro dado fundamental trazido nessa reunião é que os criminosos sexuais são reincidentes. Quando as autoridades conseguem prender, em 4 anos já estão de volta para a sociedade. Geralmente buscam uma nova chance em escolas para manter os mesmos crimes.
Inépcia
Segundo informações da delegada Paula Mary, casos de abuso sexual em escolas geralmente são encerrados com a demissão do criminoso e o silêncio da direção.
Interligados
Dentro de uma perspectiva de política pública sobre o assunto, a delegada Paula Mary sugere que seja montada uma teia de comunicação que comece nas delegacias municipais, estaduais e federais; todas interligadas. As folhas de antecedentes criminais de um estuprador registradas em um município não chegam ao conhecimento da delegacia estadual nem de outros municípios, dando ao criminoso mais liberdade de agir. A legislação deve proteger a criança e não o estuprador. Por isso, um banco nacional com dados dos criminosos sexuais deveria ser formado e disponibilizado para consulta (pelo menos de autoridades).
Educar
Dra. Paula Mary reforça o perigo de uma criança ficar sozinha navegando pela Internet. Os criminosos não descansam e os pais só conseguem descansar se conseguirem a confiança dos filhos.
HISTÓRIA DE BRASÍLIA
O supermercado UV-1 dispõe apenas de sacos pequenos, e por isto, as filas ainda são maiores, atualmente. (Publicado em 21.11.1961)
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Dados do desemprego tanto no Brasil quanto em sua capital não param de crescer. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o índice médio de desempregados saltou de 11,6% para 12,4%. No Distrito Federal, a situação parece ser a mesma. O índice médio de desemprego na capital subiu de 18,2% para 18,7%. No país são mais de 13 milhões de desempregados. Em Brasília esse número é de 315 mil pessoas sem emprego. Com índices dessa magnitude e sem quaisquer perspectivas à frente de que a situação vá melhorar a curto prazo, o Brasil e sua moderna capital enfrentam situações de grande instabilidade econômica e sobretudo social.
Basta dizer que onde existe desemprego existe também uma série de fatores negativos que acabam influenciando outros setores, mesmo aqueles que aparentemente estão imunes a esse tipo de situação, tanto na cidade como nas áreas rurais. Não há dúvidas de que além da crise econômica persistente, exista ainda uma mudança, trazida pelas novas tecnologias, no perfil dos profissionais buscados tanto pelas empresas como pela indústria. Uma coisa não mudou durante todos esses anos. O desemprego continua a afetar mais mulheres, negros e jovens. O Estado que era o grande empregador, quando chegou nos anos sessenta e setenta a contratar até 30% da força de trabalho, reduziu esse número, com o encolhimento do chamado Estado do bem-estar social e das políticas estatizantes, verificadas sobretudo no período militar.
É preciso levar em conta que, num mundo globalizado, as oscilações da economia em outros países acabam influenciando também a situação local, principalmente nos países periféricos dependentes. Ao lado das consequências já conhecidas advindas da falta de trabalho como o aumento da violência, da pobreza e das desigualdades, do qual o Brasil é ainda campeão mundial, o desemprego fez explodir a níveis nunca antes verificados do emprego informal e sua congênere, o mercado informal. Com isso, aumentou também a quantidade de produtos contrabandeados nas ruas e avenidas de todo o país.
Segundo dados fornecidos pelo Índice de Economia Subterrânea (IES), fosse um país, o mercado informal brasileiro ocuparia a 39ª posição entre as economias do planeta, com um Produto Interno Bruto (PIB) de R$ 1,173 trilhão, o que equivale a 16,9% do PIB nacional. Não há como negar: andar pelas ruas do Brasil é como se movimentar dentro de uma feira a céu aberto. Por todo lado que se olha, comerciantes e camelôs estão vendendo todo o tipo de produto.
A situação chegou a tal limite que muitas prefeituras e administrações já não conseguem mais controlar essa multidão de gente negociando pelas ruas. O pior é que esse comércio informal, que não paga e ainda por cima sonega impostos, e não cumpre as obrigações trabalhistas vem se expandindo enormemente por toda a parte.
Em Brasília essa é uma realidade que parece ter vindo para ficar. Ambulantes armam suas barracas em frente ao comércio legalizado. Para piorar, o brasiliense assiste também à proliferação dos chamados comércios de lata. São Barracos de lata fixos em todas as quadras residenciais e os chamados foodtrucks, que se espalharam pela cidade, formando um verdadeiro exército de ambulantes que trabalham sem fiscalização, em áreas públicas, nas entre quadras e em qualquer estacionamento vazio. Trata-se de uma situação que exigirá enorme esforço das autoridades, caso elas venham realmente a cuidar dessa questão. Por sua magnitude e pelo pouco caso demonstrado até agora pelos governantes, diante de uma situação de desemprego geral, não seria exagero se o país e sua capital não viessem a ser totalmente dominados por esse tipo de comércio ambulante, transformando nossas ruas em feiras abertas, sujas, perigosas, intransitáveis. Um decadente retrato do terceiro mundo, em pleno século XXI.
A frase que foi pronunciada:
“Por volta de 2035, não haverá quase nenhum país pobre deixado no mundo. Quase todos os países serão o que agora chamamos de renda média-baixa ou mais rica.”
Bill Gates, empresário, filantropo e autor americano
Celebração
Chega a notícia do Ceará, pelo Cel Jucenilio Evangelista da Silva, que convida todos os ex-alunos espalhados pelo país para participar dos eventos da Solenidade do Centenário do Colégio Militar de Fortaleza. Dia 31, a partir das 19h na Aldeota.
Souza Cruz
“Estamos confiantes que as autoridades entenderão que esses dispositivos são importantes para a redução dos danos do cigarro à saúde e uma forma de preservar a sustentabilidade da cadeia produtiva do tabaco”, disse o executivo sul-mato-grossense, Liel Miranda, à revista DINHEIRO. Se faz mal à saúde, a cadeia produtiva do tabaco precisa ser interrompida. O que não faz sentido é o país ter sido vitorioso na diminuição de mortes por fumo através de uma legislação moderna e a fundamentação para que tudo vire fumaça seja a produção do tabaco.
HISTÓRIA DE BRASÍLIA
A mudança das favelas tem tomado tempo demais do Prefeito, e com isto, até o momento, não sabemos quando teremos novo supermercado, que é, atualmente, o de que mais se ressente a população. (Publicado em 21.11.1961)
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Hoje o que se pode afirmar, no mínimo, é que as relações entre o governo Bolsonaro e o Legislativo vão seguindo como num jogo de xadrez, com recuos e avanços, mas com uma ligeira vantagem para os políticos, que dia a dia vão tomando ciência da capacidade de obstruir e esvaziar os planos do governo, levando o Executivo para uma situação de xeque-mate. Não é por outro motivo que já se ouvem nos corredores do Congresso o retorno do tema parlamentarismo.
A formação, sempre oportunista, de um chamado Centrão, composto, entre outros, por políticos desgarrados dentro do Legislativo, políticos com pendências junto à justiça, velhas lideranças, magoadas com a perda de prestígio e outros indivíduos sem compromisso com o país, é um sintoma claro do prenúncio de mais uma crise institucional.
Reuniões se sucedem até madrugada adentro. Acordos, conchavos e alianças vão se sucedendo com os políticos, cada vez mais ávidos com a possibilidade de vir a comandar os destinos do país. Para reforçar essa turma, que joga pesado, a oposição, por total falta de alternativa, juntou suas forças ao Centrão, criando um supergrupo que pressiona e até ameaça o atual governo com a instauração de um parlamentarismo branco. Na tentativa de ganhar protagonismo, o Congresso vem ocupando espaços até fora de seu âmbito de ação constitucional, trabalhando com uma agenda própria e fazendo valer sua força nessa queda de braço. Incrível que com sua experiência no parlamento, tanto o presidente Bolsonaro, como seu chefe de gabinete, Onyx Lorenzoni, parecem atordoados com a hipertrofia do Legislativo e sua sede de poder.
Pelo o que se tem visto até aqui, o parlamento tem colocado o Executivo contra a parede, fazendo-o ver que, sem o apoio dos congressistas, o governo Bolsonaro não irá muito longe. A interferência do Legislativo nos domínios do Executivo já foi inclusive levada ao limite, com os deputados e senadores determinando até a formação e atuação de cada um dos ministérios do atual governo. O caso do Coaf é emblemático. No parlamentarismo branco que, parece, vai ganhando configuração a cada dia, o Legislativo não assumiria de forma institucional e formal o poder, mas agiria, como de fato vem fazendo, para impor, par i passo a agenda para o governo.
Com uma reflexão mais acurada, a essa altura, o Palácio do Planalto percebe a falta que faz o apoio dos atuais presidentes da Câmara e do Senado. O que se sabe, e o governo já se inteirou disso, é que as reformas tributária, política e a própria reforma da previdência irão ser alinhavadas, costuradas e entregues ao país, diretamente pelas mãos dos políticos, os representantes do povo.
É claro que essas mudanças virão exatamente com a digital dos atuais políticos, o que pode decepcionar ainda mais a sociedade que não aposta grandes expectativas com a legislatura do momento, apesar de tê-la instalado no Congresso.
Um exemplo dessa deformação das propostas do Executivo dentro do parlamento, que pode ser conferida e que remete ao passado e à velha política, são as criações de antigos ministérios para alojar correligionários, a possível volta do imposto sindical e outros retrocessos como o orçamento impositivo. Visto apenas sob o ângulo constitucional da divisão tripartite do Estado, Artigo 2º da CF de 1988.
Parece natural que a continuar nessa interpenetração de funções dos poderes da República, os atropelos jurídicos virão com certeza. Nesse ponto, a persistir a queda de braço entre Legislativo e Executivo, o Supremo seria chamado a se pronunciar, em meio a paralisação do governo. Com isso um terceiro poder entraria nessa contenda, conferindo maior confusão a um cenário, a essa altura, já bastante caótico.
A chamada politização da justiça ou a judicialização da política voltaria aos debates engrossando, ainda mais, o caldo republicano e com consequências, nesses tempos de extremismos, imprevisíveis. Correndo paralelo a essa crise que se anuncia, a população quer mesmo é ver resolvido a questão do desemprego, pelo menos.
Mas pode também voltar às ruas, em grandes massas, para resolver, ao seu modo, uma crise que todos já sabem que não nos levará a nada de bom e útil. De certo, é que essas disputas não interessam nem um pouco aos cidadãos, o que pode ser provado em qualquer pesquisa de opinião pública, onde os três poderes parecem na rabeira tanto de prestígio junto à população quanto em confiança.
A frase que foi pronunciada:
“Todos os nossos problemas procedem da injustiça. O privilégio foi o estigma deixado pelas circunstâncias do povoamento e da colonização, e de sua perversidade não nos livraremos, sem a mobilização da consciência nacional.”
Ulisses Guimarães, ex-deputado federal
HISTÓRIA DE BRASÍLIA
A medida do sr. Alcindo Pacheco, chefe do Serviço de Administração da Soib, suspendendo as marmitas que a cantina do Ipase fornecia, pode ter sido um gesto de vingança, mas prejudicou muitas famílias que usam àquela cantina em todas as refeições. (Publicado em 21.11.1961)