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Grupo da USP desenvolve aplicativo para prevenir depressão materna e gestacional
Para auxiliar na prevenção da depressão durante a gravidez e na lida diária com filhos, um grupo de pesquisadores da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP) criou um aplicativo capaz de identificar sintomas depressivos em gestantes e mães. O app Motherly , (maternal, em inglês), como foi chamado, indica intervenções para evitar maiores riscos e também incentiva a procura por ajuda profissional de acordo com o quadro apresentado.
O projeto é financiado pela Grand Challenges Canada, organização canadense sem fins lucrativos que usa um modelo da Fundação Bill & Melinda Gates para financiar soluções para desafios críticos de saúde e desenvolvimento, e pela Fundação Maria Cecilia Souto Vidigal, organização brasileira com foco na primeira infância. A equipe do Motherly é composta por três psicólogos, uma nutricionista, um psiquiatra e uma pediatra.
O Motherly está em processo de desenvolvimento, e uma versão preliminar será lançada em breve para mulheres que se candidataram para participar do período de testes, ainda como parte da pesquisa. Ainda é possível preencher o cadastro no site do projeto para contribuir com as pesquisas. Além da saúde mental, o aplicativo também monitora aspectos como peso, qualidade do sono, nutrição e atividades físicas.
Após o cadastro no aplicativo, é solicitado à gestante que responda a algumas perguntas, que ajudarão a montar o perfil dela. Dessa forma, é possível identificar sinais que merecem atenção. Para prevenir a depressão, o Motherly utiliza a chamada “ativação comportamental”, usada há décadas na clínica psicológica para incentivar o paciente a fazer atividades das quais gosta ou que lhe são importantes. A técnica parte do pressuposto de que, ao fazer essas atividades, os sintomas depressivos são naturalmente atenuados.
Ao usar o Motherly, as mães e gestantes também monitoram a qualidade do sono e da alimentação, bem como a prática de exercícios físicos, e recebem dicas de como melhorar cada um desses aspectos da saúde. O aplicativo também é personalizado, de modo que as recomendações que cada usuária recebe são diferentes de acordo com o perfil: a gestante só entrará no módulo de ativação comportamental, por exemplo, caso apresente sintomas depressivos.
De acordo com o grupo desenvolvedor, Motherly apresenta também conteúdos informativos e educacionais, que ajudam a sanar dúvidas quanto ao período perinatal. Durante a fase de testes, que conta com mais de 200 cadastros, serão recrutadas 1 mil gestantes de 16 a 35 anos para participar do estudo. A primeira metade delas terá acesso a uma versão do aplicativo interativa, a qual exige da usuária participação mais ativa. As 500 restante vão usar a frente mais informativa do Motherly.
Todas as mulheres serão acompanhadas durante a gravidez, e os primeiros resultados da pesquisa devem ficar prontos a partir do segundo semestre do ano que vem. A princípio, o Motherly serve de auxílio para todo o período da gestação e até três meses após o nascimento. A longo prazo, os pesquisadores querem desenvolver o aplicativo o suficiente para que ele possa ser utilizado até que a criança complete cerca de 4 anos.
8º Simpósio Internacional de Desenvolvimento da Primeira Infância ocorre no próximo mês
A oitava edição do Simpósio Internacional de Desenvolvimento da Primeira Infância será em 3 e 4 de outubro em São Paulo. No primeiro dia, a programação será das 9h às 18h; e, no segundo, das 9h às 12h. O evento ocorre presencialmente no espaço de eventos Estação São Paulo, localizado na Rua Ferreira de Araújo, 625, Pinheiros, São Paulo.
É possível se inscrever, gratuitamente, pelo site até a próxima quinta-feira (19). As vagas são limitadas. O tema desta edição é “Equidade na primeira infância: os primeiros passos para um Brasil mais justo”. Você também poderá acompanhar o evento ao vivo, pela internet, pois haverá transmissão no site.
O simpósio visa disseminar o conhecimento científico, promover reflexões com base em evidências e difundir boas práticas que informem políticas públicas e fomentem o desenvolvimento integral de crianças de 0 a 6 anos. Logo, o público prioritário do evento é formado por lideranças do setor público, como prefeitos e governadores. Contudo, outras pessoas interessadas também podem se inscrever.
Temas
O professor do departamento de saúde pública e ciências sociais da Universidade Harvard David Willians abrirá o evento falando sobre a influência do ambiente no desenvolvimento infantil. O economista e professor do Insper Naercio Menezes Filho; a professora de estudos da criança, juventude e família da Universidade de Nebraska-Lincoln Helen Raike; o médico e escritor Drauzio Varella também participarão do evento. A sétima edição do evento foi em novembro de 2017, em Fortaleza.
O Programa Criança Feliz, do governo federal, foi reconhecido pelo Wise Awards 2019, da Cúpula Mundial de Inovação para a Educação, como uma das iniciativas mais inovadoras do mundo. No total, foram seis projetos vencedores que receberão U$ 20 mil, cada um. A premiação ocorrerá entre 19 e 21 de novembro, durante a reunião da cúpula, em Doha, no Catar.
O Criança Feliz busca orientar as famílias, por meio de visitas semanais de técnicos capacitados, com relação ao desenvolvimento de crianças de 3 a 6 anos. A iniciativa atendeu mais de 600 mil crianças e cerca de 123 mil gestantes, em 2.620 municípios. O programa integra ações entre as áreas de saúde, assistência social, educação, justiça, cultura e direitos humanos.
Desde 2009, o Wise Awards reconhece projetos que são eficazes aos desafios mundiais na educação. Este ano, o programa recebeu 481 inscrições de projetos de todo o mundo .
DF adere ao programa
Em 5 de setembro, o Criança Feliz foi apresentado para gestores do governo do Distrito Federal, durante audiência na Comissão de Educação da Câmara dos Deputados. Estavam presentes o ministro da cidadania, Osmar Terra, e a deputada do Cidadania Paula Belmonte, que integra a Frente Parlamentar Mista da Primeira Infância. O programa está em fase de implementação na capital. A previsão é de que os técnicos comecem as visitas a partir de outubro.
CNJ abre inscrições para premiação de boas práticas de proteção à primeira infância
O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) está com inscrições abertas para a seleção e disseminação de boas práticas voltadas para a primeira infância até sexta-feira (6). A premiação dos melhores trabalhos ocorre em São Paulo, durante o Seminário do Pacto Nacional pela Primeira Infância — Região Sudeste, em 2 e 3 de dezembro. Para participar, o interessado deve se cadastrar clicando aqui.
O intuito da seleção é reunir trabalhos inovadores e eficazes que possam ser replicados no país, estimulando os esforços acerca da promoção e garantia de direitos e atenção à primeira infância. A iniciativa premiará com troféu e certificado as três melhores práticas em quatro categorias diferentes: Sistema de Justiça, Governo, Empresas e Sociedade Civil Organizada. No último grupo, o vencedor do 1º lugar receberá R$ 20 mil; ao 2º será conferida bonificação de R$ 15 mil; e o 3ª ganhará R$ 10 mil.
Replicabilidade, custos de implementação, alcance social, inovação, eficácia e eficiência são os critérios que a comissão de avaliação utilizará para analisar as ações inscritas. As práticas devem ser de autoria comprovada do participante e ter sido implementadas por um órgão, entidade, empresa, associação ou organização há pelo menos um ano.
O responsável pela ação premiada deverá atuar como tutor na disseminação, orientando acerca das metodologias e estratégias que possam contribuir com a replicação. Para saber mais sobre a seleção do CNJ, acesse o edital clicando aqui.
O número de acidentes fatais entre crianças e adolescentes diminuiu entre 2016 e 2017, ao passo que cresceram as mortes causadas por armas de fogo. Caiu em 1,93% a mortalidade de crianças e adolescentes por acidente no Brasil de 2016 para 2017. No mesmo período, as mortes acidentais causadas por armas de fogo aumentaram em 95%.
Desde 2001, a mortalidade infantil e adolescente por acidentes diminuiu em mais de 40%. É exatamente o período em que a organização não governamental (ONG) Criança Segura iniciou a atuação. Segundo a instituição, a redução pode gerar esperança, mas ainda há muito a ser feito quando outra informação é observada: os acidentes ainda são a principal causa de óbitos entre crianças e adolescentes de 1 a 14 anos, superando doenças e violências.
Os dados são do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde do Brasil (DataSUS) e foram analisados pela ONG Criança Segura. Os casos fatais de acidentes contabilizados passaram de 3.733 para 3.661. Essa foi a menor queda no número de mortes acidentais de crianças desde 2011.
Segundo a ONG Criança Segura, o cenário deve ser observado pelo poder público em âmbito municipal, estadual e federal. A organização afirma que são necessárias campanhas educativas contínuas para a prevenção de acidentes com crianças e adolescentes no Brasil.
Além de armas de fogo, outras causas de mortes acidentais aumentaram de 2016 para 2017: afogamentos (4,49%), queimaduras (3,83%) e intoxicação (6,76%). Os falecimentos por acidentes de trânsito, sufocação e quedas diminuíram. Ao analisar separadamente, a maior causa de mortes acidentais de bebês de até 1 ano é por sufocamento; de crianças de 1 a 4 anos, por afogamento; e de 5 a 14 anos, pelo trânsito.
Aumento da mortalidade de crianças e adolescentes por arma de fogo
As mortes acidentais de crianças e adolescentes causadas por armas de fogo quase dobraram de 2016 para 2017, passando de 20 para 39 vítimas. Entre meninos e meninas de 1 a 4 anos, a quantidade de casos fatais subiu 350%, saindo de duas para nove mortes. Na faixa etária entre 5 e 9 anos, o aumento foi de 71,42% e, de 10 a 14 anos, mais 8,88% de casos foram registrados.
Para a Criança Segura, esse dado é preocupante e deve ser monitorado. A organização também destaca a mudança na legislação, que pode facilitar o acesso a armas de fogo no Brasil e aumentar o índice de mortes de crianças e adolescentes.
Números no Distrito Federal
O DataSUS também divulgou os dados separados por estados e pelo Distrito Federal. A taxa de morte acidentais de crianças e adolescentes, de zero a 14 anos, por 100 mil habitantes no DF é de 8,04, maior que a média brasileira (7,9).
Criança Segura
A ONG responsável pela análise é dedicada à prevenção de acidentes com crianças e adolescentes desde 2001 e faz parte da rede internacional Safe Kids Worldwide. A organização desenvolve ações de políticas públicas, comunicação e capacitação para evitar acidentes com crianças. Saiba mais no link.
Hospital de Taguatinga oferece curso gratuito para gestantes
O Hospital Santa Marta vai oferecer, em 11, 18 e 25 de setembro, o Curso de Gestante, no Instituto Santa Marta de Ensino e Pesquisa (Ismep), em Taguatinga Sul. Durante os três dias, o curso ocorrerá das 14h às 18h, para gestantes e acompanhantes. As vagas são limitadas e as inscrições podem ser feitas pelo site do hospital.
Equipe composta por profissionais de diversas áreas vai palestrar sobre diversos temas relacionados à gestação, pré e pós-parto, e os primeiros cuidados com os bebês. O curso contará com pediatra, ginecologista e obstetra especializado em gestação de alto risco, biomédica, psicóloga, além de fonoaudióloga, nutricionista, fisioterapeuta e enfermeiros.
O primeiro dia do curso vai abordar temas como anestesia para gestantes, fisioterapia na gestação, com exercícios feitos na hora, diástase, alimentação para gestantes, além de assuntos relacionados aos bebês, como teste do pezinho, sexagem fetal e estimulação precoce.
Durante o segundo encontro, haverá palestras voltadas para orientações sobre gravidez e partos, psicologia aplicada à gestação, alterações oculares na gravidez, orientações de alimentação do recém-nascido e testes da linguinha, orelhinha e olhinho.
O último dia será focado em orientações pediátricas e cuidados com o recém-nascido. Os participantes devem levar um pote de vidro com tampa plástica para ser utilizado no Posto de Coleta de Leite Humano do hospital. Haverá emissão de certificado mediante a participação em pelo menos dois dias do curso.
Participe!
Curso de gestante
Local: Instituto Santa Marta de Ensino e Pesquisa (Ismep), no Setor E Sul, Área Especial 3, Taguatinga Sul
Quando: 11, 18 e 25 de setembro, das 14h às 18h
Vagas limitadas.
Inscrições: no site do Hospital Santa Marta
Durante o terceiro Congresso Internacional de Jornalismo de Educação, que ocorreu durante segunda (19) e terça (20), em São Paulo, deputados federais trouxeram a primeira infância para o debate sobre o ensino no país.
Pedro Cunha Lima (PSDB-SP) defende que a União e as unidades da Federação tomem à frente ao cuidar da fase que vai de 0 a 6 anos de idade. “Não dá para entregar a primeira infância na mão do município, que é o ente que menos tem”, observou o parlamentar e presidente da Comissão de Educação da Câmara dos Deputados.
No evento, organizado pela Associação de Jornalistas de Educação (Jeduca), Pedro Cunha Lima debateu “a visão do novo Congresso sobre educação” com outras duas deputadas federais e integrantes da Comissão de Educação da Câmara dos Deputados: Tabata Amaral (PDT-SP) e Caroline de Toni (PSL-SC). A mediação da mesa foi do jornalista e diretor da Jeduca Paulo Saldaña (Folha de São Paulo).
A mesa destacou que a polarização ideológica que ronda a educação na gestão Bolsonaro acaba por atrapalhar a execução de políticas públicas educacionais que não geram discordância. Entre elas, o atendimento à primeira infância e a construção de mais creches públicas, como destacou Pedro Cunha Lima, que é advogado, presidente do Instituto Teotônio Vilela e mestre em direito pela Universidade de Coimbra.
“Nunca teve tanto consenso do que precisa ser feito. Apenas 34% das crianças de 0 a 3 anos estão na creche, e esse número é alavancado pelos mais ricos”, afirmou o deputado. Ele também fez um apelo para que a imprensa “coloque a primeira infância na capa” e abrace essa causa.
Tabata Amaral, cientista política e astrofísica formada na Universidade Harvard, também mencionou os anos iniciais. “A gente tem crianças que vêm de famílias em que o pai e a mãe, ou só a mãe, que é a maioria dos casos, não sabe ler nem escrever. Essa falta de capital cultural que essas crianças levam para a escola tem custo para você reverter”, disse.
“A nossa falta de investimento na primeira infância, que coloca crianças de 1 ano de idade em posições completamente diferentes para aprender, também têm um custo adicional”, completou a criadora do Mapa Educação e cofundadora do Movimento Acredito. A parlamentar e ativista pela educação defendeu que o Brasil precisa “investir mais” em educação básica, além de “investir melhor”.
*A jornalista viajou a convite do Instituto Unibanco
Inscrições para o Edital Fundos da Infância e da Adolescência são prorrogadas até esta sexta (16)
O Itaú Social prorrogou as inscrições para o Edital Fundos da Infância e da Adolescência até sexta-feira (16/8). Os Conselhos Municipais dos Direitos da Criança e do Adolescente (CMDCAs) que desejam participar devem selecionar uma proposta com foco na garantia dos direitos das crianças e dos adolescentes que considerem prioritária para atender às necessidades de sua região. O cadastro pode ser feito pelo site.
Os projetos selecionados serão divulgados em dezembro. Os conselhos que tiverem propostas selecionadas receberão em seus respectivos fundos as destinações de parte do imposto de renda devido das empresas do Conglomerado Itaú Unibanco.
Saiba mais
O Edital Fundos da Infância e da Adolescência foi criado pelo Itaú Social para selecionar e apoiar ações, serviços, programas ou projetos dos CMDCAs que reduzam e previnam violências e violações de direitos contra crianças e adolescentes, garantindo o desenvolvimento integral desse público.
O livro Nascer reúne fotografias de partos humanizados feitas pela fotógrafa Lela Beltrão. São mais de 200 imagens coloridas e em preto e branco, com o intuito de mostrar a importância da mulher como protagonista do trabalho de parto e as consequências que esse momento pode ter na vida do bebê e de toda a família. A publicação está em fase final de elaboração e em campanha de financiamento coletivo na plataforma Catarse
A obra será lançada durante o Simpósio Internacional de Atendimento ao Parto (Siaparto) de São Paulo, em setembro, pela editora Timo, especializada em maternidade. A publicação reúne fotos de mais de 50 trabalhos de parto, em sua maioria normais. Outros foram com anestesia; alguns domiciliares, outros hospitalares ou em casas de parto. Mas todos foram acompanhados por equipes de parto humanizado, no qual a mulher é protagonista do processo e, por isso, deve ser respeitada.
Além das fotos, a publicação conta com reflexões de profissionais que apoiam o parto humanizado, como Ana Cristina Duarte, obstetriz e educadora perinatal; Naoli Vinaver, parteira certificada; Carlos González, doutor em pediatria e autor de vários livros sobre educação, alimentação e saúde infantil; Alexandre Coimbra Correa, psicólogo e terapeuta familiar de casais e grupos; Daniela Leal, doutora em psicologia; entre outros.
Saiba mais
O Siaparto ocorrerá entre 5 e 8 de setembro, no Centro de Convenções Frei Caneca, em São Paulo. Promovido anualmente, o evento reúne milhares de pessoas interessadas em aprender e mudar os quadros de assistência ao parto latino-americana. O ingresso para participar R$ 850 e pode ser adquirido no site.
Leia!
Nascer
Autora: Lela Beltrão
Editora: Timo
Bebê prematuro também deve ser amamentado. Confira orientações
A amamentação é aliada indispensável da saúde da criança. No entanto, apesar dos inúmeros benefícios multifuncionais, como nutrição e prevenção de doenças, de acordo com dados da Opas (Organização Pan-Americana de Saúde), as taxas mundiais de aleitamento materno ainda estão muito abaixo do ideal. A cada três crianças nascidas no mundo, duas não são alimentadas exclusivamente com leite materno até os seis meses de vida. Quando se trata de bebês prematuros, as dificuldades são ainda maiores.
A prematuridade é, hoje, a principal causa de mortalidade infantil no Brasil, de acordo com o estudo Carga Global de Doença (Global Burden of Disease, GBD) de 2015. Dados do relatório Every Child Alive – The urgent need to end newborn deaths (Toda Criança Viva – a necessidade urgente de acabar com as mortes de recém-nascidos, em tradução livre), do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) do ano passado, mostram que, a cada mil crianças nascidas no país, 7,8 morrem com até um mês de vida.
Nesse sentido, a Associação Brasileira de Pais e Familiares de Bebês Prematuros, a ONG Prematuridade.com, reforça o papel essencial que a amamentação e o leite materno têm para a saúde dos prematuros, com impacto positivo para o crescimento e o desenvolvimento saudável do neném, além da qualidade de vida durante a primeira infância até a fase adulta, evitando doenças como diabetes e hipertensão.
Diferenças no leite
Segundo a Rede Nacional Primeira Infância, articulação de organizações da sociedade civil, do governo e do setor privado, o leite materno das mães de prematuros é diferente do leite produzido pelas mães de bebês que nascem a termo, principalmente no que diz respeito à quantidade de proteínas, calorias e fatores de proteção da imunidade. A amamentação do prematuro, além de fortalecer o vínculo mãe-filho, muitas vezes abalado por longas permanências na UTI Neonatal, é responsável por favorecer a maturação gastrointestinal e aumentar o desempenho neuropsicomotor dessas crianças.
Para ajudar as mamães de prematuros na importante etapa da amamentação, a ONG Prematuridade.com listou 10 dicas para o aleitamento materno de bebês pré-termo:
1. Apesar de nem tudo correr como planejado, é preciso estar calma e ser perseverante para que o bebê prematuro possa usufruir todos os benefícios da amamentação e se desenvolva com mais saúde.
2. As mamães não podem se esquecer da qualidade de sua alimentação, pois o bebê vai necessitar de gorduras, proteínas e outros componentes do leite. Então, é importante manter uma alimentação saudável. Também não se esqueça de beber muita água, no mínimo 2 litros por dia!
3. Tão logo seja possível, a equipe de profissionais de saúde deve estimular a mama da mãe, extraindo o colostro, de preferência nas primeiras 24 horas após o parto.
4. A ordenha pode ser feita com as mãos (solicite ajuda de um profissional na primeira ordenha e sempre que necessário) ou com uma bombinha (manual ou elétrica). Não tenha vergonha de procurar ajuda.
5. Faça a extração do leite com uma frequência aproximada de três em três horas, de seis a oito vezes por dia. No começo, a quantidade de leite que sai pode parecer pequena, mas não desista. Mantenha a ordenha do leite: quanto mais você ordenhar, mais leite vai produzir!
6. Tente não ficar mais de seis horas sem tirar leite. Quanto mais regulares forem as ordenhas, maior será a produção.
7. Já é possível encontrar bombinhas elétricas para comprar ou alugar, visando facilitar a retirada do leite em casa após a alta. Informe-se no próprio hospital.
8. Para os prematuros que não têm condições de sugar adequadamente, a equipe de saúde deve orientar sobre qual a melhor forma de oferecer o leite materno por outras vias: sonda, seringa ou copinho.
9. Com o passar dos dias, à medida que desenvolve os reflexos naturais de sucção e de deglutição, o bebê fica apto a se alimentar por via oral. Daí cabe à equipe da UTI Neonatal avaliar a viabilidade do início da amamentação.
10. Já em casa, amamente exclusivamente, evite o uso de mamadeiras e chupetas. Se precisar sair de casa sem o bebê, peça para alguém oferecer seu leite ao bebê utilizando um copinho.