Presente de grego

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Presos transferidos de São Paulo para o DF deixam aeronave, na Base Aérea de Brasília — Foto: TV Globo/ Reprodução (g1.globo.com)

“Tudo o que é de ruim, o resto do Brasil manda para Brasília.” A afirmação foi feita pelo internauta W.F., ao comentar, no rodapé de uma reportagem que informava a vinda de líderes do Primeiro Comando da Capital (PCC) para o Presídio Federal de Brasília. Outro internauta, comentando o mesmo fato, chegou a afirmar que sendo essa uma organização autointitulada a primeira da capital, nada mais coerente que vir parar aqui.

Coerente seria a capital do país não possuir nenhum presídio de segurança máxima, dada as características de Brasília, como sede não só da administração pública federal, mas de todas as representações estrangeiras e outros organismos internacionais de grande importância estratégica não só para o país, mas para outras nações também.

A construção de um presídio, no Distrito Federal, para abrigar presos de alta periculosidade, a maioria líderes de poderosas organizações criminosas, além de não acrescentar absolutamente nada na questão de segurança pública, submete a um risco desnecessário toda a estrutura administrativa do país, incluindo aí as representações diplomáticas e de organismos internacionais. Isso sem falar das sedes dos tribunais superiores, do Poder Legislativo e mesmo da sede da Presidência da República. Trata-se de uma notícia extremamente negativa para o Distrito Federal, ainda mais quando se sabe das muitas brechas e falhas existentes em nossos presídios, sejam eles federais ou não.

Essas organizações criminosas, formadas à sombra do Estado, e graças à leniência de nossa justiça, já por diversas vezes, deram mostras do que são capazes, fazendo milhões de cidadãos reféns em cidades com Fortaleza, Vitória, Natal e mesmo metrópoles de grande importância para o país como São Paulo, onde chegaram a impor um toque de recolher para a população. A cochilada dos órgãos de segurança e de inteligência, principalmente nesses últimos anos, favoreceu, sobremaneira, o crescimento exponencial desses grupos criminosos, a ponto se assistir hoje a expansão desses bandos para outros estados brasileiros, interior do Brasil e para outros países da América do Sul.

A internacionalização desses grupos e sua possível transformação em grupos de narcoguerrilhas parece ser uma realidade já em adiantado processo de consolidação. As facilidades de comunicação e a imensa rede de pombos correios, entrando e saindo desses presídios, juntamente com a extraordinária capacidade de aliciamento e de suborno dessas organizações, demonstra que mesmo estando alguns de seus líderes encarcerados, ainda assim essas quadrilhas vêm registrando um crescimento e poderio assombrosos.

Trazer para a Brasília parte das lideranças dessas verdadeiras multinacionais do crime é um desserviço não só à capital e à sua população, mas à segurança do próprio país. Se as promessas de isolamento, de monitoramento 24 horas por dia e outras providências de segurança máxima fossem para valer, conforme asseguram as autoridades, o crescimento do poderio desses grupos não seria verificado e muitas cidades por esse país afora não seriam feitas reféns desses grupos.

Para essas organizações, não existem presídios de segurança máxima, não existem portas que não possam ser abertas, não existe preço que não possa ser pago, não existe autoridade que não possa ser subornada ou morta.

A vinda desses líderes para o Distrito Federal é assim um autêntico presente de grego.

 

Homens da Força Nacional fazem segurança na região da Penitenciária Federal de Brasília — Foto: TV Globo/Reprodução (g1.globo.com)

 

A frase que foi pronunciada:

“Entendam, eu não estou preso aqui com vocês, vocês estão presos aqui comigo.”

Alan Moore, escritor britânico

Foto: reprodução da internet

 

Música

A notícia chega pelas mãos de Alexandre Dias, o mais sério e competente pesquisador da música brasileira. O Instituto Piano Brasileiro – IPB recebeu, de Nelson Freire, as cópias de 75 cartas que Guiomar Novaes enviou ao seu professor Luigi Chiaffarelli, entre 1910 e 1921.

 

História

Estes preciosos documentos contam o início da carreira de nossa grande pianista, e foram copiados pela pesquisadora Maria Francisca Paez Junqueira, que defendeu seu doutorado em 1982, intitulado “Escola de Música de Luigi Chiaffarelli”. Não se sabe onde estão os originais hoje.

 

Raridade

Uma folha de papel amarelada onde há uma versão do Hino de Brasília. O acervo foi pinçado da coleção de Joel Bello. Parece que os autores participaram de algum concurso que escolheu o hino. O manuscrito tem a música de Eleazar de Carvalho e a letra de Arnold Bruver. Francisco Mignone era jurado.

 

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

Os médicos de fora do Hospital reclamarem que os de dentro ganham muito dinheiro é uma indignidade, porque ganham o que devem, para viver com dignidade. (Publicado em 10.11.1961)ci

As lições do sínodo

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Colocadas na mesma balança, tanto as pretensões e preocupações do Estado laico, como as da Igreja, sobretudo a Católica, com relação às questões das terras e populações indígenas e quilombolas, do desmatamento e das questões climáticas, com seus pesos e contrapesos, oscilam no intervalo de equilíbrio entre um e outro.

Isso equivale dizer que ambos, Igreja e Estado, dentro de suas atribuições específicas, possuem legítimo interesse em manter tão importantes temas dentro do âmbito de atuação de cada uma dessas instituições. Isso não quer dizer que, mudanças ao longo dos anos não tenham alterado o interesse e o foco de cada um desses sujeitos. Em resumo, isso reafirma a tese de que a cada um o que é de seu mister. Seja a César ou a Deus, as relações entre Igreja e o atual governo, dentro dos princípios de um legítimo Estado Democrático de Direito, devem ser mantidas em perfeito equilíbrio, não apenas tendo em vista o poder inegável de cada uma dessas instituições sobre os indivíduos, mas, sobretudo objetivando a tão sonhada paz social.

É fato que, apesar de não haver resolvidos todos os problemas do pós-guerra, a chamada Guerra Fria pela partilha do mundo moderno, já vai longe, perdendo-se na poeira da estrada. O mesmo se pode dizer sobre a Teologia da Libertação, conforme concebida durante o Concílio Vaticano II entre 1962 e 1965. De lá para cá, o mundo mudou muito e aceleradamente, incluindo nesses debates um novo elemento representado agora pelo processo de globalização. Isso não quer dizer, que problemas antigos como a pobreza, a fome, a destruição do meio ambiente e outros males tenham diminuído. Ao contrário, eles ganharam maior dimensão e complexidade, o que passa a exigir, necessariamente uma resposta, tanto do governo como da Igreja, principalmente daquela envolvida com as agruras terrenas dos homens.

O afastamento, do poder, da esquerda, no Brasil, particularmente, se deu, não por imposição e força dessa ou de outra ideologia qualquer, mas tão somente por vontade popular expressa nas urnas. Com isso, o novo governo passou a contar com um legítimo respaldo popular, o que outorga a ele o direito de orientar sua política, inclusive com relação a esses temas tão sensíveis.

O fato é que onde houver palanque para as esquerdas divulgarem suas narrativas sobre o momento presente experimentado pelos brasileiros, ela o fará sem dúvida. Inclusive durante a realização do Sínodo, que reunirá bispos de todo o mundo em Roma no mês de outubro e que terá, entre outros temas, uma discussão sobre a Amazônia.

Qualquer que seja o documento final apresentado ao final desse encontro, condenando as pretensões do atual governo para a região, dois fatos podem ser retirados antecipadamente desse sínodo: o Estado não irá abrir mão da soberania da região, mas, e aí é que é o fundamental, o governo deve, à luz da realidade que se abate sobre aquelas áreas, refletir sobre as consequências de ceder à pressão de poderosos grupos econômicos, do agronegócio e outros, de forma a reorientar, dentro do bom senso, suas políticas para aquela imensa e tão complexa região.

 

A frase que foi pronunciada:

“Estado laico” não significa que aquele que não acredita em Deus tenha direito a impor sua maneira de ser, de opinar e de defender a democracia. Não significa, também, que a democracia só possa ser constituída por cidadãos agnósticos ou ateus. Não podem, ateus e agnósticos, defender a tese de que a verdade está com eles e, sempre que qualquer cidadão, que acredita em Deus, se manifeste sobre temas essenciais – como por exemplo, direito à vida, eutanásia, família etc. – sustentar que sua opinião não deve ser levada em conta, porque inspirada por motivos religiosos. Por tal lógica conveniente e convivente, e desqualificada opinião de agentes ateus e agnósticos, precisamente porque seus argumentos são inspirados em sentimentos “anti-Deus”. Numa democracia, todos têm o direito de opinar, os que acreditam em Deus e os que não acreditam.”

Ives Gandra Martins, é um jurista, advogado, professor e escritor brasileiro.

 

Detran

Nessa madrugada, o Compadre Juarez, da 105 FM, reclamou dos semáforos do DF que ficam vermelhos durante a madrugada. O motorista que não avança o sinal e obedece à lei, caso seja assaltado, certamente não terá o suporte do estado nessas condições. Portanto, deixar os sinais intermitentes na madrugada seria coerente.

 

 

Sequência

Na postagem de Alexandre Garcia veio a frase: “Somos especialistas em saudar mortos; não em evitar mortes.” Foram centenas de comentários e milhares de compartilhamentos. Realmente, esse ano já tivemos tragédias pela terra, em Brumadinho, pela água, no Rio de Janeiro, pelo fogo, no Ninho do Urubu e pelo céu, com Boechat.

Charge do Rafael Lemos. Com exceção ao acidente do jogador Emiliano Sala e à tragédia com o time da Chapecoense, o chargista retrata, na mesma imagem, os tristes acontecimentos que se sucederam neste início de ano no Brasil: as vítimas de Brumadinho, as do Rio de Janeiro, os adolescentes do Flamengo e o jornalista Ricardo Boechat.

 

Integração

Reunião importante com os integrantes da Rede de Vizinhos Protegidos pertencentes à área do 24º BPM. O evento aconteceu no auditório da livraria Cultura do Iguatemi. O major QOPM Nafez Imamy Sinicio Abud Cury está ouvindo a comunidade para melhorar a segurança da região.

 

Novidade

Aos poucos, o gabinete do senador Alessandro Vieira está tomando forma para a implantação do coworking. Junto com os deputados Felipe Rigone e Tabata Amaral, Vieira reunirá seus funcionários que trabalharão lado a lado com os colegas da Câmara. Projetos, orçamentos, discursos, pesquisas, todo o trabalho será de forma compartilhada. Como a prática é inovadora, o que dá para afirmar nesse momento é uma economia de 20% nos gastos de gabinete.

Foto: Pedro França/Agência Senado

 

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

Outra grande missão do novo Secretário unir a classe médica, que está em luta desnecessária, por falta de compreensão e espírito de luta classista. (Publicado em 10.11.1961)

Salve a mandioca

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Foto: radios.ebc.com.br

 

Lembrada como a figura mais desastrada que já ocupou a chefia do Executivo desde a fundação da República em 1889, Dilma Rousseff, quem diria, ainda por muito tempo será lembrada, não por sua gestão, considerada pífia, mas por suas falas e improvisações, estas sim, inseridas definitivamente no panteão do anedotário nacional.

Durante os Jogos Indígenas de 2015, nossa “primeira presidenta mulher”, lançou diretamente, na orelha dos ouvintes distraídos, sua mais preciosa pérola da coleção dos discursos nonsense. Disse naquela ocasião: “Nenhuma civilização nasceu sem ter acesso a uma forma básica de alimentação… Temos a mandioca e produtos que foram essenciais para o desenvolvimento de toda a civilização humana… Então, aqui, hoje, eu tô saudando a mandioca, uma das maiores conquistas do Brasil.”

Desde então, a fala de improviso tem sido citada nos sites de humor e outros, como um dos mais bizarros discursos já proferidos por um chefe de estado. O fato é que, um ano após esse discurso no típico dialeto dilmês, a Organização das Nações Unidas (ONU) apontaria a mandioca ou macaxeira como o alimento do século 21. Conhecida no Brasil muito antes da chegada dos navegantes europeus, essa raiz, juntamente com o milho foi e ainda é a base da alimentação de todos os povos que habitaram o continente sul americano.

Graças ao seu potencial nutritivo, com destaque para os carboidratos amilopectina e amilose, a mandioca é uma excelente fonte de fibras e de energia, sendo consumida hoje por mais de 600 milhões de pessoas em todo o mundo. De tão nobre na alimentação, o alimento mereceu, por parte dos deputados, um projeto de lei instituindo o dia 22 de abril como o Dia Nacional da Mandioca.

Atualmente, essa raiz está presente na alimentação em mais de 80 países em todo o mundo. O Brasil produz hoje algo em torno de 30 milhões de toneladas desse produto, grande parte por pequenos e médios agricultores familiares. Apesar da grande produção nacional, Nigéria e Tailândia são hoje os maiores produtores mundiais desse alimento.

Aqui na capital, o professor Nagib Nassar da Universidade de Brasília, PhD em Genética pela Alexandria University e pesquisador emérito do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), tem dedicado toda a vida ao melhoramento genético da mandioca, obtendo, com as pesquisas, um híbrido dessa espécie com a maior concentração de proteínas, uma variedade de mandioca que rende 8 vezes mais do que as espécies comuns, com cada planta chegando a pesar, isoladamente, de 20 a 24 Kg.

Graças a essas pesquisas, o professor Nagib tem sido laureado por diversos instituições mundo afora, por sua contribuição ao combate à fome. No livro “A História da Alimentação do Brasil”, do pesquisador Luís da Câmara Cascudo, a mandioca ocupa um capítulo especial denominado de “Rainha do Brasil”. O padre José de Anchieta, reconhecendo a importância dessa raiz na alimentação da população local, chamava essa raiz de “pão da terra”. Torna-se possível extrair uma essência verdadeira do discurso da interessante ex-presidenta. Dilma Rousseff tinha razão quando exclamou: “salve a mandioca”.

 

A frase que foi pronunciada:

“Não, os jovens não estão preparados para fazer um mundo melhor. Nenhum jovem nunca esteve. Essa ideia é um fetiche vagabundo de alguns poucos jovens dos anos 60 e adjacências. Ou de artistas que fazem desse fetiche seu mercado de consumo.”

Luiz Felipe Pondé, escritor e filósofo brasileiro.

Mafalda, tirinha do cartunista Quino

 

Perda

A morte é sorrateira e, quando chega, nada a detém. Um início de ano com tantas tragédias. Para o jornalismo brasileiro, mais uma: a morte de Ricardo Boechat. Jornalista muitas vezes apaixonado, agressivo, debochado. Sempre intenso! No momento do diálogo com o Simão, no programa do comecinho da manhã, sua gargalhada era única. Denúncias, opiniões, entrevistas. Não teve tempo de argumentar com a morte. Foi levado violentamente.

O jornalista Ricardo Boechat na TV Band. Ganhou em 2016 o Troféu Imprensa de melhor apresentador de telejornal Foto: Divulgação/Band

 

Caridade

Em todos os meses, na Paróquia São Francisco, na 915 Norte, há o Brechó Franciscano. Os objetos doados são aproveitados por várias paróquias da cidade e por algumas cidades africanas, onde há missionários franciscanos. O mote é’: “Desapegue-se. Doe você também!”

 

Opinião

Cientista de Brasília, Reginaldo Marinho, também apaixonado pela natureza, ganhou uma coluna na Folha do Meio Ambiente, a Coluna do Meio.

 

Foto: folhadomeio.com.br

 

Coluna do Meio

04 de Fevereiro de 2019

TECNOLOGIA COMO ELA É

Por Reginaldo Marinho – r.inventor@gmail.com

 

AGRICULTURA X TECNOLOGIA

 

O preço de um Boeing 787 equivale 1.000.000 de toneladas de soja, que consumiu 1.500.000m³ de água e ocupou área equivalente a 300.000 campos de futebol na sua produção.

Essa carga pesaria aproximadamente 8.000 aeronaves e seria distribuída em um comboio de 25.000 carretas carregadas de soja, que ocuparia integralmente a estrada entre Brasília e Belo Horizonte. 

Um Boeing 787 pesa 126 toneladas e é composto de insumos minerais e tecnologia. Conclui-se que a agregação de valor é atribuída à tecnologia. 

O governo precisa encontrar um meio de fomentar o desenvolvimento de tecnologias nacionais para gerar riqueza, novos postos de trabalho e fortalecer a estima nacional. 

Sem querer demonizar o agronegócio, fica claro que as fontes de riqueza que dinamizam as economias modernas são consequência das atividades ancoradas no desenvolvimento tecnológico, que não exclui as atividades agrícolas. 

Mas os recursos naturais são mais pressionados pelo agronegócio: consumo de água, redução de cobertura florestal e uso de defensivos. Mais grave é que o valor agregado às mercadorias é muito inferior.

 

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

Está empossado, o novo Secretário da Saúde da prefeitura. O dr. Fábio Rabelo é uma segurança para o Plano Hospitalar. Resta, agora, que consiga verba para a construção dos hospitais das cidades satélites, para que moradores pobres não tenham que gastar às vezes mil cruzeiros por um táxi para uma consulta no Distrital. (Publicado em 10.11.1961)

A hora da disciplina nas escolas

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Imagem: se.df.gov.br

Ainda é cedo para avaliar o projeto-piloto Escola de Gestão Compartilhada, até por uma razão bastante lógica: trata-se de um projeto-piloto, ou seja, de um teste para ser avaliado, à posteriori, as consequências desse modelo de gestão, administrativa e disciplinar, a ser implantado em algumas escolas da rede pública do Distrito Federal.

A bancada de esquerda na Câmara Legislativa, obviamente, se posicionou contra o projeto, assim como o Sindicato de Professores, dominados há anos por esses mesmos partidos. Pressionados pelos sindicalistas, muitos professores, com medo do patrulhamento ideológico intenso, têm não só se colocado contrário à proposta, como induzido os alunos a adotarem a mesma oposição.

Essa antecipação de posição por parte do pessoal de esquerda, que ainda domina a educação em todo o Distrito Federal, além de preconceituosa e reacionária, prova, mais uma vez, que essa gente não deixa espaço aberto para o diálogo e não abre mão do status quo mantido por décadas. O fato é que, sob a gestão e orientação desse grupo ideológico, ao longo de todos esses anos, a qualidade do ensino só tem declinado. E o que é pior, a violência e as drogas, dois dos grandes males sociais de nossa época, já adentraram nas escolas fazendo de professores e alunos as novas vítimas.

É certo que a entrada da disciplina de característica militar, em algumas escolas, não tem o dom de, por si só, melhorar os índices de qualidade da educação, mas, em casos específicos, podem melhorar, e muito, a questão da disciplina nesses ambientes conturbados. Há muito os dirigentes das escolas, e principalmente os professores, perderam o respeito dos alunos.

Hoje, em muitas escolas, os professores simplesmente não conseguem dar aula, não conseguem manter os alunos dentro das salas de aula e muito menos estudando. Professor que ousar chamar a atenção de algum aluno corre risco de vida. A disciplina é não só no Brasil, mas em todo o mundo, reconhecida como o requisito fundamental para o processo de aprendizagem.

Muitos países com tradições democráticas, muito mais antigas e aperfeiçoadas que a nossa, colocam a questão da disciplina à frente de todo o processo educativo. Não é por outro motivo que muitos pais de alunos têm expressado receio em colocar seus filhos nas escolas públicas e optado pelo ensino em casa (homeschooling).

Na verdade, quando os partidos de esquerda e seus satélites, representados pelos sindicatos, se posicionam contra a chegada da disciplina nas escolas, estão cumprindo à risca o que diz a cartilha da revolução gramsciana para a tomada do poder: “Não tomem quartéis, tomem escolas e universidades, não ataquem blindados, ataquem ideias.”

 

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A frase que foi pronunciada:

“A disciplina é a chama refinadora através da qual o talento se transforma em capacidade.”

Roy Smith, treinador

Imagem: se.df.gov.br

 

Perigo

Em se tratando de estrutura, o ICC Norte, mais conhecido como Minhocão na UnB, parece que não vai bem das pernas. Pelo menos, o que os leigos veem são marcas de infiltração e plantas nascendo em crateras nos pilares.

 

Insanos

Infelizmente, os trotes não progridem com o passar do tempo. Os alunos da UnB comemoram com os veteranos jogando farinha ou com humilhações já conhecidas.

 

Desleixo

Enquanto isso, as mãos dos novatos e veteranos poderiam estar em mutirão recolhendo os entulhos do Centro Olímpico, ou mesmo revigorando a pista de atletismo, que atualmente está entregue ao mato alto. Além disso, as placas de sinalização das distâncias estão todas ilegíveis. O alambrado enferrujado é um risco permanente.

 

Pouco

Mais de R$9 mil reais em notas fiscais deram R$ 452 de desconto no Nota Legal. Veja a imagem da tela do leitor, no blog do Ari Cunha. Aliás, o projeto, original do senador Reguffe, teve as alíquotas totalmente modificadas. Até o crédito para compra de medicamentos, um programa que o então governador Rollemberg prometeu fazer valer ao parlamentar, não funcionou.

 

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

De mais a mais, o radioamadorismo é para se incentivar, e não para se proibir. Não há um mundo, um único radioamador que não tenha prestado, com seu equipamento, um grande serviço a uma comunidade, alguma vez. (Publicado em 10.11.1961)

Eleição regional

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Charge: colegasdapedagogia00.blogspot.com

Guardadas as devidas proporções, a eleição para administrador regional, conforme projeto de autoria do distrital petista Chico Vigilante, por suas consequências, muito se assemelha a eleição para diretor de escola.

De saída, ambas em nada colaboram para a tão propalada revitalização democrática, uma vez que nada indica que o escolhido possua o notório saber e experiência prática e balizada para levar, a bom termo, a missão de administrar. O que ocorre, de fato, tanto num caso como noutro, é a tentativa sistemática de politização e partidarização da administração, que tantos males tem causado não só à capital, mas a todo o país.

Democratismo, delineado quer por características de estratégia política e ideológica ou por motivos de dominação pura e simples, interessa, obviamente, apenas aos políticos e aos partidos, por questões lógicas. Do ponto de vista do cidadão, as eleições para a direção das escolas, ou como quer agora os deputados distritais, para Administradores Regionais, não possuem o condão de, per si, melhorar a máquina administrativa. O que melhora a administração é o conhecimento técnico e isento quer do diretor de escola, quer do administrador da regional, e sua boa relação com a população e com as autoridades.

A tentativa de alocar interpostos nos cargos de diretor de escola e de Administrador Regional se insere, exclusivamente, no jogo de xadrez político e, normalmente, não tem trazido bons resultados. Por outro lado, esse tipo de eleição, direta ou indireta, manieta a autoridade hierarquicamente superior, pondo de mãos amarradas tanto o governador como o secretário de Educação.

Na realidade, trata-se de uma cilada preparada por partidos para garantir nacos de poder e instalar, nessas posições, pessoas controladas por esses partidos. A interferência entre poderes, conforme experimentamos nesses últimos anos, tem se transformado em constantes fontes de crises. O controle político das Administrações Regionais e das escolas, incluída aí o das universidades, tem demonstrado, na prática, que as eleições para essas funções de comando não atendem aos reclames da população. Além disso, não é possível trazer paz às escolas, não resolve os problemas da educação, não soluciona os muitos problemas das diversas regiões administrativas.

Analisado apenas do ponto de vista da impossibilidade do governador ou do secretário de educação, remover um diretor de escola incapaz ou um administrador ineficiente e perdulário já justificaria a negação de eleições para essas funções. Em mensagem pelo Whatsapp,  leitora nos contou que a Vargem Bonita, no ano passado, foi considerada categoria Mancha Criminal. Bandidos ameaçam durante as eleições.

A politização partidária da máquina pública e administrativa é uma dessas heranças malditas legadas pelos governos petistas, que, ao criar nichos específicos de controle, favoreceu e induziu os milhares de casos de corrupção e de malversação dos recursos públicos ocorridos nesses últimos anos.

Administradores Regionais e diretores de escolas devem, primeiramente, servir com zelo à comunidade, respondendo diretamente ao governador ou ao Secretário de Educação e não aos líderes partidários cujo o interesse nessas administrações e nas escolas vão na contramão do que prega o bom senso e do que deseja o grosso da população.

 

Frase que foi pronunciada:

“Você pode fazer um sermão melhor com sua vida do que com os seus lábios.”

Oliver Goldsmith (1728-1774), médico escritor irlandês.

 

Vexame

Ainda repercute a tristeza do ex-senador Hélio José em deixar o gabinete no Senado. A cena foi vista por alguns funcionários da Casa. O senador estava no Plenário na sessão de quinta-feira. Mais tarde não aguentou. Ninguém sabe ao certo se foi depois de uns goles ou algum medicamento controlado. O que se sabe é que o ex-senador perdeu o controle e que o novo ocupante, o senador, pelo Rio, Arolde Oliveira, foi pessoalmente tentar demover o ex-parlamentar.

Foto: senado.leg.br

 

Na fé

Na igreja da primeira-dama, Michele Bolsonaro, comentavam que até Jesus precisou sair de cena para meditar no deserto. O conselho é para que o presidente se abstenha do trabalho e de visitas por um mês, para garantir o governo por 4 anos.

Post: instagram.com/jairmessiasbolsonaro

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

O que a prefeitura está querendo fazer com os radioamadores é um absurdo. Retirar as antenas “porque estão enfeando a cidade” não é justificativa, porque os edifícios de apartamentos estão com o teto transformado em paliteiro, de tanta antena de televisão, e ninguém diz nada. (Publicado em 10.11.1961)

Barragem do Paranoá requer intervenção

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Foto: Breno Fortes/CB/D.A Press

Essa coluna tem alertado há muito tempo para o perigo de um possível rompimento da Barragem do Paranoá. Antigos engenheiros que trabalharam e acompanharam de perto a construção dessa importante barragem lá pelos idos de 1959, haviam advertido para a possibilidade de colapso dessa represa, não só pela idade da obra, mas, sobretudo, pelo pouco caso dispensado pelas autoridades àquela construção.

Por volta do início dos anos noventa, o aumento de tráfego sobre a barragem causava preocupação para os técnicos em engenharia e conservação de estrutura. É sabido que a estrada sobre a Barragem do Paranoá foi construída com o único propósito de manutenção daquela represa e dos geradores de energia elétrica ali instalados, sendo que sua estrutura, em nenhuma hipótese, foi dimensionada para receber um tráfego tão intenso como o existente hoje.

Há poucos anos, foi recomendado que a cobertura daquela pista fosse completamente retirada para a colocação de uma grossa malha de aço ao longo de toda sua extensão, para posteriormente ser coberta por uma generosa camada de concreto, permitindo uma sobrevida dessa estrutura. Não se sabe que fim tomou essa proposta. O fato é que passados mais de meio século, e principalmente depois do intenso adensamento populacional ocorrido naquela região, milhares de carros passaram a cruzar a Barragem, nos dois sentidos, dia e noite. Com isso, houve, além do encurtamento da vida útil daquela estrutura, já desviada de sua função primária, um aumento significativo de rompimento ou de outros defeitos de grande monta, capaz de acarretar um enorme e irreparável dano.

Com aproximadamente 500 milhões de metros cúbicos de água, um rompimento nessa estrutura iria necessariamente provocar um grande número de mortes e um desastre ainda maior para a própria capital, para seu microclima, para a fauna e flora adjacentes, para o turismo e lazer, capaz de provocar um sério colapso, também, nas finanças da capital. A importância dada ao Lago pelos idealizadores da capital é de tal significância, que jamais pensaram inaugurar a cidade antes da conclusão do seu imenso espelho d’água. Sabiam eles da imensa importância desse Lago não apenas para complemento paisagístico do brilhante projeto, mas sua utilidade para a vida cotidiana de seus moradores.

Ainda mesmo durante a Missão Cruls em 1896, era anotado em relatório preparado para a instalação da futura capital: “É fácil compreender que, fechando essa brecha com uma obra de arte (dique ou tapagem provida de chapeletas e cujo comprimento não exceda quinhentos a seiscentos metros, nem a elevação de vinte a 25 metros), forçosamente a água tornará ao seu lugar primitivo e formará um lago navegável em todos os sentidos, num comprimento de vinte a 25 quilômetros sobre uma largura de dezesseis a dezoito”.

O recente desastre ocorrido em Brumadinho tem chamado a atenção de muitas autoridades para a eventualidade de acidentes em muitas barragens espalhadas pelo Brasil. Aqui em Brasília, em boa hora, o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) ajuizou ação civil pública contra o Distrito Federal, o Departamento de Estradas e Rodagens (DER) e a CEB Geração, para obrigá-los a construir uma nova ligação entre a DF-001 e a DF-025, deixando aquela via apenas para os trabalhos de manutenção da usina hidroelétrica.

Trata-se de uma situação que requer medida urgente a fim de preservar tão importante estrutura para a vida da capital.

 

A frase que foi pronunciada:

“Nós nos preocupamos com o que uma criança se tornará amanhã, mas esquecemos que ele é alguém hoje.”

Stacia Tauscher (1777), que imigrou da Romênia para Oregon com seu marido, Wenzel.

 

Zica Dengue

Depois da misteriosa tragédia em Pernambuco, onde crianças nasceram com microcefalia, o estado continua sem o devido cuidado.  Foram 721 casos de dengue e, novamente, as autoridades apenas afirmam que o aumento está localizado onde há um maior número de pessoas susceptíveis ao adoecimento por arboviroses. Em um desses locais, ano passado, até fevereiro, apenas 8 casos de dengue foram registrados. Em 2019 já são 81.

Charge: evivaafarofa.blogspot.com

 

Sem cerimônia

Aos poucos, barracos vão sendo erguidos na pista oposta ao Itapuã, a caminho da Torre Digital. Além das famílias que ali se instalam, caminhões cheios de restos de obras despejam o entulho naquela região, sem cerimônia. O GDF precisa se dar conta que fiscalizar é a melhor forma de prevenir problemas.

Foto: Marcelo Ferreira/CB/D.A Press

 

Projeto Bom Dia

Visita de outro país ficou encantada com as quadras comerciais do Plano Piloto. Tudo limpo, organizado. Na área dos blocos, árvores e calçadas à vontade. Mas ao conhecer outras regiões administrativas, como o Paranoá, o encanto caiu por terra. Restos de festas jogados nas calçadas, chorume por todo lado, crianças e adultos jogam lixo no chão sem titubear. Se a família não resolveu, uma conversa com os professores resolve. É só entrar na grade escolar.

Charge do Iotti

 

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

O serviço de Fiscalização da Medicina proibiu as farmácias da venda de papel higiênico, dentre outros produtos. A relação desses produtos é tão grande, que está apavorando o comércio farmacêutico. (Publicado em 10.11.1961)

Os Patetas Na Terra do Nunca

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Iniciativas que visem a geração de empregos no Distrito Federal, são sempre bem-vindas. Ainda mais quando se sabe que a capital, a exemplo do ocorre na grande maioria das cidades do país, experimenta um elevado índice de pessoas desempregadas ou subempregadas. Ocorre que programas de governo desse tipo precisam vir acompanhados, necessariamente, de uma série de medidas que assegurem o pleno cumprimento desses projetos, com começo, meio e fim. Há a necessidade de garantir que essas ações se prolonguem no tempo e não venham se constituir em ações do tipo populista, que resolvam o problema de visibilidade do político, mas que não surte efeito eficaz para o trabalhador.

Nesses últimos anos, os brasilienses têm assistido, até com certa frequência, a divulgação de projetos mirabolantes, que, no plano das ideias, pareciam perfeitamente exequíveis, mas que, na prática, se mostraram verdadeiros desastres. Exemplos dessas alucinações propugnadas tanto pelo Governo do Distrito Federal, como pela Câmara Legislativa.

O Estádio Mané Garrincha, um dos mais caros do mundo, com capacidade para receber 70 mil torcedores é, talvez, o exemplo mais vistoso. Fincado em pleno coração da cidade, bem ao lado do Palácio do Buriti, o monstrengo de concreto, apesar da promessa de que representaria um grande marco para a cidade, capaz de inseri-la, definitivamente entre as capitais com forte tradição no futebol, é hoje um típico elefante branco, sem valia, e o que é pior, gerando seguidos prejuízos para os contribuintes. As pretensas benesses que seriam trazidas por essa obra, obviamente ficaram apenas nos bolsos dos seus idealizadores, todos condenados pela justiça, num processo que vem se arrastando há anos sem solução.

O Buritinga é outro exemplo de obra que prometia, não só o enxugamento da máquina pública, mas a racionalidade da administração, concentrando, num mesmo ambiente, todas as secretarias de governo, mas que hoje jaz sem serventia, consumindo recursos da população para sua manutenção, apesar de ter custado uma fábula aos cofres públicos.

A Feira contígua à antiga rodoferroviária é outro exemplo de obra que prometia gerar empregos e resolver o problema da invasão de ambulantes por toda a cidade. Abandonado ou subutilizado, o espaço é hoje uma feira fantasma que, aos poucos, vai se transformando numa invasão e numa dor de cabeça para o local.

O mesmo se sucedeu aos tão festejados Polo de Cinema e Polo da Moda, todos abandonados ou com mudança de finalidade. Também os Postos de Segurança Comunitários, instalados por todo o Distrito Federal, que prometiam acabar com o problema da violência, tiveram seu começo e fim decretados pelo próprio governo. Depois de consumir uma fortuna da população para sua construção, muitos desses postos foram queimados por bandidos ou simplesmente abandonados. Graças à iniciativa da professora de canto erudito, Denise Tavares, dezenas desses postos transformaram-se em salas na Escola de Música de Brasília.

É preciso, portanto, aprender com essas medidas para não repetir os mesmos erros que custam tão caro ao contribuinte e que jamais são devidamente reembolsados. Faria melhor, o governo local, se cuidasse da continuidade das muitas obras inconclusas que se encontram hoje espalhadas por toda a cidade, como é o caso do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT), além da manutenção das que já existem e são sexagenárias.

O anúncio de que a atual administração do GDF estuda a implantação de uma filial do Parque da Disney, em Brasília, deve ser visto por esse ângulo, ou mais precisamente pela lente da realidade prática e das inúmeras experiências malsucedidas de nosso passado recente. Antes de investir o dinheiro suado do cidadão em obras de infraestrutura e outras benesses, além de renúncias fiscais para trazer esse mundo de fantasia, com sua Terra do Nunca para a capital, é preciso atentar para um detalhe: por anos, os brasilienses têm sido tratados como verdadeiros Patetas por muitos políticos espertalhões. Só que agora, os tempos são outros.

 

A frase que foi pronunciada:

“Para realizar um sonho é preciso esquecê-lo, distrair dele a atenção. Por isso realizar é não realizar.”

Poeta Fernando Pessoa. Livro do Desassossego

Foto: poesiaspoemaseversos.com.br

 

Desafio

Por falar em desassossego, parece que uma das maiores dificuldades do senador Alcolumbre vai ser falar e ser ouvido com o costumeiro barulho no Plenário. Senadores de costas para a mesa da presidência, conversas paralelas todo o tempo, gargalhadas, cumprimentos efusivos durante discursos e até interrupção na condução dos trabalhos. Que diferença do parlamento britânico!  O senador Alcolumbre gosta de olhar nos olhos do interlocutor enquanto fala e ouve. Sobre o respeito a quem está ao microfone, será mais fácil o novo presidente se ajustar aos incômodos de altos decibéis e movimentos do ambiente do que tentar mudar a cultura da Casa.

Foto: oglobo.globo.com

 

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

A informação que temos da Escola, confirmada por nossa visita em horário escolar, é a de que a assistência ao aluno não será redobrada, porque já é eficiente, mas as punições para casos irregulares serão implacáveis e definitivas. (Publicado em 10.11.1961)

Ibaneis vai à guerra

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Foto: Gabriel Jabur/Agência Brasília

 

A um rabino, a quem foi reclamar da conduta do marido, uma mulher narrou todo o seu drama sobre o comportamento impróprio do companheiro. Depois de escutar o queixume da mulher, o rabino declarou: você tem razão. Ao marido, depois de ouvir longamente suas queixas, o rabino proferiu a mesma sentença: você tem razão. A esposa do rabino, que tudo escutava, indagou, irritada: como é possível você dar razão aos dois, ao mesmo tempo? Ao que o rabino respondeu: quer saber, você também tem razão.

 

Essa história do anedotário judaico serve para ilustrar, com precisão, a proposta do GDF de acabar com atual modelo do passe livre estudantil. Entre outras modificações, o Executivo prevê o fim da gratuidade total, determinando que os estudantes da rede pública e privada, cujas as famílias tenham renda inferior a três salários mínimos, paguem um terço da tarifa cobrada nas linhas de ônibus e do Metrô.

 

A justificativa para a medida é a economia, aos cofres públicos, de até R$ 100 milhões anuais. Trata-se, à primeira vista, de uma medida extremamente impopular e que jamais seria declarada abertamente em época de campanha eleitoral.

 

Uma coisa é a eleição, outra, a realidade das finanças públicas quando apresentadas na ponta do lápis ao vencedor do pleito. Para complicar ainda mais uma equação que parece sem solução fácil, é preciso observar que nessa querela que se anuncia entram, além dos recursos oriundos dos pesados impostos tomados dos contribuintes, a margem de lucro dos empresários dos transportes, que obviamente fizeram seus investimentos nesse setor e esperam resultados.

 

Para embaralhar um pouco mais a questão, há ainda a apreciação obrigatória pelo Legislativo local, o que deve render bons frutos a todos aqueles que se aproveitam dessa situação para obter vantagens de todo tipo.

 

Dividido entre as razões justas dos estudantes, as demandas corretas dos empresários, a situação do caixa do governo, as demandas e os custos políticos da aprovação de uma medida dessa natureza e a pressão vinda de outras partes, como do Movimento Passe Livre, o governador Ibaneis Rocha poderá sentir, pela primeira vez, o real significado da expressão: gestor é como saco de pancada.

 

Fosse essa mesma questão submetida ao arbítrio de nosso rabino do preâmbulo, a sentença seria: todos têm razão. E é aí que o gestor, fiel apenas às finanças e aos números da contabilidade pública, cede lugar ao político negociador, capaz de encontrar a direção que leve ao caminho do meio, e do equilíbrio, satisfazendo uns e outros, sem prejudicar ou onerar, claro, o contribuinte que há muito sabe que não existe o tal do dinheiro público, mas sim o dinheiro dos pagadores de impostos, conforme ensinou a primeira-ministra do Reino Unido Margaret Thatcher em situação parecida.

 

 

A frase que foi pronunciada

“Não existe essa coisa de dinheiro público, existe apenas o dinheiro dos pagadores de impostos.”
Margareth Thatcher, a dama de ferro, ex-primeira ministra da Inglaterra
Foto: reprodução
Sem lei
Entre os trechos 8 e 9 do Setor de Mansões do Lago Norte, uma cerca limita o espaço público tomando, inclusive, parte da mata ciliar. É tão discreto o arame farpado que está avançando enquanto escapa da fiscalização.
Perigo
Apesar de proibidos na Europa e nos Estados Unidos, o Brasil continua beneficiando as indústrias químicas na forma de fertilizantes, defensivos agrícolas ou agrotóxicos, importados em enormes quantidades e usando de forma absolutamente irresponsável.
Charge do Arionauro (arionaurocartuns.com.br)
Mais essa
Urbanistas e outros entendidos em projetos e ordenamentos das cidades, há muito tempo sabem e alertam aos governos para a necessidade da instalação de transportes públicos eficientes. Infelizmente, a parceria governo/empresários só pensa em receber mais. Oferecer serviços de qualidade nem passa na pauta das reuniões.
Tirinha do Armandinho
Essa é boa!
Lendo a coluna do Cláudio Humberto, soubemos da intenção de o parque temático da Disney se instalar em Brasília. Quem conhece a cidade sabe da roda gigante na Esplanada dos Ministérios, do Trem Fantasma da Câmara Legislativa, da Montanha Russa no Congresso e do faz de conta do Judiciário. Chega de aventura!
Foto: Yoshikazu Tsuno/AFP

 

Enquanto isso, na internet… (Luiz Guilherme, deputado distrital pelo Novo)
Novidade
Não se sabe onde foi parar a promessa da criação de um Cadastro Nacional de Inclusão da Pessoa Idosa. Trata-se de um banco de dados com as informações dos obtidas em censos relacionados a essa faixa da população. Dados georreferenciados, além de permitirem a identificação e a caracterização socioeconômica das pessoas idosas, registrariam as políticas públicas adotadas nas regiões para o nicho.
Foto: istoe.com.br (portokalis)

 

História de Brasília
Educação é berço, e a escola é o seu ponto de aprimoramento. Para que se evitem os problemas de juventude, tão comuns no Rio e S. Paulo, é que fizemos a denúncia, não à escola, mas aos pais, aos responsáveis, pra que acompanhem, mais de perto, a vida de seus filhos. (Publicado em 10.11.1961)

O reinício de velhos problemas

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Charge do Feliciano

Com o retorno das aulas em toda a rede pública do Distrito Federal, programado para o próximo dia 11 desse mês, uma série de assuntos, de suma importância para os estudantes e para a educação em geral e que estavam momentaneamente deixados de lado, devem retornar ao centro das discussões. Uma dessas questões, e talvez das mais prementes, é com relação aos seguidos e crescentes casos de violência que vêm ocorrendo em boa parte das escolas públicas da capital. Por razões estranhas e ainda pouco explicadas, os casos de violência, envolvendo aluno contra aluno e alunos contra professores, ainda não mereceram a devida atenção das autoridades, o que, na prática, significa que em 2019 esses episódios lamentáveis irão retornar às páginas do noticiário policial.

A rotina de insegurança de professores e de alunos, frente a escalada da violência nas escolas, com seguidas agressões verbais e mesmo físicas, tem transformado nossos estabelecimentos de ensino num ambiente de trabalho insalubre e mesmo perigoso para esses profissionais e para o alunado.

Pesquisa do sindicato dos professores mostrou em trabalho recente que nada menos do que 97,15% dos educadores já presenciaram cenas e atos de violência dentro das escolas. De fato, a onda de violência experimentada por todo o Distrital Federal nos últimos anos já transpôs os muros das escolas. As ocorrências envolvendo alunos armados, portando entorpecentes, brigas de gangues, ameaças de morte e outros fatos dessa natureza, já são realidades presentes no dia a dia de muitos de nossos estabelecimentos de ensino.

No estado vizinho de Mato Grosso, como no restante do país, onde esses casos também vêm ocorrendo, foi preciso a aprovação de uma Lei específica (Lei10.473) instituindo uma chamada “Política de Prevenção à Violência contra Profissionais da Educação da Rede de Ensino”, para assegurar proteção efetiva a esses trabalhadores, inclusive com a penalização também dos pais e responsáveis.

Pedidos de afastamento e de licenças de professores com depressão e medo de retornar ao convívio de alunos violentos aqui no Distrito Federal vêm se avolumando a cada ano, sem uma resolução efetiva por parte das autoridades. Não se conhece, até o momento, nenhuma proposta ou projeto oriundo da Câmara Distrital que trate desse assunto. A última proposta nesse sentido foi apresentada pelo ainda deputado federal Rodrigo Rollemberg (PL- 6269), ainda em 2009, na Câmara dos Deputados. De lá para cá, por conta do baixíssimo contingente do Batalhão Escolar, os casos de violência nos estabelecimentos de ensino só sofrem uma redução efetiva durante os recessos e as férias escolares, o que não deixa de ser um alívio para as autoridades e para a comunidade em geral. Um alívio que não é o ideal. O foco da não violência deve ser justamente o período letivo.

 

A frase que não foi pronunciada:

“Como ensinar a não violência às crianças com a televisão ligada na eleição para a presidência do Senado?”

Pai de família pensando nas incoerências do país.

 

Passado

Por falar em violência na escola, leia, abaixo, a sequência de historinhas sobre o que ocorria no Colégio Caseb, quando Brasília nascia, em novembro de 1961. A conclusão é que o acompanhamento dos pais na vida escolar dos filhos é fundamental. Já dizia o filósofo de Mondubim: “Se filho não precisasse de pai e mãe, nasceria de uma árvore e cairia quando estivesse maduro.”

Foto: CASEB (museudaeducacao.com.br)

Historinhas (11/1961)

A notícia publicada nesta coluna, sobre a situação de alunos transviados na Escola da Caesb, criou uma situação de alarme justificada, mas os defeitos de interpretação devem ser corrigidos.

 

Não fizemos alusão à vida dos alunos dentro do Colégio, mas depois das aulas, ou durante as “gazetas”, que se realizam em virtude da pouca atenção de muitos pais para com os filhos.

 

Quando elogiamos o plano de ensino de Brasília, estávamos reconhecendo, mas reconhecemos, também, que o Rio nos mandou inúmeros transviados para o convívio com alunos habituados simplesmente à vida escolar.

 

Estes, são os órfãos de pais vivos, que, através de contatos com alunos normais, vão desvirtuando os estudiosos, contaminando as amizades, destruindo a educação.

 

Educação é berço, e a escola é o seu ponto de aprimoramento. Para que se evitem os problemas de juventude, tão comuns no Rio e S. Paulo, é que fizemos a denúncia, não à escola, mas aos pais, aos responsáveis, pra que acompanhem, mais de perto, a vida de seus filhos.

 

A informação que temos da Escola, confirmada por nossa visita em horário escolar, é a de que a assistência ao aluno não será redobrada, porque já é eficiente, mas as punições para casos irregulares serão implacáveis e definitivas.

 

Piscinão

É fundamental que tenha sempre policiamento no Piscinão do Lago Norte. Os bêbados dirigindo colocam em risco a vida de todos os que passam por ali, principalmente aos domingos da manhã até à noite.

 

Todos por tudo

Segue, até o dia 13 de abril, o projeto SOS DF com a parceria da CEB, SLU, DF Legal, Detran, DER e administrações regionais. Por toda a cidade, desobstrução da rede fluvial, lâmpadas trocadas, pistas sinalizadas, e por aí vai.

Foto: Marcelo Ferreira/CB/D.A Press

 

Senado

Agora que estamos só nós dois aqui. Se os representantes do povo acolheram o voto aberto e não eletrônico (pelo resultado no painel) como voto seguro, imagine o que não acontece nas urnas eletrônicas por esse país afora. O próprio ministro Marco Aurélio de Mello fez impecável defesa do voto transparente e auditável. “Prevalece, como direito inalienável dos cidadãos, a submissão dos atos de exercício de poder, tanto do Executivo como do Judiciário e do Legislativo, à luz meridiana, dogma do regime constitucional democrático. Constitui fator de legitimação das decisões governamentais, indissociável da diretriz que consagra a prática republicana do poder, o permanente exercício da transparência”. Urnas eletrônicas só com voto impresso!

Print: facebook.com/capitalismoeuteamo

 

Esclarecendo

Jornalistas conceituados acreditam na violabilidade dos votos impressos. Eles ficam na seção de votação. São acomodados em uma urna (que é verificada com antecedência se está realmente vazia). Só tornam a recontagem dos votos e auditoria possíveis.

 

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

Estes, são os órfãos de pais vivos, que, através de contatos com alunos normais, vão desvirtuando os estudiosos, contaminando as amizades, destruindo a educação. (Publicado em 10.11.1961)

A complexidade de se alcançar o ser, até o humano.

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Tirinha: Mafalda, Quino

 

Sem uma educação que coloque o ser humano em destaque, à frente da ciência e da razão, estamos fadados ao insucesso, construindo pessoas como quem constrói máquinas. Nesse sentido, chama a atenção a frase do neurocientista português António Damásio, autor, dentre outras obras do livro “A estranha ordem das coisas”.

Para esse pesquisador, é preciso educar massivamente as pessoas para que aceitem umas às outras. Sem esse tipo de educação, diz, os seres humanos vão matar-se uns aos outros. Segundo Damásio, nossos instintos básicos nos impelem a pensar primeiro em nossa própria sobrevivência, os outros que se lixem.

Vivendo numa Europa que assiste ao renascimento do nazismo e de outras formas de xenofobia, decorrentes, em parte, dos fenômenos das imigrações e do globalismo, o neurocientista destaca a importância de saber aceitar os outros, que pode ser desenvolvida por uma educação mais voltada ao humano. Em sua concepção, a ausência do lado emocional, desprezada pela maioria das escolas tradicionais, acaba por prejudicar a própria racionalidade. Para ele, nossas emoções foram responsáveis pela definição de nossa cultura. “Aquilo que fomos sentindo ao longo de séculos, fez de nós o que somos hoje”, afirma o neurocientista, para quem é a cultura que nos distingue dos demais animais nesse planeta.

A linguagem foi um dos nossos primeiros instrumentos para, nos comunicarmos e nos entendermos com os outros, construirmos nossa cultura e nossa civilização ao longo de todos esses séculos. O sentimento, afirma, tem um papel único no aparecimento das culturas, pois foram eles os grandes motivadores das culturas atuais. Em outras palavras, foram as condições que levaram à dor e ao sofrimento que induziram as pessoas a pensar em meios de evitar esses mesmos sentimentos no futuro. “Os sentimentos, aquilo que sentimos, são o resultado de ver uma pessoa que se ama, ou ouvir uma peça musical ou ter um magnífico repasto num restaurante. Todas essas coisas nos provocam emoções e sentimentos. Essa vida emocional e sentimental que temos como pano de fundo da nossa vida são as provocadoras da nossa cultura.”

Desse modo, organizar-se para sobreviver, parece ser a sina de todos os seres vivos, até mesmo dos microrganismos mais básicos. Vivemos, assim, à semelhança do que ocorre com as bactérias, em permanente estado de conflito e de cooperação. Para esse pensador, é importante insistir nas humanidades para formar tantos homens comuns como cientistas. “Quando me perguntam qual é, em minha opinião, o maior cientista em minha área de pesquisa, respondo que é Shakespeare”, diz António Damásio, ao lembrar que as melhores e mais precisas definições de vida, nos são dadas justamente pelas obras de arte como a pintura, literatura, a música e outras expressões do gênero.

Só elas são capazes de transmitir o sentimento do que é viver, estar vivo. Uma das grandes barreiras das ciências e isso vale também para o modelo de educação que temos, é que eles são obsessivamente voltados para a objetividade e para o racionalismo, deixando de lado os aspectos do sentir que é encarado como algo apenas subjetivo.

A priorização excessiva dada pela maioria de nossas escolas ao desenvolvimento cognitivo, em detrimento do afetivo, tem prejudicado a própria pedagogia, afastando a educação de seu papel humanizador.

 

A frase que foi pronunciada:

“Viver é o ofício que quero ensinar aos meus alunos, pois antes de se tornar um magistrado ou soldado, ele será chamado para a vida humana a se tornar primeiramente homem.”

Jean Jaques Rousseau, filósofo

Charge: humorpolitico.com.br

 

Crianças

Cuidados sempre presentes com as crianças diabéticas, principalmente no momento da alimentação na escola. A Sociedade Brasileira de Diabetes dá dicas de como lidar com os cuidados que uma criança com diabetes necessita no ambiente escolar.

Foto: bancodasaude.com

Volta às aulas: como cuidar do diabetes no ambiente escolar

Atenção e cuidados especiais são necessários para que a criança com diabetes possa manter um dia a dia saudável na escola

A rotina da criança e adolescente com diabetes causa uma série de preocupações aos pais, já que a doença exige cuidados diários, como alimentação regrada e, em alguns casos, até aplicação de insulina diversas vezes ao dia e o monitoramento frequente da taxa de açúcar no sangue. Em casa, o controle fica por conta dos responsáveis, que já sabem lidar com os desafios, mas, quando voltam às aulas, fica a pergunta: como manter essa rotina?

De acordo com Débora Bohnen Guimarães, nutricionista e coordenadora do Departamento de Nutrição da Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD), a criança e adolescente com diabetes deve, primeiramente, ter uma alimentação adequada e saudável no ambiente escolar – que não foge muito do padrão preconizado a todas as crianças. “O grande problema é que nem sempre as cantinas oferecem alimentos saudáveis. Com isso, o melhor seria mesmo se planejar para levar a merenda, favorecendo iogurtes ou sucos naturais sem açúcar, sanduíches leves, biscoitos, bolos ou cereais integrais e frutas”, aconselha.

Porém, quando o aluno opta pelo lanche oferecido na escola, ele pode contar com alguns métodos que o auxiliam a manter os níveis de glicemia estáveis, como a contagem de carboidratos, que possibilita calcular a quantidade exata de insulina que deve ser utilizada para cada refeição. “Essa é sempre uma ótima opção para dar flexibilidade alimentar, pois o estudante pode comer qualquer alimento desde que ele ajuste sua dose de insulina ultrarrápida. Não há alimentos proibidos, mas sim um controle dentro dos conceitos do que é saudável ou não. No caso de lanches oferecidos pela escola e dependendo da idade da criança, será necessário auxílio de um adulto para realizar a contagem. O que os pais podem fazer é tomar conhecimento do cardápio anteriormente e já estabelecer, junto aos educadores da escola, a quantidade de alimentos adequados para a criança, que estará de acordo com seu regime de insulina”, comenta a nutricionista.

Aplicação dos medicamentos
É importante que os pais tenham uma conversa com a direção e coordenação do local de ensino a respeito do diagnóstico e tratamento que seus filhos estão realizando no momento: desde as doses de insulina, o grau de controle do diabetes, os casos de hipoglicemia e até as necessidades alimentares.

Segundo Débora, as crianças que precisam de ajuda para tomar insulina em escolas nas quais não há enfermeiros ou outro profissional que se dispõe a arcar com os cuidados necessários com monitorização de glicose e aplicação de insulina, acabam adaptando suas rotinas de medicamento. “Os pais, muitas vezes, vão até a escola para dar a insulina na hora do intervalo ou adequam o regime de insulina anterior e de lanche da escola para que não haja necessidade dessa aplicação. Os alunos com diabetes que estão em terapia de múltiplas injeções diárias podem não precisar de insulina em algumas refeições, como no meio da manhã ou da tarde, e normalmente é esse o período que os pais escolhem para seus filhos estudarem”, afirma.

Atualmente, existem escolas “amigas da criança com diabetes”, que oferecem profissionais que se dispõem a ajudar no controle da glicemia e até mesmo aplicam a insulina. Os pais devem treiná-los de acordo com a receita médica do aluno. Esta, porém, ainda não é uma obrigação de todos os locais de ensino.

Ensinando sobre diabetes
Visando disseminar a educação em diabetes no ambiente escolar, a SBD é parceira em iniciativas como o Projeto Kids – Diabetes in Schools, criado pela ADJ – Diabetes Brasil em parceria com a International Diabetes Federation (IDF), que oferece materiais educativos para auxiliar as escolas com informações sobre o diabetes. O material é conhecido como “Pacote Educativo para Informar sobre Diabetes nas Escolas”, e foi aprovado pelo Ministério da Saúde, SBD e Sociedade Brasileira de Pediatria.

Alguns locais, como o Centro de Referência Diabetes nas Escolas (CRDE) da Santa Casa de Belo Horizonte, oferecem até mesmo treinamento presencial ou à distância para capacitar os profissionais das escolas sobre os cuidados necessários com o aluno com diabetes, a fim de que os pais e alunos tenham segurança em relação ao tratamento durante o período escolar. “Os professores, coordenadores, diretores e demais profissionais são vistos como membros da equipe de tratamento do diabetes, então é necessário desmistificar a doença, orientá-los a respeito dos cuidados e alertá-los sobre as dificuldades do aluno com diabetes”, comenta.

Um ponto importante é o apoio necessário para que o bullying com estes estudantes não ocorra, já que pode atrapalhar a aderência ao tratamento e, consequentemente, prejudicar a saúde da criança. “A situação deve ser analisada por toda equipe escolar para que esses adolescentes se sintam à vontade com a doença – seja por ajuda emocional, caso necessário, ou por apoio familiar e dos professores no esclarecimento de toda a turma do aluno. A escola deve ser um ambiente de apoio, saudável e de segurança, sem necessidade de vitimização ou exposição à condição do aluno com diabetes. Dessa forma, a aliança entre casa e escola será um meio ideal para a manutenção de uma boa saúde para todos”, completa Débora.

Sobre a SBD
Filiada à International Diabetes Federation (IDF), a Sociedade Brasileira de Diabetes é uma associação civil sem fins lucrativos, fundada em dezembro de 1970, que trabalha para disseminar conhecimento técnico-científico sobre prevenção e tratamento adequado do diabetes, conscientizando a população a respeito da doença e melhorando a qualidade de vida dos pacientes. Também colabora com o Estado na formulação e execução de políticas públicas voltadas à atenção correta dos pacientes, visando a redução significativa da doença no Brasil.
Conheça nosso trabalho: www.diabetes.org.br.

 

Trânsito

Até hoje os motoristas do Lago Norte não conseguem manter a direita livre no primeiro sinal do local. Apesar de duas placas sinalizando que a direita é livre, quando o semáforo aponta o vermelho, os veículos param nas três faixas. Só um cone barril reflexivo resolveria a situação, impedindo os motoristas de seguirem em frente na faixa da direita.

Foto: mapio.net

 

Cotidiano

Desde o dia 12 de janeiro, os senadores se articulam pelo voto aberto no Senado. Não foi tão difícil calcular os votos. Quem queria voto aberto seria contra Renan, quem defendia o voto secreto seria a favor. E assim foi a eleição. Exatamente como o esperado.

 

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

Quando elogiamos o plano de ensino de Brasília, estávamos reconhecendo, mas reconhecemos, também, que o Rio nos mandou inúmeros transviados para o convívio com alunos habituados simplesmente à vida escolar. (Publicado em 10.11.1961)