Nos últimos 20 anos, a ponta de cima da 413 Sul, Bloco A, foi palco de todo tipo de operações. De um refinado restaurante francês de curta duração, chamado Carinhoso, às invenções do empresário goiano Maurinho Borba, nas quais se incluíram Bolinho de Bacalhau, Churrasquinho de Gato e Sossega Madalena até que uma reforma transformou o espaço no Café Carmem (a homenagem não era à opera de Bizet passada em Sevilha, mas à nossa Carmem Miranda), cuja inauguração, em maio de 1999, contou até com a presença do então governador Joaquim Roriz.
Dessa fase, inesquecível é o bolinho de bacalhau. “Era bem feito e tinha sabor”, lembra o chef napolitano Rosario Tessier, que pilotava as caçarolas do La bocca della verità, do outro lado da rua. De bar, a loja se transformou em pizzaria, a Villa São Jorge, mas logo voltou a ser restaurante pelas mãos da empresária Cassiana Caparelli que entregou a cozinha do Pata Negra à chef espanhola Maria Jesus Navas. Desde então, assumiu uma vocação latina (com algumas interrupções como o Poizé), evidenciada no último ocupante Caribeño e reforçada desde a semana passada pela nova marca Otramanera.
“Sou apaixonada pela culinária dos países latinos, já visitei México, República Dominicana, Chile e Argentina, mas é na capital cubana, onde mais me inspiro. Quando decidi abrir o Otramanera, a princípio seria apenas de comida de Cuba, mas depois optei por abraçar a gastronomia latina como um todo”, explica a analista de sistemas brasiliense Karla Dias, de 31 anos, que está trocando as planilhas da internet pelo comando do restaurante aberto em parceira com Jefferson Mattos, sócio investidor.
Cheia de ideias e referências culturais do Caribe, a nova restauratrice contratou a craque Raquel Amaral para elaborar o cardápio com uma pegada bem latina, é claro. No menu de petiscos, há tiraditos, patacons, que é aquela panquequinha de banana frita, servida com guacamole, pico gallo (pimenta) e feijão vermelho (R$ 31) e lomo saltado, que pode ser carne bovina ou suína. Saem por R$ 28 e R$ 32, respectivamente. Destaque para os anticuchos de inspiração peruana, que são mesmo de coração de boi marinado em cama de maionese e salsa criolla (molho) por R$ 19.
Já os pratos principais variam do arroz chaufa mar com omeletinho enrolado, frutos do mar e limão em conserva (R$ 39) ao chicarrón, costelinha com chimichurri, purês de batata-doce roxa e de abóbora e batata frita (R$ 29); do bife de chorizo com quinoa (R$ 37) à bandeja paisa, um clássico de arroz, feijão vermelho, ovo frito, linguiça, abacate e salsa criolla (R$ 30); da ropa vieja, arroz com carne, banana e batata-doce (R$ 26) ao polvo com batatas e pesto de pimentão (R$ 44), a sugestão mais cara do menu.
Para encerrar, o brûlée de milho com picles de abóbora e raspas de laranja (R$ 22), uma criação autoral da chef Raquel, atualmente fazendo residência no Maní, em São Paulo. A execução dos pratos está a cargo da chef Jeniffer Munar, que também passou pelo restaurante de Helena Rizzo, na capital paulista.
Outro craque que habita a casa, em princípio aberta só à noite, é o mixologista Gustavo Guedes. Representante brasiliense no World Class, principal evento de coquetelaria, Gustavo assina a carta de drinques, a maioria baseados no rum, mas também aposta no gim em misturas com bitters, frutas e especiarias. Agora que essa bebida com tônica volta à moda, revela-se que a rainha Elizabeth II não passa sem uma taça de gim antes do almoço e lhe faz muito bem.
Numa releitura do Negroni, o especialista lançou Mi Corazón, de rum Zacapa 23, vermute com infusão de café, mix de amaros com infusão de nibs de cacau, bitters de chocolate e laranja (R$ 34). Além de clássicos, a carta oferece nove drinques autorais, mules, caipiroscas, shots e tiki bar, conceito inspirado na Polinésia. Na linha mojitos e margaritas, amei o William Kidd, feito de tequila, sweet e sour de manga com hortelã, tabasco, Cointreau, sumo de limão e flor de sal (R$ 27). Funciona de terça a domingo, das 17h as 1h. Telefone: 3222-6450.
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