Tudo o que você queria saber sobre castração

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Indicada para evitar o abandono de animais e para prevenir doenças graves, a castração ainda gera muitas dúvidas em tutores. A veterinária Lorena Nichel responde as principais questões em torno do procedimento 

Cindy, divando com seu pijaminha pós-castração
Cindy, divando com seu pijaminha depois da castração: a tutora, Renata, não teve dúvidas, pois quis evitar problemas de saúde. Crédito: Arquivo Pessoal

Um dos cuidados com o pet que mais confundem a cabeça de tutores é a castração. Mesmo sabendo que o procedimento pode evitar doenças, muitos temem que o cãozinho mude de comportamento, engorde ou corra riscos na mesa de operação. Embora toda cirurgia seja acompanhada de riscos, a veterinária Lorena Nichel, da Vet em Casa, esclarece que, hoje, a anestesia é inalatória, muito mais segura. Além disso, os exames pré-cirúrgicos avaliam o estado de saúde do animal, garantindo o sucesso da castração.

A administradora Renata Rezende, 27 anos, é tutora de três cachorrinhas: Chanel, 4 anos; Charlote, 1,6 ano, e Cindy, 1,1 ano. A primogênita e a caçulinha são castradas e Charlote vai passar pelo procedimento em abril. A castração da maltês seria em janeiro, mas o tratamento para uma dermatite acabou adiando os planos. Renata diz que nunca teve dúvidas de que essa era a melhor opção para as cachorrinhas. “Depois que a Chanel teve três gravidezes psicológicas, e que vi que ela poderia ter tido problemas devido a isso, não tive dúvidas. Ela ficou muito saudável depois da castração”, diz.  “Escolhi castrar pra elas terem mais saúde, evitar doenças, como câncer de útero e mama, além de não correrem m risco de terem um procriação indesejada. Mas o principal mesmo é a saúde”, ressalta Renata, que faz questão da anestesia inalatória e da presença de um anestesista durante todo o procedimento, além do cirurgião.

Veja as respostas de Lorena Nichel às principais questões sobre o procedimento. Ficou com alguma dúvida? Mande um email, que vamos responder.

O comportamento do meu cachorro vai mudar? 

Mudança de comportamento é bem relativo. Aquela história de que o cachorro que é agitado fica calmo vai muito de cada cão (da rotina que ele tem) e da raça. Um labrador vai ser uma eterna criança, por exemplo.

As raças menores correm mais riscos na cirurgia?

O risco cirúrgico ocorre independentemente do porte do animal. Assim como com a gente. Toda cirurgia tem riscos. Os exames pré- operatórios servem justamente para avaliar o estado de saúde do paciente. Estando tudo bem, não tem porque não submeter o animal ao procedimento. A castração é feita com anestesia inalatória, o que confere uma segurança maior durante o procedimento. Pois o animal está sendo acompanhado por um anestesista que avalia o melhor protocolo anestésico de acordo com idade e porte.

Quais os cuidados depois do procedimento?

Nos cinco primeiros dias: repouso e uso de pijama cirúrgico e/ou cone (para aqueles que gostam de mexer nos pontos). Eles vão para casa no mesmo dia, então, deve-se evitar subir em sofá ou em locais altos, correr, saltar. Pelo simples fato de que se podem  romper alguns vasos e acabar inchando a bolsa escrotal, o que vai dificultar a cicatrização e dói bastante.⁠⁠⁠⁠

Se o animal tem problema de coração, a anestesia pode provocar parada cardíaca?

Eu indico eletrocardiograma em casos de cães acima de sete anos, cães braquicefálicos (pugs, bulldogs…) ou aqueles que já tiveram algum diagnóstico de cardiopatia. Mas se você tiver duvida com relação a essa parte, vale a pena fazer como exame pré-operatório. Sobre a anestesia, o risco existe para todos, saudáveis ou não. Os exames minimizam os riscos.

O animal engorda pós-castração?

Isso depende muito da rotina  que o animal tem. Alguns cães ficam um pouco mais preguiçosos, então cabe ao tutor manter rotina de exercícios e alimentação balanceada. Tenho 7 cães, entre machos e fêmeas e ninguém engordou.

Bento castrou aos 4 anos: saúde em primeiro lugar
Bento castrou aos 4 anos: saúde em primeiro lugar

Qual a idade adequada para a castração?

A recomendação para fêmeas é antes do primeiro cio, onde reduzimos a quase zero as chances de tumores mamários e de útero. Para aqueles que não castraram antes, recomendo o quanto antes. Cada cio é uma bomba de hormônios para a cadela, e a probabilidade de desenvolvimento de tumores vai aumentando com a idade também, além do risco de piometra (infecção uterina). Sobre ter ninhadas, não sou contra, porém, que seja bem acompanhado por um profissional. E devemos ter a consciência de que uma ninhada não dá somente um filhote. Ai, entramos na questão de que: “Será que todos os cães terão famílias que realmente cuidarão deles?”.

Não é injusto para o cão castrá-lo?

Os cães não sentem prazer. Eles montam quando a cadela esta no cio, por instinto. O  “taradinhos”, diferentemente do que se pensa, montam para demonstrar territorialismo. Tipo: “Eu mando em você”. A castração ajuda bastante na dominância, além, claro, da demarcação de território (aquela história de fazer xixi em todos os locais).

Crédito: Reprodução da Internet
Crédito: Reprodução da Internet

 

Para ter um sorriso “cãogate”

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Wesley, cachorro golden retriever que precisou colocar aparelho odontológico.

Escovar os dentes do pet diariamente é obrigatório. O hábito não só evita mau hálito, como afasta muitas doenças

 

Do banho semanal, ninguém esquece. Mas e o que dizer da higiene dos dentinhos? Muita gente acha que não precisa escovar a “dentadura” dos pets. A consequência: 85% dos animais adultos têm alguma doença bucal, segundo a Associação Brasileira de Odontologia Veterinária. Isso sem falar no bafão.

“A escovação dos dentes é tão tão importante para os cães como é para nós. Alguns passam grande parte de suas vidas sem escovar os dentes, e isso pode acarretar uma série de doenças, devido ao acúmulo de bactérias na boca”, afirma a médica veterinária Priscila Brabec, da Ceva Saúde Animal. Ela esclarece que a escovação deve ser feita todos os dias.

A má higienização pode resultar em formação de tártaro, inflamação da gengiva e perda dos dentes. “Quando a escovação não ocorre, isso estimula a formação de biofilme, agregado de bactérias que se formam nos dentes e que, se não removido, pode progredir para a placa bacteriana. Quando mineralizada, ela se transforma em cálculo dentário”, diz a veterinária. Outra consequência é o mau hálito, provocado pelo acúmulo de bactérias na boca.

Bento escovando os dentinhos
Bento escova os dentinhos

O veterinário Alexandre Merlo, da Zoertis, ensina que, quando o cachorro está com algum problema na boca, é comum apresentar gengiva avermelhada, inchada e dolorida (gengivite) e dificuldade para comer, entre outros. “Muitas vezes, essas alterações são consideradas normais ou toleráveis para a espécie ou para a idade, o que é um grande erro”, explica.

A placa bacteriana pode aparecer em poucas horas após a alimentação e, quando endurece, se transforma no tártaro, que já não pode ser eliminado apenas com a escovação. É muito importante combatê-lo, porque as bactérias presentes na calcificação podem passar para a corrente sanguínea, causando doenças mais graves, como infecções no coração, rins, fígados e sistema nervoso.

Por ser um mal que progride aos poucos, o animal acaba se acostumando com a dor, e o tutor não percebe que há algo de errado. “Por isso, é sempre recomendável fazer visitas regulares ao veterinário. Quando o cão passa pelo tratamento de limpeza bucal, sua qualidade de vida melhora”, ensina Alexandre.

 

 

Cuidados com o pet depois do verão

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Não é só você que precisa investir na saúde depois dos excessos

Saúde Pet: Imagem mostra cãozinho na praia
Foto: Arquivo Pessoal

 

Acabou o carnaval e, com ele, o ano começou oficialmente. Depois dos excessos de verão, é hora de cuidar da saúde do mascote. “Com o fim das férias, é muito comum as pessoas investirem em tratamentos e produtos para recuperar os cabelos que tanto sofrem no verão. Mas é preciso lembrar que os pelos dos cães e gatos também são afetados, ficando mais ásperos e ressecados, com alteração na cor e perda do brilho”, comenta a farmacêutica Sandra Schuster, da empresa docg.

Nada de passar produtos de humanos nos bichinhos. A pele dos animais tem pH diferente do humano, são mais finas e sensíveis. Por isso, a utilização de produtos não veterinários pode causar alergias e outros problemas dermatológicos.

 

Confira as dicas da farmacêutica para os cuidados pós-verão:

1 – Banhos

Embora não seja indicado, muitos cães costumam tomar banho de piscina ou mar. Se isso ocorrer é preciso dar banho no pet para retirar todo o sal, areia ou cloro da pele e pelagem.  “Com o clima seco e mais empoeirado também é comum aumentar a frequência dos banhos. Por isso, é preciso usar shampoos adequados ao tipo de pelo do animal e finalizar o banho com condicionador”, explica Sandra.

2 – Hidratação

Para recuperar a hidratação dos pelos, os pets ganharam recentemente produtos semelhantes aos dos humanos, como leave-in e ampolas. “Desenvolvemos produtos que trazem resultados rápidos e são práticos de utilizar”, comenta a farmacêutica. O leave-in é composto por vitamina E, queratina e D-pantenol, que promovem a hidratação e restauração dos pelos. Já a ampola, objetiva fortalecer, dar brilho e restaurar as pontas duplas.

3 – Escovação

Para evitar que os pelos embolem e também para a retirada de resíduos da pelagem, o ideal é escovar os cães e gatos no mínimo 3 vezes por semana. Segundo a farmacêutica, existem escovas adequadas ao tipo e comprimento dos pelos e também aquelas que prometem retirar os sub pelos mortos, evitando assim que a pelagem embole e a pele respire melhor.

4 – Coloração

A exposição ao sol também prejudica a coloração do animal. “Pelos escuros desbotam e pelos brancos podem ficar manchados devido ao contato com poeira”, explica Sandra. “Shampoos e condicionadores adequados à cor da pelagem devem fazer parte da rotina de higiene. Para complementar os cuidados é possível utilizar fixadores de brilho, que valorizam os tons das pelagens”, complementa.

5 – Patas

Não é apenas a pelagem dos cães que precisa de tratamento especial. As patas e cotovelos sofrem com o atrito no chão e temperaturas mais altas. “Essa também foi uma preocupação da docg. ao desenvolver a linha de produtos”, esclarece a farmacêutica Sandra Schuster. “Criamos um creme para patas com D-pantenol e glicerídeos de soja que está fazendo sucesso”, adianta.

 

 

Hidroterapia é bom pra cachorro

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Labradora Clara, fazendo hidroterapia
Labradora Clara, fazendo hidroterapia

Indicada para tratar lesões, a hidroterapia ajuda reabilitação

A ideia é que o ambiente aquoso, ao mesmo tempo em que oferece resistência aos movimentos, poupa as articulações. Não tardou para que a medicina veterinária descobrisse que os bichos também podem obter benefícios com essa abordagem. Em Brasília, pelo menos desde 2007, há profissionais prescrevendo sessões de hidroterapia para pets.
A cadela Clara, 12 anos, é uma dessas pacientes. Sua tutora, a bióloga Adriana Rossi, conta que a labrador foi diagnosticada com diabetes aos 8 anos e, como sequela da doença, desenvolveu uma neuropatia paralisante. “A paralisia começou nas pernas traseiras e, em poucos dias, afetou as dianteiras. Eu e meu esposo carregávamos ela nos braços para todas as necessidades fisiológicas e também para levá-la ao consultório veterinário”, recorda a bióloga. Além disso, Clara passou a sofrer de artrose.
A situação era dramática. E o pior, poderia ter acontecido se não fosse uma veterinária ter indicado a hidroterapia. “Após algumas sessões de fisioterapia convencional, ela voltou a andar. Daí, introduzimos a hidroterapia para fortalecer os membros e ajudar no emagrecimento. A água deixa o corpo mais leve, o que evita o impacto”, comemora Adriana. A fisioterapeuta veterinária Lívia Borges, responsável pelo tratamento de Clara, diz que a abordagem é especialmente benéfica em quadros de artrose. “Mas também em pós-operatórios de cirurgias ortopédicas, casos de tendinite ou, simplesmente, quando o objetivo é  melhorar o condicionamento físico”, complementa.
Foi um pouco por acaso que a shihtzu Susi, 4 anos, começou a hidroterapia. Sua dona, a enfermeira Angélica Santana, havia levado o outro cachorro da casa para uma consulta. Atenta, a veterinária percebeu que Susi, que estava apenas como “acompanhante”, tinha indícios de uma luxação no quadril. O diagnóstico se confirmou e o tratamento foi iniciado. “A partir da segunda sessão, já percebi resultados significativos. Susi, que andava um pouco e logo queria colo, passou a fazer caminhadas inteiras sem interrupções. Hoje, brinca com outros cachorros e está interagindo muito mais”, reconhece a enfermeira.
Como são as sessões
A hidroterapia é feita em uma esteira submersa em uma banheira, que é nivelada conforme o tamanho do animal. Quanto mais fundo, mais esforço o animal faz. Deve-se estar atento a isso, pois representa um desgaste para a coluna do bicho. “O exercício dentro da água é mais intenso do que a atividade física convencional, então o ideal é que seja progressivo, sempre respeitando as limitações patológicas de cada paciente”, detalha a fisioterapeuta veterinária Lívia Borges.
A temperatura da água deve ser moderada — o frio gera desconforto e enrijece a musculatura, o que não é sadio para os tecidos lesionados. “A água morna promove relaxamento e melhora o metabolismo. Se estiver demasiado quente, a água promove superaquecimento, principalmente em raças grandes e braquicefálicas, dificultando o desempenho e a troca de calor durante o exercício”, informa a especialista.
A adaptação depende de cada animal. A cadela Clara fica extasiada nas sessões, pois o ambiente é enriquecido com brinquedos. “Ela ama brincar nessa banheira da esteira. Fica latindo para pedir as bolinhas”, conta Adriana Rossi. Para a Clara, dada a sua idade e o tipo de problema, os exercícios devem ser amenos. Por isso, o trabalho na esteira não passa de 12 minutos.
Já a shih tzu Susi é mais arredia. Ela resmunga e choraminga. “É que ela não é muito fã de água. Eu preciso acompanhá-la, mas fico meio que escondida para não atrapalhar”, descreve Angélica Santana.
A companhia dos donos é um ponto que a fisioterapeuta veterinária Lídia Dornelas enfatiza. “Muitos se tornam mais arredios com a presença dos donos; outros se sentem mais seguros e desenvoltos. O profissional médico veterinário precisa conhecer a linguagem corporal para promover uma adaptação sem traumas e de forma divertida, com a presença, ou não, dos tutores”, diz. Segundo Lídia, todas as raças de cães podem se beneficiar da hidroterapia, porém, raças como labrador e golden retriever costumam se adaptar mais facilmente. As raças braquicefálicas enfrentam dificuldade extra. “Exames cardiológicos e dermatológicos devem ser feitos para garantir a saúde dos pacientes”, destaca a especialista.

É hora do banho, que hora mais feliz!

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Banho pet: Banhar a mascote em casa, em vez de levar ao pet shop, exige alguns cuidados, mas pode se tornar um momento de carinho e de aproximação entre o bicho e o tutor

 

(por Ailim Cabral, da Revista do Correio)

A golden retriever Berenice atende bem aos estereótipos da raça: além de ter um lindo pelo dourado, é muito simpática. Quando escuta a campainha de casa, a filhote de 10 meses corre para “atender” a porta. Pula e lambe as visitas como quem diz “sejam bem-vindos”. Ela participa das conversas e, quando alguém se senta no sofá, não se faz de rogada e se acomoda também.

No entanto, a farra de Berê acaba quando ela vê o secador de cabelo. Com um leve rosnado de medo, ela abaixa o rabo e corre para se esconder. A professora de ioga Deborah Rosa, 30 anos, explica que Berenice toma os banhos sempre em casa e não é muito fã do processo. “Quando era mais nova, ela não ligava muito, mas, hoje em dia, sempre tenta fugir quando percebe que é hora do banho. Ela só se conforma quando já está no box e não tem mais jeito”, conta.

Imagem mostra Banho pet em casa. Debora Rosa e sua cadela Berenice.
foto: Barbara Cabral/@cbfotografiaBanho pet em casa. Debora Rosa e sua cadela Berenice.

Desde que Berenice entrou na família, Deborah e seu marido são os responsáveis pelo banho. O que começou como uma recomendação da veterinária se tornou um hábito. “Quando ela era bebê, não podia ainda ir ao pet. Começamos a dar o banho e fomos nos acostumando. Hoje, preferimos assim”, garante a professora.

Berenice toma banho no box do banheiro com um xampu para filhotes. O banho leva cerca de 10 minutos, mas o processo de secagem demora um pouco mais. Deborah usa três toalhas para tirar o excesso de água e, em seguida, usa o secador de cabelo. Mesmo depois do processo, a golden ainda fica um pouco úmida e, por isso, Deborah opta por dar o banho de manhã ou nas primeiras horas da tarde, para que Berenice fique sequinha antes do anoitecer.

A tutora é motivada pela segurança — dar banho em casa é uma garantia da qualidade dos produtos usados e do carinho dispensado à mascote. Porém, há cerca de um mês, ela levou a cadela para se banhar no pet shop. A ideia é deixá-la familiarizada com o serviço “caso ela precise ir em algum momento, não vai ser um susto tão grande”, explica. Existe ainda outro aspecto: o econômico. O fato é que o valor alto dos serviços em pet shops não entusiasma muita gente.

A veterinária Salua Carolina Cataneo, da Pet Society, explica que os cães são um pouco mais tranquilos na hora de tomar banho em casa. Em geral, os gatos gostam menos de água e o momento pode ser muito estressante. Dependendo do animal, é preferível levá-lo a um especialista.

Entre os cuidados, é importante estar atenta à temperatura da água. Muitos podem achar que, nos dias mais frios, o ideal é dar banho quentinho nos animais, mas é preciso ter cautela. “A temperatura corporal deles (cães e gatos) já é muito alta, então não se pode exagerar, sob o risco de desencadear alguma reação negativa”, afirma Salua. O ideal é que a água esteja morna ou mesmo fria.

 

 

 

Outro aspecto para o qual Salua chama a atenção são os cosméticos usados. É importante que sejam sempre de uso veterinário. Aqueles feitos para humanos têm um pH (acidez) inadequado para a pele animal. Xampus a seco podem ser usados, mas a aplicação não substitui o banho, alerta a especialista. “Eles são úteis apenas para fazer a manutenção entre um banho e outro”, explica.

 

 

Cuidados adicionais
Um dos principais riscos da hora do banho é a otite causada por água ou umidade no ouvido do animal. Para animais com orelhas muito grandes, a veterinária Salua Carolina recomenda protegê-lo com algodão. Tampouco se deve jogar água diretamente no rosto do animal — gentilmente, despeje a água de cima para baixo. Por fim, a secagem deve ser minuciosa para evitar o aparecimento de fungos e dermatites. No caso dos mais peludos, deixe o pet brincar ao sol para facilitar o processo.

Higiene básica
A água do banho deve ser fria ou morna.
Use sempre produtos apropriados para animais.
O condicionador é indicado ou não, a depender da raça. Pergunte ao veterinário.
Use algodão no ouvido dos pets para evitar a entrada de água.
Seque o pet com toalha antes de usar o secador.
Mantenha o secador a uma distância de 30cm. Cuidado para não esquentar demais.
Faça a escovação diária em animais muito peludos, evitando nós.
Os banhos em cães podem ser semanais ou quinzenais, a depender da raça.
Nos gatos, os banhos são mais espaçados — mais de 15 dias de intervalo.
Para acalmar os pets, florais e música podem ajudar. O sistema de recompensa, com petiscos, também pode ser benéfico.
Faça com que o momento seja prazeroso para o bicho. Aproveite para fazer carinho.

Pet saúde: Tom saudável

Pet saúde: Imagem mostra Marcela Sardou e seu cachorro Fred.
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Pet saúde: Alguns cachorros apresentam mudança na tonalidade dos pelos. O problema pode ser causado por inúmeros fatores, como exposição solar e até alimentação.

Os cães podem ter a coloração dos pelos alterada por diversos fatores. Alergias, manchas hereditárias, doenças parasitárias (sarna, fungos e bactérias), reações inflamatórias, cicatrizes, alterações hormonais, medicamentos e até mesmo câncer de pele são algumas razões para a mudança de tom da pelagem. “Uma doença comum, em especial no verão, é a dermatite actínica, causada pela exposição solar crônica. É mais frequente em animais com pele e pelagem claras, e com pelo curto”, alerta a médica veterinária Cláudia Godoi, do Hospital Veterinário São Francisco. De acordo com ela, as raças mais afetadas são pitbull, bull terrier, boxer e dálmata, e as lesões ocorrem principalmente no nariz, focinho, pálpebras, abdômen, orelhas e lábios.

Cláudia explica que, no início da doença, a pele fica vermelha e mais espessa, o que acaba por acumular queratina e obstruir os poros do pelo do animal. Isso possibilita o surgimento de infecções oportunistas, com formação de crostas e até de pus.

“Paralelo a isso, os melanócitos (células responsáveis pela coloração da pele), na tentativa de proteger a pele do sol, liberam melanina. Assim, ela fica mais escura, sem elasticidade e espessa”, explica.

Nessas condições, podem ocorrer diversas feridas, úlceras, e neoplasias (câncer de pele). Para proteger os pets, existem os protetores solares específicos para animais. Esses produtos têm uma consistência mais firme, além de sabor amargo para impedir lambeduras e ingestão do produto. “Além disso, devemos evitar os passeios nos horários mais quentes do dia, manter sempre uma sombra para os animais em casa e água fresca disponível”, acrescenta a profissional.

Outras razões

De acordo com a também veterinária Talita Borges, da Dermatopatas, a melanotriquia — forma mais comum de hiperpigmentação do pelo — é pós-inflamatória. Acontece quando as áreas que sofreram algum trauma produzem mais pigmento ao redor da lesão. “A exposição aos raios ultravioletas é considerada um trauma, assim como a cicatrização de feridas profundas ou de vacinas, que também podem levar à alteração de coloração”, esclarece Talita.

Esse quadro é mais comumente observado em algumas raças, como yorkshire, poodle e sheepdog. “O mecanismo exato da hiperpigmentação dessas doenças é desconhecido. Estudos sugerem que a pele libera localmente fatores que estimulam as células produtoras de melanina, os melanócitos”. Talita explica que esses fatores estão presentes na pele do bichano saudável, só que em níveis baixos. Suas atividades são aumentadas em resposta ao trauma e ao estresse cutâneo. Vale ressaltar também que, nesse caso em especial, a mudança da cor do pelo pode ser considerada um problema estético, já que é decorrente de um processo pós-traumático, ou seja, o trauma não está mais ocorrendo.

O poodle Freddy, 5 anos, passou a apresentar algumas mudanças intermitentes na coloração da pelagem, logo após tomar algumas vacinas obrigatórias. O pelo dele, que é naturalmente claro, entre o branco e o creme, ganhou manchas marrons ao longo do dorso. A veterinária do animal foi quem percebeu a mudança, mas acalmou os tutores do cachorro, Rubem Sardou e a filha Marcela. “No caso dele, foi mais uma preocupação estética”, relata. Assim, não há motivos de alarde, e pai e filha restringem os cuidados com a aparência de Freddy às sessões semanais de banho e tosa.

Além do uso de medicamento, alterações no ph da pele do bicho também podem modificar a aparência dos pelos. Há indícios de que o problema seja resultado de uma alimentação altamente proteica. O quadro ainda piora os sintomas da lágrima ácida, que também agravam o processo. “Mas isso ocorre em regiões localizadas, como patas, ouvidos e olhos. Nunca no pelo todo. Geralmente, a mudança de cor é causada pelo fato de o animal estar se lambendo e coçando por causa da alteração”, esclarece Luiz Fernando Machado veterinário da clínica Hospital Veterinário Oliver.

O olho seco ou lágrima ácida modificam a coloração da pelagem por causa da secreção que produzem. Assim, afetam especialmente os pelos ao redor dos olhos, dando dicas da existência de uma possível alergia no local.

“Uma das maiores causas desses pruridos são de condições alérgicas. A exposição ao sol pode agravar os sintomas, aumentando a coceira, por exemplo”, explica Luiz. “Ao se lamber, o cão deposita uma quantidade maior de saliva na região afetada, principalmente nas patas, e é esse excesso de saliva que muda a coloração dos pelos”, acrescenta.

“Uma doença comum (que muda a cor da pelagem), em especial no verão, é a dermatite actínica, causada pela exposição solar crônica. É mais frequente em animais com pele e pelagem claras, e com pelo curto”
Cláudia Godoi, médica veterinária

 

(da Revista do Correio)

Saúde pet: Cachorro quente

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Saúde Pet: Se vai levar os pets para curtir a praia ou a piscina não se esqueça de que o organismo dos animais funciona de maneira diferente do nosso e pede cuidados específicos no verão

 

O verão é um convite para fazer atividades ao ar livre. Se você tem um animal de estimação, a companhia dos bichos é uma combinação perfeita para o momento. Pode ser em um passeio na rua, no parque, uma viagem à praia ou um mergulho de piscina. Porém, para aproveitar cada minuto com esses amigos, em temporada de clima quente, é preciso ter cuidado.

A veterinária Talita Borges conta que o primeiro passo é hidratar bem o animal. A quantidade de líquido a ser ingerido varia muito, pois depende de fatores como a umidade registrada no dia, a alimentação e algumas características individuais.

 

 

“O mais importante é manter água limpa e à vontade. Troque-a várias vezes ao longo do dia e a deixe em um local onde possa permanecer fresca e fria”, explica.

 

Segundo o veterinário Gustavo Seixas, a quantidade recomendada para cada cão é de aproximadamente 60 ml diários, por quilo de peso. Já os gatos têm a preferência por águas correntes. “Aqueles recipientes com bomba de água, que promovem circulação constante, podem ser um atrativo para os bichanos,”, sugere o especialista.

A jornalista Lorena Fortes tem sempre a companhia do fiel amigo Luke Skywalker, um maltês de 2 anos. Juntos, curtiram há poucos dias as férias no litoral do Piauí. Luke estava bem preparado para enfrentar o calor nordestino. Na bagagem dele, havia protetor solar, garrafinha de água personalizada, colete salva-vidas, óculos de sol, roupão e toalha de banho. “Ele fica doido com o mar. É a segunda vez que vai à praia”, conta Lorena.

Saúde Pet: Imagem mostra cãozinho na praia
Foto: Arquivo Pessoal. Luke Skywalker na praia

Lorena não deixa Luke mergulhar sozinho nem mesmo na piscina. Quando ele quer entrar na água, ela sempre o acompanha. Logo após a diversão, ela dá um banho completo no pet, sem esperar que os pelos sequem sozinhos, para evitar fungos. “Muitas pessoas não dão banho no cachorro depois de levá-lo ao mar ou à piscina. Isso pode causar vários problemas. Eu só o deixo molhado enquanto estamos na praia, mas quando volto para casa, dou banho e seco”, conta.

Longe do litoral, Lorena não descuida dos cuidados com Luke em dias de sol muito forte. Ela costuma levá-lo frequentemente para passear, mas, em horários que o asfalto não esteja muito quente. “Só saio quando o chão não está quente, para não queimar as patinhas dele”, acrescenta.

Aliás, essa é uma das preocupações dos veterinários. Quando o asfalto está quente, de fato, pode machucar as patinhas dos bichos. “O chão quente pode causar queimaduras nos coxins (almofadinhas das patas). Nesse caso, a queimadura não aparece imediatamente e pode demorar alguns dias até que se notem alterações no local”, alerta o veterinário Gustavo Seixas. Os cuidados valem também para a diversão na areia. A orientação é que, quando o sol estiver a pico, o ideal é passear na grama ou nas calçadas com sombras. Quando o animal estiver na praia ou perto da piscina, vale a mesma regra de manter o bicho em local fresco.

 

Mais que sombra e água fresca

Os cães não têm um sistema de transpiração como o do humano. Para isso, eles adotam uma respiração ofegante. Funciona assim: o ar passa pela língua, seca a saliva e, isso baixa a temperatura do sangue que circula pelo corpo. Os felinos, por sua vez, eliminam calor, principalmente, por meio das patas e, claro, pela respiração. Por isso, observe quando esses animais estiverem respirando com a boca aberta, pois pode ser sinal de dificuldade respiratória. Outra dica é evitar expor o gato ao sol nos dias quentes e não deixá-lo se esconder em lugares abafados. Manter o ambiente arejado, com boa ventilação e até ar-condicionado também ajuda os bichanos a se refrescarem nas altas temperaturas.

Cães das raças braquicefálicas, ou seja, com o focinho curto, devem receber uma atenção maior, porque eles sentem mais os efeitos do calor. “Buldogues e pugs sofrem com o estresse e a hipertermia (temperatura corpórea elevada). Eles podem ter obstruções respiratórias que dificultam a inspiração e a troca de calor, o que é agravado com a obesidade”, esclarece a veterinária Talita Borges.

Animais com pelagem densa também passam por dificuldades no verão, como o husky siberiano, o malamute do alasca, o chow chow e o são bernardo. Entre os gatos de pelagem comprida, os persas e os himalaios são os que mais sentem quando a temperatura sobe. Por isso, é comum pensar que o animal peludo está sofrendo com o calor e que tosá-lo resolve o problema.

 

“Todo mundo acha que o animal está morrendo de calor por eles usarem aquele ‘casaco de pele’. Mas algumas raças, como spitz, golden retriever e os felinos, em geral, não têm indicação de tosa. Para os que têm pelagens longas, como o shih tzu e yorkshire, indico optar pelo tamanho médio dos pelos”, orienta a veterinária Talita.

Isso porque os bichos não transpiram pela pele como os seres humanos. Isso faz com o que a compensação térmica deles seja diferente da nossa. Nesse caso, o pelo serve como isolamento térmico e protege contra queimaduras e câncer de pele quando há excesso de exposição solar. Inclusive uma das recomendações dos veterinários é aplicar protetor solar específico antes da exposição ao sol.

(da Revista do Correio)

 

 

Cada raça, um cuidado

Doenças genéticas: foto mostraMaira Aldalho e seu gato Luck que sofre de rins policisticos
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Doenças genéticas: Muitos donos de gatos as desconhecem. É importante ter consciência desses males para providenciar tratamentos preventivos

 

Segundo o último levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a população de gatos em domicílios foi estimada em 22,1 milhões, o que representa aproximadamente 1,9 felino por lar, sendo persa e siamês as raças mais comuns. Normalmente, os tutores se cercam de cuidados para receber os bichanos em casa, mas ignoram o fato de que certas raças têm predisposição genética a algumas doenças.

A policial civil Maíra Abdalla (foto), 40 anos, sempre gostou muito de gatos, mas foi pega de surpresa quando o persa Luck, de 12 anos, desenvolveu a doença do rim policístico (também chamada de PKD ou policistic kidney disease). Aos 7 anos, o gatinho começou a se alimentar muito mal. O diagnóstico foi confirmado com um exame de sangue. “Eu não sabia que a PKD era comum nessa raça. Foi muito triste, porque o problema acaba com o bichinho, que fica muito fraco”, conta a policial.

A doença do rim policístico é caracterizada pelo surgimento de cistos em ambos os rins. A longo prazo, ela causa falência renal. Infelizmente, não há muito a ser feito depois que a doença é descoberta, mas alguns cuidados ajudam a aumentar a expectativa de vida dos pets. “O Luck tem seis cistos em um rim e cinco no outro. Ele foi definhando aos poucos, mesmo com os medicamentos prescritos. O que realmente ajudou foi a acupuntura, que ele faz quinzenalmente”, revela a dona. Além disso, o felino segue uma dieta especial e é estimulado a beber muita água.

A médica veterinária Cláudia Godói, especializada em reprodução animal, explica que a predisposição das raças tem um caráter hereditário.

 

“Se o pai ou mãe tiverem a doença, há chances de o filhote ter também. Se for uma patologia hereditária dominante, é certeza de que a cria também sofrerá do mesmo problema”, afirma.

 

A raça persa é uma das mais suscetíveis a males genéticos — quase todos os indivíduos têm alguma dificuldade respiratória devido ao focinho achatado (síndrome braquicefálica).

Os persas também podem desenvolver cardiomiopatias, como é o caso da gatinha Mel, de 12 anos. Há dois anos, em uma consulta de rotina, o veterinário notou algo diferente ao ouvir o coração da mascote e pediu um exame cardiológico. Com espessura maior nas paredes do coração, Mel foi ficando cada vez mais lenta. Apesar disso, a doença está controlada e os medicamentos foram interrompidos. “Sempre soube de problemas de rim na raça persa, mas não tinha ideia dessa condição cardíaca”, comenta o tutor de Mel, o analista legislativo Alexandre Delgado, 42. A felina passa por checapes cardíacos anuais, para acompanhar a evolução do quadro.

De acordo com a veterinária Daniela Figueiredo, especialista em felinos, as predisposições da raça nem sempre se confirmam. O que se sabe é que os bichanos das raças maine coon e ragdoll são fortes candidatos a desenvolver cardiomiopatia hipertrófica (CMH), principal cardiopatia dos felinos. Outra doença muito comum entre indivíduos maine coon é displasia coxofemoral — problema ortopédico caracterizado pelo desenvolvimento anormal do acetábulo e da cabeça do fêmur.

Já os felinos da raça manx têm predisposição a doenças genéticas ligadas a defeitos na coluna vertebral e do sistema nervoso. “Dependendo de como esses defeitos se manifestam, podemos observar paresia (disfunção ou interrupção dos movimentos) de membros posteriores, atonia da bexiga (falta de tônus muscular) e incontinência fecal ou urinária”, acrescenta Daniela Figueiredo. A síndrome da cauda equina também é característica da raça. A doença causa dores intensas na região lombar e pode levar à perda dos reflexos e atrofia dos músculos. “Quando se compra um gato de raça, é importante saber a procedência do gatil e dos pais do filhote, a fim de identificar eventuais patologias genéticas”, aconselha a veterinária.

Predisposições 

Siamês
Asma, amiloidose (acúmulo proteico anormal em diversos órgãos e tecidos celulares) e cardiopatias congênitas.

Angorá
Surdez, cardiomiopatia hipertrófica (músculo cardíaco ampliado) e ataxia (doença neuromuscular fatal que afeta os felinos ainda filhotes).

Bengal
Neuropatia distal (distúrbio no sistema nervoso que provoca fraqueza), luxação da patela e displasia coxofemoral.

Aby
Síndrome de hiperestesia (problema neurológico que pode levar os gatos a se limparem excessivamente), luxação da patela e atrofia progressiva da retina.

Scottish fold
Osteocondrodisplasia, doença em que ossos e cartilagens se desenvolvem de forma anormal.

Assista o vídeo:

(da Revista do Correio)

Pelos, peludos e pelados

Peludos: foto mostra Renata Bernabé tosa pelos do seu cachorro Mel para diminuir o calor.
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Peludos: Certas raças de cães sofrem com o calor por causa do excesso de pelos. Aprenda a protegê-los das consequências do excesso de exposição solar.

 

 

Com a chegada do verão, os cuidados com os animais de estimação devem aumentar. A atenção ao sol e à hidratação do pet são essenciais, mas a pele e os pelos também exigem certa dedicação. Assim como as pessoas, eles precisam se adaptar ao calor. Pequenas alterações na rotina garantem a saúde dos mesmos. Nessa época do ano, os animais predispostos a reações dérmicas podem desenvolvê-las com mais facilidade, pois o calor intenso diminui a imunidade.Com a chegada do verão, os cuidados com os animais de estimação devem aumentar. A atenção ao sol e à hidratação do pet são essenciais, mas a pele e os pelos também exigem certa dedicação. Assim como as pessoas, eles precisam se adaptar ao calor. Pequenas alterações na rotina garantem a saúde dos mesmos. Nessa época do ano, os animais predispostos a reações dérmicas podem desenvolvê-las com mais facilidade, pois o calor intenso diminui a imunidade dos peludos.

Formado em medicina veterinária, Luis Carlos Pires, 28, é dono da golden retriever, Clara, que, além de sofrer de hipotireoidismo e hiperadrenocorticismo — problemas hormonais que têm manifestação também na pele —, foi diagnosticada com dermatite atópica.

foto de uma moça com seu cão que ilustra matéris sobre peludos.ludo
Foto: Minervino Junior/CB/@cbfotografia. Renata Bernabé tosa pelos do seu cachorro Mel para diminuir o calor.

Mais frequente em cães peludos, os sintomas da alergia se iniciam, normalmente, durante os três primeiros anos de vida do animal, sendo as lesões na pele as principais manifestações. Clara, por exemplo, é tratada da dermatite com alimentação natural e acupuntura e, apesar de a resposta aos medicamentos ser boa, durante o verão a coceira é intensificada. “A vermelhidão na pele também piora nos dias mais quentes, por isso, procuro fazer a tosa coincidir com as épocas de altas temperaturas”, comenta o tutor.

Entre os cuidados no verão, Luis Carlos opta por usar sabonete especial de germe de trigo, que não causa irritação à pele. Após o banho, um hidratante de uso veterinário ou sabonete a base de neem (planta asiática que possui atividade curativa) também auxiliam nos cuidados. “Costumo dar pedaços de maçã, banana e pepino nos dias mais quentes, pois eles aliviam o calor e ainda ajudam na limpeza dos dentes.” Apesar de a prática não ser padrão para a raça de Clara, os pelos são sempre tosados para facilitar os cuidados e a visualização da pele.

A dermatóloga veterinária, Bruna Rezende, reforça que o calor pode desencadear novas alergias ou piorar as já existentes. “Se o bichinho estiver se coçando muito, é bom ficar atento e levá-lo ao veterinário.” Por ser uma época de fácil transmissão de doenças como fungos e sarnas, o ideal é que cada pet tenha seu próprio kit para banho, com toalha e escova de pelo.

Cães albinos ou de pele branca merecem ainda mais atenção durante a estação. Devido ao calor intenso e a pele mais sensível, doenças como queimaduras são um grande perigo. Dessa forma, os tutores devem sempre manter os pets longe da exposição ao sol, mesmo que, devido à falta de calor no corpo, eles insistam em ficar.

A border collie, Mel, sofre no verão. A grande quantidade de pelos levou a tutora e estudante Renata Bernabé, 23, a optar pela tosa. “Eu gosto de tosá-la porque ela fica muito ofegante quando faz exercícios. Como a pelagem é muito longa, dá para perceber que ela se sente mais confortável.”  O pelo mais curto facilita a troca de calor, que acontece por meio do contato do corpo com o chão e principalmente pela respiração do animal. Tosar é, sim, uma ótima opção para os cães que ficam do lado de fora de casa. Porém, animais que possuem pelagem dupla — pelo  e subpelo —, não devem ser tosados muito curto, pois há o risco de os pelos não crescerem normalmente outra vez.

Recentemente Mel apresentou algumas lesões no focinho, e Renata, desconfiando do calor em excesso ser a causa, levou a cadela ao veterinário. Após a consulta, a recomendação foi para que Mel não ficasse exposta ao sol entre 10h e 16h. “Sempre evitamos brincar com ela por volta das 12h, porque os cães têm mais dificuldade de controlar a temperatura corporal, o que pode levar à hipertermia (elevação da temperatura do corpo).” Mesmo com toda a preocupação, Renata não evita cuidados extras — quando a brincadeira é no sol, a tutora costuma molhar um pouco o corpo de Mel para ajudar na termorregulação (regulagem da temperatura do corpo). Além disso, Renata se mantém sempre atenta a solos muito quentes, para evitar que machuque as patinhas da pet.

A dermatóloga veterinária Carolina Ferraz afirma que queimaduras nos coxins — parte fofinha da pata do animal — são muito comuns em dias de sol forte. “É muito importante escolher horários mais frescos para os passeios, assim, a hipertermia e esse tipo de lesão são evitados.” Caso o dono desconfie de alguma reação devido ao calor, vale verificar os espaços interdigitais (entre os dedos), a fim de procurar por áreas de vermelhidão. “Sempre procure um médico veterinário de confiança logo nos primeiros sintomas”, ressalta Carolina. Para os que gostam de vestir os pets, a indicação é que o animal use as roupinhas somente para dormir. Se ele passar muito tempo com a roupa no calor, o corpo pode superaquecer e, na pior das hipóteses, levar o animal a óbito.

Temperatura subiu?

Evite longas caminhadas, principalmente no período entre 10h e 16h, quando o sol está mais quente.
Fique atento às pulgas e carrapatos que, durante o verão, são de fácil proliferação.
Sempre deixar o pet em um espaço que tenha bastante sombra e água fresca.
Evite viagens longas ou mantê-los dentro de um carro parado.
Sempre disponibilize água fresca para o pet.
A tosa é uma ótima opção para aliviar o calor e evitar a contaminação por parasitas.
Evite o uso de perfumes para não desencadear alergias.
A frequência ideal de banho é a cada 15 dias.
Cuidado com brincadeiras na piscina! Caso o animal beba muita água com cloro, problemas gastrointestinais podem ser desencadeados.

(da Revista do Correio)

Sonhos intranquilos

foto da cadelinha Lolla.sono dos bichos
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Sono: Cães podem sofrer de apneia, ronco, narcolepsia e até de insônia. Distúrbios do sono não têm causa definida e devem ser avaliados caso a caso

 

Uma boa noite de sono repercute em diversos aspectos da saúde e do bem-estar. A hora do repouso é algo esperado e valorizado inclusive pelos bichinhos. Assim como os humanos, eles sonham e podem ter distúrbios do sono. Quem entende bem disso é a estudante Carla Teixeira, 20 anos, dona da cachorrinha Frida. Desde a tenra idade, a chin (spaniel japonês) de 4 anos apresenta falta de ar enquanto dorme. O diagnóstico? Apneia noturna.

A tutora conta que a cachorrinha, de focinho pequeno e achatado (braquicéfalo), nunca havia dado sinais de dificuldade respiratória enquanto acordada. “Quando ela começou a apresentar esse quadro, levamos um susto. Para nós, era tudo novo e não sabíamos como lidar. Acreditávamos que era uma espécie de espirro reverso e fazíamos massagem no pescoço dela. Depois, notamos que poderia ser algo mais”, lembra. Como as crises eram angustiantes, Carla resolveu procurar ajuda. “Acredito que ela já tenha se acostumado. Ficamos atentos à respiração e a barulhos que ela faz durante a noite”, diz. A família dá todo o suporte e, segundo a estudante, as visitas ao veterinário são constantes.

Além da apneia, que geralmente é acompanhada de ronco e cansaço durante o dia, os pets são muito suscetíveis a narcolepsia  — estado de sono súbito e profundo, com paralisação total ou parcial dos músculos. Já a insônia é um tanto quanto rara e, na maioria das vezes, reflexo de outros problemas, tais como artrite, insuficiência renal, alergia ou tireoidismo. A médica veterinária

Francielle Kushminski explica que os donos precisam estar atentos à quantidade de cochilos do animal durante o dia. “Os distúrbios do sono podem estar atrelados a problemas de saúde, como vermes e até mesmo problemas neurológicos. Normalmente, as sonecas são um alerta”, explica. O quadro pode ser passageiro e inofensivo, mas apenas exames clínicos e laboratoriais fecharão o diagnóstico.

Quando a estudante Gabriela Abreu, 18 anos, levou a buldoque francês Kira, 4, ao veterinário, confirmou suas suspeitas: a raça é muito suscetível a problemas de sono por conta do focinho achatado, que dificulta a respiração. Os roncos de Kira são tão altos que a caminha dela fica em local afastado, para que o barulho não incomode os demais moradores da casa. “Recebemos orientação de que é melhor poupá-la de exercício físico, sobretudo em dias secos e ensolarados. Além disso, a Kira tem muita alergia — creio que isso colabore ainda mais para os roncos dela”, aponta a jovem. Fora os roncos, a cachorrinha é tranquila e, no quesito sono, acompanha os horários da família.

A veterinária Ana Catarina Valle alerta para os casos de sono irregular. A inconstância é um indício forte de distúrbio, mas a confirmação é feita com exames como tomografia e ressonância magnética. O tratamento varia de animal para animal, mas, para a especialista, a homeopatia e a acupuntura são excelentes aliados. “A medicina chinesa tem base em horários biológicos. Por exemplo, se o cãozinho apresenta insônia entre a 1h e as 3h, investigamos uma alteração hepática”, esclarece.

foto de um casal com sua cadelinha.sono.
Foto: Jhonatan Vieira/@cbfotografia Cadela Lola, de Rogerio Duarte e Ariella Oumori.

A beagle Lolla, de 3 anos, vive assustando os donos, Ariella Oumori, 25, e Rogério Duarte, 27. A cadelinha tem um sono agitado, com sonhos que a fazem chorar, mexer as patinhas e até latir. “Às vezes, ficamos com vontade de acordá-la, mas sempre deixamos pra lá”, comenta Ariella. A veterinária Francielle Kushminski ressalta que o sono dos pets é dividido em duas fases: não REM (Rapid Eye Movement) e REM. “Na segunda, o sono é profundo. Os cães sonham, podem fazer sons e até mesmo movimentos”, ensina.

Especialistas acreditam que o cão deve ter um sono calmo e um horário biológico que acompanhe o do dono. Para a veterinária Ana Catarina Valle, uma casa com harmonia colabora diretamente para um sono tranquilo. Hábitos saudáveis também colaboram para o bem-estar dos fiéis companheiros — inclusive nas horas de descanso.

 

Você sabia?

Humanos costumam seguir um padrão binário de sono: dormem cerca de 8 horas durante a noite e ficam acordados de dia. Cachorros, não.

         Normalmente, eles ficam:
20% do dia acordados e ativos
30% do dia acordados, mas inativos
50% do dia dormindo

         Hora de sonhar
Entre os humanos, o estágio REM corresponde a 25% do sono.
Entre os cães, não passa de 10%

 

(da Revista do Correio)