Brasília registra deflação por dois meses seguidos

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A perda de força da inflação está sendo mais intensa no Distrito Federal. Dados divulgados hoje pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que, pelo segundo mês seguido, o custo de vida caiu na capital do país. Isso mesmo, Brasília registra deflação há dois meses seguidos.

Em março, a deflação foi de 0,02%. Em fevereiro, havia sido de 0,03%. Pode parecer pouco, mas não é. Significa que, na média, os produtos e serviços pesquisados pelo IBGE estão ficando mais baratos. Em nenhum outra capital acompanhada pelo IBGE se registra caso semelhante. Em fevereiro, houve deflação de 0,39% em Goiânia, mais o índice voltou a ficar positivo em março. No mês passado, houve deflação de 0,04% em Belo Horizonte.

Como em todo o país, a inflação está sendo empurrada ladeira abaixo em Brasília pelos preços dos alimentos, das bebidas e dos artigos de vestuário. Mas, na capital do país, têm ajudado ainda a manter o custo de vida no campo negativo os preços dos combustíveis, que baixaram consideravelmente nas últimas duas semanas. Com as vendas em baixa, os postos passaram a fazer promoções, com o litro da gasolina vendido por R$ 3,39.

Faltam os juros

Para os consumidores, mesmo com a deflação por dois meses seguidos, o custo de vida ainda está muito pesado em Brasília. “Realmente, alguns produtos ficaram mais baratos, mas, na média, a conta do supermercado continua salgada”, diz a aposentada Sandra Conforti, 56 anos.

Ela ressalta que frutas, legumes, carne e feijão estão com preços em queda. Em compensação, os produtos de limpeza continuam com os preços em alta. “Será preciso que os preços continuem caindo por mais alguns meses para que, realmente, a gente sinta um alívio no orçamento”, ressalta a aposentada.

Os consumidores dizem ainda que não basta apenas a inflação perder força, é preciso que os juros também caíam. “Como não temos dinheiro suficiente para comprar à vista, temos que financiar muita coisa. Mas os juros estão alto demais. As prestações não se encaixam no nosso bolso”, assinala a professora Cíntia Simões, 39.

Brasília, 10h03min

Vicente Nunes