Gaetano Gianluca Spinosa e Flávia Nascimento atuam na cidade cozinhando o melhor do sabor italiano
Hoje se completam 77 anos que os italianos foram às urnas para escolher entre a monarquia e o regime republicano e, desde então, a data passou a ser comemorada como o Dia da República. Num país alegre e próspero, conhecido não só pela indústria avançada, mas também pela literatura, música, pintura e moda, a arte culinária também é exportada para o mundo inteiro.
Além da predileção do brasileiro pelo sabor italiano há uma forte presença de profissionais que optam por viver aqui, quase sempre motivados por laços de casamento. Como é o caso do chef nascido em Milão Gaetano Gianluca Spinosa, de 51 anos, e há dois, casado com a brasiliense Flávia Nascimento, 36, que conheceu na Nova Zelândia, onde ela foi estudar inglês para se dedicar à área de comércio exterior.
“O dinheiro era curto para me manter só estudando em Auckland, então decidi pedir emprego em restaurante. O chef e proprietário da casa me aceitou para lavar louças, mas logo me envolvi com a confecção de comida e pedi a ele que me ensinasse a cozinhar”, relembra a ajudante de cozinha, que abandonou o sonho e preferiu fincar o pé na gastronomia. Desde o início, Gaetano e Flavia ficaram muito amigos, mas só depois que ele se separou se tornaram uma dupla em todos os sentidos.
Um ponto no Sudoeste
Flávia procurou aprender o idioma italiano para se comunicar com o chef e ler livros culinários. Filha de mãe goiana e pai carioca, ela desenvolveu no exterior um profundo respeito pelo produto testemunhando o sucesso do trabalho do marido que, em 2011, ganhou prêmio de melhor cozinha napolitana daquele país.
Por dois anos, até a pandemia, o casal tocou o Monzù, que significa uma corruptela da palavra Monsieur, senhor em francês, como era tratado o chef de cozinha nos restaurantes do sul da Itália. Esse também vai ser o nome da casa que eles pretendem abrir no Sudoeste, “um local que nos agradou muito e onde não há ainda operação semelhante”, revelou Spinosa, que reside no Cruzeiro Velho (Quadra 3, Bloco B), num sobrado construído pelo pai de Flávia. É lá, numa simpática cozinha/gourmet que o casal recebe de terça à sábado até seis pessoas para almoço e jantar, ao custo de R$ 200 por pessoa.
Estrela Michelin
Além disso, o Monzù é um serviço que também vai à casa do cliente oferecer “o sabor do sul da Itália”, explica Flávia, que trabalha ao lado do marido. “O sonho dele é um dia conquistar uma estrela no Guia Michelin”, entrega ela. Perfeição na execução do cardápio não falta. O que eu degustei começa por uma berinjela empanada e recheada com muçarela e presunto parma.
Montanara con tartare di gambero limone siciliano e ricotta vem no segundo prato que é um pão frito típico napolitano conhecido pela leveza devido ao processo de fermentação, explica o chef. É servido com tartar de camarão e ricota artesanal. Cozida por seis horas, em fogo baixo, num molho de cebola, pimenta-do-reino branca e manjericão uma ponta de alcatra constitui a receita Paccheri alla genovese. Vem como prato principal do menu que a dupla elaborou especialmente para a coluna.
Na sobremesa, um clássico da doçaria europeia que tem várias versões. Uma delas conta que no século 18, o rei Estanislau da Polônia gostava de molhar no rum pedacinhos de um bolo alemão antes de comer. Para abreviar esse ritual pasteleiros do reino criaram uma receita na qual o bolo já era umedecido com gotas da bebida na cozinha. O rei apreciou muito e quando foi destituído do trono, o bolo passou primeiro pela França e depois para o Reino de Nápoles, onde ganhou o nome babà ao rum. Monzù serve com chantily italiano. Reservas: 98385-4168.
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