Preciosidade da Coreia: Embaixada promove em maio o Festival de Kimchi em Brasília

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País amigo do Brasil desde 1959, quando foram estabelecidas as relações diplomáticas, a Coreia todos os anos desenvolve ações no sentido de envolver os brasilienses que queiram conhecer mais sobre o país de tradição milenar nos ramos da tecnologia, cultura e culinária. Em 2021, evento online mostrou a onda coreana (hallyu) com destaque para o k-pop, que se tornou coqueluche, também da juventude ocidental.

Este ano, o governo democrático de Seul focou no elemento mais precioso da gastronomia coreana: o kimchi. Preparado à base de hortaliças, o kimchi está presente em todas as refeições há quase cinco séculos. Por esta razão, foi decretado patrimônio cultural imaterial da humanidade, em 2013.

A fim de difundir a tradicional iguaria, a Embaixada da República da Coreia promove de 6 a 15 de maio o Festival de Kimchi em Brasília, maratona gastronômica da qual participam 11 restaurantes com diferentes vertentes culinárias “para mostrar justamente que o kimchi pode ser usado em diversos tipos de preparo e não somente nos pratos tradicionais coreanos”, afirma a diplomata Yu Hyun Kim, responsável pelos assuntos culturais da embaixada.

Crédito: Ricardo Martins/N4 Filmes. Paulo Shin

E adivinhem quem veio demonstrar o preparo da iguaria? O chef paulistano Paulo Shin, de 36 anos, um mestre no assunto. Filho de pais coreanos, em 2016 ele fundou o Komah, que fica na Barra Funda, bairro da capital paulista. Formado em gastronomia no Senac, Paulo passou por vários restaurantes da capital paulista antes de trabalhar na Coreia e em Nova York. Komah, que no idioma coreano significa caçula, tem sido muito premiado e entrou até no ranking dos 100 melhores restaurantes da América Latina, no 88º lugar. Ele se orgulha disso porque na avaliação de 2021 apenas duas cozinhas orientais foram contempladas: a do Maido, de Lima, e a do Komah, que começou com a ajuda da mãe, reconhece o chef.

Muitos usos

Ceviche misto de peixe branco e camarão com Kimchi, leite de tigre, abacate e milho chullpi
Chungmu Kimbap: Rolinhos de arroz envoltos em alga com refogado de kimchi e frutos do mar

Ingrediente versátil, o kimchi é um acompanhamento nacional. Ele pode ir muito bem num bife cortado em tiras finas, como em saladas, sopas, ensopados, peixes, frutos do mar, arroz e até pizzas, daí ser considerado “um dos pilares da gastronomia coreana”, como definiu o chef Paulo Shin.

Segundo ele, uma das melhores combinações é com a carne suína, opção eleita por quatro das 11 casas participantes: Authoral, com quesadilla de porco na lata (R$ 39); Casa Baco, barriga de porco crocante (R$ 69); Soban, cozido de costelinha com molho apimentado (R$ 160 para compartilhar) e Xamam, a versão brasiliense de A Casa do Porco paulistana, que optou por barriga de porco glaceada (R$ 72).

A base do kimchi pode ser acelga ou repolho, também pode-se fazer de nabo, rabanete, pepino e outros legumes que ficam por 12 horas num processo de salmoura. À parte é feita a pasta de alho, cebola, pimenta e molho de peixe. Depois de tudo misturado, ocorre a fermentação num pote limpo e bem fechado. Com uma semana o preparado já pode ser consumido, ensina Shin, que veio pela primeira vez a Brasília, na terça-feira, 26, e transmitiu suas lições à tarde para os chefs participantes do festival e, à noite, para os alunos do curso de gastronomia do Iesb. Oito duplas terão que elaborar o kimchi é um prato autoral a partir deste preparo.

Na terça-feira, 3 de maio, às 19h, as duplas apresentarão um prato que contenha o kimchi para a avaliação de três jurados, entre os quais, a colunista. Para o coordenador do curso, Sebastián Parasole, trata-se de “uma oportunidade para os alunos conhecerem mais sobre a cultura coreana e estreitarem os laços com aquele país”.

Kimchi preparado pelo chef Paulo Shin durante aula em Brasília. Crédito: Liana Sabo/CB/D.A Press

Etiqueta

Toda comida coreana é servida com um par de palitinhos (jeotgarak) e uma colher, o primeiro para os sólidos, a segunda para as sopas. No festival brasiliense, porém, predominam talheres ocidentais em todas as casas, desde a Comedoria Sazonal que servirá ceviche misto de peixe branco com camarão e leite de tigre (R$ 56) até o Ouriço, com arroz frito de camarões (R$ 72).

O mexicano El Paso optou por uma dupla de tacos de frango e carne seca (R$ 69), enquanto o chef Komiya elaborou omelete com arroz e maionese no izakaya (R$ 50) e teishoku no New Koto (R$ 94). Não faltarão espetinho de camarões crocantes com purê de batatas, apresentado pelo Sallva (R$ 109), nem sanduba de pão francês com cupim de panela no Conca (R$ 42). Kimchi garante a festa. Veja o cardápio no instagram: @embaixadacoreia

Liana Sabo

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