Juliana Seixas, presidente do SATED/DF | Divulgação

Representatividade na arte e cultura

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Há quase dois meses, o Sindicato dos Artistas e Técnicos em Espetáculos de Diversões do Distrito Federal (SATED/DF) ganhou um capítulo especial após as suas quatro décadas de fundação. No final de maio, foi apresentada a nova diretoria da entidade, responsável por representar a classe cultural da Região Integrada de Desenvolvimento do Distrito Federal e Entorno (RIDE/DF) e do Centro-Norte do Brasil, que abrange o Amazonas, o Pará e o Tocantins. 

“É um sindicato representativo que surgiu no final da década de 1970, mas foi reconhecido pelo Ministério do Trabalho a partir de 1983. Ele surgiu com a demanda da representação de classe que estava bem forte na época, em um período que terminava a ditadura militar e estava tendo uma abertura política. Então, veio para representar a classe artística e os seus direitos trabalhistas”, indica Juliana Seixas, a nova presidente do SATED/DF.

Além de órgão de representação sindical, o SATED/DF também atua com o objetivo de atender a categoria profissional representada, bem como a sociedade em geral. Para Juliana, esse trabalho é fundamental e de extrema relevância. Ela indica que o sindicato é um lugar onde o indivíduo faz parte de um grupo em prol das defesas e interesses do segmento que estão no mercado. 

“As categorias precisam de suporte e orientação, então, o sindicato faz isso. Os trabalhadores têm interesses diversos. Quando você é sindicalizado, você passa a ter um objetivo em comum com outra pessoa, como um salário mais digno, um piso salarial, melhores condições de trabalho e outros benefícios mais específicos, como integração com convênios de saúde, questões trabalhistas e econômicas”, explica. 

Para viabilizar todas as necessidades dos trabalhadores do nicho artístico e cultural, Juliana buscou implementar melhorias na comunicação da entidade logo no início da sua gestão. Para alcançar os seus associados, a presidente trabalha para que haja mais transparência no que diz respeito às informações referentes ao sindicato. Após essa iniciativa, foi necessário pensar em aspectos relacionados ao desenvolvimento da classe. 

“Logo depois, nós começamos a pensar nas nossas Convenções Coletivas para que nossos trabalhadores e trabalhadoras tenham os direitos garantidos e um piso salarial, que ainda não é firmado no Distrito Federal e na região integrada. A gente está correndo atrás. Já fizemos várias assembléias com deliberações que vão desde logomarca até novas mensalidades. Somos uma gestão recente e acreditamos na representação sindical. Reunir nossa categoria, construir uma base forte para lutar por direitos essenciais é o nosso foco”, comenta.

Além disso, para Juliana, o período em que a Covid-19 chegou ao Brasil, especialmente no Distrito Federal, foi muito intenso e trouxe prejuízos para o segmento de forma expressiva. “Queremos que o trabalhador não fique desamparado. Nós tivemos um período de pandemia muito perigoso para a categoria e, levando em consideração tudo isso, é importante a gente nunca mais deixar esses profissionais sem os seus direitos básicos”, ressalta. 

Três perguntas para Juliana Seixas, presidente do SATED/DF:

Qual a importância do SATED/DF?

 A importância é a representação dos trabalhadores e trabalhadoras. É garantir que eles não tenham perdas dos seus direitos sociais e econômicos perante as leis vigentes no país. Então, a questão é a representação para garantir os direitos básicos dos trabalhadores, dos artistas e dos técnicos. Eles têm leis trabalhistas e essas leis têm que ser usadas para que eles tenham os seus direitos garantidos. O sindicato é a representação da categoria e o que traz segurança para esse trabalhador. 

Quais foram as ações de grande destaque realizadas pelo SATED/DF?

O SATED/DF ficou 41 anos tomado por pessoas que faziam parte da antiga diretoria. Eles, geralmente, eram homens e estavam sempre se revezando na cadeira da presidência, do secretariado e da tesouraria. Não sei dizer quais foram os destaques e grandes realizações do sindicato.

A partir desse ano, conseguimos fazer essa reviravolta histórica. Pela primeira vez, temos artistas da cidade tomando esse posto e essa diretoria. Agora que estamos estabelecendo alguns parâmetros e correndo atrás das convenções coletivas de trabalho que é fundamental para a classe ter os seus direitos garantidos. 

Quais são os maiores desafios do SATED?

Foi muito desafiadora a questão da gente colocar o nosso sindicato mais acessível para as pessoas. Para driblar esse cenário, a tecnologia foi de fundamental importância para que a gente conseguisse chegar até as pessoas e promover o SATED. Temos outras questões também: o desafio maior agora é a Convenção Coletiva de Trabalho (CCT), que vai trazer direitos fundamentais para os nossos trabalhadores, como os direitos a um piso salarial tão sagrado para a nossa categoria. Essas convenções nunca foram feitas, pois foram muitos anos de inoperância. Então, traremos essa CCT, vamos conversar com os nossos laborais e nossos produtores para que todos, unidos, possamos trazer os benefícios para a categoria.