Mês: maio 2018
Foram os chineses, há oito mil anos, que domesticaram as galinhas. Desde então a humanidade vem comendo ovos, embora de uns anos para cá as discussões em torno do produto despertem mais cizânia que a briga de coxinhas e mortadelas. Ainda assim, há milênios que a embalagem é a mesma – parecido com a Maizena e o sabonete Phebo. Mas […]
Tite tinha acabado de anunciar a convocação do escrete nacional, mas o assunto não engrenava; ninguém reclamou da presença do Fagner na lista e só houve alguma estranheza quando foi falado o nome de Taison. Não houve o alvoroço que se esperava no boteco; das duas, uma: ou Tite está com crédito pelo bom retrospecto, ou o pessoal está mais […]
O mundo conhece Brasília por causa do concreto mas, logo depois do ermo, o que deu forma à cidade foi a madeira, que ergueu os prédios provisórios e vilas inteira – como a Cidade Livre, hoje Núcleo Bandeirante, e até a Vila Amaury, que está no fundo do lago Paranoá. E se o concreto já está rachando, imagine os pedaços […]
Nada como um polemista da velha escola. Provocar cizânia nas redes sociais é fácil; basta cavoucar os instintos mais primitivos e, freudianamente, despejar aleatoriamente o subproduto que vier à tona. E o fundamentalismo assume o comando, como vemos nessa insana disputa para decidir quem é o menos canalha da vida brasileira. Diferente é o polemista que desafina o coro dos […]
Ainda bem que tem essas lojas que alugam roupa. Da próxima vez que me convidarem para ir num boteco que não conheça, passo por uma delas antes para pegar uma casaca, cartola e, quem sabe, polainas. Ainda mais se for um desses estabelecimento que participam do tal concurso Comida di Buteco, que de simples só tem letra ‘i’ no lugar […]
Maio trouxe o céu mais azul do mundo, o frio da noite – acompanhado dos bichinhos invisíveis que nos atacam por dentro – e o adeus à chuva. Já temos água na torneira, os gramados ainda vicejam e árvores estão cheias de frutos, especialmente amoreiras, mexeriqueiras e algumas pitangueiras mais teimosas. Mas a cidade ficou mais pobre. Não precisava ser […]
Prazer não se explica. O dicionário até define o que é; mas não explica. A embalagem pode ser uma garrafa de vinho, um corpo fornido, uma companhia ou até mesmo a solidão. Alguns prazeres são tão íntimos que a gente nem confessa. De outros é possível falar. Eu tenho um fraco por palavras novas. Tá certo, sei que é […]
Nunca havia ouvido falar em Arnór Ingvi Trautason. Mas foi ele, obscuro jogador islandês que está no futebol grego, o responsável pela alegria de um garoto de seus 10 anos de idade que, na Banca do Brito, da 106 norte, completou o álbum da Copa da Rússia, com sua figurinha – a de número 305 – mesmo pagando caro; teve […]
A tecnologia já resolveu um monte de problemas, mas alguns continuam a perturbar nosso juízo. Não é um absurdo pneu furar? Ex-leitor dos quadrinhos de Flash Gordon e Buck Rodgers (e só porque não publicam mais!), ex-telespectador de Os Jetsons, cheguei a sonhar que um dia viveria num mundo sem rodas. E, portanto, sem pneus furados. Já tiraram a câmara […]
O rádio do carro estava no modo aleatório (shuffle), procurando uma emissora, quando começou a tocar uma canção sobre uma menina de olhos tristes, presa a uma cadeira de rodas; um drama. A música é de Fernando Mendes, especialista em tragédias musicadas –chegou a ser censurado em 1974 por Meu Pequeno Amigo, que tinha como tema o sequestro do menino Carlinhos, um […]