Considerada a melhor safra de todos os tempos, chegam agora ao mercado os vinhos das uvas colhidas em 2020, entre elas, Merlot e Cabernet Sauvignon cultivadas no Vale dos Vinhedos da Serra Gaúcha e selecionadas manualmente. As duas castas são responsáveis pelo principal símbolo da vitivinicultura nacional: o Lote 43.
Produzido pela vinícola Miolo, uma empresa com mais de três décadas exportando para mais de 30 países, o ícone será lançado na capital, dia 2 de junho, na Rota do Vinho (410 Sul), de propriedade do sommelier Marquinhos Rachelle, que recebe ainda outros super rótulos da gigante gaúcha para uma degustação que contará com a presença do diretor Alexandre Miolo.
O Lote 43 ganhou o nome da terra que foi dada ao patriarca Giuseppe Miolo, que chegou à região em 1897, cheio de sonhos e aspirações. Lá, o imigrante italiano cuidou do solo, plantou as primeiras mudas, colheu as uvas e transmitiu à prole a máxima de que “todo o vinho nasce no vinhedo”. Duas gerações seguiram à risca o ensinamento e coube ao neto enólogo Adriano Miolo elaborar o vinho ícone da grife só produzido em safras excepcionais. Desde seu lançamento, em 1999, foram apenas oito lotes. A nona edição lançada agora revela, segundo os especialistas, a excelência da Safra 2020.
Com alto poder de guarda, o vinho também traz o selo de Denominação de Origem Vale dos Vinhedos (DOVV), além de ser vegano. Sua tiragem é de 80 mil garrafas. Para o autor, “é a representação da história da família Miolo. Ele simboliza o legado dos imigrantes, passando de geração em geração e que se mantém vivo. Temos muito orgulho de erguer a bandeira do vinho nacional e o Miolo 43 é um ícone brasileiro que carrega todos esses valores consigo”, destaca o enólogo.
Sete lendários
O Miolo Lote 43 lidera um comboio de mais seis tintos espetaculares produzidos em distintas regiões que contemplam as vinhas em quatro terroirs brasileiros: Vale dos Vinhedos (Serra Gaúcha); Seival/Candiota (Campanha Meridional); Almadén/Santana do Livramento (Campanha Central), todos no Rio Grande do Sul e o quarto terroir Terranova/Casa Nova (Vale do São Francisco), em Pernambuco.
O lançamento nacional dos vinhos especiais intitulados Sete Lendários da safra 2020 foi feito em grande estilo no Spa do Vinho, durante jantar no qual cada rótulo inspirou a criação de um prato exclusivo desenvolvido por um chef convidado. Coube ao pernambucano Fábio Lima harmonizar o Miolo Testardi Syrah com culatello de pato sobre financier de caju e conserva de cogumelos. O segundo lendário, Merlot Terroir ganhou ravioli de bacalhau ao caldo de bouillabaisse, assinado pela chef Flávia Quaresma, que harmonizou também o Lote 43 com peito de pato sobre purê de mandioca e batata doce, ameixas grelhadas, bertalha e molho de cacau com especiarias.
Fogo e brasa
Com abóbora cabotiá madura e defumada à base de lenha frutífera, espuma de queijo e cevada crocante o chef gaúcho, de Passo Fundo, Tuca Mezzomo, que atua em São Paulo, criou o prato para escoltar Quinta do Seival Castas Portuguesas, do terroir Campanha Meridional. Talentoso e empreendedor, Tuca fundou na capital paulista os restaurantes Charco, premiado pela carne na brasa, e Naia, de frutos do mar.
Em outra inusitada composição, Tuca assou beterraba para serví-la com um patê de fígado de carneiro e conhaque, coberto com terra de cacau, cujo leve sabor amargo e doce combinou com o Sebrumo Cabernet Sauvignon, enquanto o encorpado Sesmarias, resultante de um corte artesanal e complexo e única vinificação, ganhou um corte de cordeiro assado na grelha a carvão com emulsão de ervilhas frescas e azeite de oliva.
Miolo Vinhas Velhas Tannat 2020 é o sétimo lendário, produzido em Livramento e degustado com a mais nobre carne, fraldinha Wagyu, de fibras longas e bastante gordura entremeada, da autoria da chef assadora Clarice Chwartzmann, que a serviu com aligot de batata doce, laranja e molho de jabuticaba defumada.
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