Bento Gonçalves – Há seis anos que o Brasil não registrava uma safra da qualidade da deste ano. A colheita 2018 está entre as melhores do terceiro milênio, só comparável com as de 2005 e 2012. Esse foi o grande diferencial da Avaliação Nacional do Vinho Brasileiro, que todos os anos se realiza no último sábado do mês de setembro, e chegou agora à 26ª edição.
“Estamos falando de uma safra histórica, que está entre as três melhores do Brasil. O tempo colaborou, a tecnologia nas vinícolas ajudou e a maturidades de nossos enólogos transformou a uva em vinho de altíssima qualidade”. Com essas palavras o enólogo Edegar Scortegagna, presidente da Associação Brasileira de Enologia (ABE), entidade promotora, abriu o evento no último sábado que contou com mais de mil pessoas.
Enólogos, sommeliers, empresários, jornalistas, todos que têm em comum o gosto pelo vinho compareceram a um auditório do Parque de Eventos da cidade serrana para degustar o que de melhor se fez nos últimos meses no reino da bebida de Baco.
Antes, porém, da apresentação, o processo já teve início dois meses atrás com a participação de 120 enólogos que degustaram às cegas 344 amostras inscritas por 49 vinícolas de seis estados brasileiros. As 16 mais representativas em suas categorias é que foram levadas ao público para provar.
No palco do auditório, uma mesa reuniu 16 comentaristas, notórios conhecedores de vinho, que manifestaram opinião sobre a amostra degustada. Entre os painelistas, a brasileira Regina Vanderlinde, que assumiu em julho a presidência da Organização Internacional da Vinha e do Vinho (OIV), entidade máxima do mundo vitivinícola com sede em Paris. Outro destaque foi o especialista paranaense Dirceu Viana Jr., único brasileiro que ostenta o título Master of Wine, residente na Inglaterra.
Entre os brancos foram avaliados três exemplares da categoria vinho base para espumante produzidos pela Domno, de Garibaldi; Geisse, de Pinto Bandeira e Galvão Bueno, de Candiota. Também três exemplares da categoria branco fino seco não aromático, como o Riesling Renano da Almadén, de Livramento; e dois Chardonnays um da Aurora, de Bento Gonçalves e outro da Cooperativa Garibaldi. Já a categoria branco fino seco aromático apresentou um Sauvignon Blanc da Lemos e Almeida e um Moscato Giallo, da Hortência de Flores da Cunha.
Na categoria tinto, foram selecionadas quatro variedades: dois Merlots (Don Guerino e Rasip); um Cabernet Franc (Valmarino); dois Cabernets Sauvignons (Almaúnica e Miolo) e dois Tannats (Familia Beber e Casa Valduga).
As amostras foram degustadas em taças de cristal pelos comentaristas e pelo público ao mesmo tempo graças ao serviço de 120 anos de viticultura e enologia de diversas escolas. “É uma grande oportunidade estar aqui”, disse Bruna Laís Hamm, bacharel de Enologia, que conclui o curso ano que vem na Universidade Federal de Dom Pedrito (Unipampa).
Nos primeiros anos, o evento que se realiza desde 1993, com o mesmo ritual, abrangia apenas vinícolas do Sul. Depois que se tornou a maior degustação de vinhos de uma mesma safra do mundo e expressa a qualidade da produção nacional abarca também outros estados. Graças à diáspora gaúcha, no tocante aos recursos humanos e ao capital, o Centro-Oeste a exemplo de Minas Gerais, está se tornando uma nova regionalização das áreas vitivinícolas.
* A colunista viajou a convite da Associação Brasileira de Enologia002
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