Inspirada em uma história real, minissérie A very english scandal estreia no Globoplay

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Indicada a 12 prêmios, A very english scandal retrata o preconceito e a hipocrisia em torno dos relacionamentos homossexuais no início dos anos 1960

Nesta sexta-feira (5/4), o catálogo da Globoplay ganha mais uma produção internacional. É a minissérie A very english scandal. Produzida originalmente pela BBC, a série traz Hugh Grant no papel do protagonista, o político Jeremy Thorpe, que, em meio a um momento de ascensão política, precisa lidar com um ex-amante Norman Josiffe (Ben Whishaw) — que depois adota o nome depois Norman Scott. A narrativa se inspira no livro de John Preston que conta a história real de Jeremy e Norman.

Com apenas três episódios, a minissérie adota um ritmo rápido e empolgante para contar esse enredo peculiar. Logo no início da produção, Jeremy Thorpe se classifica 80% gay e pouco tempo depois ele revela ao amigo e também político Peter Bessel (Alex Jennings) que está sofrendo ameaças de Norman, um jovem que ele conheceu anos atrás e que viveu na Inglaterra por cerca de um ano às custas de Thorpe.

O político então pede ajuda ao amigo para lidar com a situação, que, além de ser considerada crime — na época relacionamentos homossexuais eram proibidos na Inglaterra –, pode pegar mal para Thorpe dentro da vida política, já que ele acabou de se tornar líder do partido. E é a partir daí que A very english scandal apronta o caminho para o que também aconteceu na vida real: Thorpe ser acusado de tentar matar o ex-amante.

Crédito: Reprodução/Internet. Cena da série A very english scandal

Por ser uma minissérie curtinha, A very english scandal não tem tempo para enrolações. Pelo contrário, a série é rápida, cheia de piadas bem britânicas, críticas no tom certo em relação a hipocrisia e o preconceito da época e boas atuações. Hugh Grant está ótimo como Jeremy Thorpe, adotando trejeitos e um jeito bem característica da época de político arrogante. Quem também brilha é Ben Whishaw, com um Norman totalmente aproveitador. Inclusive, essa atuação rendeu a Whishaw os prêmios de melhor ator coadjuvante no Globo de Ouro e no Broadcast Film Critics Association Award.

Ficou curioso? Veja o que o protagonista Hugh Grant, que retornou as produções televisivas após 25 anos, falou sobre a produção.

Três perguntas / Hugh Grant

Como você descreveria Jeremy Thorpe?
Ele foi o líder de um dos três grandes partidos políticos na Grã-Bretanha – o Partido Liberal – nos anos 1970 e ele era um homossexual em uma época em que ainda era uma ofensa criminal. Ele subiu na escala política – ele era muito carismático e um grande locutor – mas também era bastante promíscuo. Um de seus anteriores casos gays foi o modelo Norman Scott, que continuou incomodando-o e ameaçando expor o caso. Thorpe o pagou, subiu cada vez mais alto na profissão, se casou e teve um filho e ainda assim Norman Scott persistiu em incomodá-lo. No final, chegou ao ponto em que Thorpe fez algo desastrosamente errado. Thorpe foi julgado no que foi considerado o julgamento do século na Old Bailey, em Londres, em 1979, e quase foi enviado por conspiração para assassinato. Mas eu não vou dar o fim daqui.

Como você se preparou para viver uma pessoa real, que alguns espectadores poderiam reconhecer?
Bem, é complicado. Eu já interpretei pessoas reais antes, mas não pessoas que todos conheciam. Em Florence Foster Jenkins, ninguém se lembra realmente de St. Clair Bayfield. Mas muitas pessoas se lembram de Thorpe, seja da realidade ou da televisão. Eu fiz uma exigência quando assinei, que Daniel Phillips deveria fazer o cabelo e a maquiagem – porque eu trabalhei com ele antes, ele é um vencedor do Oscar e ele é muito inteligente em transformar um ator sem usar próteses. Ele fez coisas brilhantes com meu cabelo e rosto – fazendo minhas bochechas ainda mais vazias e depois as lentes de contato e os cabelos. Especialmente o cabelo – desenvolve-se durante os dezenove anos da minissérie. E eu perdi muito peso… Eu tentei me mover como ele e o figurinista reproduziu sua aparência bastante distinta.

Como você acha que ele realmente era?
Eu acho que ele foi atormentado de uma forma que nem sabia. Sua sexualidade e sua verdadeira vida amorosa estavam trancadas desde os 12 anos – então ele foi torturado de uma maneira que você não perceberia de fora porque ele era tão afável e encantador.

Adriana Izel

Jornalista, mas antes de qualquer coisa viciada em séries. Ama Friends, mas se identifica mais com How I met your mother. Nunca superou o final de Lost. E tem Game of thrones como a série preferida de todos os tempos.

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