Categoria: comportamento
Cão da polícia francesa morre na operação antiterror no norte de Paris
(do CB online/AFP)
Paris, França – A polícia francesa anunciou nesta quarta-feira (18/11) em seu Twitter que um de seus cães foi morto na operação contra terroristas em Saint-Denis, norte de Paris.
A mensagem comoveu a população e está entre os assuntos mais comentados da rede social no momento.
“Diesel, um pastor malinois de 7 anos, cão de assalto do #RAID, foi morto pelos terroristas na operação em curso”, anunciou a polícia. “Os cães de assalto e de busca de explosivos são indispensáveis em missões de operação do #Raid”, afirma um outro Twitter da polícia.
Depois desse anúncio, a hashtag #jesuisunchien (#eusoucachorro) começou a ser imediatamente usado pelos internautas em homenagem a Diesel e está em 6º lugar.
(por Fátima ChuEcco/Anda – Agência de Notícias de Direitos Animais Exclusivo)
Após ser submetido a uma câmara com monóxido de carbono, Quentin continuou vivo e em 2015 completa 12 anos que teve uma segunda chance. A comemoração foi num restaurante onde Quentin e seu tutor, Randy Grim, mais uma vez fizeram uma campanha contra as câmaras de gás que ainda são usadas em muitos abrigos dos EUA. Grim, inclusive, escreveu um livro sobre a trágica experiência chamado “Miracle Dog: How Quentin Survived the Gas Chamber to Speak for Animals on Death Row (“Cão Milagroso: Como Quentin sobreviveu à câmara de gás para falar pelos animais no corredor da morte”).
O fato ocorreu em 2003, num abrigo municipal de Saint Louis, no Missouri (EUA) e chocou os funcionários que jamais tinham visto um cão resistir ao gás mortal. Quando a câmara foi aberta, milagrosamente um cão alaranjado estava de pé em cima dos demais sete cães mortos. Um dos funcionários disse ao chefe: “Por favor, não tenho coração para colocá-lo de volta e acionar o gás”. E assim a história de Quentim tomaria um rumo totalmente diferente. O cão virou um símbolo da luta contra uma das práticas mais cruéis para extermínio de animais de rua ou entregues por seus próprios tutores nos abrigos e departamentos de controle animal americanos.
Randy Grim, fundador da Stray Rescue of Saint Louis (entidade que resgata e busca adoção para animais de rua), adotou Quentin após ser retirado da câmara de gás e batizou-o com esse nome em alusão à Prisão Estadual de San Quentin, na Califórnia, onde está o maior corredor da morte dos EUA. Ele diz: “Agradeço todos os dias por Quentin ter entrado na minha vida”.
Quentin está há 12 anos vivendo com um protetor de animais. Foto: Randy Grim
Os dois já estamparam capas de revistas e jornais, e estiveram em programas de rádio e TV sensibilizando a população sobre a crueldade das câmaras de gás. “As pessoas devem saber que as câmaras de gás são, normalmente, um pouco maiores que uma máquina de lavar roupas. O monóxido de carbono, encontrado no escapamento de veículos, é bombeado para dentro e mata os animais de forma angustiante”, diz no site de sua ONG.
E continua: “A maioria não sabe o horror envolvido nessas câmaras antiquadas. Esses seres inocentes podem nos fazer companhia. Por isso, pessoas inspiradas pela história de Quentin podem adotar animais nos abrigos ao invés de comprar de criadores e pet shops. Dessa forma menos animais morrerão. Além disso a esterilização é uma maneira simples que todos nós podemos adotar para evitar a morte de milhões de animais não tão afortunados como Quentin. Eliminar câmaras de gás é essencial”.
Grim conta que ainda existem centenas dessas câmaras nos EUA: “O número exato ainda é difícil porque muitos dos abrigos que utilizam este método arcaico estão em áreas rurais e com serviços não regulamentados. Mas nas cidades grandes as câmaras também existem. Por isso, desde 2003 Quentin não descansa. Estivemos em diversas comunidades falando com as pessoas e com os tomadores de decisões. Com isso conseguimos fechar mais de 100 câmaras da morte”.
Escapou da morte ileso e virou símbolo contra as câmaras de gás. Foto: Randy Grim
Outros sobreviventes
Em 2011, outro cachorro também sobreviveu à câmara de gás do Departamento de Controle Animal de Florence, no Alabama (EUA). Ele recebeu o nome de Daniel dos voluntários da organização Eleventh Hour Rescue, que o resgataram. Daniel é o nome da figura bíblica que sobreviveu ao covil dos leões.
Acompanhe em breve na ANDA, com exclusividade, outra incrível história de sobrevivente de câmara de gás que derrete corações até hoje. E anote: as câmaras não podem mais ser usadas no Brasil. Nelas os animais podem levar entre 25 e 30 minutos para morrer durante os quais sentem vertigem e náuseas enquanto também começam a sentir falta de ar. Desesperados eles se debatem, latem, uivam, gritam, urinam e defecam de medo. Nenhum animal morre instantaneamente nessas câmaras e vários, assim como Quentin, por alguma razão de sua natureza, resistem. Isso quer dizer que vários animais desmaiados já foram e continuam sendo empilhados com outros mortos e incinerados ainda vivos.
O método de indução à morte por injeção também foi proibido em alguns Estados brasileiros, no entanto, muitos CCZs ainda matam dessa forma animais saudáveis ou passíveis de tratamento veterinário. Controle populacional não se consegue com extermínio porque novos animais nascem nas ruas ou são abandonados. Apenas a castração e campanhas a favor da adoção e contra o abandono podem conter a população animal. Infelizmente, EUA e muitos países europeus insistem nas câmaras de gás que, como Grim comenta na matéria acima, são antiquadas e extremamente angustiantes.
O cão Daniel também sobreviveu à câmara de gás.
Foto: Divulgação
Nota da Redação:
Matar animais sob qualquer justificativa, e nesse caso para controle,
é cruel e deveria ser abolido. É muito triste que abrigos nos Estados Unidos
e na Europa ainda adote o corredor da morte para animais de abrigo.
(por Fátima ChuEcco/Anda – Agência de Notícias de Direitos Animais/ Exclusivo)
(Fotos: Carla Sassi)
Para acalmar um pouco os protetores, informo que todos os animais resgatados em Bento Rodrigues estão tendo um pouco de dignidade. Estamos dormindo no galpão onde também estão os animais 4 horas por noite e usando roupas de doações, mas ninguém desanima”, diz a veterinária Carla Sássi, do grupo Veterinários na Estrada, que atua nos resgates desde o início da tragédia em Minas Gerais.
No galpão de Mariana, transformado em abrigo temporário para os animais vítimas da tragédia, estão 70 cães, 9 gatos, 170 aves e 6 equinos. Em sua página do facebook a veterinária explica que os cães, além de terem sido vermifugados e recebido atendimento veterinário, foram encoleirados com Scalibor (para evitar Leishmaniose). Estão separados por tamanho ou tutor – lembrando que muitos tutores que perderam suas casas ainda não puderam buscar os animais e os deixaram sob os cuidados das ONGs envolvidas nos resgates. Apesar da caótica situação em que se encontram, vários desses tutores têm ido ao galpão visitar seus animais. Os cães estão identificados com plaquinhas e passeiam todos os dias com voluntários. E muitas casinhas foram doadas promovendo maior acomodação dos animais.
Carla diz que o acesso à região tomada pela lama ainda está complicado e, inclusive, trechos foram interditados pela Defesa Civil devido ao risco de uma terceira barragem também se romper. Já há uma extensão de 10 km por onde os voluntários não podem mais circular em busca de animais. Mesmo assim, a equipe sai todos os dias a campo com seis caminhonetes carregadas de ração, feno, medicamentos e faz o que é possível.
A organização e a união são algumas das coisas a se destacar nesse acidente mostrando como a proteção animal tem evoluído e agido de forma rápida em tragédias como essa do rompimento de barragens da empresa Samarco. Mas as doações ainda são necessárias porque cada dia chegam mais animais resgatados. Além de cães e gatos há também cavalos, porcos, galinhas e outras aves. É preciso doação de alimento adequado para cada espécie. E há urgência de jornais e diversos tipos de medicamentos cuja lista pode ser vista no facebook do IDDA – Instituto de Defesa dos Direitos dos Animais de Ouro Preto e da AOPA – Associação Ouropretana de Proteção Animal.
Vale lembrar ainda que o desastre causa um dano imensurável aos animais silvestres da região que dependiam, por exemplo, do Rio Doce, tomado por lama com rejeitos de minério. Peixes e tartarugas estão sendo encontrados mortos aos montes. Diversas aves que dependiam do Rio Doce também irão agonizar sem água e alimento proveniente do leito.
Grupo cria “Big Brother” felino para viabilizar adoção de gatos abandonados
Há um mês, Pistache, Princess, Cherry, Frajolinha e outros 22 gatos dividem um espaço de 60 m² cercados de câmeras por todos os lados. Cada ronronar, espreguiçada e salto é transmitido ao vivo para os entusisatas de um projeto que está sendo chamado de “Big RonRon Brasil”. A ideia é mostrar o dia a dia de animais resgatados por uma organização de Florianópolis e, assim, viabilizar a adoção deles.
As quatro câmeras, que ficam nos dois espaços internos e na área externa do imóvel, foram doadas por uma empresa de monitoramento e são a realização de um sonho antigo de Carolina Demazi, de 29 anos, idealizadora do projeto. Além dos 26 gatos resgatados em Santa Catarina em situação de doença ou maus-tratos, ela abriga em sua casa outros 19 “ronrons” de sua família e um cachorro, que ficam em um ambiente separado.
Quem vê Carolina tão cuidadosa com os gatinhos – ela até largou o emprego de gerente de um estúdio fotográfico para se dedicar aos gatos – não imagina que, até 2006, ela morria de medo deles. Foi depois que sua mãe resgatou Nina, hoje uma “senhora” de 15 anos, que a paixão começou.
Medo de gatos
“Eu tinha muito medo. Cheguei a ficar um ano sem ir à casa da minha mãe por causa dela. Com o tempo, a Nina foi me mostrando que os gatos são independentes, sim, mas traiçoeiros, nunca”.
Desde então foram vários gatos abandonados. Com o tempo, Carolina convenceu os familiares a venderem seus imóveis para comprarem a casa que abriga o projeto no centro de Florianópolis, onde Carolina hoje vive com a mãe e os avós – e todos os animais.
O projeto “Adote um Ronrom”, que além de resgatar, dá tratamento e viabiliza a doação dos animais, sobrevive de doações e tem dezenas de voluntários desde 2013. No final do ano, Carolina abre a casa para hospedagens particulares. Além da renda extra para o projeto, ela afirma que é mais uma ajuda na adoção. Isso porque o período pode funcionar como um “teste” de compatibilidade entre o gatinho hóspede e o que está disponível para adoção.
A transmissão online promete aproximar as pessoas da causa e mostrar a realidade da proteção animal, que requer muito mais trabalho do que se pode imaginar. “Adotei um gatinho por meio do projeto. Mesmo não podendo levar todos para casa, agora posso acompanhar pelas câmeras”, conta Luiza, colaboradora.
“Esperamos que ajude a criar laços com os gatos e a estimular as adoções, e também que mais empresas se sensibilizem e se tornem parceiras do projeto”, acredita Carolina.
Para ter acesso às imagens transmitidas ao vivo, é necessário enviar um e-mail para ronromaovivo@gmail.com. Carolina explica que o usuário não paga nada pela transmissão, mas esse controle é necessário porque o sistema comporta um número limitado de usuáros simultâneos.
Tratamento
Todos os felinos resgatados passam por uma série exames veterinários e são abrigados na sede do projeto ou devolvidos aos seus locais de origem. Além disso, os animais são castrados, fermifugados e vacinados, sempre de acordo com a necessidade individual de cada um.
Já no processo de adoção, os voluntários fazem uma triagem para selecionar cuidadosamente um candidato adotante. Para isso, é necessário atender a uma série de requisitos. Todos os animais adotados são acompanhados pelo projeto para que seja possível monitorar se a adoção é de fato responsável.
Evento de adoção de gatos e mini bazar
Quando: Sábado 14 de novembro das 0930 as 1530h
Local: CLN 409 Bloco D Loja 30
Atenção: Evento exclusivo para gatos
Feira de adoção da SHB
Quando: Sábado 14 de novembro das 10 as 16h
Local: CLSW 103 Bloco A Lojas 12,32 e 34 -Sudoeste
Feira de Adoção Abrigo Flora e Fauna 1
Quando: Sábado 14 de novembro das 11 as 15h
Local: SIA trecho 2
Segundo Encontro Eu Amo Meu Pet – Piquenique dos aumigos
Quando: Sábado 14 de novembro as 1530h
Local: Praça dos Cristais, Setor Militar Urbano
Feira de Adoção Abrigo Flora e Fauna 2
Quando: Sábado 14 de novembro das 11 as 16h
Local: 108 Sul
Campanha de tatuador capixaba para ajudar animais terá segunda edição
(da ANDA, fonte Folha de Vitória)
Já pensou em homenagear seu animal doméstico e ainda poder ajudar os animais que vivem em abrigos? Esse foi o principal objetivo da campanha “Doe ração e ganhe uma tattoo pet”, criada em outubro por um tatuador da Grande Vitória para arrecadar ração para cães e gatos abandonados.
A ação começou no dia 09 de outubro e, inicialmente, o tempo de duração seria apenas de uma semana. No entanto, o sucesso foi tão grande que a campanha durou quase um mês e as arrecadações pararam de ser feitas somente no início de novembro.
Para participar, era necessário doar um pacote de ração de no mínimo 15 kgs e depois só agendar o dia e horário para fazer a tatuagem. O tatuador responsável pela ação, Roberto Victor Zampieri, conta que precisou se dividir para conseguir conciliar sua rotina de trabalho, mas que valeu a pena todo o esforço.
“Nós paramos na semana passada e até hoje algumas pessoas ainda ligam para o estúdio querendo participar. Deu bastante trabalho, porque foi difícil conciliar minha agenda com a campanha, mas valeu muito a pena”, conta Beto.
Ao todo, foram arrecadados em média 330 kgs de ração, o que equivale a 23 pacotes de 15 kgs. Para a integrante de um grupo de protetoras dos animais, Angélica Rocha, a campanha ajudou bastante, mas a quantidade arrecadada ainda não é o suficiente para suprir a necessidade dos abrigos.
“Pelo tamanho da demanda, essa quantidade de ração doada infelizmente ainda é bem pouco. Nós começamos a distribuir alguns pacotes, mas são muitos abrigos que precisam. Estamos pensando no que fazer para conseguir mais doações”.
Quem não conseguiu participar desta vez, pode ter uma outra chance de colaborar. Segundo o tatuador, a meta de doações ainda não foi alcançada e a campanha deve ter uma segunda edição em breve.
(Por Ailim Cabral, da Revista do Correio)
(fotos: Regina Mota /Cão Cidadão)
Ele cresceu cercado de animais. Quando adulto, transformou a paixão em profissão e se tornou um dos especialistas em pets mais conhecidos do Brasil. Alexandre Rossi está à frente de programas na televisão, como o Missão Pet, do National Geographic, e tem sete livros publicados. Formado em zootecnia, medicina veterinária e com especializações em comportamento animal, ele é idelizador da Cão Cidadão, empresa voltada para adestramento. Além de todas as credenciais profissionais, Alexandre é o “papis” da famosa Estopinha, cadelinha celebridade no Facebook, com mais de 2 milhões de curtidas, e de Barthô. Na entrevista a seguir, ele conta o que acha do gesto de adotar e reflete sobre o papel dos bichos na vida do ser humano.
Como começou sua história de amor com os animais?
Começou tão cedo que não lembro. Minha família conta que, enquanto as outras crianças estavam brincando, eu ficava observando as formiguinhas. Minha vó diz que eu alinhava as formigas, gostava de olhar as filas que elas faziam. Quando estava mais velho, isso já lembro, gostava de colocar milho de pipoca em cima de mim e ficar deitado por horas, esperando as galinhas virem comer, para ter algum tipo de interação com elas. Com 6 anos, comecei a dar showzinho de peixe adestrado. Eu tinha um aquário e ensinei alguns truques para os peixes, meus amigos vinham assistir. Depois disso, tive um monte de bicho: sapo, hamster, camundongo, cobra… Não comemorava nunca meus aniversários, mas sempre comemorei para os meus bichos. Dizia que não aceitaria nenhum presente, só se fosse para os meus animais. Meu sapo ficou supergordo porque todo mundo na escola caçava baratas, minhocas e levava em caixinhas de presente.
Então, a capacidade de adestrar vem desde a infância?
Minha mãe é bióloga e meu pai, psicanalista. Acho que eu misturei as duas coisas. Mas não sei se é um dom, uma facilidade extra, ou, simplesmente, um vício. Até porque que tive muito mais horas com animais do que com qualquer ser humano e fiz disso a minha vida.
Como você conheceu a Estopinha e o Barthô?
Estava procurando um cachorro para ser minha companhia e encontrei a Estopinha com uma protetora. Fiz alguns testes, para saber se ela curtiria essa vida de viajar bastante, sempre conhecendo lugares novos. Sabia que ela se tornaria conhecida e queria que fosse adotada, para mostrar como é possível pegar um cachorro que não é filhote e ter uma convivência muito legal. Ela já tinha sido devolvida duas vezes por mau comportamento — é muito bagunceira —, e eu quis mostrar como é possível viver bem com cães como ela. O Barthô veio para minha casa para ficar como lar temporário. Ele vivia em uma ONG de proteção. O protetor me pediu que ajudasse a achar um lar para ele. No abrigo, ele era muito agitado, fugia, queria interagir com os outros cães, mordia e saia correndo, começando brigas, mas nunca participando delas. Tinha ansiedade de separação e sofria muito quando ficava sozinho. cheguei a arrumar um lar para ele, mas a pessoa não conseguiu e devolveu.
Levando em consideração a sua experiência, qual é o verdadeiro valor um animal de estimação na vida de uma pessoa?
O animal pode, inclusive, dar sentido à vida de algumas pessoas, chega a esse ponto. Mas tem casos menos extremos e que, às vezes, as pessoas nem se dão conta dos benefícios. A ciência está ajudando a gente a entender isso. São muito mais proveitos do que já se imagina. Pode significar amor, carinho e aconchego. Ninguém o ama tanto quanto o seu pet. As pessoas até brincam que o cachorro é o único amor que o dinheiro pode comprar.
O que você diria para uma pessoa que está em dúvida sobre ter ou não um pet?
Tomo um determinado cuidado. Quando explico para alguém a responsabilidade, falo do lado mais complicado, mas tento balancear com as coisas boas. No caso de cães e gatos, a casa ficará cheia de pelo, mas também de vida. Provavelmente, vai gastar mais dinheiro, mas vai ser mais feliz. Vai ter mais trabalho, mas sempre terá uma companhia.
Comprar ou adotar?
Adoção é a primeira opção, mas nem sempre é possível. Por exemplo, pessoas que viajam muito e gostam de levar o pet vão optar por cães pequenos, e os vira-latas costumam ser maiores. Outro exemplo: a pessoa tem criança em casa e fica com medo de que o cachorro a ataque. Por mais que escolha a raça, cada animal tem seu temperamento. Agora, no caso da adoção, geralmente o cachorro já é adulto e tem o caráter formado. É bastante confiável.
(da Revista do Correio)
Adotar pets deficientes exige muito carinho. Quem dá uma chance a eles não se arrepende: é uma lição diária de vida.
Se adotar é um ato de amor, levar para casa um animal com algum tipo de deficiência é algo que transcende o sentimento. Foi justamente o encanto pelos bichos especiais que motivou a fotógrafa australiana Alex Cearns a criar o Perfect imperfection (“Perfeição imperfeita”, em português), ensaio que ilustra esta reportagem. Cachorros com três patas, gatos que nasceram sem os olhos e animais com prótese, segundo a diretora-criativa do Houndstooth Studio, são exemplos que podem ensinar muito sobre a vida. “A maioria dos animais com ‘aflições’ não se afoga nelas. Eles se adaptam ao próprio corpo sem reclamações e sobrevivem com determinação”, justifica. “A tenacidade deles, em superar as adversidades, nunca deixa de me impressionar. Com eles, aprendi muito sobre sempre ver o lado positivo, em qualquer situação, e nunca a desistir.”
A maioria dos mais de 900 animais fotografados foram resgatados em organizações não governamentais australianas. Durante a sessão de fotos, Alex Cearns conta que descobriu que os tutores de animais deficientes também precisam ser especiais. “Os animais me apresentaram pessoas boas, amorosas, que entendem e valorizam as necessidades dos bichos, independente de qualquer diferença física”, explica. A mensagem principal, segundo ela, é que, os animais deficientes têm a mesma capacidade de amar de um pet “normal”. “Há algo de especial em adotar um animal com alguma diferença física e vê-lo florescer no ambiente doméstico certo. Qualquer coisa pode ser superada com amor e compreensão”, garante.
Porém, só amor não é suficiente. Assumir essa responsabilidade exige preparos financeiro e emocional, além de adaptações na rotina. Fernanda Graneiro, 34 anos, cuida da cadela Paçoca desde maio. A arquiteta, que já tinha seis cachorros não deficientes, teve que mudar seus horários para dar a Paçoca toda a atenção que ela precisa. Há cerca de três anos, a cadela foi atropelada, sofreu uma lesão na coluna e ficou paraplégica. Hoje, usa fralda e precisa ser monitorada constantemente, já que o acidente a deixou sem controle das necessidades fisiológicas. “Volta e meia, eu e meu marido chegamos em casa, a fralda escapou e está tudo sujo”, descreve. “Antes, era tudo mais dinâmico, era mais fácil sair de casa. Hoje, precisamos de uma programação. Ficamos, no máximo, seis horas seguidas fora”, explica.
A fralda da cadela precisa ser trocada várias vezes ao dia. Quando viajam, Fernanda e o marido contratam uma “babá” para cuidar dos pets. Como não consegue mexer as patas traseiras, Paçoca não pode se arriscar em terrenos de pedra ou asfalto, regra que aprendeu rapidamente. “Ensinamos a ela que só pode andar na cerâmica e ela obedece”, conta Fernanda, orgulhosa. “Tirando a deficiência, é uma cachorra normal, esperta e alegre. É um exemplo para todo mundo. Você olha para e pensa: ‘ela está superando, não reclama e, principalmente, não tem pena de si mesma. É um aprendizado para a vida inteira.”
De acordo com o veterinário Humberto Martins, a rotina é a primeira coisa que precisa ser adaptada assim que um animal com deficiência chega em casa. A mudança, claro, vai depender da especificidade de cada bicho. Se o animal tem dificuldade de locomoção, por exemplo, uma boa solução para facilitar o acesso a determinados locais da casa pode ser instalar rampas ou escadas perto do sofá. “Para animais cegos, o ideal é evitar mudar a disposição dos móveis, porque eles acabam se acostumando com aquela rotina”, completa.
Afastar objetos que possam machucar o bicho ou que correm o risco de serem derrubados também ajuda a garantir a segurança dos pets, explica o veterinário. Avaliar se há disposição de tempo e condições psicológicas para isso é fator importantíssimo para se levar em consideração. “Não pode ser só o impulso de fazer uma boa ação”, alerta.
“Não adianta só ter amor, senão o animal é devolvido.” Daniela Nardelli fala por experiência própria: integrante da ONG Projeto Adoção São Francisco, a administradora cuida, atualmente, de sete animais especiais. Como se pode imaginar, a vez de ganhar um lar demora mais para bichinhos deficientes. “A maioria das pessoas não quer ter trabalho. Todo mundo se penaliza, mas ninguém quer”, desabafa Daniela. Quanto mais complicada a situação deles, menos interessados aparecem. Se o problema é exclusivamente de locomoção, há mais chances de a adoção acontecer. Se a complicação envolve a falta de controle de urina e fezes, porém, encontrar alguém que queira se comprometer torna-se tarefa quase impossível. “Temos alguns que precisam, inclusive, de estímulos e massagens tanto para evacuar, quanto para urinar.” É o caso do Faísca, um cão sem raça definida, resgatado pela ONG. Após levar um tiro na medula e ficar paraplégico, o cão urina “andando”, o que o torna praticamente inelegível por um tutor que more em apartamento, por exemplo.
Questões estruturais também entram na lista de requisitos a serem observados antes de se adotar um animal deficiente. Pisos de cimento ou pedra, por exemplo, não são indicados para bichos que se locomovem arrastando membros superiores ou inferiores, já que, pela falta de sensibilidade, os animais poderiam se esfolar e se machucar sem perceber. Outro ponto frequentemente esquecido (especialmente quando a adoção é feito no impulso) é o fato de que o animal vai envelhecer e as dificuldades aumentarão ainda mais. “A pessoa precisa estar preparada, porque a velhice é outro trabalho”, reforça Daniela.
Cirlene Ornellas, pedagoga e também protetora de animais, diz que cães e gatos com deficiência chegam a amargar uma espera de anos até que algum tutor demonstre interesse. Ao todo, Cirlene ajuda mais de 100 animais, divididos entre sua própria casa, na de amigos e de parentes, além de hotéis para bichos. Entre eles, estão a paraplégica Valentina; a Lulu, que teve o pé decepado, e dois machos com paralisia na coluna. Cada um exige um grau de atenção diferente. Valentina, por exemplo, não come nada gorduroso: sua ração é diet e os petiscos são agrados proibidos. “Ela tem diarreia constantemente e, como usa fralda, é muito difícil para ela não se sentir incomodada.”
Além de amor aos animais, ter boa condição financeira é algo determinante para saber se há possibilidade de adotar um bicho especial. A mesma Valentina, por exemplo, exige, por dia, a troca de sete a nove fraldas. A cadela precisa, também, dormir em um colchão específico com tapete higiênico para evitar acidentes noturnos. Isso tudo sem contar as idas constantes ao veterinário, em que a consulta não sai por menos de R$ 200; além dos gastos com alimentação. Lenços umedecidos, probióticos, levedo de cerveja e até água de coco também entram na soma. “Ela tem imunidade baixa, então, tem dias em que ela amanhece com febre, pode pegar gripe, pneumonia. A pessoa tem que estar prevenida para gastar.” No fim das contas, contudo, nada disso importa quando o animal está feliz. Segundo Cirlene, cuidar de um bicho especial é uma missão de vida: “Acima de tudo, que tenha amor”.
Há 100 anos um cãozinho morria de tristeza por sua tutora no cemitério de São José dos Campos (SP)
Por Julio Ottoboni (em colaboração para a ANDA)
A história do cachorro Akita, Hachikō, que emociona o mundo desde 1925 também encontra paralelos em várias outras partes do planeta e aqui no Brasil. Este ano teve uma marca especial no cemitério central e o mais antigo de São José dos Campos (SP). Há 100 anos exatos uma jovem morreria de tuberculose e seu cãozinho ficou sobre a sepultura até também morrer, de tristeza e saudades.
O fato foi tão marcante na época, que passou gerações e permanece ainda hoje como uma das principais histórias do lugar. A derradeira demonstração de amor e fidelidade que tem sobrevivido ao tempo e, inclusive, ao abandono e esquecimento.
O jazigo simples, com a estátua de um cachorro sobre ele, ficou abandonado durante décadas. Ali se guarda uma bela e comovente história de amor e fidelidade, envolvendo uma jovem doente, seu cão, o esquecimento dos familiares e uma senhora que há quatro décadas cuida do túmulo.
A sepultura tem em sua arquitetura a estátua de um cachorro, localizada logo a frente, sobre a laje onde se vê o nome de Oscarina Cruz Guimarães, nascida em 16/08/1893 e falecida em 13/08/1915, a poucos dias de completar 22 anos de idade, provavelmente tuberculosa em algum dos sanatórios da cidade ou mesmo em sua casa, devido a uma crise respiratória.
A trajetória da moça e seu cachorro está se perdendo com o passar dos anos. Mas sabe-se que Oscarina era pianista e quando tocava, seu companheiro ficava deitado no chão da sala e nos momentos de repouso forçado por conta da doença, ele se abrigava sob a cama. Os dois eram vistos com frequência caminhando juntos pela cidade, naquela época muito pequena e tímida.
Com o passar dos anos, o túmulo deixou de ser visitado e foi adotado por Dulce Carmem da Silva, moradora do bairro Santana, que passou a cuidar do local e a se inteirar da história da jovem e de seu cão. E manter viva a história da moça e seu amigo fiel.
A família de Oscarina seria originária de Vitória (ES). Viveram no Vale do Paraíba na esperança da recuperação da jovem, quando ela morreu partiram para sempre. Hoje não há indicação de familiar ou pessoa responsável pelo jazigo 5089. Dulce, então, passou a cuidar do local no começo dos anos 80.
A sepultura estava abandonada, mas chamava atenção pelo fato de ter a figura do cachorrinho em mármore branco, sentado, como se esperasse e ao mesmo tempo guardasse o lugar. O que intrigava os mais atentos que visitavam o cemitério.
E assim Dulce tomou conhecimento de maiores detalhes da trajetória de ambos por meio de informações de moradores antigos da cidade. Eram poucas as informações, mas o suficiente para identificar ali uma grande amizade, carregada por tons dramáticos e singelos.
“Essa moça teria se tratado na cidade na época sanatorial e tinha um cachorro que sempre a acompanhava. Quando ela faleceu, o cachorro não quis sair de seu túmulo, aonde também veio a falecer . A mãe dela teria, então, mando fazer a estátua do cachorro em cima do jazigo”, conta Dulce, que se tornou a zeladora voluntária do túmulo. O cãozinho está também sepultado no local, logo abaixo de sua estátua, numa caixa especial feita para abriga-lo e assim permanecer perto de sua tutora.
Nestas quatro décadas, ela nunca teria visto qualquer familiar visitando o jazigo da jovem. Uma triste contraposição ao sentimento do cachorrinho, hoje também esquecido na memória da cidade, pois sequer sabem como sua tutora o chamava.
Foi pelo amor aos animais que Dulce passou a se interessar pela arquitetura do túmulo e pela história que a cercava. Essa empregada doméstica, hoje aposentada, estava muito triste com o envenenamento de seu cachorro, que agonizava em sua casa. Ela entrou no cemitério na busca por aplacar sua dor, quando encontrou o túmulo com a estátua.
Ao se deparar com o abandono do túmulo, simbolicamente diferenciado pela presença da escultura, sentiu que se seu companheiro viesse a falecer passaria a tratar do ‘outro’ cachorrinho, o que havia falecido ali, no cemitério, sobre o túmulo de sua protetora.
“Quando vi o túmulo com a estátua do cachorro, que estava feio e sujo, resolvi cuidar do lugar. Isso foi na década de 80 e continuo até hoje”, relembra emocionada.
O Correio Braziliense lançou no dia 3 de novembro o Concurso Cultural “Meu Pet é Show”, com o objetivo de valorizar a criatividade e o sentimento de amor pelos animais de estimação.
A ação visa também estreitar as relações do jornal com a população de Brasília de forma positiva, visto que a cidade se mostra cada vez mais amiga dos animais.
Em 2014, a ação foi realizada pela primeira vez e o Correio recebeu cerca de 2.000 fotos. Em 2015, foi criado um Concurso Cultural e espera-se que número de imagens do ano passado seja ultrapassado.
Poderão participar do Concurso Cultural todos os moradores do Distrito Federal com idade a partir de 16 anos ou menores por meio de representante legal.
A participação é gratuita e, para se inscrever, basta fazer o upload de uma foto com breve descrição do pet no site do Concurso, preencher o cadastro adequadamente e conferir o regulamento.
Das fotos participantes, o Correio vai eleger as 3 (três) melhores que receberão uma premiação especial. Os três participantes contemplados neste Concurso Cultural terão suas fotos expostas na Exposição Fotográfica a ser montada no evento Brasília Pet Show 2015, que acontece nos dias 21 e 22 de novembro no Estádio Mané Garrincha. Além disso, receberão como prêmio:
1º lugar
• 1 (uma) máquina de café Nespresso U Creme Puro 220V.
• 1 (um) vale-compras para utilização no evento Brasília Pet Show 2015.
2ª lugar
• 1 (um) espumador de leite Nespresso Aeroccino 3 220V.
• 1 (um) vale-compras para utilização no evento Brasília Pet Show 2015.
3º lugar
• 2 (dois) pares de xícaras Nespresso.
• 1 (um) vale-compras para utilização no evento Brasília Pet Show 2015.
A comissão julgadora será formada por profissionais do jornal Correio Braziliense.
Além das fotos vencedoras, outras poderão ser selecionadas para compor a exposição fotográfica do Correio no evento Brasília Pet Show deste ano.
Serviço:
Período de envio de fotos: 03 a 15 de novembro (exclusivamente pelo hotsite).
Limitada a 1 foto por pessoa.
Participação gratuita.
Divulgação do resultado: 18 de novembro no hotsite do Concurso
Mais informações no hotsite: www.correiobraziliense.com.br/meupeteshow
Certificado de Autorização CAIXA n° 90104.002919/15-02.