Flávio Martins Pimentel, comodoro do Iate Clube Brasília

Referência cultural e esportiva

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Região localizada a mais de mil metros acima do nível do mar, Brasília é conhecida por ser uma cidade tipicamente seca, devido aos baixos índices de umidade, além da significativa distância dos oceanos e da topografia com a ausência de vales, que influenciam na secura semelhante às registradas em desertos. Esse cenário foi determinante para impulsionar a criação de um dos espaços de lazer mais tradicionais do Distrito Federal: o Iate Clube Brasília.

Com a dimensão de uma cidade devido aos quase 16 mil associados, o Iate surgiu em 1960, junto com a fundação da capital, para ser um destaque no segmento esportivo e cultural. Flávio Martins Pimentel, comodoro do empreendimento, informa que o clube tem um papel fundamental nas atividades sociais da capital. Com o trabalho desenvolvido, tornou-se referência para sediar diferentes tipos de eventos.

Além disso, a instituição também atua de forma educativa. “Hoje, temos 13 escolas esportivas para crianças de até 15 anos e várias equipes de competição de diversas modalidades. Um fator importante que nos ajudou a desenvolver o esporte no Iate foi a filiação ao Comitê Brasileiro de Clubes (CBC). Por meio de editais lançados por esse órgão, recebemos verbas para a compra de equipamentos e para custear os salários de alguns professores e técnicos”, comenta.

O espaço também conta com o Centro Infantojuvenil do Iate Clube (Ciate), que oferece instalações para as crianças fazerem as tarefas do colégio com acompanhamento pedagógico, praticarem esportes, terem aulas de inglês, xadrez e robótica. Com esses projetos, o clube possibilita uma integração familiar. “Realizamos esse objetivo quando, em paralelo às atividades voltadas para as crianças, oferecemos atividades de esporte e lazer para todas as faixas etárias, contribuindo para a desejada integração da família iatista”, contextualiza.

Na área cultural, o comodoro ressalta a presença do Iate em atividades consolidadas no DF, como exposições, recitais, grupos de discussão de literatura e cinema. Outro destaque nessa área envolve a realização do Iate in Concert, evento solidário promovido em parceria com o Governo do Distrito Federal (GDF) e com a orquestra sinfônica do Teatro Cláudio Santoro. Atualmente, o projeto está na 7ª edição.

Gestão de qualidade

Com quase 500 funcionários e diversos prestadores de serviços, é preciso tempo e dedicação para manter o funcionamento de uma instituição que é equivalente a 18 campos de futebol. Com uma diretoria composta pela Comodoria e 15 diretores e vice-diretores que se reúnem a cada 15 dias, são discutidos e aprovados projetos esportivos, culturais, sociais e de revitalização do espaço.

“O Iate tem uma boa gerência na área administrativa, financeira, recursos humanos e contabilidade. Esse é um pilar de suma importância para a administração do clube. O segundo pilar é a governança, pois precisamos que esteja bem estruturado a partir de um bom estatuto social e seu arcabouço de normas e regulamentos”, explica Pimentel.

Para o comodoro, sem uma boa gestão, nenhuma instituição tem sucesso e, dessa forma, em pouco tempo pode ocorrer a temida falência. Dessa forma, uma gestão contábil e financeira adequada é fundamental para o êxito de qualquer instituição além da qualidade dos serviços oferecidos.

O Iate tem uma boa gerência na área administrativa, financeira, recursos humanos e contabilidade. Esse é um pilar de suma importância para a administração do clube, o segundo pilar é a governança

Flávio Martins Pimentel, comodoro do Iate Clube Brasília

Três perguntas para Flávio Martins Pimentel, comodoro do Iate Clube Brasília:

Qual a importância do Iate Clube para Brasília?

O Iate Clube de Brasília está intimamente ligado à fundação da cidade e se confunde com a criação da capital do Brasil. O presidente da República e patrono do Iate, Juscelino Kubitschek, foi o grande idealizador da capital federal e se referiu ao clube como sendo “a sala de visita da nova metrópole”.

A cidade de Brasília surgiu em uma região de clima seco e o lago Paranoá foi projetado para atender várias finalidades, inclusive amenizar a secura do ar e também se constituir em um local de lazer para o brasiliense.

Nesse contexto, o Iate foi um dos primeiros clubes construídos às margens do lago com o objetivo de estimular e desenvolver os esportes náuticos, além de promover um convívio social entre os associados.

Por que o Iate é diferente dos demais clubes da região?

O Iate ocupa uma ampla área com instalações diversas para a prática esportiva da vela, tênis, natação de piscina e de águas abertas, vôlei de quadra, vôlei de areia, basquete, futsal, futebol de campo, futevôlei, beach tennis, judô, tênis de mesa, squash e peteca.

Além disso, possui um complexo de instalações integradas para academia, sauna, massagem, salão de beleza, pilates, ginásios, quadras cobertas, galpões, duas sedes sociais e prédios administrativos.

Quais são os maiores desafios na gestão?

Um dos maiores desafios que nós enfrentamos foi o desenvolvimento tecnológico do clube. Estamos numa fase bem adiantada de melhorar os sistemas, eliminando riscos de ataques cibernéticos para garantir segurança aos dados do Iate. Além disso, nosso aplicativo passa por ajustes e, em conjunto, entregamos o chatbot e um novo site.

Temos também duas demandas em andamento: a recuperação do prédio histórico do clube da antiga sauna, que está em finalização do reforço estrutural, e, em fase adiantada, o projeto arquitetônico e de instalações do prédio e ampliação do Restaurante do Farol.

Outro desafio importante é a implantação do Programa de Formação de Atletas com recursos do Comitê Brasileiros de Clubes (CBC) e a formação de equipes de alto rendimento.