O perigo de ser governador

Publicado em ÍNTEGRA

DESDE 1960 »

aricunha@dabr.com.br

com Circe Cunha e MAMFIL

Nestes tempos de crise e de muitos escândalos, ocupar o cargo de governador requer, além de uma força sobre-humana, uma disposição em aceitar ser o saco de pancadas da hora, com bordoadas vindas de todos os lados, principalmente dos milhares de servidores insatisfeitos com a depreciação dos salários, tragados pela inflação. Para um governo que, forçosamente, se transformou em simples gestor de uma folha salarial supervitaminada, o temor é que, ao fim da gestão, reste, além de uma biografia maculada por má administração, o perigo de inúmeros processos judiciais por descumprimento de preceitos da LRF, inclusive com a ameaça de inelegibilidade.

Com os sindicatos e parte da Câmara Legislativa em seu encalço, o dia a dia e a própria função de governador perderam muito do glamour, transformando o cargo em um posto de tormentas constantes e muitas armadilhas. Para compensar a situação de deficit constante, o GDF se vê obrigado a cortar investimentos, cancelar reajustes salariais, impedido de contratar novos serviços, aumentar impostos e tarifas, inclusive, aqueles que atingem em cheio os trabalhadores de baixa renda, como tarifas de metrô e de ônibus, sem falar nos aumentos de IPTU, água e luz. Com as contas do GDF no vermelho, resta ao governo de Rollemberg esperar que as medidas de ajustes do governo federal caminhem com normalidade, caso contrário…

A frase que não foi pronunciada

“Com menos regalias, mais obrigação de contrapartida e prestação de contas de verbas recebidas e a Polícia Federal na cola, quem vai querer se candidatar no Brasil”?

Pergunta até as próximas eleições

Em plena crise
» Terracap cria programa de renegociação. A proposta é a devolução de imóveis de 1.600 clientes inadimplentes. Até amanhã, a Agência de Desenvolvimento do DF acredita que haverá adesão à campanha.

Desapropriações
» Por falar em Terracap, seria interessante uma pesquisa sobre as terras desapropriadas para a construção da ponte no Lago Norte. Há uma ocupação suspeita no mapa. É insana a volta que se dá, por falta de uma ponte, para que os moradores da EPPN e adjacências cheguem ao centro da cidade.

Impressionante
» De 2 a 6 de novembro, acontecerá a terceira edição do Brasília Tatoo Festival, no Centro de Convenções Ulysses Guimarães. Entre as atrações, as tatuagens em mamilos e auréolas. Impressionante. Só havia visto coisa parecida em filmes de tortura na história da Indonésia.

2017-2021
» Gestão e Transparência é a chapa de Petrus Elesbão que concorre para a diretoria do Sindilegis. Petrus é o atual presidente da Associação dos Servidores do Senado (Assefe). Pessoa agradável, sofisticada sem perder a simplicidade. Foi recentemente premiado pela excelência de gestão em uma disputa que envolveu 2 mil clubes em todo o país. As eleições estão marcadas para 8 de novembro.

Lembrete

» É bom lembrar que para concorrer a cargos de gestão do Sindilegis, o candidato precisa ser ficha limpa. Candidatos que não prestaram contas ao Conselho Fiscal ou à Assembleia Geral ou tiveram as contas rejeitadas no período em que foram gestores estão fora da corrida.

Exposição
» Juliana Nunes, estudante de psicologia da UnB, foi a cicerone na exposição Mãos que cuidam, na biblioteca da universidade. Um trabalho de suma importância que é desenvolvido em parceria com a Apae, em que jovens são preparados para conquistar a liberdade por meio de um trabalho importantíssimo: a conservação de livros e periódicos.

Responsáveis
» A exposição é uma iniciativa da Apae-DF, Biblioteca Central da UnB e Decanato de Extensão. Neide Aparecida Goes é a gestora do projeto, a curadoria da exposição é de Gabriela Souza Mieto, Marli Maciel e Mônica Kanegae. O diretor da BCE é Emir Suaidem. E a presidente da APAE-DF, Wilma Chaves Kraemer.

Solidariedade
» Vinte de dois de outubro, sábado, das 10h às 16h, é dia de Feira de Artesanato e Brechó na Casa do Pequeno Polegar, na QI 5, Chácara 96, atrás do Gilberto Salomão. É bom almoçar por lá. Um festival de massas será oferecido por R$ 30. A sobremesa é de graça. Boa agenda para a família.

História de Brasília
E a distribuição do O Jornal como vai? Se o Calmon chegar aqui e não encontrar o jornal no aeroporto, e no hotel, você acaba sendo demitido. Era a luta dia a dia. Todos os horários de aviões na cabeça. Real, às 9h30; Panair, às 10h. Se não vier num, virá no outro. (Publicado em 15/9/1961)

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