Ministério Público isola interferência política na eleição da PGR

PGR
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Coluna Brasília-DF/ Por Leonardo Cavalcanti  

Procuradores que se preparam para disputar o cargo de chefe do Ministério Público estranharam a movimentação dos partidos para interferir na eleição da categoria prevista para junho. Hoje, às 11h, deputados do Centrão se reúnem no Congresso. Devem avaliar se enviam ao Supremo ação direta de inconstitucionalidade (ADI) para que apenas subprocuradores gerais — que atuam em tribunais superiores, ao contrário dos procuradores regionais — possam ser indicados ao cargo ocupado por Raquel Dodge. A tentativa é a de impedir que integrantes mais novos na carreira — e por tabela, voltados a investigações mais recentes, como as da Lava-Jato — participem da eleição do MP.

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Caso se confirme a ação por parte dos parlamentares, procuradores devem elevar o tom em defesa da independência da categoria que, desde 2003, organiza uma lista tríplice para a indicação da chefia da Procuradoria-Geral da República sem a distinção entre os cargos no MP e com a única exigência de idade mínima de 35 anos. Nos grupos de mensagens instantâneas, ontem, integrantes do Ministério Publico chegaram a suspeitar que a ação dos parlamentares tenha sido estimulada por gente da própria categoria.

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A ação dos deputados do Centrão tem razão de ser, pois parte deles é alvo de investigações. No entanto, políticos mais cautelosos temem reações contrárias da opinião pública caso a ADI seja protocolada, a ponto de o envio ter perdido força nas últimas 24 horas.

O “caipora”

Se dependesse do presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara, Felipe Francischini (PSL-PR), as longas reuniões que ocorrem no local seriam interrompidas de tempos em tempos. É que o novato sente falta de tragar um cigarrinho durante os debates.

Grupos de pressão

Entre gente do mercado, corre a informação de que o governo chinês contra-ataca na guerra aberta pelo leilão do 5G no ano que vem. É que os Estados Unidos pediram ao Brasil para excluir do certame a Huawei, uma multinacional de telecomunicações sediada em Shenzhen. Caso o governo Bolsonaro aceite as alegações dos norte-americanos, a China deve retaliar e cortar alguns volumes de importação de soja.

CURTIDAS

Portugal na agenda // Em sua 7ª edição, o Fórum Jurídico de Lisboa vai discutir Justiça a Segurança Pública. Os presidentes da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AC), foram chamados pelo ministro do Supremo Tribunal Federal Gilmar Mendes para o evento e estão confirmados. Também estarão presentes os presidentes dos tribunais superiores, ministro João Otávio de Noronha, do STJ, e Antonio Dias Toffoli, do STF.

Ministro convocado // O deputado federal Elias Vaz (PSB-GO) quer que o ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio, se explique sobre a suposta ameaça de morte que teria feito à deputada federal Alê Silva (PSL-MG). Vaz protocolou requerimento na Secretaria da Comissão de Fiscalização Financeira e Controle convocando o ministro, envolvido no escândalo das candidaturas laranjas.

Cidadão honorário // O ex-ministro da Advocacia-Geral da União Fábio Medina Osório participa hoje, às 19h, de uma homenagem da Câmara Legislativa do Distrito Federal. O jurista receberá o título de cidadão honorário de Brasília.

Caseiro que derrubou Palocci receberá indenização de R$ 950 mil

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Coluna Brasília-DF/ Por Denise Rothenburg

Saiu a decisão da 4ª Vara da Justiça Federal que homologou o acordo celebrado entre o caseiro Francenildo dos Santos Costa, estopim da demissão de Antonio Palocci do Ministério da Fazenda, e a Caixa Econômica Federal. O alvará está pronto e se refere a um processo de danos morais, que corre desde 2006. Pelo acordo, Francenildo receberá R$ 950 mil.

A novela envolvendo o caseiro Francenildo começou em 2006, no governo Lula, quando ele teve seu sigilo bancário violado, depois de prestar depoimento na CPI dos Bingos. Ele havia afirmado, em depoimento, na comissão, ter visto o então ministro Antonio Palocci numa casa no Lago Sul, frequentada por lobistas, empresários e prostitutas, e palco da partilha de propinas.

A conta de Francenildo na CEF havia recebido, à época, R$ 38,6 mil. Aliados de Palocci se referiram a esse dinheiro como um pagamento para que ele incriminasse o ministro na CPI. Francenildo provou que o dinheiro vinha de seu suposto pai biológico, um empresário piauiense, que não queria assumir a paternidade. A mãe de Francenildo e o empresário apresentaram as provas da história. Assim, o presidente da CEF à época colocou o cargo à disposição e Lula não teve alternativa, senão demitir o ministro da Fazenda. Hoje, Palocci continua preso, por causa da condenação na Lava-Jato. E Francenildo, muito perto de receber uma bolada.

 

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Caio Gomez/CB/D.A Press

 

Queimou cartuchos…

Quem conhece a forma de pensar dos principais integrantes da equipe econômica já fez chegar ao Planalto que mais uma interferência do presidente Jair Bolsonaro em questões de mercado sem combinar antes, como fez em relação ao preço do diesel, pode ser fatal para a confiança no governo.

…E criou problema

Se continuar agindo dessa forma, o presidente Jair Bolsonaro pode ver escorrer pelos dedos a parte que realmente lhe garantiu a vitória nas eleições. Embora o presidente atribua ao vereador Carlos Bolsonaro, o mercado considera que a “trinca” — mercado, Lava-Jato e militares, três segmentos cansados do PT — buscou em Bolsonaro o porto mais seguro para evitar que os lulistas ou seus fiéis escudeiros continuassem mandando no país.

Pecado capital

Em conversas reservadas, os políticos têm dito que o maior erro da presidente Dilma Rousseff foi achar que vencera sozinha e poderia fazer o que bem entendesse. No caso do presidente Jair Bolsonaro, ainda está em tempo de não seguir por esse caminho e governar para todos os brasileiros, respeitando legislações e contratos.

 

O pai biológico/ A escolha de um relator da Nova Previdência ligado ao governador de São Paulo, João Doria, e do senador Tasso Jereissati, para avaliar a reforma no Senado, deixa a proposta nas mãos do PSDB, que sempre defendeu o ajuste fiscal e alertou para os perigos de não se reformar as regras para aposentadoria.

Por falar em reforma…/ Preocupados com os prazos da Nova Previdência, congressistas defensores da proposta estudam uma fórmula para garantir aprovação rápida do texto que sair da Câmara. A ideia é considerar eventuais emendas como “de redação” ou seja, “pequenos ajustes”, e, assim, enviar a emenda direto à promulgação, sem precisar voltar à Câmara.

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Minervino Junior/CB/D.A Press

PSL & PT/ O PT obteve sua primeira baixa quando partiu para a reforma da Previdência. No caso do PSL, ao que tudo indica, o problema será o laranjal. Especialmente agora, depois que a deputada estadual Janaína Pascoal, que quase foi vice de Bolsonaro, pediu a cabeça do ministro do Turismo, Marcelo Álvaro.

Enquanto isso, no Rio de Janeiro…/ Diante das tragédias que se sucedem na cidade do Rio de Janeiro, o prefeito Marcelo Crivella não conseguirá firmar a mesma parceria com o PR, em caso de concorrer à reeleição.

Desaprovação do Judiciário supera a do Legislativo

Judiciário
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Saiu a II Rodada do Barômetro da Associação Brasileira de Relações Institucionais e Governamentais (Abrig), em parceria com o Instituto de Pesquisa e Estratégia (IPE). O Judiciário ultrapassou o Legislativo no quesito desaprovação, em relação ao levantamento anterior. Em dezembro do ano passado, 46% desaprovavam o Judiciário. Agora, são 63%, uma diferença de 17 pontos.

Congresso não fica atrás

A desaprovação do Congresso, que era de 50%, chega agora aos 60%. A aprovação também subiu, de 19% para 25%. O que caiu foi o percentual daqueles que não sabiam. De 31% baixou para 15%.

Bolsonaro se salva

O governo do presidente Jair Bolsonaro escapou dessa sina: 47% aprovam, 35% desaprovam e 18% não souberam responder.

Bolsonaro tenta fugir de desgaste, após 100 dias, mas repete Dilma

100 dias
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Os anúncios relativos aos 100 dias de gestão são citados no próprio governo como a senha para tirar o presidente Jair Bolsonaro da escorregadia pista dos temas que geraram desgaste nestes primeiros três meses e, por tabela, diluir as atenções do eleitorado a respeito da nova Previdência.

Até mesmo os evangélicos que o apoiaram, caso, por exemplo, de Silas Malafaia, estão cientes de que a hora é de cuidar do emprego e da segurança. “Votamos em Bolsonaro porque ele tem vida limpa, pela questão da segurança, da corrupção, pela questão de um novo país, pela questão do desemprego. Estamos inseridos no contexto das necessidades e desejos deste país grande”, disse o pastor. Resta saber se o núcleo mais ligado ao presidente aceitará essa mudança de agenda.

Governo repete Dilma I

Incluída no rol de projetos que o presidente Jair Bolsonaro enviou ao Congresso ontem, a autonomia do Banco Central já tem um texto combinado com o próprio banco tramitando na Câmara. Ou seja, o governo poderia perfeitamente ter prestigiado os parlamentares, no caso, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, autor da proposta. Maia não gostou. E os aliados dele viram uma “dilmice” nessa história.

Governo repete Dilma II

Essa atitude de apresentar textos semelhantes aos de origem parlamentar irritava muito os deputados e senadores nos tempos do governo da presidente Dilma Rousseff. Ela era tida como alguém que não dividia nem iniciativas nem vitórias com o parlamento. Provocava, assim, desgastes necessários.

 

Às redes/ Bolsonaristas pretendem fazer uma blitz nas redes sociais, neste fim de semana, com o intuito de conclamar os deputados da Comissão de Constituição e Justiça da Câmara a votar a nova Previdência na semana que vem. Felipe Francischini quer resolver logo. Ainda que a sessão siga pela madrugada.

Deixe tudo para depois/ A bancada do Amazonas que esteve com o presidente Jair Bolsonaro saiu meio frustrada. Além de ter de chegar cedo ao Planalto — a audiência estava marcada para as 8h30 , descobriu que, simplesmente, a assessoria do presidente não havia solicitado a pauta da bancada. Portanto, Bolsonaro não tinha ideia do que a bancada trataria com ele.

Porta aberta/ Para completar, a cada minuto entrava alguém na sala para tratar de algum ajuste relacionado aos anúncios dos 100 dias, o foco do presidente ontem.

Por falar em Bolsonaro…/ Jair Bolsonaro pode até se declarar fã do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Mas quem, ao assumir o governo, anunciou que postaria um vídeo no YouTube por semana para divulgar as ações governamentais foi o democrata Barack Obama. Alguns aliados comentam que vem daí a ideia que inspirou a live semanal de Bolsonaro no Facebook.

Governo amplia agenda

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Depois de patinar na chamada “agenda de costumes” e na articulação política desses primeiros três meses, o governo do presidente Jair Bolsonaro aproveita a marcação dos 100 dias de gestão para mostrar que sua administração não se resume às falas da ministra Damares Alves,  aos tropeços na área de Educação. nem á reforma da Previdência.  Foram 18 medidas divulgadas hoje para tentar levar a parcela expressiva do eleitorado que elegeu o presidente no ano passado a renovar as esperanças em seu governo. Tem de tudo um pouco, desde comissão interministerial de combate à corrupção, a  projetos de lei, como o da educação domiciliar, até o 13º do Bolsa Família, uma medida que beneficia diretamente os mais pobres e a economia dos rincões do país. Com esse leque de anúncios, o governo sai do discurso único de “previdência, previdência, previdência” e ainda joga uma isca para ver se a oposição passa a jogar em várias frentes, pelo menos, nesse início de tramitação da Nova Previdência. Resta saber se a oposição irá dividir seus esforços. Lula, que comanda o PT da prisão em Curitiba, já orientou seu partido a ficar focado na Nova Previdência.

 

 

Ministro Paulo Guedes, o encantador de prefeitos

Paulo Guedes
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A Marcha dos Prefeitos chega hoje ao seu último dia, e a maioria deles volta para os municípios esperançosos com um aumento da arrecadação, por causa da proposta do ministro da Economia, Paulo Guedes, de redistribuir o bolo dos impostos dentro de uma reforma tributária. É que, ao longo dos anos, os governos foram ampliando os recursos federais não compartilhados e dando incentivos com aqueles divididos com estados e municípios, ao ponto de a distribuição cair a menos da metade do que era nos anos 1980.

Aliás, a turma dos pequenos avisou que até apoia a reforma da Previdência, mas sem mexer na aposentadoria rural e no BPC (Benefício de Prestação Continuada). É que são esses benefícios que, ao lado do Bolsa Família, ajudam a incrementar a economia nos rincões do Brasil.

Expectativa de poder

Dizem que, em política, a perspectiva de conquistar poder é mais estimulante do que o exercício do poder em si. Pois é justamente isso que o presidente Jair Bolsonaro vai jogar no ar para os potenciais partidos aliados, quando a reforma da Previdência chegar à Comissão Especial de mérito. Assim, a vontade de obter algum espaço no governo levará muitos a não desidratar a proposta da nova Previdência. Pelo menos essa é a aposta do governo.

Por falar em poder…

Jair Bolsonaro completa 100 dias sem lotear o governo com os partidos políticos. Em compensação, não montou ainda uma base para o que der e vier nem na Câmara nem no Senado. O plano do governo é negociar projeto a projeto. Dentro do mérito das propostas, e não no toma lá, dá cá.

A “dica” de Bolsonaro

Fortalecido depois da demissão do embaixador Mário Vilalva da direção da Apex-Brasil, o ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, saiu da conversa com o presidente Jair Bolsonaro de posse de uma carta “off white” para escolher o substituto. Ou seja, é branca, mas não aquele branco que ofusca os olhos. É que o presidente sugeriu ao ministro que seria bom ter um diplomata de carreira na chefia da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos. Sugestão de presidente, avisam os escolados em poder, cumpre-se.

Palavra cassada, não!

A manhã de quarta-feira foi de muita reclamação nos bastidores da diplomacia dos países árabes. É que, inicialmente, foi definido pelo Planalto que só o presidente Jair Bolsonaro e a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, falariam. Alguns embaixadores também queriam ter direito à palavra. Nem que fosse para saudar a iniciativa da ministra.

Virou regra geral

A decisão da Comissão de Constituição e Justiça do Senado pelo arquivamento da CPI da Lava-Toga e o discurso de Renan Calheiros em defesa de uma agenda que leve à geração de empregos e investimentos, em vez de crises, deixaram o presidente do Senado, Davi Alcolumbre, livre do desgaste. Alcolumbre já avisou que, com ele, será assim: todas as vezes em que vier um tema polêmico, caberá ao plenário da Casa decidir, ouvida a CCJ.

CURTIDAS

Candidato natural/ Dentro do PSB, o deputado João Campos (PE) é citado como o nome preferencial para concorrer à prefeitura do Recife. Porém, nada será colocado agora por ninguém do partido. A ideia entre os socialistas é fazer mais ou menos o que adotou Eduardo Campos: falar de vários nomes para que o escolhido mais à frente não vire alvo dos adversários desde já.

Eles têm a força I/ O Secretariado Nacional do PSDB-Mulher vai se mobilizar para a sucessão de Geraldo Alckmin no comando do partido. É que, como a bancada feminina na Câmara aumentou 60% em relação à eleição de 2014, elas consideram que qualquer mudança passa pelas mulheres. Inclusive, chegaram a lançar Yeda Crusius para a presidência do partido, no ano passado.

Elas têm a força II/ Um grupo de articulação ficou de procurar os principais líderes partidários para dizer que elas não abrem mão de 30% dos cargos titulares da nova Executiva Nacional. O primeiro a ser procurado deverá ser o ex-presidente Fernando Henrique, depois Geraldo Alckmin e os governadores João Doria (SP), Eduardo Leite (RS) e Reinaldo Azambuja (MS). O ex-ministro Bruno Araújo, preferido por Doria para assumir o comando do PSDB, também está na lista. A eleição é em maio.

Zona Franca/ TCU e Correio Braziliense fazem hoje um seminário sobre a importância da Zona Franca de Manaus para o desenvolvimento do país. O presidente do TCU, José Mucio Monteiro, participará da abertura do seminário, e o ministro Bruno Dantas será um dos debatedores no primeiro painel. Num país em que faltam empregos, esse debate é mais que oportuno.

Bolsonaro pede para ir a jantar com embaixadores dos países árabes

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No dia em que Benjamin Netanyahu comemora sua apertada vitória em Israel, o presidente Jair Bolsonaro participa de jantar com 51 embaixadores de países árabes e muçulmanos, na sede da Confederação Nacional de Agricultura. A iniciativa do encontro foi uma parceria entre a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, e o presidente da CNA, João Martins, para manter os laços comerciais com as Nações que compram 40% da proteína animal exportada pelo Brasil. A presença do presidente foi decidida praticamente de última hora. O evento foi inclusive antecipado para 19h30, a pedido do Planalto. A presença de Bolsonaro e do ministro de Relações Exteriores, Ernesto Araújo, tem uma simbologia importante para esses países, uma vez que demonstra a boa vontade do governo para com esses países.

Os embaixadores, entretanto, esperam poder falar no evento. A previsão, entretanto, é a de que só a ministra e o presidente falem no encontro. Porém, os embaixadores, conforme apurou o blog, gostariam de ter algum espaço para poder dar expor sua visão sobre as relações históricas desses países com o Brasil. Desde o anúncio da visita do presidente Jair Bolsonaro a Jerusalém o clima não foi dos melhores. Com o anúncio do escritório comercial na cidade e a foto de Bolsonaro no Muro das Lamentações ao lado de Netanyahu, a Autoridade Palestina __ que também reivindica Jerusalém __ ficou extremamente incomodada. Para completar, ainda houve um constrangimento com o movimento radical islâmico Hamas, por causa do tweet do senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), dizendo que queria que o Hamas se explodisse.  A mensagem foi apagada pouco depois pelo próprio senador, porém, o constrangimento estava criado. Agora, entretanto, é esquecer os problemas e tentar reconstruir a boa relação comercial.

DEM acredita que veto a Izalci no MEC por causa do suplente foi pretexto

DEM
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Empossado o ministro da Educação, Abraham Weintraub, o presidente Jair Bolsonaro terá que correr para tentar apaziguar novamente o partido do seu ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni. Os demistas consideram que o veto dos evangélicos ao senador Izalci Lucas (PSDB-DF) por causa do suplente, Luiz Felipe Belmonte, não passou de uma desculpa para que o ministro Onyx pudesse emplacar seu número dois no primeiro escalão do governo e, de quebra, recuperar a estrutura ideológica de Olavo de Carvalho na pasta.

As desconfianças cresceram quando os deputados do DEM souberam das mensagens trocadas por parte dos evangélicos chamando os adeptos da União do Vegetal de “maconheiros”. O Centro Espírita União do Vegetal (UDV), do qual o advogado Belmonte faz parte, não tem nada a ver com maconha. Seus rituais são feitos a partir de um chá aprovado nos Estados Unidos e no Canadá e que já passou por testes toxicológicos nos quais a presença de drogas em sua composição foi totalmente descartada. Belmonte não é, nem nunca foi “maconheiro”, como os evangélicos tentaram fazer colar na imagem do suplente de Izalci. Agora, diante disso, o climão está criado. Já tem gente dizendo que Bolsonaro pode até conseguir aprovar a reforma da Previdência. Mas montar uma base para o que der e vier vai ser difícil.

Bolsonaro 2022

Na conversa com os partidos, o presidente Jair Bolsonaro tratou de tirar de cena a história de que “não nasceu para ser presidente” e colocou uma pulga atrás da orelha dos políticos. Na reunião com o PR, por exemplo, um dos presentes perguntou “E para frente?”, referindo-se aos planos. O presidente, com o jeito simples que lhe é peculiar, foi direto: “Há muita pressão para que eu seja candidato à reeleição aí”. Para bons entendedores, o recado está dado.

#Fica adica I

O ex-presidente da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos, embaixador Mário Vilalva, caiu porque foi falar mal do chefe, o ministro de Relações Exteriores, Ernesto Araújo, em entrevista à Folha de S.Paulo. No governo, há quem diga que ele, detentor do apoio dos militares, apostou na queda dos dois outros diretores e do próprio chanceler Ernesto Araújo.Perdeu

#Fica a dica II

Com Bolsonaro é assim: quem desrespeita a hierarquia, passando por cima do ministro da área, ainda mais em entrevista, pode providenciar caixas para limpar as gavetas e retirar seus objetos pessoais. O ministro Ernesto Araújo mostrou que continua forte.

Por falar em Araújo…

Agora, caberá ao ministro escolher o novo presidente da Apex-Brasil. Há quem defenda que se use a vaga para fazer uma composição entre os indicados para o cargo de embaixador em Washington. Assim, nomeia-se um sem desprestigiar outros. No Itamaraty, entretanto, há pressão para que Vilalva seja substituído por um diplomata de carreira.

Previdência passa

A inversão da pauta aprovada por 39 votos na Comissão de Constituição e Justiça, votação que garantiu a leitura do relatório do deputado Marcelo Freitas (PSL-MG) sobre a nova Previdência, indica que o governo terá maioria para aprovar o texto ali. E sem qualquer alteração, dentro do acordo fechado entre os partidos. A briga vai ficar para a Comissão Especial.

A professora I/ A ministra da Agricultura, Tereza Cristina (foto), conseguiu deixar o deputado Alexandre Padilha (PT-SP) meio sem graça. Quando ele perguntou sobre agrotóxicos em uso no Brasil, ela foi direta, dizendo que os defensivos citados haviam sido aprovados pela Anvisa no período em que Padilha era ministro da Saúde.
A professora II/ Ao final, ela terminou aplaudida por representantes de todos os partidos. Alguns parlamentares brincaram: “Deveria dar uma aula para o Paulo Guedes”. O ministro da Economia saiu da Câmara, na semana passada, batendo boca com o deputado Zeca Dirceu (PT-SP). Ambos foram alvo de dezenas de memes nas redes.

A capa do Correio/ A publicação da foto de Arthur Weintraub, em vez de Abraham, na capa da edição de ontem, terminou por provocar uma brincadeira de Abraham em sua posse como ministro da Educação. “Às vezes, sou confundido com meu irmão, Arthur, mas é fácil saber quem é quem. Eu sou o mais bonito. Mamãe sempre falava isso”. Bolsonaro, que discursou em seguida, não deixou barato: “Não sei quem é o mais bonito, mas numa disputa do mais feio, ia ser difícil decidir por um dos dois. Tem que manter a linha. Discurso e prática”, brincou.

Colaboraram Luiz Calcagno e Rodolfo Costa

Intrusos foram barrados no hospital enquanto Bolsonaro se recuperava de facada

Bolsonaro se recuperando no hospital da facada
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Coluna Brasília-DF

A decisão do presidente Jair Bolsonaro de começar a percorrer o país nos próximos meses virá acompanhada de um reforço na segurança. Isso porque pessoas próximas a ele não estão convencidas de que o atentado contra o então candidato do PSL, em setembro do ano passado, se tratou de um ato isolado, ainda que essa tenha sido a conclusão do primeiro inquérito sobre o caso. O que leva alguns bem próximos do presidente a essa inconformidade com o desfecho são as notícias de que, durante a campanha, por duas vezes, em horários fora do expediente, pessoas não autorizadas tentaram acesso à área onde o candidato estava internado. Porém, foram barradas pela segurança, porque seus nomes não constavam na lista de profissionais de saúde autorizados a tratar do candidato.

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Esses “intrusos” poderiam ser apenas fãs, curiosos ou apoiadores interessados em chegar perto dele. Mas não está descartada a hipótese de que poderiam ser ligados a Adélio Bispo, o autor da facada. Há especulações de que esse teria sido, inclusive, um dos motivos da ida de Bolsonaro à CIA, no mês passado. Coincidência ou não, no mesmo dia em que o presidente foi à agência norte-americana, a PF de Belo Horizonte soltou nota para informar que havia pedido a continuidade das investigações sobre os advogados de Adélio. Num cenário desses, todo o cuidado com a segurança é pouco.

É por aí

As apostas de quem conhece o jeitão dos integrantes do Superior Tribunal de Justiça (STJ) são as de que o ministro Felix Fisher pedirá pauta para o julgamento do caso do tríplex de Lula dando aos advogados de defesa o direito à sustentação oral. A outra forma, considerada improvável, é a análise dos ministros, sem sustentação oral da defesa.

No varejo

Do saldo da conversa com os partidos, o governo tirou a seguinte conclusão: Há campo para aprovar a reforma. Mas, para isso, é preciso evitar novas trombadas. Bolsonaro está tentando adotar o estilo paz e amor.

E o PSDB, hein?

A resistência de João Doria à proposta de rodízio no comando tucano era esperada. Entre os aliados dele, tudo isso não passou da busca de um discurso para, mais à frente, os inconformados que perderem o embate deixarem a legenda.

“Trouxeram para a política a linguagem das redes sociais. Têm-se hoje a profundidade de um WhastApp e a extensão de um Twitter. Assim, fica difícil construir convergência”
Do senador Eduardo Gomes (MDB-TO), segundo secretário do Senado

CURTIDAS

Na bronca/ Que ninguém duvide se o PSL for tirar satisfações da deputada Norma Ayub (DEM-ES) sobre o fato de o irmão dela ter sido identificado como o servidor da Receita que acessou os dados do presidente Jair Bolsonaro. O discurso da deputada a Sérgio Moro, de que foi por “pura curiosidade”, não colou entre os colegas dela de Parlamento.

Sem bronca/ O ex-deputado Geddel Vieira Lima agora chora na cadeia sem ser incomodado. Antes, o ex-senador Luiz Estevão, que agora passa o dia fora, lhe passava um pito.

DF na roda dos negócios I/ O secretário de Desenvolvimento Econômico do Distrito Federal, Ruy Coutinho, embarca para a Cidade do Panamá, palco do Global Business Forum, em 9 e 10 deste mês.

DF na roda dos negócios II/ Coutinho viajará a convite da organização do evento, que tem como carro-chefe o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e a Dubai Chamber, a Câmara de Comércio e Indústria dos Emirados Árabes Unidos. Sem ônus para o DF, apenas o bônus de ter um representante nas rodadas de negócios.

Pressões por Ministério põem Bolsonaro na muda

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O presidente Jair Bolsonaro se fechou em copas e adiou todas as conversas a respeito do Ministério da Educação. Ele quer refletir mais sobre o nome que deve assumir o Ministério da Educação no lugar de Ricardo Velez, e afastar as pressões. Nesse sentido, adiou também qualquer conversa com o senador Izalci Lucas (PSDB-DF), um dos nomes indicados para o cargo.

 

Izalci, por sua vez, entende que independente dos apoiamentos de amigos, a escolha nomes para qualquer cargo no governo federal vem por critérios técnicos, por competência e afinidade com as bandeiras do presidente da República. O que ele tem em comum, acima de tudo, com o presidente Bolsonaro é o desejo de “despetizar o MEC”, como tem dito em conversas com amigos.