Educação humanizadora

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VISTO, LIDO E OUVIDO Criada por Ari Cunha (In memoriam)

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Foto: Raquel Freitas/G1

 

Fossemos buscar um ponto comum, capaz de estabelecer ligações entre os fatos violentos que ocorrem em grande número e cotidianamente em todo o Brasil, que elemento básico é possível identificar, ao mesmo tempo, em casos distintos como o rompimento da barragem em Brumadinho, os ataques do crime em Fortaleza, os episódios de feminicídios e outros crimes?

Em comum, além da atuação voluntária do ser humano em cada um desses casos, verifica-se, sobretudo, que a enorme maioria desses acontecimentos acontecem pela ausência de uma educação completa. Não apenas no aspecto informativo, mas, e principalmente, quanto ao item formativo. Nesse sentido, fica evidenciado que a falta de uma educação integral está por detrás de todos esses acontecimentos. Não somente a educação que ensina fórmulas e regras, mas a que desperta em cada um o sentido maior da humanidade que é a solidariedade.

Pode parecer estranho que um alto técnico ou um engenheiro especializado, destes que trabalha na direção de uma grande empresa como a Vale, não tenha recebido educação. Obviamente que isso é impossível. Mas analisando do ponto de vista desse desastre em Minas Gerais, que, registre-se, não foi por causa natural, é possível verificar que, depois da repetição desse evento catastrófico, pelas mesmas causas, o que salta aos olhos é a deficiente formação educacional dessas pessoas, principalmente do grupo dirigente dessa empresa.

Psicanalistas apontam a existência binária em cada ser humano do Eros e do Tânatos. Do amor e da morte. Somente a educação, realizada de forma integral, teria a capacidade de desenvolver e despertar, em cada pessoa, o senso de humanidade. Nesse caso teríamos a situação, um tanto bizarra, de um grupo de engenheiros e outros técnicos gabaritados e humanamente educados, fazendo greve ou se recusando a validar o projeto de construção de uma barragem naquelas condições.

A negligência e o descaso em relação às consequências danosas que podem advir sobre outras pessoas, demonstram, de forma cabal, uma educação feita pela metade, na qual a parte relativa à formação humanitária foi desprezada. A mesma carência de uma educação completa, capaz de unir homem e ciência, é notada nos casos dos ataques em Fortaleza, nos casos de feminicídios e de outras violências. Em comum, faltam a todos eles, em diversos graus e por razões que vão além desse texto, a luz da educação, capaz de iluminar não só o cérebro, mas o espírito. As bestas feras que agem abertamente, quer nas ruas ou dentro das grandes empresas, conscientes ou não, carecem dessa mesma fonte de saber, que é o senso comum.

O que torna os homens diferentes de outras espécies e, quiçá, superior a outros animais, é a capacidade de refletir sobre o sofrimento, sua finitude e dessa forma evitar o cometimento dos mesmos erros. Nossas escolas, carentes de tudo, mal dão conta da parte informativa, sendo que muitas, sequer conhecem ou valorizam a parte formativa, mesmo em assuntos triviais como a importância da cidadania.

 

A frase que foi pronunciada:

“O sonho da razão produz monstros”.

O pintor espanhol Francisco Goya (1746-1828), celebrizado pelas telas que mostravam os horrores e desastres das guerras, dos fuzilamentos de seu tempo.

Goya, Francisco. O fuzilamento de 3 de maio de 1808, 1814.

 

Ex-senador

Nos corredores do plenário do Senado vários parlamentares comentavam a ausência de Romero Jucá. Na verdade, articulador e conciliador como ele é raro.

Charge do Simanca

 

Calor

Acostumado com o calor da Bahia, o senador Jaques Wagner transpirava aos cântaros no plenário.

Foto: Edilson Rodrigues / Agência Senado

 

N’água

O filósofo de Mondubim costumava descrever situações como as de ontem, na escolha do presidente do Senado, como um passeio de patos na lagoa. Por cima da água, todos tranquilos. Por baixo d’água, a velocidade em busca do destino.

Foto: Leonardo Prado/Câmara dos Deputados

 

Contraste

Kajuru, agora senador, quebrou todo e qualquer nervosismo no plenário. Estáticos, com o pensamento à mil, os colegas de plenário não moviam um músculo enquanto ele contava a história do pai que tinha uma amante. A imprensa divulgou que Heloísa Helena vai trabalhar no gabinete de Kajuru. A troca de experiências entre os dois será enriquecedora.

Foto: Fernando Leite

 

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

Não fizemos alusão à vida dos alunos dentro do Colégio, mas depois das aulas, ou durante as “gazetas”, que se realizam em virtude da pouca atenção de muitos pais para com os filhos. (Publicado em 10.11.1961)

Reduzida à questão política, o problema fundiário do DF não tem solução à vista

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Foto: Gabriel Jabur/Agência Brasília

Nessas últimas eleições na capital, ficou mais do que evidenciado que a questão fundiária de Brasília continua sendo o grande leitmotiv de 9 em cada 10 postulantes aos cargos eletivos locais. Em outras palavras, ficou claro que a transformação de loteamentos em moeda de trocas políticas continua sendo o grande catalisador das eleições no Distrito Federal.

Candidatos em palanque que não prometam facilidades na aquisição de lotes, mesmo contrariando normas legais, parece não ter chance de se eleger por essas bandas. A descoberta desse filão político, na década de noventa, verdadeira mina de ouro de votos, possibilitou, ao ex-governador, Joaquim Roriz, permanecer por mais de uma década e meia à frente do Palácio do Buriti. De lá para cá, e por conta dessa política, a cidade sofreu um processo acelerado de inchaço populacional, que, obviamente, não foi acompanhado por qualquer planejamento urbano prévio.

Com isso a capital adentrou definitivamente para o clube dos estados-problema da União. Como no vale tudo das campanhas é impossível chamar à razão e ao bom senso tanto candidatos como eleitores, a vitória dessas chapas populistas, acaba acarretando uma perda irreparável para a cidade e para os próprios cidadãos, que vêm a antiga qualidade de vida da capital sendo negociada em palanques e comícios.

Nas eleições de 2018 não foi diferente. De novo a maioria dos candidatos, tanto ao Executivo, como ao Legislativo, prometeu a construção de novos núcleos habitacionais para seus eleitores. A diferença é que desta vez, foram ainda perigosamente mais além, prometendo, entre outras sandices, extinguir a própria Agência de Fiscalização (Agefis) responsável pela implementação de políticas de fiscalização de atividades urbanas, e que, nos últimos anos, tem tido um papel importante no combate a grilagens e às invasões de terras públicas.

Aos ouvidos de muitos eleitores e principalmente aqueles ligados à indústria de invasões, o fim da Agefis soa como um verdadeiro cântico das sereias, capaz de mobilizar contingentes enormes de novos invasores. Com a eleição, agora desse grupo que descrê na necessidade de uma cidade possuir um meticuloso planejamento urbano para existir, a questão que se coloca, logo em primeiro plano é: a quem interessa a extinção da Agência de Fiscalização, que, bem ou mal, tem feito o trabalho de desfazer promessas demagógicas de candidatos, derrubando invasões, algumas verdadeiras mansões, construídas em áreas públicas?

Entidades técnicas e, portanto, devidamente balizadas no assunto como o Conselho de Arquitetura e Urbanismo (CAU-DF), o Instituto dos Arquitetos do Brasil (IAB-DF), a Associação Brasileira de Engenharia e Arquitetura (ABEA) e a Associação Brasileira dos Arquitetos Paisagistas (ABAP-DF) acabam de encaminhar ofício à Câmara Legislativa do DF, externando profunda preocupação com o Projeto de Lei, enviado pelo Executivo, que dispõe sobre a extinção da Agefis em regime de urgência. “A urgência, diz o documento, inviabiliza, por exemplo, a participação da sociedade, de entidades e instituições oficiais envolvidas com a fiscalização do uso e ocupação do território, como este Conselho, que, até o momento, não foram consultados sobre esta extinção.” Para as entidades técnicas, o desastre de Brumadinho reforça a necessidade de fortalecimento dos órgãos de fiscalização, sobretudo para a defesa da própria sociedade. Já para as entidades políticas…

 

A frase que foi pronunciada:

“Vale, Vale, o teu vale é de lucros. O do povo é de lágrimas.”

Pe Fábio de Melo

 

Brumadinho

“Calma aê! Aconteceu?” É o que grita o homem no momento em que fugia da torrente de lama, enquanto tentava alcançar o carro. Assista a gravação feita pelo funcionário terceirizado da Vale, Leandro Dias, no exato momento em que a barragem se rompeu.

 

Momentos

Dia de esvaziar as gavetas dos gabinetes no Senado. Hoje os novos senadores ocupam seus lugares no comando legislativo do país. Li, pela agência Brasil, que os seguintes parlamentares estão unidos pelo voto aberto para a presidência da Casa: a nova senadora, Soraya Thronick, a senadora Simone Tebet, os senadores Davi Alcolumbre, Tasso Jereissati, Álvaro Dias, Reguffe, Esperidião Amin, Major Olímpio e Angelo Coronel.

Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado

 

Curiosidade

Psicopatas sociais são facilmente reconhecidos, mas apenas por exames de imagem. Fora isso, são pessoas que usam máscaras diversas durante os dias, interpretando papéis diferentes de acordo com os próprios interesses. Um exame próprio de Pet Scan é capaz de acompanhar a parte do cérebro onde, em todas as pessoas normais, é possível ver as emoções, o que não acontece com os psicopatas. No caso deles, a área cerebral que reflete as emoções é inativa, ou seja, não há arrependimentos. A parte ruim da história é que a corrente de psiquiatras e psicanalistas que acredita não haver recuperação é maioria.

 

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

A notícia publicada nesta coluna, sobre a situação de alunos transviados na Escola da Caesb, criou uma situação de alarme justificada, mas os defeitos de interpretação devem ser corrigidos. (Publicado em 10.11.1961)

Barragem do Paranoá

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Foto: TV Globo/Reprodução

 

Desastres e calamidades de toda espécie têm, ao lado dos danos humanos e materiais, o condão de deixarmos de sobreaviso para a possibilidade de novos eventos, principalmente se padrões de segurança e de prevenções não forem adotadas a tempo.

No Brasil, onde medidas de prevenção e segurança normalmente só são adotadas a posteriori, o alto custo em vidas humanas é o que sempre fica de lição pela negligência das autoridades. Forem devidamente investigados, um a um, nossos grandes acidentes, como o ocorrido a pouco em Brumadinho, um padrão sinistro vai demonstrar que 9 em cada 10 desses eventos ocorrem pela exclusiva falta de controle e de prevenção por parte dos responsáveis pela obra.

A cadeia de responsabilidade é comprida e, por razões óbvias, normalmente acaba por penalizar os autores menores, lá na ponta. Passados os primeiros momentos de comoção, o caso vai encolhendo e se perdendo na distância do tempo, para no final, desaparecer por completo. Mariana é um exemplo dessa nossa pouca memória.

Após três anos, o caso esfriou e não fosse o mesmo evento, com maiores perdas de vida, ocorrido há poucos quilômetros dali, a questão das barragens improvisadas para contenção de rejeitos de minérios restaria apenas como velho recorte de jornal que normalmente os sobreviventes guardam no fundo da gaveta para lembrar fatos experimentados no passado. A ocorrência cíclica desses sinistros evidencia não só a nossa diminuta e seletiva memória, mas garante impunidade aos culpados, o que, por sua vez, abrem novos caminhos para a repetição dessas tragédias. Se não podemos corrigir os defeitos da memória, pelo menos podemos trazer para a capital os ensinamentos desse recente acidente e, quem sabe, aplicá-los no caso das Barragens do Paranoá e do Descoberto.

Projetada no início dos anos sessenta, apenas para conter e formar o Lago, a Barragem do Paranoá, armazena algo em torno de 500 milhões de metros cúbicos de água, o que, em caso de rompimento, a tornaria potencialmente muito mais devastadora do que outras do gênero. Para uma barragem com mais de meio século de construção e que não foi estruturada para receber o fluxo diário de mais de 20 mil carros diariamente, os riscos estão bem presentes. Esses sinais, que prenunciam colapsos, talvez não sejam visíveis aos passantes despreocupados, mas, aos olhos dos técnicos, os primeiros sintomas estão lá presentes e precisam ser levados a sério como as trincas e rachaduras no asfalto.

Ainda no ano passado, o presidente da Indústria da Construção Civil, Luiz Carlos Botelho, afirmou a esse jornal que a barragem do Paranoá, por suas características construtivas, não poderia continuar sendo usada para a circulação de cargas, e para a intensa mobilidade urbana ocorrida naquela região nesses últimos anos. A criação de bairros populosos naquelas áreas aumentou significativamente o fluxo na Barragem, crescendo na mesma proporção o desgaste e, consequentemente, encurtando sua vida útil.

Trata-se, pois, de uma situação que requer atenção emergencial das autoridades.

 

 

A frase que foi pronunciada:

“A política é a arte de escolher entre o desastroso e o intragável.”

John Kenneth Galbraith, economista canadense

 

Maçãs

Dia desses, um indiozinho andava em frente ao colégio Dom Bosco comendo uma maçã. O tempo todo cuspia a casca. Os micos espalhados pelas casas em busca de alimentos também cospem a casca da maçã. Quem entende de natureza sabe das coisas. Experimente raspar a casca de uma maçã e veja quanta cera a protege.

Foto: reddit.com

 

Replantando o ParkWay

Festa no Viveiro Comunitário do Park Way nesse sábado, dia 2. Das 9h às 12 horas, a comunidade será bem-vinda. Cada visitante receberá uma muda. A Administração promoverá atividades enaltecendo a importância do cerrado. O espaço viveiro comunitário também é um local preparado para a comunidade visitar e discutir as melhorias para a região.

Imagem: facebook.com/ReplantandoParkWay

 

Horror

Uma denúncia do Sr. Geraldo Carmo, morador de Brumadinho, hoje sem ter onde morar, dá conta de que a sirene para o alarme do rompimento da barragem não foi instalada por completo. O poste ficou por lá sem mais cuidados, o que representa a falta de preocupação com o imprevisível.

Foto: Agência EFE

 

Proposta

Chan Woo Kim, embaixador da Coréia do Sul, fez uma visita a Superintendência da Zona Franca de Manaus propondo parcerias bilaterais. Quem o recepcionou foi o superintendente da autarquia, Appio Tolentino. A Embaixada da Coréia do Sul visita SUFRAMA na busca de parcerias entre o estado do Amazonas e a Coréia do Sul.

Foto: site.suframa.gov.br

 

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

Há uma superquadra na Asa Norte que não será vendida. A Novacap resolveu conservar a mata virgem existente, e a nascente que embeleza toda aquela área. (Publicado em 09.11.1961)

Mar de lama

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Charge do Cazo

Por sua extensão territorial, pela multiplicidade de cidades e mesmo pelo elevado contingente populacional, o Brasil é um país que requer a realização permanente de grande número de obras públicas de infraestrutura variadas de pequeno e grande portes, apenas para atender às necessidades presentes. Com isso, milhares desses empreendimentos, financiados, obviamente, com recursos do contribuinte são executados a cada ano, nas diferentes regiões do país. Fiscalizar, conforme manda o manual de boas práticas da administração, essa quantidade de obras, algumas de elevada complexidade técnica, exige dos órgãos de controle pessoal preparado e em número suficiente para dar conta de uma tarefa desse tamanho.

Para acrescentar alguns complicadores à complexa equação, há ainda a existência de inúmeros casos de malversação dos recursos. Ou seja, entre o projeto na prancheta e a finalização da obra vai um extenso e tortuoso caminho. É justamente nesse desvão da estrada burocrática que o dinheiro dos cofres públicos vai minguando, minguando até desaparecer por completo, normalmente deixando a obra inconclusa. A finalização fica como legado para a futura gestão.

Ao analisar só o aspecto corriqueiro em nosso país, tem-se, ao fim de cada ano, centenas de obras públicas inacabadas para serem corroídas pelo tempo, o que eleva às alturas os prejuízos para os cidadãos. Quando ocorre da obra pública ser definida como de grande porte, os prejuízos, pelos números astronômicos, passa a receber a tarja de “incalculável”, sendo, automaticamente, debitada na conta dos contribuintes no quesito deficit público. Com essa rotina histórica, vimos, desde 1500, construindo o Brasil. Com isso, vamos nos movendo para frente, dando dois passos adiante e um para trás. Pelas consequências brandas contra os envolvidos diretamente nesses casos escandalosos, é de se presumir que esse é ainda, depois de cinco séculos, um grande negócio, capaz de enriquecer, em apenas quatro anos, todo um clã político. Com as parcerias público-privadas, pensadas, inicialmente, para serem um alívio para o contribuinte, o aroma inebriante emanado pelo dinheiro público fácil, passou a atrair enxames de empreiteiras, logicamente, interessadas também nessas facilidades.

À fiscalização rarefeita veio se juntar uma miríade de administradores políticos sem remorsos ou escrúpulos, eleitos e absolvidos a cada quatro anos, devidamente assessorados pelos mais gananciosos e aéticos empresários de que se tem notícia. Não espanta, pois, a eclosão diária de todo o tipo de escândalos de corrupção, bem como notícias dando conta da morte de centenas de trabalhadores, sepultados por milhões de metros cúbicos de lama. Talvez, seja esse mesmo o tão propalado mar de lama de que tanto falam.

 

A frase que foi pronunciada:

“Se falarmos com calma, de maneira profissional, permita-me chamar a atenção para o fato de que a Rússia fornece armas ao governo legítimo da Síria, em total conformidade com as normas do direito internacional. Não estamos violando nenhuma regra ou norma.” 

Vladimir Putin, presidente da Rússia

Charge do Elvis Braga Cartunista

 

Fio terra

São mais de 50 milhões de descargas elétricas por ano no Brasil. Os dados são do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais – INPE. Com o verão, as descargas elétricas aumentam a possibilidade do corte repentino da energia. O INPE mostra, cientificamente, que é preciso levar a sério o aterramento nas edificações para evitar perdas materiais e eliminar o risco de choques que colocam vidas em risco.

 

Orientações

Hoje, ainda em comemoração ao Dia do Farmacêutico, comemorado no último dia 20, quem passar pela Rodoviária Interestadual, das 9h às 12h, poderá ver o Conselho de Farmácia do DF em ação. O foco será idosos com doenças crônicas e crianças. “Esperamos poder atender cerca de 3 mil pessoas com exames de glicemia, de pressão, orientações quanto ao uso correto de medicamentos e distribuição de material informacional”, disse a presidente da autarquia, Dr.ª Gilcilene Chaer.

Imagem: Maurício de Sousa

 

Presença

Por falar nisso, a presidente do CFDF lembrou muito bem: é obrigatória a presença de um responsável técnico de nível superior durante o funcionamento das farmácias. Essa foi uma conquista que precisa ser preservada e cobrada.

 

 

Invasões

Atrás do Colégio do Sol, no Lago Norte, havia uma placa sinalizando que a área era de proteção ambiental. Agora há casas e muros altos. Essa é uma área de vários Núcleos Rurais. Muitos deles invadidos pela grilagem. E a administração do Lago Norte fica por ali.

 

Autoestima

Bonito ver o alto astral das moças e senhoras que limpam as ruas da cidade. A roupa quente e o trabalho pesado não as impedem de trabalhar maquiadas, com adereços e bem penteadas.

Foto: facebook.com/sludf

 

Dietas

Dietas que vão e vêm raramente são tratadas pela importância que trazem em relação à saúde bucal. O Conselho de Odontologia de São Paulo mostra como a alimentação adequada reflete nos dentes, gengivas e hálito. Um dos exemplos foi o jejum intermitente onde a pessoa tem o pH diminuído, o que interfere na acidez da boca.

Imagem: minhavida.com.br

 

Contraste

Imaginem o que é uma pessoa depender da hemodiálise e não poder ir à clínica porque o governo local não liberou a verba. O Ministério da Saúde já fez a lição de casa. São milhares de pacientes renais que dependem das clínicas de diálise, que prestam serviço ao SUS, que estão no terceiro mês trabalhando sem receber. A realidade é: quando o governo local deixa de cumprir as obrigações o povo que se vire, já o oposto é bem diferente.

Charge do Marcos

 

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

Os tampões das galerias pluviais da tesourinha do Hospital Distrital estão obstruídos, e uma enorme poça esteve formada durante todo o dia de ontem. Se hoje chover novamente, a situação se agravará. (Publicado em 09.11.1961)

O Brasil é fake

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Foto: Reprodução/GloboNews

Por suas peculiaridades históricas e culturais, nada parece resistir à atmosfera corrosiva que cobre o Brasil. Por aqui, qualquer ideia ou realização importada tende, inexoravelmente, à degeneração progressiva, transformando-se em algo mais adaptado às nossas elásticas exigências éticas. Com isso, acochambramos, ao nosso jeitinho de ser, o mundo ao redor. Nem mesmo a coxinha de galinha, feita a partir do peito da ave, escapa dessa desconstrução.

Modismos, como a compliance, que vem a ser o estabelecimento de boas práticas de gestão e governança de uma empresa, e que em todo o mundo civilizado serve para proteger a sociedade de atos lesivos cometidos por grandes e poderosas corporações, por aqui, perderam o fôlego e sumiram sem deixar rastros.

Durante os escândalos da Petrobras, muito se falou em colocar as empresas sob regras rígidas de comportamento. O mesmo se deu há três anos, quando do mega “acidente” de Mariana. Naquela ocasião, as autoridades e mesmo a empresa Vale correram ao público para anunciar um novo tempo de gestão administrativa, e até mesmo política, sobre o assunto.

Casos como esses, afirmavam o governo e a empresa, jamais voltariam a ocorrer. Bastaram menos de três anos para o mesmo estado ser vítima do mesmo acidente, pela mesma empresa e pelas mesmas causas, ou seja, negligência e acertos suspeitos entre a Vale e a administração pública, como veiculado na imprensa.

Nesse novo episódio, onde aproximadamente quatro centenas de pessoas perderam a vida, um novo tsunami de lama, provocado pelo rompimento de uma velha barragem, deixa patente nosso descompromisso com a seriedade. Começa agora o jogo de empurra. Aos olhos do mundo, que assiste atônito os seguidos episódios de nossas desventuras, o Brasil é fake.

Desde a tragédia da Gol, passando pela boate Kiss, além de Mariana, ocorridos durante o lastimável governo petista, nenhuma ação eficaz e efetiva foi colocada em prática. Sobre as barragens, nem quantas existem de fato por todo o país é possível se afirmar. Nem tampouco quantas oferecem riscos imediatos de colapso.

Das possíveis 790 barragens de dejetos de minérios, aproximadamente 400 se localizam em Minas Gerais. Dessas, 180 pertenceriam à Companhia Vale. Até as revistinhas do Mauricio de Souza mostravam o mau humor do Chico Bento quando algum empresário visitava a cidade para fazer proposta de nova mineradora na cidade. Moradores dessas localidades não acreditam nas autoridades e nem nos anúncios oficiais feitos por essas empresas mineradoras. Relatos vindos de toda a parte falam na possibilidade real de novos rompimentos.

Em Congonhas do Campo, também em Minas Gerais, depoimentos prestados pela população local citam uma barragem da Vale, com vinte vezes a capacidade de Brumadinho, ou seja, com 240 milhões de m3, como o local ideal para a ocorrência de uma nova tragédia do tipo.

O lobby poderoso das empresas mineradoras e a baixa resistência moral da nossa classe política, responsável por esses acordos e regras frouxas para mineração, resultam, obviamente, nesses mega acidentes, o que reafirma o nosso compromisso com a sorte. Ou com o azar.

 

A frase que foi pronunciada:

“…Licença, dona Dirma! A gente num intendi muito das coisa da lei mais intendi das nossa necessidade! I nóis precisa das mata, dos rio, dos pexe…I tá todo mundo achando que isso vai sê mexido pra pior! A senhora podi ajuda pra isso num acontece? Nossa gente vai agardecê por toda a vida. Eu juro!”

Chico Bento, personagem de Maurício de Sousa, cartunista.

P.S.: O Código foi aprovado pela ex-presidente Dilma com 9 vetos

 

Goiás

Motoristas reclamam com as diferentes velocidades permitidas nas estradas que levam os brasilienses a Pirenópolis. As mudanças parecem ser propositais, sem ter em mente a segurança dos viajantes.

 

Muda já

Por falar nisso, vamos ver se haverá algum progresso sobre os carros perdidos no pátio do Detran. Se for mudança de lei ou se for algum decreto do Denatran. É um absurdo transformar em ferro velho tanto dinheiro que poderia ajudar o estado.

 

Curiosidade

Pouca gente sabe que a Galeteria Gaúcha está pronta para receber celíacos no almoço. Apesar de ter macarrão na cozinha, a massa é preparada longe dos demais alimentos.

Foto: galeteriagaucha.com.br

 

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

Na W-3, em frente ao Posto da Cat., há uma firma funcionando num SCR com a construção interrompida na primeira laje. (Publicado em 09.11.1961)

Invasões

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Foto: pcdf.df.gov.br

Antes de ser um problema de cunho social, o que é verdade apenas em parte, a questão das invasões de terras no Distrito Federal , principalmente após a chamada maioridade política da capital, é um imbróglio político iniciado e provocado pelos próprios políticos locais que enxergam nessa atividade um meio de angariar apoio popular, mesmo indo contra o bom senso.

Ocorre que políticos não operam com a razão, sendo guiados unicamente pelo o que se considera ser um “faro” para oportunidades. O fato é que a demagogia populista que orienta muitos políticos locais tem provocado enormes e irreversíveis prejuízos ao urbanismo da capital, destruindo todo e qualquer esforço para manter a cidade habitável.

Eleitores, também possuem parcela de culpa nessa questão, uma vez que por conta de pragmatismos inconfessáveis acabam aderindo e votando em candidatos que prometem abrir as porteiras das terras publicas à seus correligionários. Com isso, a cada nova eleição e mesmo durante a gestão de muitos governos, os episódios de invasões de terras públicas vão se sucedendo ciclicamente, ameaçando o futuro da capital.

Durante as últimas campanhas eleitorais pelo comando do Executivo e do Legislativo locais, era possível e até fácil encontrar candidatos prometendo erguer novos e magníficos bairros em várias partes do Distrito Federal, inclusive em regiões sabidamente de preservação ambiental. Nessas campanhas houve até candidatos que prometeram lutar, caso eleitos, para acabar com os órgãos de fiscalização e de combate a essas invasões irregulares.

Foi possível , inclusive, ouvir candidatos que prometiam reerguer as casas derrubadas pelos órgãos da administração nesses locais, Com isso, parte dos eleitores oportunistas passaram a enxergar uma luz verde para o início de mais uma onda de invasões. É justamente isso o que está ocorrendo agora com mais um movimento orquestrado de invasões que vem acontecendo por todo o Distrito Federal.

Como resultado dessa irresponsabilidade dos políticos com a coisa pública, mais uma vez os brasilienses assistem ao confronto entre invasores e as forças policiais. O combate a grilagem de terras , dessa vez vem ocorrendo basicamente no Paranoá e em Planaltina com mais intensidade , e em outras partes do DF de modo mais brando. Com isso, promessas sem lastro de terras fartas, vão se transformando rapidamente em decepção, pancadaria e prisões .

 

A frase que foi pronunciada:

 

“Planejadores, arquitetos de projetos urbanos e aqueles que eles conduziram junto com eles em suas crenças não são conscientemente desdenhosos da importância de saber como as coisas funcionam. Pelo contrário, eles se esforçaram muito para aprender o que os santos e sábios do planejamento ortodoxo moderno disseram sobre como as cidades deveriam funcionar e o que deveria ser bom para as pessoas e negócios nelas. Eles tomam isso com tanta devoção que, quando a realidade contraditória se intromete, ameaçando quebrar o aprendizado tão valiosamente conquistado, eles devem abandonar a realidade ”.

Jane Jacobs, escritora e ativista política do Canadá, nascida nos Estados Unidos

 

Europa, cheguei!

Basta dar uma olhadela nas imagens do dia em que o deputado do BigBrother Jean Wyllys cuspiu em Bolsonaro. Depois do mal feito bateu em retirada com tanta rapidez que agora é possível compreender o que está acontecendo.

 

Científico

Danilo Porfírio de Castro Vieira apresenta o resultado dos estudos no doutorado: Política Externa Norte-Americana no Oriente Médio e o Jihadismo. O doutor em Ciências Sociais ainda não marcou o lançamento do livro, mas já assumiu a presidência da Comissão de Liberdade Religiosa, da OAB do DF.

 

Conveniente

Houve um  blecaute em Águas Claras. Mais de 10 mil residências ficaram sem energia. Mas de repente as luzes da Biblioteca Central da UnB apagaram e veio a informação que toda a Asa Norte estava sem luz. E não foi bem assim.

 

Fonte

Enquanto a Câmara Legislativa enfrenta uma votação séria sobre a extensão do modelo  do Hospital de Base Alexandre Ribondi está internado lá sentindo na pele como as coisas funcionam.

 

HISTÓRIA DE BRASÍLIA 

A construção desses postos de Polícia na Área Verde, desmoraliza o Plano de Brasília, porque terá que, inclusive, criar o acesso de viaturas a uma área proibida ao tráfego. (Publicado em 09.11.1961)

Ficar em casa

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Foto: connectionsacademy.com

Todo e qualquer estudo sério que pretenda apontar onde estão os nós que dificultam o pleno desenvolvimento econômico e social e país, tem, necessariamente que colocar a educação como o calcanhar de Aquiles do gigante brasileiro. A educação, ou melhor, a carência de ensino está na base e origem de todos os nossos problemas. Trata-se de uma avaliação já feita no passado e confirmada por todos os educadores do país, mas que , ainda hoje, carece de atenção das autoridades e de um plano realmente eficaz e duradouro, capaz de perpassar gerações para que possa apresentar resultados visíveis e permanentes. E é justamente por se tratar de um problema básico para nosso país, que deve ser iniciado de forma integral, consistente, isso é, abrangendo todos os aspectos da educação e o quanto antes.

Especialistas e pedagogos são unânimes em reconhecer que a aplicação de um bom ensino fundamental , para crianças de 6 a 14 anos, conforme prevê a Lei 11274/06, assegura à esses alunos maiores probabilidades de seguirem estudando até a conclusão do nível superior. Nesse sentido, é louvável a iniciativa do governo federal de editar medida provisória para regulamentar a educação domiciliar de crianças em idade escolar, conhecida como “homeschooling”.

Como toda decisão política, essa medida também é recheada de polêmicas e um prato cheio para críticas da oposição. Como essa atividade ainda não está regulamentada pelo Congresso Nacional, a matéria foi vetada pelo Supremo Tribunal Federal, o que não quer dizer que , cumprida todas as formalidades a suprema corte não venha adotar outro entendimento. O próprio ministro do STF, Luís Roberto Barroso, relator do caso, já adiantou ser favorável a medida , desde que a criança se submeta as avaliações da rede pública de ensino. Barroso reconheceu que, embora esse não seja um método ideal de ensino, a prática vem demonstrando que crianças que são educadas dentro de casa, apresentam , em média, melhores resultados em avaliações.

O que ocorre é que a contaminação ideológica , com todo o seu viés político e de preconceito, acomete boa parte das academias de educação. São justamente elas que vem atacando a medida por considerarem que estudar em casa retira das crianças o fundamento da convivência e da interação propiciados pelas escolas e que esses aspectos  são necessários , também ao processo de educação.

Para esses críticos, o homeschooling irá, facilitar e aumentar os casos de xenofobia e de racismo. Considerações a parte, o fato é que todas as mudanças, sofrem naturalmente, resistências na tentativa de manter o status quo, quer por medo das consequências das mudanças, quer por dogmas políticos de todo o gênero.

O mesmo parece acontecer também com o tele trabalho ou homeoffice já adotado em várias partes do mundo, inclusive no Brasil. Embora com objetivos distintos, o ensino doméstico e o trabalho em casa são tendências de um mundo moderno e congestionado que parecem ter chegado para ficar.

O mais curioso é que essas modernidades, propiciadas pela tecnologia, indicam querer nos levar de volta ao tempo em que as famílias passavam a maior parte do dia reunida e trabalhando sob o mesmo teto.

 

A frase que foi pronunciada:

 

“Não há escola igual a um lar decente e nenhum professor é igual a um pai virtuoso”.

Mahatma Gandhi, idealizador e fundador do moderno Estado indiano e o maior defensor do Satyagraha como um meio de revolução

 

Ainda nada


Nem todas as notas de compras emitidas trazem o valor embutido dos impostos. Anos atrás foi prometido aos brasileiros que os produtos industrializados teriam os impostos reduzidos pela metade. Esse desconto até hoje não foi sentido nem visto pelos consumidores.

 

Nada ainda

 

Outra promessa não cumprida é o RIC Registro de Identidade Civil. O Brasil seria a vanguarda em relação aos avanços tecnológicos para a identificação de um cidadão. Os brasileiros seriam identificados em suas relações com a sociedade e com os órgãos públicos ou privados.

 

Novidade

Marcio Cammarosano, Fabrício Motta, Hélio Mileski, Juscimar Ribeiro, Augusto Dal Pozzo, Daniel Ferreira, Edgar Guimarães, José dos Santos Carvalho Filho, Marçal Justen Filho, Maria Sylvia Zanella Di Pietro, Paulo Modesto, Rafael Maffini, Rodrigo Valgas dos Santos, Sara Campos e Sergio de Andréa Ferra são os juristas que apresentaram a Comissão de Trabalho, Administração de Serviço Público um anteprojeto com mudanças na legislação que rege o  funcionamento da administração pública. Vem novidade por aí. A notícia é da Câmara dos Deputados.

Foto: uol.com.br

 

HISTÓRIA DE BRASÍLIA 

Quem autorizou a construção dos postos policiais dentro das superquadras, deve saber que na W-3, atrás dos supermercados, há local apropriado para serviços de utilidade pública. (Publicado em 09.11.1961)

Dewey, Gramsci e a Escola sem Partido

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Em alguma sala de aula desse Brasil (Foto: facebook.com/socialistadeiphone)

Democracia é essencial à humanidade por um simples fato: só ela é capaz de permitir uma verdadeira e eficaz relação de harmonia entre o indivíduo e a sociedade, colocando em equilíbrio e paz essas relações. A eleição agora, de um novo presidente e, consequentemente, a aprovação de sua plataforma de governo pela maioria da população, significa, entre fatores, que nesse momento, parcela majoritária dos brasileiros achou mais prudente tomar rumo totalmente contrário às medidas que vinham sendo adotadas dentro do receituário das esquerdas.

Isso não quer dizer que, lá na frente, a situação não venha a se modificar, afinal, isso é da natureza democrática. Até lá, é preciso ser realista para insistir num ponto fundamental: o início de uma nova orientação político administrativa do país não possui o condão de, per se, enterrar discussões e assuntos do interesse da sociedade.

Esse é especificamente o caso da discussão que vinha sendo travada entre aqueles que defendem e refutam a chamada Escola Sem Partido. O fato da discussão ter esfriado por uns instantes, não significa que ela deixou de existir ou foi banida para sempre dos meios acadêmicos. E por uma razão também simples: no pano de fundo dessa discussão, mesmo que muitos não tenham sequer notado, existe a figura do professor, que vem a ser a figura central de toda essa trama.

E é aqui que a discussão toma uma outra direção e foge tanto dos apelos ideológicos e fáceis dos partidos, como do desejo do Estado em preparar mão de obra obediente e alienada. A verdadeira escola, se isso pode existir, não está a serviço nem de um, nem de outro sujeito.

É sabido que no Brasil, por suas especificidades históricas e culturais, os grandes temas mundiais, tenham a natureza séria que tiverem, sempre acabam descambando para o lado pândego de nossas interpretações, compensando assim nossa pouca profundidade erudita em temas complexos. No caso da discussão em torno da ESP, a confusão foi estabelecida logo de saída pela nossa pouca informação do tema. No calor dos debates rasos, até mesmo a figura do filósofo e pedagogo norte americano, John Dewey, foi convocado para justificar, do ponto de vista intelectual, tanto um lado como o outro lado.

Interessante é que em nenhuma das partes era possível encaixar o pensamento de Dewey e mais uma vez por um simples detalhe: a ele, tanto os defensores como os detratores da ESP, interpuseram como figura catalisadora e central do tema, a figura do ideólogo e filósofo Italiano Antonio Gramsci. Com isso, o tema foi reduzido ao seu mínimo divisor comum, ficando prisioneiro dentro do labirinto de estratégias e táticas políticas para a tomada do poder. “Não tomem quartéis, tomem escolas e universidades”, teria recomendado Gramsci no início do século passado. Embora contemporâneos, Dewey e Gramsci tinham, por suas obras e reflexões, visões opostas sobre o papel da educação na vida do indivíduo e na formação da sociedade. Enquanto o filósofo americano via a educação não apenas como um processo social de desenvolvimento, mas como a própria vida, Gramsci via na educação um meio de formar e transformar pessoas em sujeitos aptos a dar prosseguimento ao socialismo.

Dewey, por sua vez, baseava suas ideias num compromisso com a cultura democrática. Para ele, a democracia não era apenas um jogo de regras políticas. Democracia como educação era um modo de viver, era a própria vida. Para tanto, as escolas eram um local de liberdade, onde se podia vislumbrar a possibilidade de ser livre, isso é, liberto das armadilhas do Estado ou de partidos, ou seja, do que for.

 

 

A frase que foi pronunciada:

“O objetivo da educação é o avanço do conhecimento e a disseminação da verdade.”

John Fitzgerald Kennedy, ex- presidente norte americano

 

Venezuela

Crente que tivesse apoio de outras ditaduras, o presidente Maduro não precisa esperar. Depois do PT, só a senhora Gleise Hoffmannn o apoiou corajosamente. Disse o amigo Alexandre Garcia: “Da União Soviética à Venezuela; não são as ditaduras socialistas que fracassam; é o próprio socialismo que não funciona, nem com poderes ditatoriais.”

Foto: facebook.com/alexandregarciaoficial

 

Perigo

No piscinão do Lago Norte, é possível ver, de vez em quando, jet ski entre os banhistas. Não se sabe se o perigo iminente é responsabilidade de quem aluga, no local, o veículo náutico ou do próprio condutor.

 

Boa ideia

Talvez pelo aluguel mais barato, a Polícia Federal tenha escolhido o Riacho Fundo para o atendimento da seção de passaportes. A experiência de quem não costuma sair do Plano Piloto é enriquecedora.

 

Experiência

Falando nisso, pode ser interessante, para a Secretaria de Educação, promover passeios de intercâmbio entre as escolas do Plano e RAs.

 

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

Os jornais estão publicando a chamada geral de trabalhadores para o reinício das obras de Brasília. É uma notícia que está para nós, como a chuva está para o Nordeste. (Publicado em 09.11.1961)

A Comunicação em 2018: passado e futuro.

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tirasarmandinho.tumblr.com

Para um país continental como o nosso, onde aproximadamente 70 milhões de brasileiros estão vivendo em áreas sem a presença de fontes de informação como jornais e sites de notícias, a questão do controle de empresas estratégicas por pouco grupos é nociva e acaba criando distorções, inclusive na própria qualidade de nossa democracia.

Trata-se de um assunto que nenhum governo, desde a redemocratização, quis levar adiante por diversas razões, sendo a mais relevante o fato de que existe, entre nós, uma estreitíssima relação de interesses entre as autoridades políticas e esses grupos oligopolistas. Ambos vivem numa espécie de simbiose mútua.

Ao deserto de notícias espalhadas por vastas áreas do interior do país, se somam parte do controle das mídias nas mãos de políticos e afilhados desses, complicando ainda mais um ambiente que ultimamente passou a ser invadido também por uma enxurrada de notícias falsas ou caluniosas.

Um marco legal eficiente e moderno, que poderia pôr fim a essas sérias distorções, virá somente quando as autoridades que podem tratar do assunto se puserem em campo.

Para um país onde as leis são facilmente burladas, inclusive com gente capacitada para reescrevê-las ou eliminá-las, o poder do dinheiro, nesse caso, o dinheiro fácil arrecadado aos milhões diariamente, serve também para ampliar o controle desses monopólios das mídias de imprensa. Nesse sentido, o problema do controle da mídia, por poderosos daqui da Terra, ganha mais um aliado, dessa vez vindo diretamente do céu.

Diz a Constituição Federal de 1988 em seu artigo 220: “A manifestação do pensamento, a criação, a expressão e a informação, sob qualquer forma, processo ou veículo não sofrerão qualquer restrição, observado o disposto nesta Constituição.”  Mais adiante, em seu parágrafo 5º, completa: “Os meios de comunicação social não podem, direta ou indiretamente, ser objeto de monopólio ou oligopólio.”

Basta, no entanto, uma observação ligeira sobre essa questão para se certificar que apenas cinco grupos empresariais, dominados por suas respectivas famílias, controlam mais de 50% de todos os maiores veículos de comunicação do país, numa clara afronta ao que dispõe a lei. Isso se não forem verificadas a chamada propriedade cruzada, quando um mesmo grupo passa a controlar outras mídias por meio de laranjas e de outros meios. Situação como essa ganha ainda maior gravidade quando se verifica que, pelos mecanismos existentes hoje para a concessão de emissores de rádios e de televisão, muitos políticos ou pessoas por eles designadas passam a controlar essas mídias, numa demonstração clara de que ainda falta um longo caminho a percorrer até que os brasileiros tenham de fato veículos de comunicação que sejam verdadeiramente plurais, do ponto de vista de opinião, ao menos respeitem o que manda a Constituição.

Os monopólios e oligopólios formados em torno dessas empresas, que são uma concessão pública, por falta de legislação específica, são ampliadas ainda com o controle desses grupos sobre outras mídias, como portais de internet, jornais, revistas impressas. Mesmo com a famigerada tentativa de se impor ao país uma tal regulamentação da mídia, conforme queriam os governos petistas, e que não foi adiante por pouco.

 

A frase que foi pronunciada:

“Só o real é contraditório.”

Assis Chateaubriand, jornalista, empresário, mecenas e político.

 

Dupla personalidade

Basta ver o que aconteceu com a notícia do jornal El Pais sobre o presidente Bolsonaro em Davos, para compreender como anda a imprensa de hoje. O periódico espanhol traz a notícia em duas versões: uma elogiando o presidente, na versão espanhola e outra criticando, na versão em português. É para deixar o leitor perdido?

Link para o El País internacional: Bolsonaro anima a los ejecutivos de Davos a invertir en el nuevo Brasil

Link para o El País nacional: O breve discurso de Bolsonaro decepciona em Davos

 

 

Coragem

Com a pergunta: “Você conseguiria identificar o Assédio Moral no seu trabalho?” O Senado Federal vem fazendo uma campanha maciça para esclarecer aos diretores, funcionários e também senadores como se constrói esse monstro no ambiente funcional.

 

Informar

O primeiro passo é o conhecimento. Assim o corpo funcional estará preparado para enfrentar o Assédio Moral. O assunto veio à tona com a morte recente de um funcionário público, que não tem família por perto e poucos amigos. No local de trabalho, há registros da pressão que sofria, perseguições e repetição deliberada de situações humilhantes.

 

Mudanças

Uma reforma no serviço público brasileiro se faz necessária nesse sentido. Desde o que é noticiado como foram dezenas de casos no Itamaraty, ou do funcionário que baixou as calças na antiga sede do GDF, ou da frase “eu contrato até uma melancia, se quiser”, vale à pena a administração pública repensar em uma política de gestão no que se refere ao Assédio Moral.

 

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

Atitude criminosa, que causou sérios danos a um carro, que à noite, procurava atingir a pista do Hospital Distrital. Até o momento, não foi feita a sinalização, e o carro danificado é o de chapa RJ 9-9765. (Publicado em 09.11.1961)

Educação e renda à nossa volta

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Estrutural (Wilson Dias/Agência Brasil)

 

Dentre os muitos problemas subjacentes à arquitetura, descobertos ainda na prancheta e ao longo de toda a construção de Brasília pela dupla idealizadora Lúcio Costa e Oscar Niemeyer, estavam, além dos problemas técnicos inerentes a tamanho desafio, as questões de ordem humana e social. Nesse sentido, Brasília seria não apenas uma nova capital, mas a capital para um novo homem, mais solidário e mais afeito às necessidades da condição humana.

Esse era inclusive um dos pilares do manifesto modernista que buscava alinhar à racionalidade das novas metrópoles a uma nova geração de pessoas, motivadas pelos princípios éticos de um humanismo igualitário. Obviamente que ideias dessa natureza, assim como projeto arquitetônicos mirabolantes cabem direitinho na folha branca e inerte que tudo aceita. A chegada súbita dos militares ao poder, quatro anos depois de inaugurada uma nova capital, que ainda se encontrava em plena construção, serviu como ponto de inflexão tanto para os projetos de arquitetura como para os projetos e sonhos de um novo homem. O banimento dessa dupla e de muitos outros que atuavam na reformulação de uma nova sociedade, ligada ao saber e ao espírito, mostrou, de forma cruel, que o velho homem ainda resistia e, pior, tinha vindo sentar morada na nova casa.

Vista hoje, distanciada no tempo e no espaço, essa epopeia, inserida em plena guerra fria, não tinha espaço ou luz para prosperar, visto que a idealização de um homem novo estava sendo construída a partir de um viés puramente político e partidário.

De fato, esse novo homem não vingou por essas bandas e nem naquelas regiões acobertadas pela chamada cortina de ferro. Mesmo aqui nas Américas, o exemplo de Cuba ilustra bem essa tentativa de erguer esse novi hominem com base apenas em princípios políticos e ideológicos; não surtiu bons resultados. Mesmo naquela ilha, nota-se, uns são mais iguais que outros, principalmente se pertencerem à chamada nomenclatura.

Fundada numa visão puramente política, a igualdade é uma miragem. Mesmo do ponto de vista espiritual, a condição de igualdade funciona melhor para aqueles que estão próximos e assessoram as entidades. O caso de muitas seitas e credos exemplifica essa condição. Aqueles que se postam ao serviço direto dessas guias espirituais gozam de maiores regalias e privilégios do que os fiéis no entorno.

A questão central aqui é tentar entender por que Brasília, pensada para ser a casa de um novo brasileiro, se transformou em exemplo de cidade onde impera, de modo severo, as desigualdades com todos os seus contrastes e tonalidades? Hoje o Plano Piloto, incluindo aí os Lagos Sul e Norte, são uma espécie de ilha dentro da ilha Brasília. Apenas 15% dos mais de 3 milhões de habitantes da cidade vivem nessas regiões, onde a renda per capta é de aproximadamente R$ 5.500.

Em regiões administrativas, distantes poucos quilômetros, essa renda cai para menos de R$ 1 mil. Hoje é comum encontrar jovens nascidos nas áreas centrais de Brasília que jamais puseram os pés nas regiões do entorno. É como se os jovens das regiões do entorno e das áreas centrais da cidade vivessem em planetas distantes, ou em cidades satélites.

Mesmo assim, Brasília possui renda maior que o conjunto do Brasil. Segundo análise da consultoria internacional Mercer, divulgada a pouco mais de um ano, Brasília está na posição 109ª em qualidade de vida do mundo e uma das cinco melhores cidades de toda a América Latina.

Ainda de acordo com o índice de Gini, que mede o grau de concentração de renda (quanto mais próximo de 1, mais desigual), Brasília, em 2015, tinha uma pontuação de 0,555, número acima da média nacional que era de 0,491. O pior é que esses níveis de desigualdade aumentam justamente no quesito educação, que seria, com certeza, a única saída possível para um horizonte de igualdade entre as pessoas.

 

A frase que foi pronunciada:

“A educação tem raízes amargas, mas os seus frutos são doces”.

Aristóteles, filósofo grego

A educação molda, charge do Marcelo Sabbatini

 

Atuação

É bom registrar que a população brasiliense não está pagando até 700% de aumento em serviços notariais graças à atuação parlamentar do senador por Brasília, Reguffe. Apesar da pressão do lobby em vários gabinetes do Senado, ele conseguiu tirar o requerimento da pauta.

Foto: senado.leg.br

 

Justiça

Na Praça dos Três Poderes, a escultura da Justiça sentada, esperando algo, está ficando porosa. Literalmente.

Foto: Jorge William/Agência O Globo

 

Perigo

Algo sério e prejudicial à saúde humana está favorecendo laboratórios e precisa ser rapidamente analisado pela Anvisa. Quem lê a bula de medicamentos controlados fica sobressaltado quando vê que qualquer médico, de qualquer especialidade, pode prescrever esse tipo de remédio. Alguns deles levam até ao suicídio. É incrível que se possa manter a medicação sem um acompanhamento direto paciente/profissional da saúde. O que era delegado apenas aos psiquiatras foi permitido a todos os médicos. Ponto para os laboratórios.

Charge do Duke

 

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

Os engenheiros responsáveis, entretanto, não tomaram as precauções para o desvio do trânsito, e os carros, inadvertidamente, vão em direção às escadarias da passagem de nível. (Publicado em 09.11.1961)