A volta de um ícone: Bar Brasília no Aeroporto Internacional

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Um ano e seis meses depois de fechar as portas em função da pandemia do novo coronavírus, o Bar Brasília, reduto da mais profunda memória afetiva da cidade, ressurge em outro endereço, na Praça Pick Up, em frente ao Aeroporto Internacional Juscelino Kubitscheck, com uma roupagem interna, que guarda as mais caras lembranças do original. Os lustres, o espelho com a logomarca, fotos antigas, parte da coleção de rádios – peças obtidas e garimpadas por Jorge Ferreira, idealizador da casa sobre a qual o colega e amigo Gil Guimarães, do Grupo Baco, disse “muitos, não só aqui em Brasília, se inspiraram no que Jorge construiu”.

Inaugurado em 2002, na esquina da 506 Sul, o Bar Brasília faria 20 anos. Um dos orgulhos de Jorjão, sociólogo, poeta, empresário e mecenas, morto em 2013, era servir na temperatura certa o chope fornecido pela Ambev, justamente a empresa que intermediou a compra do ícone e do Bar Brahma pela Fábrica de Bares, grupo paulista especializado em gestão de bares, restaurantes e casas de shows. Em menos de oito anos, o grupo liderado pelo empresário Cairê Aoás opera 12 estabelecimentos em São Paulo (Bar Brahma, Bar do Leo, Orfeu, Riviera, Blue Note, entre outros), um a mais do que teve Jorge Ferreira no Plano Piloto e Águas Claras.

Crédito: Ed Alves/CB/D.A Press

Além de antigos colaboradores, como Mauro Calichman, que foi diretor executivo do Grupo Jorge Ferreira por 15 anos, e do chef Ville Della Penna, primeiro a comandar a cozinha do Mercado Municipal, o novo Bar Brasília também conta com Ribamar, simpático garçom de gesso postado na entrada com a bandeja na mão. Uma estátua de Jorge Ferreira sentado completa a decoração.

Menu revisitado

Coube a jovem Bruna Nogueira, formada em Relações Públicas, que trabalha há um ano e cinco meses na Fábrica, elaborar as sugestões gastronômicas depois de conversar muito com Mauro e experimentar as preparações do Ville, devidamente relançadas no menu, como os quatro clássicos: moela (R$ 39) e língua (R$ 54) cozidas lentamente com molho rôti; o filé Oswaldo Aranha com alho tostado, arroz, farofa de ovo, batata frita e a feijoada de todos os dias, ambos por R$ 59 cada.

Outro prato arrasa quarteirão é o arroz de costela assada por 18 horas, desfiada e refogada com vinho tinto, arroz, cebola e especiarias, escoltado de ovo estalado (R$ 56). Na mesma gama também tem arroz de bacalhau (R$ 78) e arroz de polvo (R$ 76). E arroz de cachaceiro (R$ 29), branco soltinho com salsa e alho crocante frito acompanhado de uma dose, é claro. Grelhados na chapa, sanduíches, saladas e petiscos, como empada e bolinho de bacalhau completam o cardápio.

Para cada dia

Outra repescagem afetiva são os pratos do Ferreira: virado à paulista, na segunda; frango com quiabo, terça; milanesa de porco com salada de batata, quarta; espaguete com linguiça, quinta; moqueca de peixe, sexta. Feijoada completa no sábado por R$ 69 e cozidão brasileiro, domingo por R$ 56.

Novidade será a mercearia com produtos locais, como salame, mortadela de frango com pequi, queijo da Fazenda do Tacho, geleias e molhos de pimenta da Priscila de Ávila. Funciona todos os dias até o último cliente, garante Mauro. Telefone (11) 94745-8186.

Liana Sabo

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