Terceira temporada de True detective traz de volta qualidade da antologia

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Depois de uma segunda temporada apagada, a antologia True detective retoma o primor da estreia, agora com Mahershala Ali como protagonista

Quando a HBO lançou em 2014 a primeira temporada de True detective, a emissora jogou as expectativas da antologia para cima. Isso graças ao ótimo trabalho de direção de Cary Joji Fukunaga (Maniac, It: A coisa e Beasts of no nation) unido a uma história com um desenvolvimento beirando à perfeição escrita por Nic Pizzolatto e com atuações de tirar o fôlego da dupla de protagonistas Matthew McConaughey e Woody Harrelson, que davam vida a dois detetives, Rust e Martin, respectivamente, que, durante 17 anos, buscavam um serial killer envolvido em um crime bizarro nos Estados Unidos.

Até por isso quando a segunda temporada estreou no ano seguinte, esperava-se que a série, que tinha nomes como Vince Vaughn e Colin Farrell no elenco, seguisse o padrão. Porém, não foi o que aconteceu. A história da segunda temporada não engrenou e a série passou na tevê sem ter a mesma repercussão da primeira temporada, que teve várias indicações a prêmios, e sentiu a ausência de Cary Joji Fukunaga, que deixou a antologia.

Mas a notícia boa é que desde o último domingo (13/10), a HBO encerrou o hiato de quatro anos sem True detective e lançou a terceira temporada, que, só com a exibição dos dois primeiros episódios, já dá para dizer que a qualidade, a excelência e o formato da primeira temporada estão de volta.

A narrativa da terceira temporada lembra de certa forma a da primeira, tanto na história como no formato. A produção começa mostrando Will e Julie Purchell, duas crianças que saem para um passeio de bicicleta. Com a chegada da noite e o não retorno dos filhos à casa, o pai procura a polícia e relata o desaparecimento. A investigação do caso fica a cargo de Wayne Hays (Mahershala Ali) e do parceiro dele, Roland West (Stephen Dorff).

Crédito: Warrick Page/HBO

O caso, como a série dá a entender logo nos dois primeiros exibidos, nunca teve uma resolução completa. E é isso que a produção vai abordar. A reabertura do caso 10 anos depois e a influência disso tudo na vida do protagonista, que, assim como Rust na primeira temporada, teve uma trajetória completamente influenciada por essa frustrada caça por respostas sobre o crime.

Para retratar isso, a narrativa se utiliza de três linhas temporais: 1980, quando as crianças desapareceram; 1990, quando o caso dos Purcell foi reaberto a pedido da família; e 2015, quando Wayne participa de um documentário sobre crimes não resolvidos nos Estados Unidos.

Crítica de True detective

O grande mérito da terceira temporada foi voltar à fórmula de sucesso da temporada estreante. A escolha de contar a história em três linhas temporais é bastante acertada e traz a dose de mistério necessária para uma trama de suspense, entregando aos poucos o que aconteceu na investigação.

Crédito: Warrick Page/HBO

A história em si também é muito boa. O desaparecimento das crianças vai se desdobrando de uma forma bastante interessante e que prende o espectador, que começa a teorizar sobre o que aconteceu e quem seriam os personagens envolvidos.

A presença de Mahershala Ali no elenco é outro acerto. O ator, que já havia brilhado em Moonlight que lhe rendeu o Oscar de melhor ator coadjuvante, está muito bem no papel do detetive e consegue transitar entre diferentes momentos do protagonista nas três linhas temporais. É excelente o trabalho dele na linha temporal da velhice, com o olhar perdido e confuso em vários momentos.

Crédito: Warrick Page/HBO

Diferentemente da primeira temporada, essa ainda vai apostar no romance. Paralelamente à trama da investigação, True detective traz a história de amor entre Wayne e a professora Amelia (Carmen Ejogo), a personagem além de se tornar o par romântico do protagonista também tem um papel importante na investigação do crime.

Com a temporada de 2019, que terá oito episódios, True detective deve voltar a “era de ouro” de 2014. A série é exibida aos domingos, a partir da meia-noite, na HBO.

Adriana Izel

Jornalista, mas antes de qualquer coisa viciada em séries. Ama Friends, mas se identifica mais com How I met your mother. Nunca superou o final de Lost. E tem Game of thrones como a série preferida de todos os tempos.

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