Se há uma cultura gastronômica que sempre esteve presente em Brasília, desde sua fundação em 1960, é a árabe.Trazida por sírios, libaneses, jordanianos e outros povos que se radicaram em Goiás, a influência oriental logo se fez sentir na nova capital. Com os El Hadjs, de Anápolis; os Hamús, de Formosa; os Bittars vieram os sabores árabes e quem abriu restaurante passou a servir, além do icônico carneiro, as sobremesas bem doces regadas a calda de água de rosas ou de flor de laranjeira.
“Minha mãe (Dona Lenita, fundadora do Lagash) fazia um pastel de massa de crepe recheado com ricota, nozes e pistache”, conta Fátima Hamu, que até hoje prepara a iguaria no seu Lagash Mediterranée (Bloco C da 112 Norte), um minibistrô que substituiu a renomada casa. Além de preparações caseiras, como o belewa, a maior parte dos doces, quase todos de massa folhada, vinham de São Paulo com uma pegada decididamente açucarada — basta pensar que os ingredientes mais recorrentes são o mel, o xarope e as frutas secas.
Essa importação não se faz mais necessária porque abriu no Bloco D da 408 Sul uma confeitaria exclusivamente árabe, chamada ArabSweets. “Estive lá e gostei do doce que comi”, atesta Fátima Hamú, amiga de longa data dos Salam, família síria que era dona da Asa Branca, loja de utensílios de cozinha e festas da Asa Sul. Diana Salam, a filha dos proprietários da extinta marca, é quem toca a confeitaria em sociedade com o libanês Ali Assaily, filho de Karina Assaily, mais conhecida pelo que faz: o Kafta da Mama.
Depois de servir por 13 anos os melhores quitutes árabes num trailer, na entrada da 112 Sul, a Mama estendeu há dois anos sua marca para a 408 Sul numa lojinha que leva o nome de Tanura by Kafta da Mama. Tanura em árabe significa saia. Recentemente os Assaily abriram lá um narguilé. Confirmando que os libaneses não saem nunca da barra da saia da mãe, como a própria família sugere, surge o terceiro endereço na mesma 408 Sul, um feudo árabe, do qual ainda faz parte o Arabetto.
A ArabSweets trabalha com um portfólio de 40 sabores, mas só 20 ficam diariamente disponíveis no balcão à vista do cliente. Entre eles, os tradicionais folhados, como o shabieth (R$ 95, o quilo), feito de massa folhada com creme de nata, pistache e água de rosas; o namura com farinha de semolina, iogurte e calda de água de rosas e os biscoitinhos greibh.
A maior pedida é uma irresistível torta de romã (cheesecake com base de cacau e calda de água de rosas com melaço de romã), que vale ser levada para casa por R$ 85. Lá, você saboreia em fatia. Além dos doces há alguns salgados, como falafel, quiches, quibes, esfihas assadas e croissants recheados de zatar e tomate seco.
Para confeccionar os doces os sócios Diana e Ali contrataram o chef pâtissier sírio Adbel Mohem, de 36 anos, que durante a guerra perdeu a confeitaria que tinha em Aleppo. “O chef ainda não aprendeu o português, mas conseguimos nos comunicar já que aprendi a língua ainda na infância. Ele veio para o Brasil e deixou a esposa e os cinco filhos em uma área segura de Aleppo, onde não há guerra e, em breve, trará todos para Brasília”, comenta Diana Salam.
Ao contrário das outras duas marcas Tanura, cujas lojas só abrem à noite, ArabSweets funciona de segunda a sábado, das 10h às 22h; domingo de 12h às 22h. Telefone 3551-4720.
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