Os desafios de Jéssica Juttel na estreia em Gênesis

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Na primeira novela da carreira, Jéssica Juttel vive Michal em Gênesis e compara a personagem bíblica às mulheres de hoje

A estreia da atriz Jéssica Juttel em novelas não poderia ser mais desafiadora. Em Gênesis, ela dá vida à personagem Michal dos 18 aos 39 anos, quando a guerreira à frente do tempo dela passa a ser defendida por Cristina Amadeo. “ Uma linha do tempo onde pude brincar e criar diversos tons dentro de mim”, conta Jéssica.

Ser geniosa é uma das características mais marcantes de Michal destacada por Jéssica. “Ela é um turbilhão de sentimentos. Tem seu lado genioso e rebelde, mas é uma menina doce, amorosa e, por incrível que pareça, frágil, como toda menina que só precisa ser escutada, compreendida e acolhida”, explica.

Michal traz a Gênesis uma discussão milenar que ainda se faz atual: o papel da mulher na sociedade. O sonho de Michal é ser caçadora, mas a mãe dela, Helda (Izabella Bicalho), não admite que a filha se dedique à atividade, reservada aos homens. “Ela é dona de si, não aceita ordens, faz o que tem vontade, é forte, empoderada, gosta de atenção e é sem noção em diversas atitudes, por agir impulsivamente”, afirma Jéssica, que tatuou um arco e flecha em homenagem à personagem.

Entrevista // Jéssica Juttel

Foto: Márcio Carvalho/ Divulgação

A Michal tem a impressão de ser preterida pelos pais por ser a filha do meio. Como isso influencia na índole dela? Ela chega a ser uma vilã?
Michal está bem longe de ser vilã. Ela é uma amante da vida, com muito brilho nos olhos e sede do novo; mas por ser a filha do meio acha que lhe falta atenção e por isso acaba sendo imprudente em algumas situações, mas sem maldade. É uma jovem que sempre enxerga além, tem uma mente aberta, um coração pulsante sempre pronto para viver aventuras. Michal é do bem, porém muito geniosa, e com essa característica causa algumas confusões em seu entorno. A mãe dela, Helda (Izabella Bicalho), sempre na tentativa de controlá-la, atiça ainda mais o lado rebelde. Já o pai, Lotam (Ricardo Blat), é muito atencioso e tem uma ligação carinhosa e de extrema amorosidade com a filha. No entanto, quando Michal é contrariada não há o que mantenha estável o humor da moça. Com toda essa personalidade e dedicação no que lhe interessa, se tornou a melhor arqueira do acampamento, mas reluta ao fato de sua mãe a proibiu de sair para caçar, pois essa atitude da mãe é inaceitável para Michal, principalmente quando usa de argumentos inaceitáveis como criticar o fato de mulheres saírem para caçar com homens. Sua personalidade é de uma jovem de coragem e ousadia que segue o seu próprio tempo e ritmo. Tem opinião e não se cala diante de ninguém. Aos 18 anos, uma bela mulher em formação.

Qual característica você apontaria como a principal de Michal?
É difícil pontuar apenas uma. Michal é um turbilhão de sentimentos. Tem seu lado genioso e rebelde, mas é uma menina doce, amorosa e, por incrível que pareça, frágil, como toda menina que só precisa ser escutada, compreendida e acolhida. Ela é dona de si, não aceita ordens, faz o que tem vontade, é forte, empoderada, gosta de atenção e é sem noção em diversas atitudes, por agir impulsivamente.

Você se identifica com a personagem?
Eu me reconheço muito nela e, por isso, tive um amor à primeira vista pela personagem. Conforme lia o roteiro fui ficando mais e mais boquiaberta. Era como se eu tivesse me lendo em diversas linhas, sentia que alguém havia me escrito e decifrado. Foi um processo emocionante e de aceitação. Com ela pude me olhar mais de perto, pois iluminou escuridões minhas e eu iluminei as sombras dela. Michal foi minha válvula de escape na pandemia e eu doei toda a minha alma artística, sentimentos e atenção para ela. Eu chorava pela personagem e ela chorava por mim. Momentos puros e reveladores fizeram parte do nosso encontro. Encontro de pandemia, encontro solitário; mas talvez o de maior entendimento da minha existência e da mulher que habita em mim. Fomos complemento perfeito. Eu sou encantada pela Michal e ela será tatuada em minha pele em forma de arco e flecha para demonstrar meu tamanho reconhecimento pela personagem e de mim. Nos abraçamos carinhosamente e seguimos dia após dia construindo e entendendo as nuances, dores, anseios, vontades e tudo que uma menina de 18 anos lateja dentro de si e de mim. Michal foi o meu maior presente de primeira novela. Eu nem sei como será o dia que precisar me despedir depois de 1 anos e 2 meses me doando inteiramente para ela. Será mais um engrandecedor processo dentro das minhas vivências.

Durante a novela a Michal vai passar por várias idades. Até quando você a interpretará? Houve troca entre você e a atriz que assumirá o papel para dar uma continuidade à personagem?
Michal sendo interpretada por mim inicia com 18 anos e irá até aos 39. Quando soube de todo esse processo o meu entusiasmo só aumentou. Além de interpretar uma personagem 11 anos mais nova do que eu, iria também interpretar sendo 10 anos mais velha. Uma linha do tempo onde pude brincar e criar diversos tons dentro de mim. Fiz fonoaudiologia com Rose Gonçalves para trabalhar o amadurecimento de tom de voz com o passar dos anos. Com a preparadora Suzana Abranches trabalhei as atitudes que estariam presentes no meu corpo, no meu agir, no meu olhar e no meu estar presente para transpor à minha personagem um corpo que fosse amadurecendo e desabrochando com o passar do tempo. Ao chegar aos 39 anos da personagem, passo o bastão com muito zelo e doçura para a grande atriz Cristina Amadeo, que prosseguirá de forma plena e gigante a nossa Michal. Por uma questão de protocolo de segurança dos atores, não houve encontros presenciais para preparação da troca de personagens, mas eu e Cris fizemos trocas on-line e conversamos bastante sobre a construção da nossa Michal. Conversar com a Cris foi mais enriquecedor ainda, pois ela complementou a Michal com o olhar e estudo dela e eu com o meu. E quando unem-se forças e visões diferentes é que cria-se um colorido especial e bonito para a construção da personagem.

Vinícius Nader

Boas histórias são a paixão de qualquer jornalista. As bem desenvolvidas conquistam, seja em novelas, seja na vida real. Os programas de auditório também são um fraco. Tem uma queda por Malhação, adorou Por amor e sabe quem matou Odete Roitman.

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