Há algum tempo em diversas regiões italianas e também do Oriente Médio, o borrego (cria da ovelha com menos de um ano) era considerado uma verdadeira preciosidade – o melhor presente que se poderia oferecer a um amigo. Delicada e magra a carne era considerada até um remédio e quando alguém adoecia, a família de poucos recursos não hesitava em trocar seus haveres por um cordeirinho.
Por essas qualidades, o cordeiro sempre foi muito apreciado. Quem faz a aposta é a Fazenda Ercoara, que pelo quinto ano consecutivo oferece nos fins de semana deste verão um banquete de pratos da raça ovina. Carne assada no fogo de chão, desfiada, seca ao sol, recheando cafta, queijos, salame, doce de leite – tudo remete ao cordeiro produzido na própria fazenda, quase à margem da BR 251 (Brasília-Unaí), distante 90 quilômetros da rodoviária.
Alternância de menus
Dois chefs Lucas Queiroz e Rafael Schultz, ambos formados no curso de gastronomia do Iesb, se revezam na confecção do cardápio servido somente aos sábados e harmonizado com vinhos próprios. Amanhã (11) comandará as caçarolas da cozinha Ercoara o brasiliense Lucas, que atua como personal chef. Ele elegeu crocante de cajuzinho do cerrado com queijo de ovelha e bolinho de mandioca com aioli de pequi para a abertura do menu de cinco etapas.
Na primeira, virá crostini de polenta com tomatinho confit e caviar de maracujá do cerrado com vinho branco; creme de beterraba defumada com boursin de ovelha e pesto de baru regado ao rosé da casa, na segunda e ragu de linguiça de cordeiro com nhoque e vinho tinto. O cordeiro assado no fogo de chão vem à mesa com risoni de cogumelos e crispy de couve também com tinto enquanto churros de banana com doce de leite de ovelha acompanhado do café especial Família Zancanaro. Lucas estará de volta dias 18 deste mês, 4, 18 e 25 de março.
Vinhos próprios
Já Rafa Schultz, como é conhecido o chef nascido em Munique, quando os pais gaúchos lá estudavam, pertence aos quadros do Banco Central e cozinha eventualmente, optou por um bolinho de banana da terra com cordeiro desfiado e pimenta do cerrado servido com espumante e creme de batata baroa com crocante de cordeiro, como aperitivo. Seguem canjiquinha de queijo com tomate agridoce e linguiça de cordeiro; nhoque de manjericão e baru ao molho de amoras; cafta de cordeiro ao creme de queijo e crosta à gremolata e cordeiro ao vinho e duchesse de abóbora (purê assado) na brasa com queijo de ovelha.
“Cada prato é acompanhado por um vinho produzido na Ercoara, como o rosé Canindé e os tintos Tapiocanga Vinhedo do Aprisco e Maná, todos produzidos com a uva Sirah”, informou o chef, que se apresenta dias 25 próximo e 11 de março. Além da casta que melhor se adaptou no cerrado, estão sendo cultivadas outras, como Cabernet Franc, Marselan, Sauvignon Blanc e Viogner. “Em breve lançaremos rótulos com essas novas variedades”, adiantou Rodrigo Sucena, sócio-proprietário.
Até o fim de março, os cardápios estarão sendo servidos por R$ 369 com vinho e R$ 319 sem harmonização. Reservas: 99815-5650.
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