Maceió (AL) – Conhecido como Caribe brasileiro devido às belas piscinas naturais, praias paradisíacas e exuberantes coqueirais, o mar de Alagoas é o único do Brasil que, à luz da tarde, se torna verde-esmeralda. Impossível resistir à tanta beleza. A vontade é de passar o resto da vida curtindo essa natureza.
Para completar o programa de férias, a capital do estado ainda oferece rica gastronomia, com diversidade de frutos do mar, além de frutas, como banana e coco que vão à mesa como insuperáveis matérias-primas. Disso sabe muito Thiago Brandão (foto), que nasceu lá e veio a Brasília se aprimorar nos sabores. Formado em direito, Thiago tem paixão pela cozinha, e por isso, trocou a banca pelas aulas no Iesb, onde passou a coordenar os cursos técnicos.
De volta à terra, o chef alagoano exerceu as mesmas atribuições na pós-graduação da Unissau, enquanto assumia as caçarolas do restaurante Da Veneto Trattoria, com um cardápio italiano de pegada contemporânea. Comece pela brusqueta de pão artesanal coberto por tomates marinados com alho e manjericão. Antes do prato quente, experimente a panelinha de frutos do mar com molho de vinho branco e folhas verdes (R$ 55).
Uma das iguarias mais pedidas da casa, que já foi loja de móveis, é o polvo cozido inteiro em panela aberta e servido com alho, tomate confitado e batatas fritas (foto). Cinco charmosos ambientes integram o restaurante também usado como galeria de arte. Fica na Rua José Freire Moura, 250. Tel.: (82) 3013-0812.
Outra novidade veio pelas mãos da jovem alagoana Sara Andrade (foto) que, aos 23 anos, abriu o Farol Four Bristot. Durou pouco — o que ela queria mesmo e a cidade não tinha era comida japonesa. Daí, idealizou o Hatsu Isakaya, que funciona em loja própria da família, no térreo de uma galeria projetada por seu pai, engenheiro. Por sugestão de amigos, convidou o chef Roger Lima, nascido em Cordeirópolis, interior de São Paulo, que foi parar em Alagoas depois de ter passado por muitos restaurantes.
O chef trabalhou em Trancoso, na Bahia, na Praia de Pipa, no Rio Grande do Norte, em Montevidéu e Punta Del Leste, no Uruguai, e em Lima, no Peru, na rede Osaka “me aprofundando mais na culinária nikkei”. De lá, voltou a São Paulo. “Quando estava trabalhando no Ohka, recebi um convite para ser chef de novo restaurante japonês que iria inaugurar em Maceió, onde nunca tinha ido”, lembra Roger, de 32 anos.
O primeiro desafio do chef foi elaborar um cardápio com ingredientes locais. “Aqui faltavam muitas coisas que eu estava acostumado a trabalhar e os impostos são muito altos para trazer mercadoria de fora, como as vieiras canadenses, por exemplo”. Para sorte dele, a natureza no Nordeste é farta e o mar, generoso, fornecendo desde mariscos exóticos, como o sururu e o maçunim até peixes suaves, como a cioba. O resultado é um menu com toque peruano, corte japonês e tempero nordestino.
Destaque para o tartar de siri moído (foto à esquerda), ovas massagô laranja, quinoa frita, ovas ikurá e creme de wassabi, por R$ 37. Outra entrada deliciosa é o usuzukuri (carpaccio) de robalo com molho de shoyu e azeite (foto à direita), raspa de limão-taiti, chuchu ralado e mel de maracujá (R$ 49). No capítulo sushis especiais, há o de vieira com manteiga da terra dentro de limão-siciliano e ovas, o de polvo espanhol (ambos por R$ 19, cada) e até sushi de enguia por R$ 38.
Entre os pratos quentes, há guiozas, steak de picanha suína com salada de repolho e camarão com risoto. Não deixe de provar o lámen, que é o primeiro de Maceió, feito de acordo com técnicas que Roger foi aprender no Japão, onde “pretendo voltar diversas vezes”, revela o chef. Fica na Rua General João Saleiro Pitão, 1037, telefone (82) 3028-2242.
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