Em seus trabalhos, Priscila Sztejnman promove reflexões para além dos estereótipos

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A atriz Priscila Sztejnman dá vida a Helena, uma mulher sensível e empoderada que surge como instrumento para a libertação de Clara (Regiane Alves), em Vai na fé

Por Patrick Selvatti

Sucesso de audiência e crítica, a novela Vai na fé trata de assuntos fortes e polêmicos de uma forma responsável e delicada. Em meio a questões como religiosidade, racismo e etarismo, a trama de Rosane Svartman aborda algumas formas de violência contra a mulher. Ainda que em um papel secundário, a atriz Priscila Sztejnman dá vida a Helena, uma personal trainer bonita, jovem, sensível e empoderada que surge como instrumento para a libertação de Clara (Regiane Alves), uma personagem completamente esmagada pelo machismo do marido, o vilão Théo (Emílio Dantas).

Na trama, Clara e Helena ensaiam um relacionamento homoafetivo. Recentemente, as duas mulheres deram o primeiro beijo em cena, ainda que explicitamente o toque dos lábios não tenha sido exibido, por questões relacionadas ao horário de exibição. Ainda assim, Priscila comemora a oportunidade de dar vida à personagem. “É uma honra viver uma mulher do meu tempo, que gera pautas necessárias, urgentes de uma maneira tão positiva, acolhedora e amorosa. Dou um tom para ela que não é agressivo, pé na porta. Construí Helena de um jeito que ela fala coisas muito fortes e profundas, mas de uma maneira leve e amorosa”, contou a atriz à coluna. “Busco desenvolver o que ela traz em cena com muita delicadeza, charme, alegria e carisma. Tento assim acolher os questionamentos que ela pode gerar nos espectadores. Podemos falar sobre tudo em todos os horários, é uma questão de como vamos dizer que faz a diferença”, acrescentou.

Esta é a segunda novela de Rosane Svartman em que Priscila atua. A primeira foi Totalmente Demais (2015), em que viveu a vilã Sofia, que fez a mocinha, Eliza (Marina Ruy Barbosa), comer o pão que ela — a diaba — amassou. “Helena e a Sofia são totalmente opostas. Helena é solar, Sofia é sombria”, ela pontuou. De acordo com a intérprete, Sofia era uma menina psicopata, com uma saúde mental defasada, que não sentia amor de verdade por ninguém, cogitou matar a própria família em benefício próprio. Já Helena é uma mulher madura, estável, com muito autoconhecimento, que ama vida, as pessoas e ela mesma. “Sofia era uma vilã completa. Mas a Helena se interessa verdadeiramente pelo outro e busca despertar o que o outro tem de melhor. É uma personagem linda, luminosa, leve”, descreveu.

Sobre a experiência de emprestar o corpo para duas vidas tão antagônicas, Priscila ressalta que busca estar sempre se desafiando com personagens diferentes e que a instigam. “Trabalho para não cair no automático, não fazer mais do mesmo”, declarou a carioca, que completa 20 anos de profissão e já atuou em sete filmes (destacando Segundo Tempo, lançado recentemente, 4×100 Correndo por um sonho e Maria do Caritó) , 11 peças de teatro (destacando Rita Formiga, Como a gente gosta, O céu está vazio), seis séries (como Justiça e Sob Pressão) e seis novelas.

A dona da história

Além de atriz, a taurina — que completa 35 anos nesta quinta-feira — também é roteirista.  Priscila trabalhou como autora exclusiva da TV Globo por 12 anos. Nesse período, integrou a equipe de roteiristas de diversos projetos, como novelas, minissérie e o programa Na Moral, apresentado por Pedro Bial. Esse projeto também é contabilizado como parceria com Rosane Svartman, com quem dividiu a escrita de um episódio.  Por incrível que pareça, nosso histórico é ainda maior! Já viajamos muito, fizemos muitas caminhadas, cachoeiras, shows, peças… Nossa amizade é um sentimento tipo de família, ela é uma das minhas melhores amigas e uma pessoa fundamental na minha vida”, explicou.

Recentemente, Priscila teve a oportunidade de emplacar um projeto autoral em Malhação, mas a temporada foi abortada em meio à pandemia, cedendo lugar a reprises. O sentimento de frustração, entretanto, não roubou o espaço da perseverança e na vontade de trabalhar cada vez mais. “Sempre existe algo no universo pronto pra ser pescado. Vejo minha vida profissional como um jardim que estou sempre regando. Cada semente floresce num tempo diferente, mas não posso deixar de cuidar. Escrevi um cardápio de projetos de filmes e séries que já estão em diferentes estágios de desenvolvimento”, finalizou.

Patrick Selvatti

Sabe noveleiro de carteirinha? A paixão começou ainda na infância, quando chorou na morte de Tancredo Neves porque a cobertura comeu um capítulo de A gata comeu. Fã de Gilberto Braga, ama Quatro por quatro e assiste até as que não gosta, só para comentar.

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