Crítica: Feud retrata discriminação sofrida por Bette Davis e Joan Crawford

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A minissérie Feud: Bette and Joan prometeu apresentar a rivalidade entre Bette Davis e Joan Crawford, mas vai além e retrata discriminação sofrida pelas atrizes por conta da idade em Hollywood nos anos 1960

Veredito: Bom

Em sua mais nova antologia, o produtor Ryan Murphy quis trazer histórias (do mundo real) de conflitos. Por isso, em Feud: Bette and Joan, o criador apresenta a famosa rivalidade entre as atrizes hollywoodianas Bette Davis e Joan Crawford, que foi exposta ao mundo durante as gravações do thriller O que aconteceu com Baby Jane?, em 1961.

Feud: Bette and Joan começa no momento em que Joan Crawford (Jessica Lange) vive uma crise. O marido morreu, o dinheiro acabou e os convites para participar de filmes começam a cair por conta de sua idade. Ela só é convidada para papéis que não a instigam como atriz. Tentando dar a volta por cima, Joan coloca a mão na massa, vai atrás de um roteiro e encontra a história O que aconteceu com Baby Jane?.

Em uma tentativa de chamar atenção para o filme, ela sugere que Bette Davis (Susan Sarandon) — sua rival nos cinemas — viva o papel principal, a personagem Baby Jane Hudson, uma estrela de Hollywood desesperada para voltar à fama. Enquanto Joan interpreta Blanche Hudson, a irmã de Jane que após sofrer um acidente de carro ficou paralítica. As duas querem se vingar e pensam em como se livrarem uma da outra: Jane por ter vergonha da irmã e Blanche por culpar a irmã pelo acidente.

Crítica de Feud

Em Feud, Ryan Murphy logo acerta na escolha das atrizes Jessica Lange (com quem trabalha desde American horror story) e Susan Sarandon. Ambas estão muito bem como Joan e Bette. É como se o espectador fosse transferido para a década de 1960. Isso também é um mérito da caracterização da minissérie em relação a figurino, cenário e ambientação.

Além de um elenco de primeira (a minissérie ainda tem Sarah Paulson, Catherine Zeta-Jones e Kathy Bates), o grande trunfo de Feud é mostrar o que normalmente não é contado nesse tipo de história. A começar pelo preconceito que Joan Crawford e Bette Davis sofriam naquele período por conta da idade. Elas perdiam diversos papéis no cinema para atrizes mais jovens. E tiveram que lidar com discriminação (etarismo), sexismo e misoginia, problemas ainda comuns no cenário hollywoodiano.

Crédito: Suzanne Tenner/Divulgação

Também é bonito a forma como Feud apresenta a relação das duas. A rivalidade das atrizes estava mais perto de uma admiração ao trabalho da outra do que uma eterna rusga. No fundo, apesar de quererem uma superar a outra, elas sofriam os mesmos problemas, tinham as mesmas dores.

Antes mesmo do fim da minissérie, que terá oito episódios, a antologia foi renovada para uma segunda temporada. A sequência tem previsão de estreia em 2018, sob o nome de Feud: Charles and Diana, que indagará a vida do príncipe e da princesa da Inglaterra.

SERVIÇO
Feud: Bette and Joan
Domingo, às 22h, no Fox1. Também está disponível no aplicativo Fox.

Adriana Izel

Jornalista, mas antes de qualquer coisa viciada em séries. Ama Friends, mas se identifica mais com How I met your mother. Nunca superou o final de Lost. E tem Game of thrones como a série preferida de todos os tempos.

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