Topíssima representa o lado contemporâneo da Record

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Topíssima surpreende pela contemporaneidade de temas trazidos na trama. De violência urbana à legalização do aborto, passando por tráfico de drogas. Deixa a concorrência de Verão 90 no chinelo!

Neste domingo (21/7) se completam dois meses da estreia de Topíssima, novela que a Record estreou quase sem alarde e fugindo do tema bíblico que costuma pontuar as tramas da emissora atualmente. Aparentemente com orçamento mais modesto do que as produções religiosas, o folhetim de Cristianne Fridman está longe de ser uma obra-prima, mas surpreende por vários pontos positivos. E digo mais: Topíssima deixa Verão 90, novela da Globo exibida no mesmo horário, no chinelo.

A primeira surpresa de Topíssima vem pela temática. Logo na primeira semana, o tráfico de drogas era abordado por meio da produção de uma droga sintética, o veludo azul. O assunto continua em alta na trama, mas há algumas semanas vem dado espaço para um ainda mais surpreendente e espinhoso: aborto. A personagem Jandira (boa performance de Brenda Sabryna) procura uma clínica clandestina para interromper uma gravidez, tem complicações no procedimento e morre. O bom momento para se discutir a legalização do aborto foi levantado pela emissora de Edir Macedo. Pra você ver!

A cena em que os pais dela, Madalena (Denise Del Vecchio) e Zeca (Paulo César Grande), recebem a confirmação da morte da menina foi ao ar na última terça e emocionou. Mesmo com texto um tanto piegas, os atores foram muito bem e a direção e a edição também se destacaram, com imagens de Jandira projetadas em prédios e cenários de Topíssima.

O corpo de Jandira é jogado num lixão, onde a polícia o encontra. Esse é outro filão explorado em Topíssima: a trama policial. O tom aparece em investigações em que o roteiro abusa da ingenuidade dos personagens bons, como Rafael (Marcelo Rodrigues Filho) e o protagonista Antônio (Felipe Cunha). Topíssima bem que merecia um “quem matou”.

Algumas interpretações da novela da Record enchem a tela. Denise del Vecchio, Cristiana Oliveira (Lara Alencar) e Silvia Pfeifer (Mariinha) dominam a cena desde o início, assim como a mocinha Sophia Loren (Camila Rodrigues). O núcleo jovem tem como destaques Marcelo Rodrigues Filho, Rafaela Sampaio (Gabriela), Bruno Guedes (Edison) e Brenda Sabryna. Interessante notar que Felipe Cunha começou a novela patinando, um tanto fora do tom, mas se recuperou e joga de igual para igual com os colegas.

Foto: Record/Divulgação. Denise DelVecchio brilhou na cena em que a personagem tem a morte da filha confirmada

Nem tudo dá certo, claro. Alguns atores precisam entrar no tom, caso de Maurício Mattar (Carlos), Floriano Peixoto (Paulo Roberto) e Eri Johson (Edevaldo), que parecem presos ao passado. Kadu Moliterno também pode render mais como Dagoberto. O texto também derrapa e a edição, que começou muito confusa, parece entrar nos eixos.

Talvez o maior pecado de Topíssima seja o tratamento que a própria Record dá à novela. Parece que há receio de investir na trama. Não deveria. Não é top, mas tá no caminho certo.

Vinícius Nader

Boas histórias são a paixão de qualquer jornalista. As bem desenvolvidas conquistam, seja em novelas, seja na vida real. Os programas de auditório também são um fraco. Tem uma queda por Malhação, adorou Por amor e sabe quem matou Odete Roitman.

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