Categoria: saúde pet
O contato muito próximo com animais de estimação guarda alguns perigos para a saúde. Fique atento, pois certas zoonoses são transmitidas pelo contato com a saliva do pet
Ninguém duvida que o amor dos donos por seus pets é imenso. Contudo, independentemente do carinho, é essencial ficar atento às possíveis zoonoses que o indivíduo está sujeito a contrair. De acordo com uma pesquisa realizada pela Universidade da Califórnia, os animais domésticos podem transmitir mais de 100 doenças para os humanos. Dos tutores entrevistados, 56% deixam os cachorros dormirem na cama. Já os donos de gatos que tomam essa atitude somam 62%.
Esse é o caso da estudante Gabrielli Mayumi, 20 anos, que adotou a cadelinha Mist há cinco e a tratava como parte da família — a cama era um território livre para a mascote. Após algum tempo, Mist começou a se coçar demais e a dona logo a levou ao veterinário para descobrir o diagnóstico: sarna. A cadela iniciou o tratamento, mas o que Gabrielli não imaginava é que ela também poderia ser contaminada com a infecção. Os mesmos sintomas surgiram e praticamente o mesmo tratamento foi receitado. As duas tiveram que usar sabonetes específicos por cerca de dois meses.
Depois do incidente, a estudante tomou algumas atitudes para evitar outra possível contaminação.
“A Mist continua dormindo comigo, mas sempre fico atenta para ver se ela volta se coçando do petshop. Também tento evitar que ela me lamba, pois não acho muito higiênico e tenho medo de alguma doença”, comenta.
Existem três tipos de sarna, mas apenas uma se caracteriza como zoonose — a sarcóptica. Para ser transmitida, é necessário que haja contato direto com a pele do bichinho. O sintoma é idêntico para humanos e animais: coceira. Felizmente, a doença não oferece maiores riscos, mas é indispensável que seja tratada imediatamente para que não haja descamação da pele ou dermatites.
Segundo a médica veterinária Simone Gonçalves, coordenadora técnica do Conselho Regional de Medicina Veterinária do Distrito Federal, a sarna está entre as zoonoses mais comuns, assim como a raiva, a toxoplasmose e doenças de carrapato. “É importante cuidar bem da higiene do animal, caso a relação entre ele e o dono seja muito próxima.” Isso vale como prevenção tanto para a sarna quanto para qualquer outra doença.
Beijar o bicho e ser lambido por ele não está livre de perigos. Cães e gatos portam bactérias na boca. A Pasteurella, por exemplo, fica na saliva e causa infecção caso entre em contato com feridas abertas. Os sintomas costumam aparecer nas primeiras 24 horas após a infecção e compreendem febre, inchaço, vermelhidão e dor na ferida. A raiva também pode ser transmitida por meio da saliva do animal e oferece grandes riscos para pets e humanos. Ocasionada por um vírus, a doença não tem cura e pode levar à morte. A prevenção consiste em vacinar o melhor amigo.
Apesar disso, Simone Gonçalves acredita que os beijos são quase inofensivos. “Não acho que as lambidas sejam tão preocupantes, pois, em sua maioria, as pessoas que têm o costume de dar beijos nos animais de estimação têm muito cuidado com a higiene deles, o que evita a transmissão de possíveis doenças.”
O médico veterinário Rodrigo Verdade concorda: “Isso depende muito de cada indivíduo, mas, se você tem um animal sadio, vacinado, vermifugado, com hábito de ir ao veterinário, os riscos são muito pequenos”. Ele explica que bebês, pessoas idosas ou com imunidade baixa estão mais propensas a contrair alguma doença, mas somente se o bichinho estiver contaminado.
A economista Camila Moraes, 26 anos, nunca teve animais de estimação, mas, quando era criança, ela e sua família tinham o costume de passar as férias em uma fazenda. Em certa ocasião, os pais de Camila ficaram preocupados ao encontrar dois carrapatos presos à axila da filha. “Eu me lembro que minha mãe ficou muito assustada. Logo arrancou os insetos de mim, mas ficou preocupada e resolveu me levar ao médico para ter certeza de que estava tudo bem.” Segundo o veterinário Rodrigo Verdade, as doenças transmitidas por carrapatos, como a Doença de Lyme e a febre maculosa, afetam o sangue e podem ser fatais. A infecção, porém, é relativamente rara.
A remoção do inseto deve ser feita com muito cuidado para que o ferrão não fique preso na pele e, após removido, é importante que a área seja limpa com álcool ou alguma solução antisséptica. Vale ressaltar que o médico deve ser procurado caso algum sintoma seja desenvolvido, como febre, dores musculares, torcicolo e inflamação nas articulações. “Para manter os carrapatos longe dos animais, existem produtos específicos, como coleiras e medicamentos. Além disso, a visita ao veterinário deve ser frequente”, resume.
Atenção aos felinos
Algumas zoonoses são transmitidas somente pelos felinos, como a Doença da Arranhadura de Gato, provocada pela bactéria Bartonella henselae e que desencadeia uma infecção na pele de pessoas com o sistema imunológico comprometido. Para evitar, basta manter certa distância de gatos muito ariscos.
Outra doença recorrente dos felinos é a toxoplasmose. Ela oferece grandes riscos para mulheres grávidas, pois leva à malformação do feto e, até mesmo, ao aborto. A zoonose é causada por um protozoário que vive nas fezes dos gatos (os bichanos são hospedeiros intermediários e não manifestam sintomas). “Por oferecer riscos às grávidas, muitas mulheres ligam desesperadas, dizendo que os médicos aconselharam que elas se livrassem dos seus gatos, mas não há motivo algum para isso. Se a higiene dos bichinhos estiver em dia, e todo o cuidado for tomado na hora de catar as fezes, não há riscos”, explica a veterinária Simone Gonçalves.
A toxoplasmose também pode ser contraída pela ingestão de alimentos contaminados, como carne crua ou malpassada. Assim, lavar bem os alimentos e as mãos é de suma importância para a prevenção da doença.
Deficiência física, os desafios do dia a dia não são enfrentados apenas por pessoas, alguns animais também têm que aprender a conviver com certas dificuldades.
Na casa da professora Luciana Pereira, 50 anos, foi preciso criar uma rotina rígida para facilitar o convívio com a bull terrier albina Zara, de 9 anos. A cachorrinha, por ter nascido surda, não atende a comandos para comer ou para passear. Quando filhote, ela não escutava os rosnados e os latidos dos cães mais velhos no canil em que vivia. Assim, Zara sofreu com ataques e mordidas que lhe renderam cicatrizes no focinho.
A família desenvolveu, então, técnicas para condicionar a cadela. Foi estabelecido um horário fixo para o café da manhã e para o jantar, as duas refeições diária de Zara. Às 7h da manhã, ela sai de sua casinha e come do lado de fora da cozinha, perto de seus tutores. O mesmo comportamento é repetido ao fim do dia, na hora do jantar. Além disso, a família estabeleceu uma nova forma de comunicação com a cachorra: “Criamos alguns gestos que ela se acostumou a obedecer. Por exemplo, braço estendido é para ela ir para a casinha; quando damos alguns pulos laterais, ela sabe que a estamos chamando para brincar. Nós criamos uma espécie de libras canina”, explica Luciana.
Já a gata, Monalisa, 6 meses, foi encontrada pela estudante de medicina veterinária, Isabela Simas, 22 anos, em um bueiro, com as duas patas traseiras e o rabo arrancados. Após uma cirurgia para retirar o osso exposto e o tecido morto, a gatinha não conseguia se movimentar direito, nem fazer as necessidades na caixinha de areia. Isabela conta que não podia sair de casa, pois tinha que ficar cuidando dela.
Toda essa atenção foi recompensada. Hoje, a gatinha já está quase totalmente adaptada. Para se movimentar, ela se arrasta pelo chão. “Depois de dois meses aqui em casa e sem os curativos, ela já usa a caixinha de areia sozinha, pula da cama, e aprendeu a subir, escalando, só com as patinhas da frente”, comemora Isabela. A estudante conta que agora está tentando conseguir próteses para Monalisa, por meio de uma campanha no Facebook (A pequena Monalisa). O objetivo é dar à companheira a chance de voltar a andar normalmente. Como reconhecimento de tanto cuidado, Monalisa, apaixonada por colo, segue Isabela pela casa. Segundo sua tutora, ela é dócil com todos e ama brincar com seu arranhador em forma de ratinho.
Outro sobrevivente é Jojo, um vira-lata de 4 anos, que tem uma pata mais curta do que as outras. Ele foi abandonado após um atropelamento e adotado pela estudante de design, Giovanna Freitas, 21 anos. Ela conta que o cachorrinho não apresenta grandes dificuldades de locomoção. Ele é completamente adaptado à sua limitação: ama correr e observar a rua deitado em um banco de madeira na varanda da casa. Apenas se desequilibra quando o chão está um pouco molhado ou quando, afoito, se mexe muito rápido.
Apesar de um ser pouco desconfiado, logo se acostuma com a presença do visitante. Jojo é brincalhão e vive “sorrindo” para as pessoas, como define a dona. Foi esse “sorriso” que dificultou ainda mais a adoção dele. “Ele ‘sorri’ quando fica feliz e as pessoas achavam que ele era agressivo. Quando fazia isso, achavam que era rosnado, mas não era. Ele faz isso sempre”, explica Giovanna. Ao contrário, ele é muito sociável. Jojo não desgruda das outras cadelas da casa. A dona dele conta qu,e se as duas não forem juntas aos passeios, o cãozinho fica pedindo para voltar para casa.
Quando a veterinária Isabela Lacerda, 24 anos, decidiu adotar o gatinho Nemo, achou que a adaptação seria um processo difícil. Aos 4 anos, ele perdeu a patinha dianteira da direita, mas vive normalmente. Ele adaptou-se facilmente e não foi preciso mudar a rotina da casa, ao contrário do que se imaginava. “Ele tem apenas uma dificuldade de alcançar lugares mais altos e convive muito bem com outro gato e uma cadela. Os dois gatos são como irmãos, vivem entre tapas e beijos. A cadela, digamos que eles se aturam”, brinca Isabela.
Tratamentos
A médica veterinária Ana Catarina Vale, da Clínica Naturalpet, explica que, no caso da gata Monalisa, o ideal seria o uso de carrinhos, porém, é necessária uma atenção redobrada durante a adaptação do pet ao acessório. “Caso não se acostumem ao carrinho, a roupinha de couro ou feita de algum material mais resistente são ideais para os animais que têm apenas duas patas e se arrastam, para eles não se machucarem e viverem normalmente”, explica a veterinária. No caso de cães ou gatos que tenham sofrido algum acidente; que tenham com hérnias de disco; que sejam diagnosticados com doenças degenerativas, que acometem a coluna e afetem a locomoção, a profissional indica a utilização de medicina integrativa, com homeopatia, acupuntura, além da fisioterapia. “A acupuntura diminui significativamente a dor do animal. Além disso, o dono pode realizar massagens em casa para aumentar o conforto do bichinho”, esclarece.
Animais: Campanha nacional reforça a importância de avaliar a saúde cardíaca
A vida média dos cachorros varia entre 10 e 13 anos, mas o que muitos não sabem é que cerca de 35% dos cães idosos sofrem de doenças cardíacas, que podem diminuir a expectativa de vida dos pets. Com um quintal inteiro só para ele, o fox paulistinha Flyboy sempre foi muito ativo, agitado e nunca se cansava. Até que um dia, em uma brincadeira comum de jogar a bolinha para os animais, o cão caiu ofegante e começou a se contorcer. Assustada, a dona dele, a estudante Julia Lescure, 23, o levou ao veterinário e descobriu o diagnóstico: filária em estado avançado. A doença também conhecida como “verme do coração” é transmitida pela picada do mosquito que entrou em contato com animais doentes e afeta, principalmente, o ventrículo direito do coração.
Se não tratada imediatamente, a enfermidade pode levar o animal a óbito. Além dela, várias outras podem comprometer a saúde cardíaca dos bichos. Com o intuito de conscientizar os tutores sobre a importância de fazer check up periódico para diagnosticar e, assim, tratar precocemente as cardiopatias, a Elanco (empresa produtora de produtos para animais), em parceria com a Agência Estação Brasil, lançou a campanha Setembro Vermelho: se tem amor.
A finalidade é alertar a sociedade sobre as patologias cardiológicas que afetam os cães idosos — dos 5 aos 13 anos, cerca de 70% deles desenvolvem a principal cardiopatia que acomete os cães: a doença valvar crônica mitral (DVCM). “Acho muito importante esse tipo de campanha porque existem muitas doenças que as pessoas desconhecem. Talvez, se eu soubesse quais eram os sintomas da filária, teria ficado de olhos abertos, e o quadro dele (do Flyboy) não estaria tão avançado”, comenta Julia.
O fox paulistinha tinha 4 anos quando o problema foi diagnosticado e, a partir daí, as mudanças foram drásticas. Além de tomar cinco medicamentos diferentes, o cãozinho agitado, que antes não se continha, passou por alguns episódios assustadores e agora não pode mais se exaltar. “Ele já desmaiou três vezes correndo em volta da piscina, então, hoje em dia, a gente brinca com ele, mas sem jogar bola, por exemplo. Passamos o tempo todo tentando mantê-lo o mais calmo possível”, conta a dona.
Por isso, a informação é tão importante. A iniciativa do Setembro Vermelho é voltada tanto para os donos de cães, quanto para os médicos veterinários. O objetivo é aumentar a qualidade de vida e a sobrevida dos animais que enfrentam males do coração. Por isso, são oferecidos dados técnicos sobre o diagnóstico e tratamento da DVCM.
Carlos Morris, médico veterinário especializado em cardiologia e membro da Sociedade Brasileira de Cardiologia Veterinária, explica que, a partir dos 5 anos, é imprescindível a realização de check ups anuais do animal, que incluam exames de sangue completos, raios-X, ultrassom de abdômen e ecocardiograma. “Normalmente, as cardiopatias que afetam os cães de grande porte são musculares, como a cardiomiopatia (doença na qual o músculo cardíaco cresce e enfraquece). No caso dos de pequeno porte, os males mais comuns são as valvulares, como a doença valvar crônica mitral”, esclarece.
A patologia pode surgir já nos primeiros anos de vida do cão e entre as raças mais afetadas estão poodle, yorkshire, pinscher e os vira-latas. Quanto mais rapidamente a doença for diagnosticada, mais fácil será retardar a evolução do quadro. “Se a patologia for descoberta logo, será possível proporcionar uma vida boa, tranquila e mais longa ao animal”, comenta Carlos.
O quadro de cães cardiopatas que apresentam outras complicações, como obesidade, pode progredir de maneira negativa. É o caso da buldogue inglesa Olívia. Além de estar acima do peso, a cadela de 6 anos sofre de cardiomiopatia dilatada. “Há um ano, ela foi diagnosticada e o veterinário alertou que, além de controlar problema no coração, seria necessário cuidar do sobrepeso para que ela não apresente outras disfunções”, explica professora e tutora do animal, Fernanda Dorsa, 37.
Fernanda começou a estranhar quando reparou que Olívia se recusava a fazer qualquer exercício, andava um pouco e tossia muito. De início, pensou que fosse gripe, mas, após um tempo, decidiu procurar um especialista. “Eu não tinha nem ideia do problema, mas hoje tento sempre repassar essas informações para os meus amigos que têm bichinhos.”
A readaptação alimentar, juntamente com a prescrição médica, também tem um papel importante de promover a qualidade de vida dos animais cardiopatas. Alimentos ricos em nutrientes, como taurina e L-carnitina, são ideais, uma vez que auxiliam no funcionamento do músculo cardíaco e contêm baixo teor de fósforo e de sódio que, em excesso, podem gerar acúmulo de fluídos e sobrecarga dos rins.
Além das visitas periódicas ao veterinário, é importante ficar atento aos sintomas que podem variar entre cansaço frequente, desmaios, tosses e dificuldade respiratória. A cardiomiopatia dilatada não tem cura e para ter uma melhor combinação de medicamentos é essencial classificar o estágio da patologia, a partir do exame ecocardiográfico.
Segundo recomendações da American College of Veterinary Internal Medicine (ACVIM), os cães com maior predisposição à doença devem ter o coração examinado anualmente, pelo menos por auscultação cardíaca (exame que estuda os sons gerados pelo ciclo do coração). Já os cachorros que apresentam alguma lesão valvar mitral ou dilatação cardíaca devem realizar o ecocardiograma a cada seis meses.
Participe:
Para disseminar o projeto Setembro Vermelho: se tem amor, posts sobre o assunto são divulgados nas redes sociais com a hashtag personalizada #setemamor. Também é possível incorporar o selo da campanha à foto de perfil do facebook. Além disso, no próximo 22 de setembro, às 20h, será promovido um webmeeting para médicos veterinários, com o intuito de esclarecer as dúvidas sobre o tema. Para participar, basta acessar o site www.pensecoracaopenserins.com.br.
(por Ailim Cabral, da Revista do Correio) (fotos Zuleika de Souza, da editoria de fotografia do Correio Braziliense)
O sedentarismo não é um hábito saudável para os animais de estimação. Assim como acontece com os humanos, a condição pode trazer uma série de complicações, inclusive emocionais, e, por isso mesmo, deve ser combatida. O excesso de peso, em geral, é apenas uma das consequências que os hábitos pouco ativos podem trazer aos pets. O médico veterinário Josélio Moura, presidente da Sociedade Brasileira de Medicina Veterinária (SBMV), explica que é difícil determinar um quadro único de disfunções que o sedentarismo traz, pois cada animal e espécie reage de uma forma. Entre as mais comuns, ele destaca os transtornos cardíacos, ortopédicos e problemas articulares e de coluna. “Esses podem dificultar a locomoção e fazer com que o animal entre em estágio de letargia, o que pode ocasionar depressão e outros desvios de comportamento”, alerta.
O presidente da Associação Nacional de Clínicos Veterinários de Pequenos Animais (Anclivepa), Bruno Alvarenga dos Santos, reforça o aviso: “Uma das principais doenças que vemos em cães e gatos é o estresse relacionado ao sedentarismo e ao confinamento”, revela. Comportamentos como lamber excessivamente pés e mãos, ingerir as próprias fezes, automutilação ou destruição de itens da casa são alguns sinais que podem indicar estresse provocado pela falta de atividades físicas.
Bruno afirma que a verticalização das moradias reduz o espaço para os animais brincarem e correrem dentro de casa. A carga de trabalho cada vez maior dos tutores diminui o tempo para atividades em família e, como resultado, vemos o animal mais parado. “Um cão ou gato confinado sem ter atividades é como uma criança cheia de energia em um pequeno quarto. Naturalmente, surgirão transtornos comportamentais”, completa o veterinário.
Quando o sedentarismo leva ao excesso de peso, os desdobramentos negativos na saúde só aumentam. Artrites, diabetes e dificuldades respiratórias somam-se à lista de riscos aos quais o animal está exposto, diminuindo potencialmente a expectativa de vida do pet.
Se ele adoece, o tratamento, inicialmente, é focado na patologia apresentada, como a obesidade ou a obstrução cardíaca, mas, em seguida, é importante que os donos mudem o estilo de vida do animal, estimulando os exercícios e as brincadeiras. A fisioterapia surge como uma das opções mais procuradas para os bichos que já apresentam dificuldades de locomoção. Existem ainda programas fitness em algumas clínicas para donos que não têm tempo para se exercitar com o pet.
“Uma das principais doenças que vemos em cães e gatos é o estresse relacionado ao sedentarismo e ao confinamento”
Bruno Alvarenga dos Santos, presidente da Associação Nacional de Clínicos Veterinários de Pequenos Animais (Anclivepa)
Para cães e gatos
Na hora de prevenir o sedentarismo é importante diferenciar o tratamento para cachorros e gatos. Os felinos têm hábitos noturnos e não apreciam tanto os passeios de coleira ao lado dos donos. Em geral, os que vivem em casas optam por caminhadas solitárias à noite. Os moradores de apartamento não têm a mesma liberdade e, caso não aceitem sair com os tutores, devem ser estimulados de outra forma.
Atividades com varas e fios com brinquedinhos na ponta, que façam o gato correr, pular e aticem o instinto de caça são os mais recomendados. Os gatos castrados tendem a diminuir as caminhadas e a perder o impulso de caçar. Nesses casos, a atenção do dono é ainda mais importante e ele deve insistir para que o animal se exercite.
Já os cães, mais empolgados e afeitos aos passeios, facilitam um pouco a vida dos donos. “Ele cobra que seu cuidador o leve para os exercícios. A prova disso é que quando o proprietário pega a guia e se dirige para a porta de saída da casa, o cão costuma dar pulos e correr para ser o primeiro a sair”, declara Josélio.
Alguns animais copiam os hábitos do dono e preferem ficar em casa, porém. Nessas situações, o veterinário Bruno Alvarenga alerta que é preciso mudar o próprio estilo de vida. “Pessoas sedentárias costumam ter animais semelhantes. Além de criar uma rotina de exercícios, é interessante não agradar o animal apenas com petiscos, mas também com brincadeiras de pegar e correr que estimulem o gasto de energia”, sugere.
Já no caso de animais com temperamento mais quieto ou com limitações de idade ou de saúde, as atividades físicas devem ser mais moderadas e os passeios mais curtos, nos momentos em que o sol está mais ameno. “Em Brasília, principalmente na época mais seca, deve-se evitar exercícios em horários de baixa umidade do ar”, recomenda Josélio.
O pug Bart, 11 anos, sempre foi mais quieto. Gordinho, gosta de ficar em casa e não é muito de brincar com outros cães. “Quando algum filhote ou cão mais sociável vem pular nele, se afasta devagar, não briga, mas também não gosta de bagunça”, conta, rindo, a dona dele.
A estudante de direito Amanda da Cunha Gomes, 25 anos, garante que está sempre de olho na saúde do pug, mas, mesmo com pequenos passeios diários, desde muito novo, o cão prefere ficar em repouso. “Ele sempre foi assim, não é muito ativo e acaba sendo sedentário. Hoje, já é bem velhinho, então, não forçamos”, afirma.
Bart, apesar de preguiçoso, é muito saudável. Está sempre em dia nas consultas ao veterinário e, para evitar o sobrepeso comum à raça, a família controla a dieta dele. “Quando era mais novo ele comia besteira com a gente. Adorava pão, cenoura, frutas. Mas a veterinária pediu para evitar e hoje ele faz dieta. Controlamos assim o peso dele, já que não é muito de se exercitar”, argumenta Amanda.
Campanha contra raiva vai imunizar cães e gatos a partir de 27 de agosto
(da editoria de cidades do Correio Braziliense)
Cerca de 271 mil cães e gatos, 80% da população desses animais no Distrito Federal, devem receber a vacina contra raiva durante campanha organizada pela Secretaria de Saúde. Em 27 de agosto (sábado), 200 postos funcionarão em 17 áreas rurais de Brasília. Em 10 e 17 de setembro (também sábados), serão 1.640 pontos de vacinação na área urbana, a maioria em frente a centros de saúde.
O único caso de raiva em uma pessoa no DF aconteceu em 1978 e, em cães e gatos, em 2000 e 2001, respectivamente. “No entanto, o fato de estar controlado não significa que os animais não precisem ser levados para vacinar. Pelo contrário, é extremamente necessário, para nos mantermos sem a doença, que tem 100% de letalidade”, frisa o veterinário da Vigilância Ambiental em Saúde, Laurício Monteiro. Podem ser imunizados cães e gatos a partir de 3 meses, que estejam saudáveis, incluindo fêmeas prenhas e aquelas que acabaram de ter filhotes. A Vigilância Ambiental recomenda que os cachorros sejam levados com coleira e, aqueles mais agressivos, de focinheira; os gatos, se possível, abrigados em uma caixa. A raiva pode ser transmitida ao homem por meio da saliva e de secreções do animal infectado, principalmente pela mordida.
(da Revista do Correio)
O período de férias é complicado para os donos de animais. Se forem viajar, eles precisam tomar a difícil decisão de escolher com quem deixar os pets. A angústia é maior quando o bicho é caseiro e/ou antissocial. Por isso, os hotéis caninos têm sido muito valorizados.
Infelizmente, a estudante de publicidade Renata Souza, 23 anos, não teve uma experiência muito boa com o serviço. A cachorrinha dela, Ester, é cega e precisa de cuidados especiais. Com uma viagem marcada e sem opções, a jovem deixou a yorkshire em um hotel indicado pela clínica veterinária. O estabelecimento era espaçoso e prometia separar os cães que não se entrosassem. O problema foi de comunicação. “Eu pedia foto, informações e eles demoravam muito a responder. Eu ficava preocupada, porque via que eles ficavam on-line o tempo todo e, ainda assim, não respondiam”, reclama. Por isso, da próxima vez, Renata buscará outra solução.
No entender da veterinária Mariana Dornelas, animais com necessidades especiais demandam atendimento personalizado. “Alguns hotéis oferecem esse tipo de serviço, com monitoração dos veterinários responsáveis pelo espaço. Ainda assim, dê preferência a alguém que pode dar o máximo de atenção e conforto ao animal”, recomenda. No caso de Ester, o melhor seria contratar uma babá de bichos, que atenda em domicílio. Geralmente, as pet sitters conversam muito com os donos antes de efetivamente tomar conta das mascotes. O objetivo é mapear as rotinas da casa.
Nesse mercado, uma novidade interessante é o site e aplicativo Dog Hero. Trata-se de um serviço pago de lar temporário prestado por anfitriões cadastrados na plataforma, de funcionamento semelhante ao Airbnb.
Anfitriã em Brasília, a estudante Marina Albernaz tem dois cachorros, o Simba e a Gaia. Ela explica que, antes de aceitar hóspedes, promove um encontro para saber se os bichos vão se dar bem. Até o momento, já hospedou três cãezinhos. “Você tem total liberdade de conhecer a casa; ver onde o animal vai ficar. Eu sou muito aberta.”
Independentemente do tipo de serviço escolhido, é importante que os bichos estejam devidamente vacinados e vermifugados. “Na hora de deixar um cachorro no hotel, tem que pensar na saúde do coletivo, ou seja, o animal tem que estar em saúde perfeita, sem pulgas e sem carrapatos”, reforça a veterinária Yasmin Vilela. O hotel Brasília Park Dog, por exemplo, exige que o cartão de vacinação da mascote esteja em dia. É comum que estabelecimentos do gênero ofereçam piscina, playground e outros espaços compartilhados, de modo que a higiene precisa ser bastante rígida. Outra dica é levar o pet antes, para ele ir se habituando com o local.
Seguidas essas orientações simples, a estada tem tudo para ser tão agradável quanto uma colônia de férias. A bióloga aposentada Stella Maris sente que Saib, seu yorkshire de 12 anos, desfruta desse bem-estar. Ela conta que já deixou o animal no mesmo hotel mais de 10 vezes, com ótimos resultados. “Saib se adaptou bem. Recebe bem o dono do hotel, que vem buscá-lo. Fico tranquila em deixá-lo lá. Este ano, ficará pelo menos umas quatro temporadas”, conta.
De acordo com a veterinária Yasmin Vilela, o comportamento do cão demonstra se foi bem ou mal tratado no local em que ficou hospedado. “Cada um sabe como é a personalidade do seu pet, então é observar se os hábitos continuam os mesmos ou se houve alguma alteração; se está fazendo coisas que não fazia antes ou se parou de fazer algo”, ressalta. Eventuais mudanças podem apontar para alguma doença — o que também é preocupante, pois mostra que o hotel não foi criterioso na hora de conferir as vacinas e vermifugações.
Lei autoriza socorristas a atenderem animais domésticos em emergências
(da Agência ANDA)
Dr. Ed Cooper, responsável pelo setor de emergência no Centro Médico Veterinário da Universidade de Ohio, declarou que os veterinários passarão a oferecer treinamento básico aos socorristas locais para auxiliar no cumprimento da lei, que passa a vigorar no dia 31 de agosto.
“A esperança agora é de que os socorristas possam prestar atendimento aos animais da mesma forma que socorrem humanos, sem o perigo de serem processados por isso,” disse Cooper.
Cory Smith, diretor de políticas públicas para a compaixão animal da The Humane Society of the United States, comemorou: “Essa lei é sobre construir um mundo mais humano. Quando o governo reconhece o quanto os animais são importantes na comundidade, grandes mudanças podem ocorrer pelos direitos animais.”
Elefante baleado por caçador caminha até veterinários em busca de socorro
(da ANDA)
“É como se ele soubesse que tínhamos a intenção de ajudá-lo. Acreditamos que foi baleado fora do parque e veio para dentro em busca de refúgio”, declarou Lisa Marabini à BBC.
O elefante Pretty Boy foi até o carro dos profissionais em busca de socorro.
‘É um animal extremamente gentil e descontraído, os veterinários conseguiram localizar facilmente o buraco em sua testa”, disse um porta-voz da instituição.
Os veterinários lhe acalmaram e procuraram a bala, mas foi impossível encontrar a posição exata porque o crânio do animal é muito grande e é difícil que os raios-X mostrem os diferentes ângulos.
Os veterinários apelidaram o elefante de Pretty Boy após a remoção de fragmentos de ossos em torno da bala, que estavam cinco centímetros abaixo da superfície da ferida. Espera-se que o animal se recupere completamente.
Segundo o porta-voz da instituição, Pretty Boy recebeu antibióticos e parasiticidas.
Os veterinários estavam preocupados que suas costas fracas pudessem impedir que o animal ficasse de pé, mas ele se recuperou sem problemas e depois repousou a cabeça em uma árvore e cochilou durante meia hora.
“No dia seguinte, ele estava se sentindo muito mais feliz e muito relaxado e deixou que os veterinários chegassem mais perto para uma avaliação final”.
Onça que participou do revezamento da tocha olímpica no AM é morta após solenidade
O Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos Rio-2016 usou as redes sociais na tarde de ontem para repercutir a morte de uma onça-pintada que foi utilizada durante a passagem da tocha olímpica por Manaus na segunda-feira. O animal silvestre foi abatido após fugir e tentar atacar um militar. “Erramos ao permitir que a Tocha Olímpica, símbolo da paz e da união entre povos, fosse exibida ao lado de um animal selvagem acorrentado. Essa cena contraria nossas crenças e valores. Estamos muito tristes com o desfecho que se deu após a passagem da tocha. Garantimos que não veremos mais situações assim nos Jogos Rio-2016”, disse o comitê em uma série de postagens no Twitter.
Na segunda-feira, a tocha olímpica visitou o Centro de Instrução de Guerra na Selva (CIGS), em Manaus. Em determinado momento do revezamento, os condutores posaram ao lado de duas onças-pintadas, mascotes da corporação. Ambas estavam acorrentadas.
Após o evento, uma das onças que participou da cerimônia, Juma, fugiu e foi abatida com um tiro de pistola. “Uma equipe de militares composta de veterinários especializados no trato com o animal foi ao seu encontro para resgatá-la. O procedimento de captura foi realizado com disparo de tranquilizantes.
O animal, mesmo atingido, deslocou-se na direção de um militar que estava no local. Como procedimento de segurança, visando proteger a integridade física do militar e da equipe de tratadores, foi realizado um tiro de pistola no animal, que veio a falecer”, disse o Comando Militar da Amazônia (CMA), em nota.
Também em nota, o Instituto de proteção Ambiental do Amazonas (Ipaam) informou que as onças mantidas em cativeiro no estado foram resgatadas da natureza quando ainda filhotes, geralmente após a morte da mãe, como defesa contra predadores ou pelo tráfico de animais silvestres, para serem vendidos e criados sem autorização.
Os animais considerados incapazes de voltar ao hábitat, após avaliação feita por uma equipe técnica, são destinados a zoológicos e mantenedores licenciados. No caso de Juma, o Ipaam afirma não ter sido consultado sobre sua participação no evento da passagem da tocha. “Necessitamos ainda da confirmação através de resposta oficial da notificação enviada pelo órgão ao CIGS, sobre o que ocorreu no evento e sobre as circunstâncias do acidente. O Ipaam salienta que as medidas cabíveis serão adotadas após a resposta oficial do CIGS.”
O centro é um instituto de especialização militar, subordinado ao Comando Militar da Amazônia (CMA). Oferece cursos de combate e sobrevivência na selva. Seu símbolo é uma onça-pintada e, em seu zoológico, um dos principais pontos turísticos da região, abriga diversas espécies, sendo a onça-pintada o principal destaque. Esses animais são resgatados feridos na floresta e recuperados com a intenção de devolvê-los à natureza. Quando não é possível, são mantidos em cativeiro e tratados como mascotes.
De acordo com o Ipaam, “o CIGS está em processo de licenciamento após o repasse do processo pelo Ibama e foi vistoriado em novembro de 2015. O CMA possui licença vigente de mantenedor de fauna silvestre com a vistoria realizada em dezembro de 2015”. O Exército também divulgou nota lamentando o ocorrido. “Era um animal dócil e habituado à convivência com pessoas no interior do quartel. Diariamente, era acompanhada por uma equipe de militares experientes, integrada por veterinários e tratadores, com a tarefa de observar e garantir seu conforto”, diz o documento, que informa, ainda, que o CIGS determinou abertura de processo administrativo “para apurar os fatos”.
Jogador da NFL se torna tutor de cadela que tinha dificuldades em ser adotada
(da redação da ANDA)
Ronnie Stanley, jogador do time de futebol americano Baltimore Ravens, juntamente com sua namorada e um companheiro de equipe visitaram o abrigo de animais BARCS.
“Nós estamos procurando por um cão que esteja aqui há muito tempo e talvez tenha dificuldades em ser adotado”, disse ele, segundo um post do Facebook feito pelo abrigo, relata o Bark Post.
O trio conheceu vários cães e Winter foi o filhote escolhido.
Winter é uma cadela de seis anos de idade, que tinha sido encontrada em meados de maio, trancada dentro de um quarto em uma casa vazia, sem comida, água ou sequer ar fresco.
Ela estava desidratada e assustada, e a extrema flacidez em sua barriga sinaliza que ela deu à luz a muitas filhotes, o que não incomodou o jogador que recebeu um beijo carinhoso da cadela.
A porta-voz do BARCS Bailey Deacon está entusiasmada com a adoção de Winter e com suas possíveis repercussões.
“Se o grande e forte Ronnie escolhe adotar um animal, aqueles que o admiram farão o mesmo”, diz ela.
“E o bônus é que ele não veio adotar qualquer animal, ele pediu especificamente por um animal que estava tendo dificuldades em encontrar um lar. Isso não é fantástico?”, acrescentou Deacon.