Servidores e movimentos sociais juntos, amanhã, em greve geral

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VERA BATISTA

LUIZA VICTORINO

Servidores públicos das três esferas e nos Três Poderes farão uma greve geral nessa quarta-feira (18), com paralisações e manifestações em todo o país, apoiados por profissionais da iniciativa privada, como bancários, químicos e metalúrgicos, entre outros. A pauta, além do repúdio à proposta de reforma administrativa (PEC 32/2020) e às privatizações, defende vacina, auxílio emergencial de R$ 600 até o fim da pandemia. Os protestos também são contra o aumento da inflação e dos altos preços dos alimentos e dos combustíveis, a MP 1.045 que aprofunda a reforma trabalhista, criando vagas com baixos salários, sem direitos como 13º salário, férias, FGTS e direitos previdenciários.

. O objetivo é também pressionar os parlamentares para que votem contra projetos que prejudiquem os trabalhadores. Em Alagoas, por exemplo, haverá manifestação “na porta do presidente da Câmara Federal Arthur Lira, na Praia de Pajuçara”, informam os organizadores. Porque Lira já adiantou que levará a PEC 32/2020 para votação no Plenário da Câmara até o final de agosto e ignora mais de 130 pedidos de impeachment do presidente Jair Bolsonaro. As entidades também protestarão contra a privatizaçãodos Correios, Eletrobrás e Petrobras.

Em Brasília, a partir das 10h desta quarta-feira, servidores farão uma manifestação na Esplanada dos Ministérios. A ideia é prosseguir até a Câmara dos Deputados. Atos convocados por centrais sindicais também estão confirmados em Salvador, Fortaleza, Goiânia, Recife, Teresina, Porto Velho, Florianópolis, São Paulo, Santos (SP), Santo André (SP), Bauru (SP) e Aracaju.

Rudinei Marques, presidente do Fórum Nacional das Carreiras de Estado (Fonacate), lembra que essa será a primeira greve em situação de pandemia e de teletrabalho. “O primeiro passo para mostrar a indignação dos servidores com tudo que está posto, para irmos ganhando musculatura para, daqui há dois ou três meses, repetirmos a greve geral de 2012 e de 2015”.

o diretor administrativo dos Correios DF, Luiz Roberto Neto Santana, afirmou que o ato é maior do que a instituição: “O ato de amanhã não conta apenas com a participação dos Correios, mas de diversas outras instituições públicas e privadas. É um ato em defesa de todos os trabalhadores do Brasil”, afirma. Além de lidar com os obstáculos da PEC 32, dentre eles a restrição de estabilidade para carreiras típicas do Estado e desligamentos por insuficiência de desempenho de acordo com regras que serão apresentadas em futura lei ordinária, os Correios lidam ainda com um processo de privatização já aprovado pela Câmara.

Centrais sindicais

“Vamos mostrar que a CUT, o movimento sindical, apesar da pandemia e com todos os cuidados sanitários, começa a colocar sua pauta trabalhista no centro do debate para o país emergir dessa crise sem precedentes criada por esse governo. Nossa luta contra tudo isso só está começando neste dia 18, será longa e difícil, mas vamos vencer”, afirma Sérgio Nobre, presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT).

Carmen Foro, secretária-geral da CUT, afirma que a proposta do governo federal de retirada da estabilidade no serviço público servirá, na prática, para o aumento de casos de corrupção. Além disso, a reforma não inclui a “elite privilegiada do funcionalismo público”, como juízes, procuradores e promotores públicos, militares e parlamentares”, afirma. “Também não acaba com os supersalários. A maioria dois servidores ganha salários que não chegam a R$ 3 mil reais. Esses é que serão prejudicados”, lembra Carmen.

Para as centrais sindicais, que contam com o apoio dos movimentos sociais, 18 de agosto é um dia de luta e de denúncia. O “Fora Bolsonaro”, movimento integrado pelas centrais, estará presente nas manifestações, informa a Força Sindical. “Hoje, um em cada três brasileiros ou está desempregado ou no desalento, porque desistiu de procurar um posto de trabalho, e boa parte daqueles que têm emprego está na informalidade, precarizado, sem direitos. É contra essa realidade o movimento sindical convocou a classe trabalhadora, de todos os segmentos, em todos os estados do país para esse 18 de agosto, rumo a uma greve geral”, afirmam os organizadores.

 

Confira onde tem atos marcados

Bahia

. Salvador – a partir das 10h com concentração no Campo Grande e caminhada até à Praça Castro Alves

. Vitória da Conquista, ato às 9h na Praça 9 de Novembro

Ceará

. Fortaleza, às 8h, na Praça da Imprensa.

. Antonina do Norte, ato de servidores públicos representados pelo Sindicato dos Trabalhadores no Serviço Público Municipal de Antonina do Norte, Saboeiro, Aiuaba e Arneiroz, na Rua Antônio Delfino. A luta inclui também pautas como a reposição salarial, aprovação do PL da Enfermagem e piso dos Agentes de Saúde e Endemias.

. Canindé, ato dos servidores públicos municipais, organizados pelo Sindsec, às 8h. na pauta também a luta contra práticas antissidicais por gestores do serviço público no município.

Distrito Federal

. Brasília – a partir das 10h, manifestação na Esplanada dos Ministérios em direção ao Anexo II da Câmara dos Deputados.

Espírito Santo

. Vitória, a partir da 8h30 na Praça Jucutuquara

Goiás

. Goiânia, a partir das 9h em frente a Assembleia Legislativa

Mato Grosso

. Cuiabá, às 8h, na praça do Tribunal Regional do Trabalho (TRT), em frente ao Pantanal Shopping

Minas Gerais

. Belo Horizonte, às 17h, na Praça Central

Pará

. Belém, a partir das 8h, no Mercado de São Brás. Também haverá assembleia com trabalhadores, ato público e manifestação e rua, a partir das 8h, no Mercado de São Brás e café da manhã dos servidores do MPPA, TJPA, DP-PA e ALEPA, com panfletagem e diálogo com a população do comércio belenense (das 08:00 às 10, 00h, na Praça Felipe Patroni)

Paraná

. Curitiba, às 18h, na Praça Santos Andrade.

. Maringá: ato ao lado do Terminal Maringá, às 16h30

Pernambuco

. Recife – concentração no Parque 13 de maio, às 15h e caminhada pela Rua do Hospício até os Correios no Centro.

Ato também às 15h em frente à Faculdade de direito do Recife. Haverá também Distribuição de cestas básicas (no horário da manhã)

Piauí

. Teresina, às 8h, na Praça da Liberdade.

Rio de Janeiro

. Rio de Janeiro – às 16h, com concentração na Candelária e caminhada até o Alerjão.

Também no Rio, o Sindicato Estadual dos profissionais da educação do Rio de Janeiro (SEPE/RJ), fará um ato na Praça Pio X, às 15h.

. Resende, ato às 17h no Mercado Popular

. Mendes, ato do Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação do RJ (Sepe/Mendes), contra a PEC 32 e “#ForaBolsonaro, na Praça das Bandeiras, às 11h.

. Nova Friburgo, ato contra a PEC 32 e #ForaBolsonaro, às 17h, na Rodoviária Urbana

. Niterói, ato às 9h, em frente ao CE Liceu Nilo Peçanha

Rio Grande do Norte

. Natal – a partir das 14h, em frente à agência do INSS, na Rua Apodi

. Mossoró, ato público às 8h, no bairro Aeroporto

Rio Grande do Sul

. Porto Alegre – às 15h, na Praça Central

. Santa Maria, manifestação às 14h, na Praça Central

Rondônia

. Porto Velho – às 8h, na esquina da Av. José Vieira Capúla com Av. Rio madeira.

Santa Catarina

. Florianópolis: ato às 16h, em frente à Catedral

. Joinville: ato às 18h30, na Praça da Bandeira

. Blumenau: ato/assembleia do Sintraseb e Sinte Regional, às 15h, na Praça da Prefeitura

. Criciúma: panfletagem, das 9h às 18h, na Praça Nereu Ramos, ações de pressão aos deputados federais na região e ato no final da tarde

. Jaraguá do Sul: das 9h às 17h acontecerá panfletagem no Terminal Urbano e um ato de encerramento no Museu da Paz, às 17h

. Chapecó: ato às 17h30, em frente à Catedral.

São Paulo

. São Paulo – Capital: 15h – Ato na Praça da República – Centro

. Bauru: 15h30 – Carreata com concentração na Praça da Paz

. Campinas: 17h30 – Ato no Largo do Rosário – Centro

. Carapicuíba: 10h – Calçadão de Carapicuíba

. Diadema: 10h – Ato na Praça da Matriz (Praça Pe. Agostinho Bertoli, s/nº – Centro)

. Jacareí: 10h15 – Ato na Praça Conde Frontim

. Limeira: 8h – Ato em frente à Prefeitura (Rua Prefeito Doutor Alberto Ferreira, 179 – Centro)

. Osasco: 14h – Em frente ao Osasco Plaza (Rua Ten. Avelar Píres de Azevedo, 81 – Centro)

. Praia Grande: às 10h, em frente à Câmara Municipal.

. Ribeirão Preto: 17h – Ato na Esplanada do Pedro II

. Santo André: 9h – Caminhada com concentração em frente ao SindSaúde ABC (Av. Pereira Barreto, 1.900, em Santo André), com caminhada até o Paço Municipal de SBC. Também às 10h – Ato no Paço Municipal de Santo André (Praça IV Centenário, s/nº)

. Santos: 10h – Ato na Praça Visconde de Mauá – Centro

. São Bernardo do Campo: 9h – Ato na Praça da Matriz – Centro

. São Carlos: 17h – Ato na Praça do Mercado Municipal (Praça Maria Aparecida Resitano)

. São José dos Campos: 8h – Ato no Paço Municipal (Rua José de Alencar, 123 – Centro)

Sergipe

. Aracaju, ato às 8h, em frente à Assembleia Legislativa do estado. Os professores e professoras da rede estadual e das 74 redes municipais filiadas ao SINTESE farão ato contra a reforma administrativa, por valorização do magistério e pela revogação do desconto de 14% nas aposentadorias e pensões dos servidores públicos estaduais. Ainda em Aracajú, ato da CUT e centrais sindicais às 15h na Praça General Valadão.

Categorias

Metalúrgicos

A Confederação Nacional dos Metalúrgicos da CUT (CNM-CUT) já orientou seus sindicatos a realizar ações no dia 18.

Nas portas de fábricas serão realizadas assembleias para dialogar com os trabalhadores e atrasos de entrada nos turnos, de duas ou três horas, para denunciar os efeitos da reforma Administrativa para o Brasil.

O presidente da entidade, Paulo Cayres, explica que os metalúrgicos participarão do dia 18 também com panfletagens, nas redes sociais e nos atos de rua chamados pelas centrais.

“Vamos reforçar a nossa lógica de solidariedade entre os trabalhadores. A reforma é prejudicial a toda a sociedade. O dia 18, é o fortalecimento da classe trabalhadora. Somos uma classe só e estamos em luta”, ele diz.

Bancários

A participação no Dia Nacional de Luta foi aprovada nos encontros nacionais dos Bancos Públicos realizados no início do mês. O Comando definiu que federações e sindicatos da categoria realizarão mobilizações nas bases, com panfletagens em portas das agências, uso de carros de som, mobilização nas redes sociais e participarão dos atos unitários convocados pelas centrais sindicatos e movimentos populares em todo o país.

Químicos

Trabalhadores da categoria, representados Confederação Nacional dos Trabalhadores no Ramo Químicos (CNQ-CUT) orientou sindicatos de químicos de todo o país a se somarem às mobilizações em defesa dos servidores e do serviço público. Geralcino Teixeira, presidente da CNQ, reforça que sindicatos como o de Saão Paulo, do ABC e da Bahia já confirmaram a adesão à mobilização “A PEC 32 ataca os servidores, mas nós, trabalhadores do setor privado, também seremos afetados com a destruição dos serviços públicos. Por isso, nós somamos a essa luta“, diz o dirigente.