Severino Francisco
Eu gostaria de entender o que se passa na cabeça das excelências. Perdemos um tempo precioso com a discussão se a cloroquina era eficiente no combate à covid-19. Ao fim, quem nos salvou não foi a cloroquina; foi a vacina. O negacionismo permanece um crime sem castigo, os que fizeram campanha continuam a desfilar fagueiros e a disseminar asnices perigosas para a vida.
Ainda bem que, graças a vacina, a situação melhorou. Mas, com esse cenário favorável, em vez de acelerar a vacinação, os governantes resolvem desobrigar ao uso de máscaras dentro de espaços fechados. É uma atitude de óbvia temeridade. Houve divisão nos próprios comitês científicos. A situação já permitira desobrigar as máscaras para espaços abertos, mas não para os fechados.
Em entrevista ao Correio, a sempre elegante Margareth Dalcomo, pesquisadora da Fiocruz, afirmou: “Eu, particularmente, acho precoce, sim. Acho que nós ainda não podemos falar em controle total porque nós ainda não temos nós ainda temos um número de mortes atribuídas à doença bastante considerável. Embora a taxa de hospitalização tenha realmente diminuído, ela não é zero”.
No Brasil, nós temos a vantagem de podermos observar a dinâmica da doença na Europa e na Ásia. Os países dos dois continentes funcionam quase que como trailers do que ocorrerá aqui na taba. A Alemanha tem índices de vacinação próximos dos brasileiros e está sofrendo uma nova onda de contaminação.
Portugal ostenta mais de 90% de vacinados com a segunda dose e também enfrenta problemas. Ambos os países retiraram a máscara e todas as precauções. A lição é clara: não se acaba com a pandemia por decreto.
A máscara é um equipamento de extrema eficiência na proteção contra a contaminação. Ela permite o funcionamento do trabalho presencial, as atividades escolares e o comércio nas lojas físicas. Ouço pessoas ilustradas, argumentando: “Ah, mas os botecos estão funcionando, por quê as escolas não podem?” É uma lógica capenga de boteco. A USP retomará, plenamente, as atividades, mas com a obrigação do uso de máscaras. É uma atitude de cautela e de respeito com a vida.
Em meio a esse caos, o grupo das crianças nas escolas é o mais vulnerável. A maioria delas não está vacinada. É uma temeridade óbvia. Era preciso fazer uma campanha para vacinar todas as crianças no próprio espaço da escola. Não é tão simples encontrar um posto acessível para a imunização.
Estava pensando na insciência dos governantes, quando recebi uma mensagem linda. Era a foto de crianças de uma escola da periferia, que, mesmo depois dos decretos do governo, decidiram continuar a usar as máscaras, obedecendo à recomendação dos país. Aí, sim, uma desobediência civil lúcida, sensata, alinhada com a ciência. Aqui na redação do Correio, todos continuamos a usar máscaras.
Esses pais devem ter se lembrado de que foram vacinados e salvos de muitas doenças. O Brasil tem (ou tinha) uma tradição invejada pelo restante do mundo. Mesmo com as campanhas criminosas e impunes contra a vacinação, alguma consciência ficou.
Parabéns aos que recomendaram às crianças que continuem a usar máscaras nas escolas. Mães e pais, não tenham medo de vacina, fujam da ignorância, desconfiem dos que não estão alinhados com a ciência, protejam seus filhos.
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