Gamela completa 40 anos de tradição na fabricação de doces e salgados em Brasília
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Apesar da aparência frágil e delicada do doce, confeitaria não é lugar para fracos, inconstantes ou desanimados. Antes é preciso ser forte, ter perseverança, paciência e um enorme amor ao trabalho. Que o diga a família Nicoletti, que está comemorando neste mês de novembro 40 anos à frente da Gamela Biscoitos Caseiros, uma grife nascida num pequeno espaço, algumas vezes ampliado, na 406 Sul.
Tudo começou em Catalão (GO), de onde partiu com muita garra e coragem a viúva Fátima Nicoletti (foto), que aqui abriu com a irmã Maria Consolação (a primeira contadora de Brasília) o restaurante Augusto na 107 Sul, em frente à Igrejinha. Lá, além de comida, a cozinheira preparava empadas deliciosas. Depois que as irmãs venderam, a casa se transformou no Xique Xique, aberto em 1979, enquanto Fátima já tocava havia dois anos a biscoiteria batizada de Gamela.
…Negócio de família
Atualmente com 82 anos, Fátima Nicoletti ainda trabalha na produção das iguarias, pois é dela a maioria das receitas que preenchem a loja com mais de 300 itens deliciosos. Hoje,na terceira geração da família, a loja ainda conta com a presença da fundadora e o reforço diário dos filhos Cristina — que atua na cozinha ao lado da mãe — e Cesar Nicoletti, da nora Elza e do neto Mario, filho de Cristina.
A empresa que nasceu pequena conta com 45 funcionários, “a maioria está aqui desde o início”, revela Elza Nicoletti, que supervisiona o atendimento, enquanto o marido cuida da administração. Como porta-voz da família, ela se diz muito agradecida aos clientes — “por que não chamá-los de amigos?” — indaga-se, ao revelar que muitos são da primeira hora. Setenta por cento do movimento da loja provêm das vendas no balcão e 30% são encomendas — algumas se repetem todas as semanas.
Opção light
A cozinha de açúcar funciona no subsolo, enquanto a de salgados, na sobreloja. Além de doces típicos da pâtisserie tradicional, como quindim, olho de sogra, cajuzinho, brigadeiro, mini-bombocado, tarteletes e bombons, há uma linha de tortas que podem ser escolhidas no balcão de vidro. Entre elas, as três mais pedidas são a de morangos; a suflair com pão de ló e chocolate, que, saem por R$ 65, o quilo; e a mesclada, por R$ 59,90, o quilo.
Nos últimos tempos, porém, a doçaria abriu espaço para tendências recentes que visam atender as pessoas com algum tipo de intolerância, daí a fabricação de bolos sem glúten e sem lactose. Não é preciso encomendar, sempre há oferta na loja, misto de café e confeitaria.
Carro-chefe
A maior parte da confecção manual é mesmo de produtos salgados, com destaque para o icônico binômio empada/coxinha. A primeira de massa fina, recheada de frango desfiado com tomate e cebola numa receita que é segredo da casa e sai por R$ 4,90, a unidade, enquanto a coxinha feita com a mesma massa, mas empanada por fora em farinha de rosca e frita, sai por R$ 5,75.
Qual o brasiliense que nesses 40 anos não parou pra comer um salgado na Gamela ou foi lá encomendar os petiscos, como quibes, pastéis assados (palmito, carne, frango e ricota) ou rissoles de camarão, frango ou milho?
Com fôlego para muito mais tempo, a família Nicoletti também enveredou no universo das quiches. Há uma grande variedade. Por exemplo: alho-poró, bacalhau, frango, lorraine (de queijo, bacon e cebola), abóbora com carne de sol e tomate seco. Sai por R$ 63, o quilo. “Nesse tempo todo a gente aprendeu muito sobre previsão e produz só o que vende”, diz Elza, para quem a perda na loja é mínima. “Nossos funcionários sempre levam alguma coisa para casa”, completa. Tele-entrega: 3244-0628.