A unidade portuguesa é a primeira filial do restaurante fora do estado do RJ
Tem lotado quase todas as noites, inclusive na do dia 25 de abril – 50º aniversário da Revolução dos Cravos, que marcou o fim do regime ditatorial e o surgimento da democracia portuguesa –, o restaurante La Fiorentina, versão lisboeta de um ícone carioca, fundado em 1957. Para o empresário Omar Catito Peres, que assumiu em Brasília a última fase do Piantella, levar a cereja do bolo para Portugal “foi uma decisão muito natural, dada a forte ligação que o Brasil tem com a pátria-mãe”.
Localizado na rua São Pedro de Alcântara 65, em frente ao Miradouro, na famosa área de Príncipe Real, bairro badalado com muitas lojas de moda, antiguidade, galerias de arte e restaurantes, o imóvel antigo foi um achado. “Aqui funcionava um chinês que fechou num dia e no outro, eu já estava assinando o contrato”, revela Catito, que divide o comando da casa com seu enteado Bernard Barzi.
Cozinha italiana
La Fiorentina Lisboa foi inaugurado em grande estilo com todos os seus 120 lugares tomados por convidados dos dois países, entre eles, a atriz brasileira Luana Piovani, que optou por viver em Portugal, e proferiu o discurso da noite de 10 de abril para enaltecer a chegada da primeira filial da grife fora do Rio de Janeiro.
Depois de passar por restaurantes estrelados pelo Guia Michelin, o chef Armando Capocci, nascido em Roma, que vive em Lisboa há quase uma década, comanda a cozinha do Fiorentina, com cardápio clássico italiano, no qual não faltam ossobuco com molho de tomate e ervas aromáticas com risoto de açafrão; saltimbocca alla romana e filé com molho de gorgonzola e purê de batata trufado. Carpaccio, trio de crostine e flor de abóbora recheada com muçarela abrem o menu que vem escrito em três idiomas: italiano, português e inglês.
Como primeiro prato há uma variedade de pastas: espaguete com anchovas e botarga; tagliatelle com molho à bolonhesa; tonarelli com pecorino; nhoque, além de bucatini a amatriciana e pacchero com molho de lagostim, flor de abóbora e pistache, que podem ser harmonizados com chiantis, barolos e brunello di Montalcino, além de grandes portugueses como Cartuxa e Quinta do Cabril.
Rede de endereços
“Para mim é uma oportunidade única executar a cozinha que eu mais adoro. Não é só um trabalho, mas uma chance de continuar a história da Fiorentina e representar os verdadeiros sabores da Itália”, afirma o chef italiano. Com as paredes cobertas de fotografias, o salão em nada difere ao do Rio, que substituiu em Ipanema (Rua Aníbal de Mendonça 112) a matriz nascida no Leme, de onde foram reproduzidos em papel de parede os autógrafos de famosos que ornavam os pilares. Pelé, Tom Jobim, Jô Soares, Rita Hayworth, Nureyev e muitos outros estão todos lá em Lisboa com espaço para novas assinaturas. A mesma decoração se repete nos outros dois locais do Rio: na Barra e desde janeiro na Rua da Assembléia 43, centro da cidade.
O mais tradicional reduto da boêmia carioca se converteu numa rede de endereços pelas mãos de Omar Resende Peres, o Catito, capaz de reunir celebridades e o consumidor comum em torno de uma receita de sucesso, como bem atestou o promoter lisboeta Diamantino Martins na inauguração da Fiorentina portuguesa: “Não é um restaurante para os artistas, como exclusividade, mas um restaurante onde os artistas, o público e os fãs possam conviver lado a lado”. Segundo Catito, a próxima meta será Madri.
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