CBPFOT120220160710 Alice e Regina trabalham como voluntárias: paixão pelos bichos. Foto: Gustavo Moreno/CB/D.A Press.

Bazar, uma ajuda para os animais maltratados

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(Por Alexandre Santos – Especial para o Correio Braziliense)

Se não vivesse em um apartamento, Célia Flores, 67 anos, certamente teria uma meia-dúzia de bichos em sua companhia. Na falta de espaço físico para abrigá-los, a moradora da Asa Norte encontrou uma outra maneira de lidar com a paixão: tornou-se voluntária de uma ONG que cuida de cães e gatos vítimas de maus-tratos. “Tem gente que ajuda gente. E acho isso muito importante. No meu caso, gosto de fazer pelos animais, que também são filhos de Deus”, comentou a aposentada, durante um bazar realizado ontem na área externa da Ordem Santa Cruz, na Asa Norte.

foto: Gustavo Moreno/CB/D.A Press.
foto: Gustavo Moreno/CB/D.A Press.

A iniciativa, cujo objetivo é reverter fundos para ajudar os cerca de 270 animais acolhidos pela Sociedade Humanitária Brasileira (SHB), é organizada pelo menos uma vez por mês. No bazar, são vendidos artigos como roupas, calçados, livros, bijuterias e utensílios domésticos a valores simbólicos: entre R$ 2 e R$ 10. “O que arrecadamos aqui vai para a compra de ração, material de limpeza, medicamentos e areias para gatos”, explica a psicóloga Alice Godoy, 54, coordenadora do evento.

Segundo ela, embora a ONG conte com o apoio de colaboradores e doadores fixos, as despesas são altas chegam a R$ 25 mil mensais. “Além do bazar, estamos sempre fazendo rifas e outros eventos itinerantes. Para as pessoas que querem ajudar, é importante dizer que aceitamos tudo, coisas novas ou usadas. O importante é que estejam apenas em bom estado de conservação. E, caso um doador tenha dificuldade de transporte, temos voluntários que podem pegar o material.”

Para a publicitária Regina Bottari, também integrante da SHB, apesar de hoje haver maior conscientização para a causa, o Brasil ainda está muito aquém do que deveria avançar, principalmente no que diz respeito à legislação de proteção aos animais. “Infelizmente, os casos de maus-tratos e abandonos são muitos. Temos uma legislação pobre, que não é cumprida e que dá margem à impunidade. Diante dessa fragilidade, pedimos sempre que, ao presenciarem tais episódios, as pessoas filmem, fotografem e denunciem nas redes sociais e nos veículos de imprensa”, sugere.

Criada em julho de 1998, a SHB conta com oito voluntários. Durante o fim de semana, algumas feiras de adoção de animais serão realizadas no DF, confira locais e horários clicando aqui.