Brasília sediará, pela segunda vez — a primeira foi em 2010 —, a cúpula do BRICS, agrupamento de cinco países que tem em comum o mesmo grau de desenvolvimento. São nações emergentes Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. Juntos, representam cerca de 42% da população, 23% do PIB, 30% do território e 18% do comércio mundial. Presidentes, chefes de governo ou representantes se reunirão entre quarta e sexta-feira próximas no Palácio do Itamaraty, uma das obras-primas de Niemeyer, que além das majestosas linhas, conta com o maior vão livre da América Latina: mais de 2.800m².
Se entre as discussões sobre temas importantes, como ciência, tecnologia e inovação, as delegações tiverem a oportunidade de percorrer o circuito gastronômico da cidade poderão conferir que a cozinha dos BRICS está bem representada na capital do país que, ao longo de 2019, exerce a presidência do grupo. A seguir, sugestões da diversidade culinária do grupo:
Nestes tempos em que a Amazônia está em voga e todo o mundo fala nela, que tal conhecer um pouco da gastronomia e dos temperos do Norte? Quem mais entende de sabores amazônicos é o chef Francisco Ansiliero, de 80 anos, que viveu oito anos em Porto Velho e aprendeu alguns segredos como preparar alimentos, inclusive com os índios. No menu do Dom Francisco da Asbac tem pirarucu (o maior peixe da região, “há 50 anos, vi um em Manaus com 315kg”, lembra Francisco) e tambaqui, que pode chegar a 55kg.
O tambaqui, depois de limpo, perde a metade do peso, informa o chef, que, na semana dos BRICS, servirá uma caldeirada de peixe feita à moda amazônica. Primeiro, retira-se os ossos do tambaqui, depois, tempera e tosta na chapa ou na brasa. Com azeite, alho, cebola e pimentões faz um fundo de panela e acrescenta com água ou caldo de peixe os legumes, como quiabo, jiló, maxixe, cenoura e o que mais tiver, além de batata, “que é nativa da Amazônia”, relembra Francisco. Quando estiverem cozidos, coloca o peixe por cima e vai regando até ficar no ponto. Aromatiza com o coentro do Maranhão, que corresponde à chicória, e um pouco de tucupi (líquido extraído da mandioca).
Servido com pirão, preparado com o próprio caldo do peixe e farinha de mandioca seca e arroz branco, o prato fica em cartaz entre os dias 11 e 16 por R$ 140 para duas pessoas. Se quiser, acrescente pimenta. Reservas pelo telefone: 3226-2005
Clássico da culinária francesa, criado para homenagear o Czar da Rússia Alexandre III (reinou de 1845 até a morte, em 1894), apaixonado pelos sabores da França, o filé ao molho moscovita tem sido cultuado ao longo dos anos por menos nobres, gourmets e até simpatizantes do bolchevismo. Em Brasília, desde a década de 1980, Marco Aurélio Costa ja servia a iguaria que está até hoje no cardápio do Piantella seduzindo duas gerações de clientes gastrônomos e políticos.
Misturado no molho de carne, creme de leite, flambado na vodca e finalizado com ovas de caviar, o filé-mignon temperado com sal e pimenta-do-reino nunca saiu do cardápio, nem mesmo nas trocas de direção da casa. Ainda agora, a delegação do presidente Vladimir Putin poderá se deliciar se quiser conhecer como se prepara na capital brasileira o filé à moscovita, que, entre os franceses, é flambado na frente dos clientes. Servido com batatinhas redondas, sai por R$ 124 no almoço e no jantar do Piantella. Telefone: 3224-9408.
Depois de trabalhar por três anos em Dubai e cinco em restaurantes em Brasília, o indiano Ranjeet Singh, de 30 anos, serve em sua própria casa, na 402 Norte, os mais aromáticos e coloridos sabores típicos da terra natal — o Punjab, no norte da Índia. Considerado o celeiro do país, produzindo mais da metade do trigo, arroz e painço, o Punjab também é rico nas especiarias: cravo, canela, cardamomo, hortelã, cominho e noz-moscada. Combinar essas especiarias com ingredientes como nata fresca, castanha de caju, amêndoas, e gengibre tem sido a base da culinária praticada no Indian Tadka, restaurante que funciona para almoço e jantar de terça a domingo.
Entre os destaques da casa, estão o chiken lababdar (R$ 38,90), de cubos de frango com molho de cebola, tomates, castanha de caju, manteiga e creme de leite; o Kashmiri Mutton Rogan Josh, cubos de cordeiro cozido por seis a sete horas ao molho de cebola, tomate e especiarias e ainda tem prato com camarões — como o Jhinga Biryan (que sai por R$ 43,90, mesmo preço do cordeiro) —, cozido com arroz e temperos. Com muitas opções vegetarianas, o cardápio “sai rápido e pratica preços baixos”, ressalta Ranjeet. Reservas pelo telefone: 98288-3289.
De pele avermelhada e brilhante, quase caramelada, por conta dos molhos à base de xarope ou mel e da forma de assar, o pato laqueado à moda chinesa é uma das iguarias mais apreciadas no mundo. Embora a receita original exija preparo bastante rigoroso, há modos de fazer mais simples e você até pode encomendar pela manhã para comer à noite. Onde?
No Restaurante Pequim, tocado há 25 anos pelo chef Lu Tiangui, que se prepara para comemorar em 2020 três décadas em Brasília. É que ele chegou em 1990 para chefiar os fogões da Embaixada da China depois de ter sido recrutado por concurso. “Na prova, tivemos que apresentar um banquete com grande diversidade de sabores”, lembra Tiangui, nascido em Chengdu, capital da província de Sichuan, sudoeste da China.
Frango preparado à moda da terra natal vem frito e crocante com bambu (único alimento do urso panda, cujo santuário de preservação fica em Chengdu), cebola e abacaxi sai por R$ 38, enquanto os pratos de carne suína são também muito pedidos. Como o lombo agridoce que vem com molho escuro feito com shoyo e vinagre chinês por R$ 43. De poucas palavras — até porque ainda tem dificuldades de falar português — Tiangui desenvolve um trabalho incessante. A casa funciona todos os dias para almoço e jantar. Reservas pelo telefone 3347-3865.
Moradora na África do Sul há 40 anos, a angolana Gina Pontes teve até restaurante em Johanesburgo, daí ter se tornado especialista na gastronomia daquele país que recebeu influências das culturas indígenas, árabe, inglesa e, holandesa até o apartheid. Gina, que costuma vir a Brasília na época do Natal, transfere para o irmão Victor Pontes algumas receitas do caldeirão de sabores que se transformou o último país do extremo africano. Como a do carrê de cordeiro grelhado, pirão de farinha de milho e molho de tomate que, o dono da Oca da Tribo relança no cardápio por R$ 89.
Com uma deslumbrante vista a partir do Lago Paranoá, onde está onde, a balsa/restô oferece atraente menu, confeccionado pelo chef William de Oliveira, 42, que trabalhou 15 anos nos endereços de Dudu Camargo. Experimente a entradinha de camarões (GG) empanados com mix de farinha de coco e de panko e chutney de gengibre (R$ 84 para duas pessoas) e o robalo com chutney de manga servido com farofa de castanhas do Brasil e baru, duo de purês (banana-da-terra e mandioca) e crocante de bifum (massa de arroz) por R$ 82. Funciona de terça a sábado, das 12h à 0 hora e domingo, só no almoço. Telefone: 4141-2116.
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