De série a poesia: Paloma Bernardi não para

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Paloma Bernardi aproveitou a pandemia para se dedicar a projetos pessoais. Ela também fala da mulher moderna no filme Monique e a TPM

A atriz Paloma Bernardi aproveitou a pandemia para trabalhar. E trabalhou muito: gravou a série Ameaça invisível, lançou o projeto poético-musical Mientras e estrelou a peça de teatro on-line Nova e normal. Além disso, será protagonista do filme Monique e a TPM. Confira como está a vida dessa atriz que já viveu personagens como a Mia, de Viver a vida (2009), e a Isabela de Apocalipse (2017).

Entrevista// Paloma Bernardi

Você está no elenco do filme Monique e a TPM. O que pode adiantar sobre o projeto?
O filme fala justamente sobre o universo feminino. A TPM está em nossas vidas como mulher, mas também na vida dos homens, na vida das pessoas que convivem com a gente nesse período em que tudo fica mais à flor da pele. A Monique se encontra num momento de crise com ela mesma, precisando de um equilíbrio dos desejos, de descobrir a própria potência. É como se existisse um conflito dentro dela para encontrar este equilíbrio que é necessário para viver.

Você acha que há mais produções falando da mulher sem objetificá-la atualmente? Como vê isso?
Com certeza. Eu acho que estamos num processo não só dentro do audiovisual, mas dentro da sociedade, trazendo a mulher como ela é e como ela deve ser vista. Uma mulher potente, latente, uma mulher independente, digna de tudo. E que deve ser vista e aplaudida por seu talento e essência, por sua personalidade, e não como um objeto. A sociedade está gritando para o mundo ouvir, e isso está refletindo no audiovisual. Eu tenho visto vários filmes que colocam a mulher como protagonista não no lugar de um objeto, mas, sim, no de valorização. Fico feliz em fazer parte deste movimento por meio da minha arte.

Você estará também em Ameaça invisível, da Record. Como será sua participação na série?
É um projeto pelo qual eu tenho muito carinho, por ter sido o primeiro que abracei durante a pandemia. As gravações foram remotas e a minha missão não era só atuar. Eu tinha em minhas mãos a responsabilidade de cuidar de cenário, figurino, objetos de cena, planos de câmeras, luz, áudio, pré-produção, decupagem de gravação. Foi um trabalho muito enriquecedor e que fiz tudo na minha casa, na minha sala, na minha cozinha, na minha varanda. A história é de um casal (ela contracena com o namorado, Dudu Pelizzari) que está vivendo na pandemia, não é sobre o coronavírus. Existe um outro vírus que os dois acabam contraindo. Mostra essa dificuldade de ficar em casa, de como conviver, como manter um relacionamento saudável.

E como é a série?
A nossa história é de um casal que está vivendo na pandemia, não é sobre o coronavírus. Mas existe um outro vírus que os dois acabam contraindo. Mostra essa dificuldade de ficar em casa, de como conviver, como manter uma relacionamento saudável diante dessa prisão que eles se encontram. Os parentes acabam falecendo por conta deste vírus, o trabalho que já não se desenvolve. São elementos que vivemos hoje na vida real e vão ser retratados na série.

Sua pandemia foi bem produtiva, com um curta, um áudio série e uma peça virtual. O trabalho foi uma maneira encontrada por você para se manter sã?
Eu me sinto privilegiada pelo fato de continuar trabalhando mesmo em pandemia. Isso me deixou com a mente preenchida e me mantive sã porque a arte é cultura, educação, terapia, entretenimento. Digo de coração aberto que a arte tem sido nosso melhor amigo nestes tempos. Não só para nós que estamos conseguindo trabalhar, que são poucos, mas também para aqueles que usufruem dela . Imagine você ficar sem um livro? Sem música? Sem uma série? Sem uma novela? Talvez fosse mais difícil este período de isolamento.

Ao lado de Alinne Moraes em cena de Viver a vida

Você fez a peça Nova e normal, de maneira on-line. Recentemente, levantou-se a polêmica, discutindo-se se espetáculos on-line são ou não teatro. Qual é a sua opinião?
Eu acho que toda manifestação artística é válida. É claro que o teatro on-line nunca vai substituir o presencial. É outra experiência. É teatro? Sim, mas on-line. Foi possível se apresentar assim e acredito que esse é um meio que veio para ficar. Com a peça on-line, conseguimos levar a nossa arte para além de um teatro. Atingimos um público fora do Brasil, com uma plateia de mais 200 pessoas de outros países. Claro que não vai substituir o teatro presencial, mas nesse momento veio pra somar.

Outro projeto seu foi Mientras, com música e poesia, e feito ao lado do seu namorado. Como surgiu esse projeto? É uma forma de dizer que falta amor no mundo?
O projeto Mientras é algo muito pessoal. É um projeto muito nosso e que surgiu da vontade de se expressar artisticamente e levar mais amor, reflexão e poesia para as pessoas. Então decidimos dividir com nossos seguidores, com o nosso público aquilo que nos alimenta no dia a dia. Nós gostamos muito de ler poesia, então por que não declamar estas poesias e dividir com as pessoas? O nome do projeto tem a ver com o quanto eu e o Dudu adoramos falar espanhol, inclusive estou estudando o idioma. Ele morou na Argentina, então nós conversamos muito em espanhol. E ‘Mientras’ significa ‘enquanto’. A ideia é: enquanto tudo acontece lá fora, o que acontece aqui dentro? E através da nossa poesia, dos textos que declamamos, das músicas que declaramos, colocamos o público para refletir junto, para pensar, para beber desta fonte. Assim nos inspiramos todos, acalmamos nossos corações e fazemos carinho nos nossos seguidores.

Vinícius Nader

Boas histórias são a paixão de qualquer jornalista. As bem desenvolvidas conquistam, seja em novelas, seja na vida real. Os programas de auditório também são um fraco. Tem uma queda por Malhação, adorou Por amor e sabe quem matou Odete Roitman.

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