Votos para 2024

Severino Francisco

Que todos nós compreendamos que a qualidade de 2024 dependerá do nosso esforço, da nossa consciência, de nossa ação e de nossa coragem.

Que os cristãos compreendam que a mensagem do Cristo é “amai-vos uns aos outros” e não “armai-vos uns contra os outros”.

Que os falsos cristãos, os vendilhões do templo, não usem os santos nomes para mentir, disseminar notícias falsas, roubar, falsear, o culto das armas para crianças, corromper e promover a política do ódio.

Que o Corinthians não caía para a Segunda Divisão do Brasileirão.

Que o Corinthians seja campeão mundial interclubes, goleando o Manchester City na final.

Que as excelências compreendam que preservar a Amazônia e destruir o Cerrado é suicídio, como afirmou a bióloga Isabel Figueiredo ao Correio, porque o Cerrado é a nascente das águas que fluem para a maior parte dos rios brasileiros.

Que a selva selvagem das redes sociais seja civilizada pela lei para submeter as mentiras em série ao império da regulação jurídica, pois toda corrupção começa pela corrupção das palavras.

Que os governantes, os deputados distritais, o Ibram, o Iphan e demais órgãos de fiscalização entendam que Brasília é uma cidade-parque e não uma cidade-viaduto.

Que os órgãos de fiscalização atentem para os impactos dos novos bairros a serem criados no fluxo do trânsito, senão uma cidade que funciona, graças ao plano urbanístico de Lucio Costa, será lançada no caos.

Que sejam inauguradas mais creches, escolas e hospitais e menos em viadutos.

Que sejam preservadas as qualidades do plano urbanístico de Lucio Costa em uma cidade tombada como patrimônio cultural e artístico da humanidade.

Que a parte do agronegócio predatória entenda que se as nossas matas não forem preservadas o ciclo das chuvas será alterado e, sem água, não é possível cultivar nada.

Que o Corinthians não tenha grana suficiente para contratar o Gabiperdegol.

Que o Corinthians tenha grana suficiente para contratar o M’Bappé.

Que os eleitores mirem o espelho do Congresso Nacional e se espantem:”Não, não é possível que sejamos tão ignorantes, venais, despreparados e desinteressados dos interesses coletivos. Precisamos votar em pessoas mais qualificadas e decentes”.

Que os eleitores não votem em quem destrói a natureza, rouba direitos e usa a democracia para ameaçar a democracia.

Que as florestas sejam protegidas, pois as mudanças climáticas estão afetando a floração dos ipês em nosso quintal.

Que a Justiça proteja as crianças, as mulheres e os idosos da violência dos covardes.

Que, ao votar projetos para destruir as florestas, as excelências vencedoras se lembrem da canção Matança, de autoria de Jatobá, pois ninguém escapará aos efeitos apocalípticos das mudanças climáticas. Não adianta rezar e invocar os santos nomes.

“É certo que não demora/Não chame Nossa Senhora/Só quem pode nos salvar é/Caviúna, Cerejeira, Baraúna/Imbuia, Pau-d’arco, Solva/Juazeiro e Jatobá/Gonçalo-Alves, Paraíba, Itaúba/Louro, Ipê, Paracaúba/Peroba, Massaranduba/Carvalho, Mogno, Canela, Imbuzeiro/Catuaba, Janaúba, Aroeira, Araribá/Pau-Ferro, Angico, Amargoso, Gameleira/Andiroba, Copaíba, Pau-Brasil, Jequitibá/Quem hoje é vivo corre perigo.”