Globo presta duas “homenagens” a ídolos em minisséries a partir de hoje

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Filmes sobre Elis Regina e Éder Jofre viram minisséries em 4 capítulos, na Globo. Será que vale a pena assistir às produções?

Já virou tradição de início de ano. Enquanto não estreia a programação do ano, a Globo fatia filmes nacionais e os exibe em capítulos, com a esquizofrênica alcunha de minissérie. Bem. Este ano não será diferente. A partir desta terça-feira, a novela O sétimo guardião será sucedida por Elis e, depois, por 10 segundos para vencer. Os longas se baseiam na vida e na carreira da cantora Elis Regina e do boxeador Éder Jofre, respectivamente.

Elis é dirigido por Hugo Prata e, em 2016, ganhou três prêmios no Festival de Gramado: melhor filme segundo o júri popular, melhor atriz (Andréia Horta) e melhor montagem. O longa conta a história de Elis Regina, uma de nossas melhores cantoras, desde o início da carreira até a morte.

A caracterização de Andréia Horta como Elis chama a atenção

Logo no cartão de visitas, Elis mostra o que virá: uma longa cena ao som de Como nossos pais serve apenas para ouvirmos Como nossos pais na potente interpretação da cantora. É nessa toada que seguimos. Como num DVD de luxo, ouvimos a Pimentinha cantar O bêbado e a equilibrista, Fascinação, Menino da laranja e outros. Andréia não ousou cantar em cena ー o que pode parecer pouca entrega da atriz, pois outras, como Laila Garin o fizeram no teatro ー, o que só aumenta a sensação de que estamos ouvindo um DVD romanceado. Vale para matar as saudades dela e de figuras como Miele (Lúcio Mauro Filho), Jair Rodrigues (Ícaro Silva), Nara Leão (Isabel Wilker, soltando a voz) e Ronaldo Bôscoli (Gustavo Machado, em bom momento). E também do Rio de Janeiro dos anos 1960 a 1980.

O tom excessivamente romanceado contrasta com a vida agitada, com inúmeras nuances que Elis levou. O formato de minissérie pede ganchos e reviravoltas, não entregues pelo roteiro linear e careta. Elis era tudo, menos careta. Merece ser tema de uma minissérie de verdade.

Como minissérie, filme 10 segundos para vencer cresce

Com 10 segundos para vencer se dá exatamente o contrário do que vemos em Elis. O filme de José Alvarenga Jr empolgou no cinema, tendo vencido cinco prêmios em Gramado ano passado: melhor ator (Osmar Prado), melhor fotografia, melhor roteiro (Thomas Stavros), melhor filme segundo o júri oficial e melhor filme segundo o júri popular. Na tevê ー a versão fatiada já está no Globoplay para assinantes (saiba aqui como assinar), o que era bom melhora. Agora sim, o produto tem cara de minissérie.

Osmar Prado ganhou o prêmio de melhor ator em Gramado por 10 segundos para vencer

O roteiro de 10 segundos para vencer é recheado de reviravoltas, assim como a vida do lutador Éder Jofre, vivido na tela por um competente Daniel Oliveira. O filme tem início quando Éder tem 13 anos e descobre o esporte, por meio do tio chamado de Zumba (Samuel Toledo) e do pai, Kid Jofre. Como Kid, Osmar Prado enche a tela e alterna momentos de carinho e de uma exigência espartana com Éder.

Assim são os personagens de 10 segundos para vencer: alternando momentos de felicidade e tristeza, movidos ora pela razão, ora pela emoção. Sandra Corveloni como Angelina, mãe de Éder, está ótima. Nem as frases de efeito que insistem em tentar nos nocautear levam 10 segundos para vencer à lona. Elas estão lá, incomodam um pouco, mas não comprometem a saga do primeiro boxeador brasileiro a ser campeão mundial.

Vinícius Nader

Boas histórias são a paixão de qualquer jornalista. As bem desenvolvidas conquistam, seja em novelas, seja na vida real. Os programas de auditório também são um fraco. Tem uma queda por Malhação, adorou Por amor e sabe quem matou Odete Roitman.

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