Um céu que não era esperado
assim como ele foi
naquela tarde
Invasão de todos os céus
congraçamento
longitudinal espanto
formas e cores
rasgando pensamentos
Era tal, foi tal
a plenitude
que tudo quase parou
– pedestres elevaram as cabeças
motoristas desaceleraram
Como foi amplamente noticiado, a Justiça do DF suspendeu o nome Honestino Guimarães para a ponte que liga o Plano Piloto e o Lago Sul e, ao mesmo tempo, proibiu que o monumento seja chamado de Ponte Costa e Silva. A justificativa é que ambos os nomes não foram precedidos de audiências públicas. Caberá à Câmara Legislativa estabelecer o debate.
Há alguns meses, lancei nesta coluna o meu candidato: o poeta do cálculo estrutural Joaquim Cardozo.
Certa tarde de agosto, eu passava pelo Eixo Monumental, na Asa Norte, quando divisei uma aglomeração de gente em torno de um ipê florido com a cor de um amarelo incendiado. Pensei, aflito: é mais um acidente.
Com a sua avalanche de carros, quase sempre em fluxo selvagem, aquela pista costuma me despertar um estado de alerta. Aproximei-me do grupo e percebi que eles contemplavam a cena a olho nu, de binóculos ou armados de máquinas fotográficas.
Neste momento dramático da república, em que as roubalheiras mais delirantes vieram à tona, esta coluna conseguiu uma entrevista mediúnica exclusiva com o ilustre padre Antonio Vieira, o autor de Os sermões. Fiat lux! (Dá uma luz, mestre!, em tradução livre).
Estamos nos preparando para um futuro que desconhecemos. Preparação que une um estilo de vida cada vez mais dependente da tecnologia – que modificou uma série de visões e valores que possuíamos até o século vinte – e a busca por uma vida alternativa.
Pedi uma ilustração a Kleber Sales, da equipe da editoria de arte do Correio, para uma matéria sobre a célebre polêmica musical e poética entre os sambistas Noel Rosa e Wilson Batista. Ficou tão boa que logo pensei em colocar em uma moldura. Era mesmo uma obra de arte. Em tempos de altas parafernálias tecnológicas da era digital, ele faz aquarelas artesanais.
Rubem Braga
“Athos Bulcão, lento e delicado, de olheiras (fez regime, emagreceu 18 quilos), tem certa fama de fantasma, costuma aparecer nos lugares mais estranhos nas horas mais inesperadas e dizem que já ‘baixou’ ao mesmo tempo em São Paulo, no Rio e em Roma, segundo testemunhos autorizados;
O Museu da República exibe a mostra Ruídos: a coreografia da violência, de Wagner Hermusche, e o Museu dos Correios exibe Lugares e ficções, de Pedro de Andrade Alvim. Duas mostras consistentes, frutos de trajetórias sólidas, que nos impactam de modo totalmente distinto.
Sérgio Moriconi é uma espécie de neto espiritual do crítico Paulo Emílio Salles Gomes. É cineasta, crítico, jornalista, ensaísta e professor; e cada um desses ofícios enriquece e tensiona o outro. Da mesma maneira que os poetas parnasianos declamavam sonetos de cor, ele recita planos ou sequências inteiras de Griffith, de Eisenstein, de Godard, de Visconti, de Abas Kiarostami, de Nelson Pereira dos Santos, de Glauber Rocha ou do cinema mais recente.
O artista plástico Wagner Hermusche está apresentando, no Museu da República, uma mostra de dramática atualidade: Coreografia da violência. Escrevi o texto de apresentação. Republico, neste espaço, com algumas imagens, como um convite a uma visita ao Museu da República. No mundo regido pela velocidade virtual, os acontecimentos se precipitam e se acumulam vertiginosamente. E, não raras vezes, as coisas […]