A série Cine Holliúdy, de Marcio Wilson e Claudio Paiva, retorna à programação da Globo a partir desta terça-feira (7/7). A trama assume o lugar deixado por Aruanas e terá a exibição dos 10 episódios da primeira temporada, transmitidos originalmente em maio do ano passado na emissora. A produção foi filmada em 2017 na cidade de Areias, no interior de São Paulo.
“Recebi com profunda alegria e orgulho (a notícia da reapresentação da série), porque aprendi demais nessa série que tanto tem a ensinar a gente sobre cultura, sobre o nosso país, nossos talentos, sobre humor e sobre o Nordeste. Cine Holliúdy demonstra o patrimônio da nossa cultura, da nossa regionalidade, das nossas características e das nossas diferenças. Exalta as nossas diferenças e mostra como isso é lindo, rico e brilhante quando a gente olha para essas diferenças e a gente aprende e celebrá-las”, comemora Leticia Colin, que interpreta a personagem Marylin, em entrevista cedida ao Próximo Capítulo pela Globo.
Cine Holliúdy é uma versão seriada do longa-metragem homônimo de 2013. Assim como o filme, a história, que se passa na década de 1970, é protagonizada por Edmilson Filho, que interpreta o cinemista Francisgleydisson, que faz de tudo para manter a arte viva na pequena cidade — e fictícia — de Pitombas, no Ceará, quando a televisão chega ao município e se torna numa adversária a única sala de cinema da região.
Francis precisa enfrentar, então, o prefeito da cidade Olegário (Matheus Nachtergaele), que, para atender às vontades da primeira-dama, Maria do Socorro (Heloisa Perissé), lota a praça de pessoas que querem assistir à novela no novo equipamento. Enquanto se desdobra para tornar o cinema mais atrativo, Francis se encanta pela enteada de Olegário, Marylin (Letícia Colin), que chega de São Paulo a contragosto, mas logo encontra uma razão para ficar.
“A Marylin é uma personagem que é salva pela arte do cinema. Ela começa a trabalhar, cresce, se desenvolve e evolui. E ela se diverte fazendo cinema. A gente vê na história a força resistente do cinema, o que é muito atual, apesar de a série se passar nos anos 1970. Eles fazem filmes independentes, com baixo orçamento, mas com muita criatividade. É uma personagem que vai descobrir o amor. Então, é muito bonito porque ela desabrocha como mulher e como pessoa. É uma personagem muito linda, bem-humorada, intensa e forte”, completa a atriz.
Você acredita que a poesia e o humor tão presentes nessa produção podem ser um respiro em dias tão difíceis? Como você acha que o público vai receber a série?
Com certeza. O Brasil é muito potente, pois está representado pela sua criatividade e resistência. Acho que Cine tem essas características. E se passa nos anos 1970. Acho interessante ver aquela reconstrução estética, as vestimentas, os cabelos, a paleta de cores. Acho que isso é um riqueza para gente admirar. Eu acho que Cine Holliúdy traz esse bastidor que é tão saboroso de a gente curtir.
Você não era mãe quando gravou Cine Holliúdy. Acha que a maternidade faria você ter um outro olhar para a personagem?
Acho que sim! É uma experiência muito intensa ser mãe dentro de casa, mesmo que você não tenha um filho biológico, essa experiência de cuidar de alguém muito delicado e vulnerável, é um amor que vai se construindo. É um negocio arrebatador. Então, é uma experiência muito poderosa. Eu acho que estou muito diferente. Como sempre tem um pouco de mim em cada personagem, isso muda muito.
Como está sendo a sua quarentena?
Tenho cuidado do meu filho! Estamos nos dedicando aqui todo os dias para esse ser humano por quem eu tenho um respeito imenso, uma admiração, um orgulho. E é uma demanda louca! Estou pesquisando sobre alimentação, cozinhando as papinhas dele e brincando. Enfim, orando bastante, tenho praticado minha oração budista, porque é um momento que a gente precisa de toda força em prol da vida. Então, estou me dedicando a isso para a superação dessa grande pandemia. Lendo quando dá, acompanhando as noticias com esse jornalismo que tem sido primoroso, principalmente, com o avanço da covid-19, de como podemos nos proteger para não aumentar o número de mortes.
*Entrevista cedida ao Próximo Capítulo pela Globo
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