Atriz Pathy DeJesus aposta na diversidade de papéis para se destacar

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Pathy DeJesus comemora boa fase da carreira e a oportunidade de ter interpretado duas empresárias em seriados da tevê fechada

Stripper em Rua Augusta, empresária em Desnude, líder comunitária em Rotas do ódio. Não importa o papel que a atriz Pathy DeJesus assume em cena, a força da mulher moderna está lá.

“De certa forma, tenho me identificado de diferentes maneiras com as personagens que fiz, pois, em algum momento, a luta delas se assemelhou à minha”, afirma a atriz, que vem se destacando mais em séries do que em novelas na televisão.

“Eu não me importo se o projeto vai para o cinema, televisão ou streaming, o que realmente me interessa são os personagens. Eu quero projetos que me desafiem como profissional e como pessoa, que entrem em conflito com a minha realidade. As séries enchem mais os meus olhos, pois possuem uma linguagem muito parecida com o cinema, que é algo que viso bastante”, explica, ressaltando que tem, sim, saudades de fazer novela (a última foi I love Paraisópolis, em 2015) e que está à espera de um papel que chame a atenção dela.

Um dica para quem quiser ter Pathy no elenco é fugir do estereótipo a que atrizes negras acabam presas. “São poucos os papéis que fogem do estereótipo e fazer uma empresária pela segunda vez – em Desnude e em Des(encontros) – mostra uma mudança positiva no mercado”, comemora.

“Estamos batalhando por nossa representatividade, por nosso espaço e, aos poucos, temos conseguido alguns resultados, mas está longe de ser o ideal. O mercado precisa reformular a maneira como enxerga os profissionais, até mesmo para a escolha de papéis sair do modo automático”, reflete a atriz, que começou como modelo, passou pelo posto de apresentadora e agora brilha atuando. Alguém duvida da raça e da determinação de Pathy DeJesus?

Crédito: Lu Prezia/Divulgação. Pathy DeJesus comemora os avanços da representatividade na televisão

Leia entrevista completa com a atriz Pathy DeJesus

Além de Rua Augusta, que é uma marco na sua carreira, você fez outras séries, como Desnude, Des (encontros), Rotas do ódio… são muitas séries. É uma opção sua ou é a consequência da abertura de um novo campo de trabalho?
Eu acredito que foi uma escolha inconsciente, pois os projetos que mais me interessavam eram nesses formatos. Eu não me importo se o projeto vai para o cinema, televisão ou streaming, o que realmente me interessa são os personagens. Eu quero projetos que me desafiem como profissional e como pessoa, que entrem em conflito com a minha realidade. Tive uma oportunidade muito grande de estar em todos esses projetos. De fato, as séries enchem mais os meus olhos, pois possuem uma linguagem muito parecida com o cinema, que é algo que viso bastante. Mas amo novelas e minisséries, que têm se reinventado a cada projeto.

O que você pode adiantar sobre sua personagem em Des (encontros)?
A personagem é uma executiva na trama, o que eu acho ótimo. São poucos os papéis que fogem do estereótipo e fazer pela segunda vez (em Desnude também interpretei uma empresária) mostra uma mudança positiva no mercado. Eu adorei essa segunda temporada de (Des) Encontros, pude trabalhar com diretores ótimos que me ensinaram muito, a troca de experiência foi incrível.

Sua última novela foi I love Paraisópolis. Sente falta de fazer novela?
Eu estou bastante focada nos projetos que tenho nas séries. É um caminho novo que estou curtindo muito explorar. Eu amo novelas, comecei como atriz nessa vertente e, se surgir um personagem bacana e que eu goste muito, farei com o maior prazer. Venho trabalhando para isso.

Suas personagens sempre são muito empoderadas. O feminismo chegou à tevê para ficar?
Acredito que o feminismo, e vários outros levantes como a luta contra o racismo e a homofobia, vieram para ficar, com certeza. É aquela velha questão da representatividade, nós precisamos que isso esteja no dia a dia das pessoas para que elas consigam assimilar e levar para a vida delas. A novela, a série e o filme são caminhos de fácil acesso para a maioria das pessoas, então possuem uma importância grande na disseminação de ideias.

A mulher Pathy é tão forte e combativa quanto as personagens que a atriz Pathy interpreta?
Sim, total! Eu luto muito pelo o que acredito e pelas pessoas que me rodeiam. Não foi fácil trilhar o caminho para chegar até aqui e ainda tenho muito mais para conquistar. De certa forma, tenho me identificado de diferentes maneiras com as personagens que fiz, seja a empresária Laura, seja a stripper Nicole, seja a trabalhadora Jaqueline, pois, em algum momento, a luta delas se assemelhou à minha.

Você já foi apresentadora. Tem projetos para voltar a essa área?
Por enquanto sigo focada nos projetos como atriz, embora eu ame apresentar. Não descarto a possibilidade de, mais para frente, me dedicar a isso se surgir a oportunidade, mas hoje o meu objetivo é continuar nessa crescente como atriz, que tem me dado tantas realizações.

Como você vê o cenário para negros na televisão brasileira?
É um cenário nebuloso ainda, estamos batalhando por nossa representatividade, por nosso espaço e, aos poucos, temos conseguido alguns resultados, mas está longe de ser o ideal. O mercado precisa reformular a maneira como enxerga os profissionais, até mesmo para a escolha de papéis sair do modo automático.

Você foi modelo de sucesso durante muito tempo. Como foi sua passagem para a profissão de atriz?
Foi uma transição muito natural na minha vida. Chegou um ponto em que eu já estava indo para um caminho mais artístico, então resolvi investir de vez e seguir esse caminho, no qual descobri uma profunda felicidade. Mas fui muito feliz no ramo da moda e tive aprendizados que levo para a minha vida, assim como as pessoas com quem trabalhei, também.

Ao completar 40 anos, passou por uma crise? Ou nem liga para essas coisas?
Não tive crise alguma, não me preocupam essas coisas. O número para mim é mas uma forma de o homem organizar o mundo em que vive… Me importo com minha saúde mental, espiritual, corporal. Estou na melhor fase da minha vida, o tempo tem me dado experiência, sabedoria e confiança. Autoconhecimento é tudo.

Vinícius Nader

Boas histórias são a paixão de qualquer jornalista. As bem desenvolvidas conquistam, seja em novelas, seja na vida real. Os programas de auditório também são um fraco. Tem uma queda por Malhação, adorou Por amor e sabe quem matou Odete Roitman.

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